Embora um grupo relativamente novo, o Cauldron já se tornou um dos nomes de exportação da cena metálica do Canadá, que está repleta de boas bandas (para além do Rush e Anvil, nomes primeiros que vem à cabeça). Agora em 2013 a banda formada por Jason Decay (vocal e baixo), Ian Chains (baixo) e Myles Deck (bateria) dá um passo ousado, que é vir ao Brasil para sua primeira turnê em nossas terras, batizando a vinda como “Brazil’s Lost Tour”.
A turnê será composta de seis datas, espalhadas pelos estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Paraná e Rio Grande do Sul. Os shows, incluindo os de Rio de Janeiro/RJ e São Leopoldo/RS, em que estaremos fazendo a cobertura oficial, prometem ser de grande energia e os fãs brasileiros do Cauldron prometem comparecer e lotar as casas de shows com muitas camisetas pretas, calças de couro, cabelos cumpridos e braços em riste!
Para falar sobre a trajetória da banda, futuro e, claro, os shows no Brasil, conversamos com Jason, num bate papo muito legal que você só confere aqui.
(Click out the English version here)
(Click out the English version here)
Road to Metal: O Cauldron surgiu em 2006, e sua proposta de som é bem fora dos padrões atuais, fazendo um Heavy Metal bem ao estilo final dos anos 70, e com certas inclusões de Hard Rock e até mesmo Rock Progressivo. Poderia nos contar como tudo começou e como moldaram sua sonoridade?
Jason Decay: O Cauldron começou como uma extensão da minha banda anterior, Goat Horn. Tocávamos com o timbre e estilo que éramos fãs na época e tentávamos enfatizar bastante nas letras e composições. Isto inclui uma variedade enorme de influencias, de Sabbath e Priest até o massacre americano do Obsession, Trouble e Virgin Steeel, passando também por bandas da Alemanha como Stormwitch e Gravestone. Não nos limitávamos somente nessas influências, mas deve ter dado pra você sacar a ideia... e não podemos esquecer o Desmond Child!(conhecido compositor e criador de "hits", que já contribuiu com Kiss, Bon Jovi, Alice Cooper, Joss Stone, Roxette).
Nós temos bem em mente os três elementos ao qual penso ter nos ajudado a nos diferenciar dos outros. Também acho que prestamos bastante atenção ao que está esquecido ou menos comum em termos de valores na produção do nosso som.
Nós temos bem em mente os três elementos ao qual penso ter nos ajudado a nos diferenciar dos outros. Também acho que prestamos bastante atenção ao que está esquecido ou menos comum em termos de valores na produção do nosso som.
RtM: Muitas pessoas e imprensa metálica tem falado sobre esta nova onda de Heavy Metal Tradicional, incluindo, além de vocês, bandas como White Wizzard, Enforcer, Skull Fist e outros. O que você pensa disso? Eu acho que as bandas que fazem o Metal tradicional nunca pararam, o que acontece é que uma ou outra sub-divisão apenas ganha mais destaque.
Jason: Não sou um grande fã deste movimento que você citou. Eu sinto que a gente acaba caindo no meio de um monte de bandas que não são tão boas. Isso foi um termo criado pelas gravadoras para ajudar a enfiar esse monte de bandas no mercado.
Se somos Metal tradicional, então é isso ai! Isso nunca parou. Nós já estamos na estrada muito antes desse monte de bandas e a diferença naquela época era que não tinham tantas bandas parecidas pra nos enfiarmos. No final das contas, de qualquer modo, eu não acho que soamos parecido com nenhuma outra dessas bandas. Nós não temos o mesmo som, estilo de composição e outros itens na produção, acho que temos um som bem mais pesado, rasgado e orgânico.
Se somos Metal tradicional, então é isso ai! Isso nunca parou. Nós já estamos na estrada muito antes desse monte de bandas e a diferença naquela época era que não tinham tantas bandas parecidas pra nos enfiarmos. No final das contas, de qualquer modo, eu não acho que soamos parecido com nenhuma outra dessas bandas. Nós não temos o mesmo som, estilo de composição e outros itens na produção, acho que temos um som bem mais pesado, rasgado e orgânico.
