Ex-guitarrista do Nevermore capricha em novo álbum solo |
Dois argumentos me afastavam e muito da música instrumental em si, principalmente CDs solos de guitarristas. Primeiro era a autoindulgência em relação ao trabalho com suas bandas, sendo que na maioria dos casos esses músicos usam esses lançamentos para se mostrar para outros músicos o quanto anos e anos de conservatório melhoraram suas técnicas. E o segundo é o fato decorrente de muitas vezes nesses trabalhos, a agressividade fica em segundo plano dando lugar para malabarismos.
Mas como afirma o titulo dessa resenha o agora ex-guitarrista do Nevermore vem mostrando que é possível fazer música instrumental muito pesada e virtuosa, sendo que ele conseguiu fazer algo que parecia impossível: melhorar sua técnica com “Plains of Oblivion” (2012).
Jeff não é um guitarrista de ego inflamado. Isso é bem perceptível na formação de sua banda de apoio onde se encontra Atilla Vörös (guitarrista que já passou pelo Nevermore), nas baquetas Dirk Verbeuren (Soilwork) e no baixo Shane Lentz, do Youtube. Isso mesmo. Na verdade, Loomis recrutou o musico devido a alguns vídeos postados no canal de vídeos.
Mas ainda tem mais! O agora nipônico Marty Friedman (ex-Megadeth e Cacophony), Tony MacAlpine (ex- Planet X), Chris Poland (ex-Megadeth), sem contar os vocais de Christine Rhoades que já teve algumas participações no Nevermore, e Ihsahn (ex-Emperor). Com um time desses, sinceramente não tinha como lançar um álbum ruim.
Ao longo das suas 10 faixas de “Plains of Oblivion” o ouvinte transita entre a musicalidade, a cadência e todo o talento de Loomis e sua trupe. “Mercurial” conta com a parceria com Friedman e ouvindo essa música no carro devo ter conquistado algumas multas por excesso de velocidade, muito agressiva e que duelo! Falando em duelo, é interessante ver como Jeff molda sua musicalidade de acordo com seu convidado. Ouça “The Ultimatum”, com Tony MacAlpine (virtuose pura) e “Continuum Drift”, com Poland trazendo todo um clima de fusion muito bem vindo, pois cria um interessante contraste com as pesadas “Escape Velocity” e “Sibylline Origin”.
“Tragedy and Harmony” e “Chosen Time” trazem a voz poderosa de Christine Rhoades, sendo que aqui ela mostra uma grande atuação transitando do mais agressivo para um feeling absurdo. E para encerrar essa resenha, a faixa que mais chamou atenção “Surrender”, com Ihsahn nos vocais e todo o peso e obscuridade que o Black Metal deve ter. Sem dúvida um destaque para todo fã de Black Metal em geral.
Ao final dessa audição fica bem evidente que Loomis é um músico talentoso, acima da media, e ai bate aquele sentimento de saudosismo que falta faz ao Nevermore. Sorte nossa que o guitarrista não se afastou da cena e nos brinda com trabalha de tão excelente qualidade.
Texto: Luiz Harley
Revisão e edição: Eduardo Cadore
Fotos: Divulgação
Ficha técnica
Banda: Jeff Loomis
Álbum: Plains of Oblivion
Ano: 2012
País: Estados Unidos
Tipo: Heavy Metal Instrumental
Formação
Jeff Loomis (Guitarra)
Shane Lentz (Baixo)
Dirk Verbeuren (Bateria)
Tacklist
01. Mercurial (com Marty Friedman)
02. The Ultimatum (com Tony Macalpine)
03. Escape Velocity
04. Tragedy And Harmony (com Christine Rhoades)
05. Requiem For The Living (com Attila Voros)
06. Continuum Drift (com Chris Poland)
07. Surrender (com Ihsahn)
08. Chosen Time (com Christine Rhoades)
09. Rapture
10. Sibylline Origin
Acesse e conheça mais o trabalho do guitarrista
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