terça-feira, 12 de novembro de 2013

Arven: Sempre Há Luz no Fim do Túnel


Hoje em dia, com as facilidades da internet, onde a informação viaja muito mais rápido, um mundo onde os downloads legais ou ilegais invadem a rede, encontra-se praticamente de tudo, inclusive no Youtube, e isso tudo facilita a proliferação de uma infinidade de bandas, uma oferta grande, inclusive dos selos e gravadoras, que, além de nomes consagrados, colocam no mercado vários títulos de novos nomes, seguindo também tendências de crescimento ou exposição de determinado estilo (mais recentemente, tenho notado investimento em bandas que fazem um som mais setentista).

Dentre toda essa oferta, há muita coisa descartável, de baixa qualidade, ou até de boa qualidade mas que pouco acrescentam, porém, é possível também descobrir e conhecer bandas que trazem uma brisa de ar fresco, uma luz no fim do túnel, e aí enquadro o Arven, banda alemã, criada em 2007 pela compositora e guitarrista Anastasia Schmidt, sendo a banda formada por cinco garotas e um cara, cabendo ao baterista Till Felden o papel de "bendito fruto". 

Da esquerda para a direita: Till Felden, Ines Thomé, Anastasia Schmidt, Carina Hanselmann, Lisa Geiss e Elena Yatsula

Com diversas influências, mas com uma paixão comum pelo Metal Melódico, a banda vai além desse estilo, tendo elementos sinfônicos, folk e do Metal mais tradicional, combinados aos belos vocais de Carina (uma vocalista com diferencial e ajudada por composições muito boas, pontos fortes do grupo), que lembram Sharon Den Adel (Within Temptation) e Sabine (Edenbridge), e, o principal, composições com feeling e criativas, ou seja, o que satura um estilo é justamente a falta de feeling e criatividade, pois muitas bandas acabam se parecendo entre si, e, diante das facilidades de hoje, tecnologias de estúdio, fica mais fácil gravar, dificilmente alguém criará algo totalmente novo, o negócio é compor músicas boas, e nem todos possuem talento para isso, pois não é necessário só técnica, bons recursos de estúdio e produtor mágico. O Arven possui feeling, com composições bem feitas, criativas, com belas e tocantes melodias, alternando partes mais suaves, cativantes e outras mais "heavy", com duos de guitarra, além de bons arranjos de bateria, e quando necessário, com os dois bumbos "pegando".


Lançando em agosto o segundo álbum, "Black is the Colour", a banda mostra uma grande evolução com relação ao álbum de estreia, "Music of Light", um bom álbum, que mostrava um grupo com talento e promissor. Neste segundo trabalho, a banda apresenta composições melhor acabadas, melhor executadas e ainda contam com produção superior, onde podemos ouvir claramente todos os elementos que compõe a sonoridade do Arven. Ponto para a Massacre Records, que viu o potencial e investiu mais no Arven.

Em "Black is the Colour", você encontra esses vários elementos sinfônicos/orquestrais, instrumentos medievais, riffs pesados e guitarras dobradas, e acredito que agradará particularmente fãs de bandas como Nightwish, Blackmores's Night e Within Temptation, e outras que se utilizam desses elementos do Metal Melódico, Folk e Sinfônico, mas, poderá agradar aos fãs de Metal em geral, pois não caem na mesmice, e isso foi o que me surpreendeu, pois nessa linha, continuam aparecendo muitas bandas, mas nada de especial, e o Arven tem potencial e talento para conquistar seu espaço.


O álbum abre com "Believe", que também possui um clipe de divulgação, e é um bom cartão de visitas, com a voz doce a agradável de Carina, e um tema mais voltado para o Metal Melódico, melodias e corais marcantes, tendo espaço para breaks interessantes e incursões de violino. Essa me lembrou aquelas faixas melódicas e marcantes do Stratovarius ("Black Diamond") na fase mais criativa, e do Nightwish também ("Kinslayer"); "Dont' Look Back", também é bem cativante, lembrando algo de Within Temptation, porém as guitarras dobradas dão um molho diferente, e ainda há espaço para um belo e melodioso solo e corais.


A seguinte, "Rainsong", é muito bonita e tocante, iniciando com belas melodias melancólicas ao teclado e guitarra acústica, com destacada performance de Carina, culminando num cativante refrão, destaque para o solo, simples mas marcante e bem timbrado. Bela e cativante canção, mostrando a sensibilidade que falamos antes, o que realmente diferencia o joio do trigo.

"The One For Me", apresenta uma sonoridade mais moderna, com toques prog e dueto com Stefan Schmidt (Van Canto), e novamente boas ideias, instrumentistas competentes, palmas para a banda (com menção a principal compositora, Anastasia), que soube fazer um álbum sem canções chatas ou incluídas somente para completar o set list, pode-se notar que levam a sério o que fazem, e, voltando a bater na tecla, com feeling e criatividade; "All I Got", é uma balada com melodias e linhas vocais também muito tocantes, mas possui trechos rápidos, destacando o teclado.


Bom, para não ficar muito repetitivo nos elogios, e falar de música por música (até que o álbum merece), destaco aqui a qualidade da banda, pois você pode perceber que o instrumental é bem trabalhado, ora se destacando uma linha marcante no baixo, uma linha de teclado, de maneira que nenhum instrumento seja de menor importância, funcionando como um conjunto produtivo de elementos, além de criarem melodias cativantes e músicas muito boas, fazendo de "Black is the Colour" uma agradabilíssima audição.

Destaco ainda a instrumental "Cercle D'emeraude", que traz passagens sinfônicas, folk e épicas, e até elementos do prog, poderia fazer parte de uma trilha sonora de um filme épico, tipo "Braveheart".


O álbum é composto por 10 faixas muito boas e cativantes, nada que vá mudar o mundo (ou quem sabe, no futuro?), mas um disco que dá pra ouvir do início ao fim sem cansar ou pular faixas, e na edição especial ainda há mais duas canções.

Experimente, vale a pena, e elas, e ele também, vão dar ainda mais o que falar. Isso é o que motiva garimpar na cena, quando parece que não vai surgir nada de interessante em certos estilos, sopra uma brisa de ar fresco e surge uma luz no fim do túnel.

Texto/edição: Carlos Garcia
Revisão: Seu Madruga
Fotos: Divulgação

Ficha Técnica
Banda: Arven
Álbum: Black is the Colour
Ano: 2013
País: Alemanha
Tipo: Symphonic/Folk/Melodic Metal
Selo: Massacre Records


Track-list
01. Believe - 4:11
02. Don't Look Back - 4:40
03. Rainsong - 4:25
04. The One for Me - 6:28
05. All I Got - 6:35
06. My Darkest Dream - 4:52
07. Cercle D'Emeraude - 4:23
08. In Your Dreams - 5:18
09. Fireside Stories - 4:09
10. My Fall - 6:48

Bonustracks:
11. Ride on - 4:01
12. Black is the colour - 3:53

Formação:
Carina Hanselmann – vocals
Anastasia Schmidt – guitar, songwriting (foto)
Ines Thomé – guitar
Lisa Marie Geiß – bass
Lena Yatsula – piano
Till Felden – drums

Canais oficiais:



Um comentário:

Anônimo disse...

Amigos estou conhecendo a banda agora, mas assino em baixo tudo que foi comentado a respeito, pelo Carlos.Eu como pouco entendido de musica e muito mais como ouvinte simplório de boa musica. Estou surpreso e louco para escutar o projeto com todas as musicas. Muito bom. Agora só resta saber quando vem no Brasil, estarei na primeira fila.