"Quando começam a confiar demais na tecnologia aí sim o problema começa" |
Jason: O estilo de composição foi basicamente do mesmo jeito que sempre fizemos, a grande diferença foi que Ian está agora contribuindo mais nos riffs, e está mais envolvido na produção e composição.
Banda se apresenta, dentre as datas, no Rio de Janeiro/RJ (27/11) e São Leopoldo/RS (1/12) com cobertura do RtM |
RtM: Nos meses de novembro e dezembro, vocês desembarcaram pela primeira vez no Brasil. Qual a expectativa para estes shows?
Jason: Eu não estou cheio de expectativas, eu aprendi isso há muito tempo, estou muito empolgado em levar nossa música para cada vez mais lugares diferentes, onde nunca estivemos. Estou ansioso para ver todas as lojas de CDs por ai!
RtM: E o que você sabe sobre a cena metal brasileira?
Jason: Não muito, acho que as únicas coisas que eu tenho são Sepultura e Sarcófago. Mas tô doido pra aprender mais sobre a cena quando eu chegar ai!
RtM: Ainda falando do novo lançamento. Como está sendo a recepção do público headbanger com "Tomorrow's Lost"?
Jason: A recepção foi ótima tanto pela imprensa como pelos fãs, e pessoalmente, é meu favorito até agora, mas eu não acho que aconteceu nada de novo pra gente. Chegamos a tocar no festival do Metallica, o Orion Festival, e agora estamos indo pro Brasil, então creio que são "novas avenidas", mas não tenho tanta certeza que esteja diretamente relacionado com o "Tomorrows lost".
RtM: Em algumas entrevistas que acompanhem da banda, teve uma citação em comum, sobre o clipe da música "All or Nothing", onde o guitarrista Ian Chains dizia ter algo bem em comum com sua vida. Poderia nos contar mais a respeito.
Jason: Bem nenhum desses foram realmente nossos empregos de verdade, mas ao mesmo tempo não eram apenas esporádicos. Naquela época eu estava trabalhando numa loja de departamentos no almoxarifado, Ian estava trabalhando numa loja de brinquedos e não tenho certeza se o Chris estava empregado na época, então acho que o vídeo demonstra bem a nossa frustração de estarmos presos num emprego medíocre a fim de fazer a banda engrenar. Acho que isso é algo que nós todos passamos.
RtM: Em pleno 2013 é sempre bom ver bandas que usam equipamentos analógicos, deixando o som bem real, e no caso de vocês isso parece ser essencial. Quais as principais influências da banda e como é para vocês não usarem a tecnologia e facilidades que hoje os estúdios oferecem?
Jason: Temos um jeito bem simples de lidar com gravações, nos gravamos a música juntos no ensaio, e depois fazemos o overdub dos vocais e guitarras solo. Acho que isso mantém música viva e o pulso humano nas gravações. Quando você começa a depender demais da tecnologia para fazer suas gravações, aí sim se torna um problema.
RtM: Seus compatriotas do Skull Fist estiveram no Brasil recentemente, o que eles falaram a vocês sobre nosso país?
Jason: Sim eles disseram que foi ótimo e bem divertido, eles também nos deram umas dicas sobre algumas coisas que temos que tomar cuidado.
RtM: Quando falamos sobre a cena canadense, provavelmente 9 em cada 10 pessoas se lembram do Rush! Eu gostaria que você falasse sobre a importância deles para você, e, assim como outras bandas canadenses da cena que tenham uma influência sobre vocês. E o que você pensa sobre o filme "Anvil-The Story of Anvil", lançado em 2008?
Jason: Eu amo Rush e Anvil é um filme incrível, você viu a minha cena batendo cabeça no aniversário de 50 anos do Lips? Muitas bandas têm historias bem parecidas com a do Anvil, eles tiveram a sorte de terem os amigos certos como Sascha para fazer seu documentário.
RtM: Gostaria de agradece-los pela entrevista, e peço que deixem uma mensagem aos fãs da banda aqui no Brasil.
Jason: Obrigado pela entrevista. Eu estou realmente ansioso para a nossa viagem para o Brasil, vejo vocês em breve!
Entrevista: Renato Sanson/Carlos Garcia
Edição/revisão: Eduardo Cadore/Carlos GArcia
Tradução: Wael Daou
Fotos: Divulgação
Produtora: Fame Enterprises
Nenhum comentário:
Postar um comentário