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Apesar do baixo público, Rio teve noite de puro Metal |
Com os portões do Odisséia abrindo depois do previsto, as poucas pessoas que ali se encontravam se preparavam para ver a primeira das três bandas de abertura da noite: a Tamuya Thrash Tribe. Apesar do nome, a banda liricamente influenciada por cultura indígena tem um gênero musical indefinido, e talvez classificá-la apenas como “metal extremo” seja o mais eficiente, uma vez que os riffs, melodias e solos têm diferentes variações de velocidade, agressividade e clima, caracterizando um som puxado para o Thrash/Death, mas com muitas características de Black, Groove e Doom Metal.
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Tamuya Thrash Tribe iniciou as apresentações da noite com muito peso |
Muito pesada, o som da banda foi tirado não apenas dos dois álbuns gravados da banda, mas também de inéditas que se farão presentes em um trabalho futuro. Começando com “Last Ball”, o curto setlist se estendeu com a melódica “Agonising and Insufferable”. “Aqui, deus do trovão não é Thor, é Tupã!”, anunciava-se, pouco antes da intro da música homônima à banda. Embora a bela “Immortal King” não tenha se feito presente, a banda impressionou o público, que lentamente crescia, terminando com a música “Zumbi”.
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Forkill apresentou seu excelente disco "Breathing Hate" |

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Still Alive contrastou com as demais bandas, apresentando Heavy Metal com melodia |
Contrastando com as bandas extremas que precediam, subia então no palco a grandiosa do Power Metal carioca Still Alive. Apesar do contraste supracitado, a banda trazia vocais muito limpos, mais próximos aos da banda principal. Abusando de teclados e solos extra-melódicos, a banda trazia também influências diretas do Heavy tradicional, algo muito Maiden, principalmente nos vocais e contrabaixo, em uma excelente interpretação das músicas de seu disco, “Kyo”.
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Primeira passagem da banda canadense em solo brasileiro |
Cerca de meia-hora depois do previsto, o Cauldron entrou em cena, agora com um público maior – mas definitivamente decepcionante, tendo em vista a grandiosidade do show, com cara de mini-festival. Mas os canadenses ainda foram energéticos e furiosos, começando com a perfeita introdução que precedia a faixa-título do último disco, o ótimo “Tomorrow’s Lost”! Apesar de seu som marcar, para muitos, uma forma moderna do Heavy Metal tradicional, a velocidade de seus riffs era tão grande quanto à de muitas bandas de Speed Metal, com impressionantes solos que perfaziam boa parte da música como a música seguinte, ainda do “Tomorrow’s Lost”, “Burning Fortune”, uma faixa curta, mas com uma grandiosa intensidade. Mas se ainda havia pessoas que não estivessem batendo cabeça, a maior pedrada do último álbum estaria vindo: “Nitebreaker”, totalmente com cara de Metal tradicional, com seus riffs grudentos e solos melódicos e extensivos, fez todos os presentes descobrirem o porquê do Cauldron ser uma banda aclamada.
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Apesar de um setlist que deixou de fora algumas ótimas composições, Cauldron tocou seus clássicos |
Para descansar um pouco, a banda trouxe uma música muito mais lenta, com uma pegada quase Doom, do disco anterior, “Burning Fortune”: “Queen of Fire”. Foi um testamento para as habilidades na guitarra de Ian Chains. Já as habilidades na bateria de Myles Deck seriam provadas na faixa seguinte, a deveras veloz “Rapid City”. A faixa seguinte, voltando ao “Burning Fortune”, seria talvez a faixa que mais traz o aspecto de Metal tradicional à banda da noite: “Miss You to Death”, um petardo em velocidade moderada com vários riffs, um ritmo feito principalmente com o contrabaixo de Jason Decay, que canta aqui com uma voz mais grave que antes, às vezes deixando os backing vocals quase desnecessários.

A última faixa a ser tocada do “Tomorrow’s Lost” no show talvez fosse ser um pouco morna, já que não é uma das mais populares, mas “Fight For Day”, além de ser a faixa mais bem balanceada entre contrabaixo e guitarra do disco, trazia riffs excelentes que praticamente pediam abuso dos pratos por parte do baterista, o que até suavizava o grito no final, que logo antecedeu um som muito menos limpo: a clássica titular de um antigo EP, “Into the Cauldron”, usando riffs mais diretos e vocais rasgados, baseada em graves tons da bateria. Apesar dos solos menos técnicos e maduros, era definitivamente o melhor som da banda para preceder o cover que viria a seguinte, de uma das bandas que mais influenciavam a banda desde o início: a super clássica do Venom: “Die Hard”!

O público mais do que diminuto talvez não tenha sido um tributo merecido à memorável noite, ainda mais considerando que parte dele estava com uma fria atuação diante de uma calorosa performance de um dos atos que melhor demonstram o reavivamento do Metal tradicional em tempos modernos.
Texto/fotos: Lucas Cottica
Edição/revisão: Eduardo Cadore
Nossos agradecimentos à pessoa da Miky Ruta (Fame Entreprises) pelo credenciamento do nosso redator e total profissionalismo. Agradecemos a confiança.
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