Desde os anos 80, o Thrash Metal brasileiro sempre se pôs
a frente de aludir sinônimos de grandeza e avidez, fonte primordial que
intercorreu todo esse caráter foram os legados que o Sepultura, Korzus, Krisiun
(para o lado mais extremo) e entre tantos outros nomes que percorre o conhecido
e tradicional “Brazilian Thrash Metal”, expandindo horizontes para bandas que estão usando e praticando este índole gênero nos dias
de hoje, sem deixar de carregar toda pureza, classe e a influência da escola
americana e europeia, que ainda continua sendo relevante. Vislumbrando novas
apostas, eis que surge o Hollow, inaugurando sua discografia com “Spirit
Soldier”, primeiro trabalho dos gaúchos.
Na ativa desde 2006, a banda carrega maturidade e
experimentalismo nesse seu primeiro registro, evocando um Thrash Metal abrasivo
e impactante, trajando um desfile de riffs altamente agressivos, ríspidos e
brutais do Renan Cauê Müller (também vocalista) e Mauricio Zorrer (guitarra), salientando também os desempenhos rítmicos de Lucas Lussani (baixo) e Flavio
Daufenback (bateria, que infelizmente deixou a banda após as gravações do
disco, dando lugar a Mauricio Steffani), soando de forma pesada e técnica.
A qualidade vista em “Spirit Soldier” é tão grande que,
ao ouvir o disco atentamente, remete a fase áurea do Sepultura com os irmãos Cavalera, não significando que o trabalho seja um mero plágio, e sim mias uma influência, principalmente nos vocais de Renan. Com 7 faixas, apresentando uma
duração que beira a casa dos 28 minutos, o Hollow resume a sua música pela sua
atitude e robustez, que não deixa escapar de forma alguma, aquele aroma do
Thrash Metal clássico, citado no começo da resenha. E é por essas razões e
outras que “Spirit Soldier” é um primoroso
trabalho, com doses de ousadia, nos deixando com uma vontade de repetir a audição por diversas vezes.
O destaque já fica pela avassaladora faixa de abertura, “Strength”, que começa de forma morosa, vindo de riffs bem sacados que nos agarram pelos ouvidos, visando também à perfeita atuação vocal do Renan, prevalecendo o bom uso do bumbo duplo vindo da bateria do Flavio; “Destruction Of The Mass” prioriza um andamento diversificado e dinâmico, vigorando nuances mais rápidas, cadenciadas e técnicas, vindo de uma ilustre exibição compacta de baixo (mostrando uma força absurda) e solos bem certeiros para dar um brilho extra; demonstrando escaldantes vibrações, “It Never Rests” mantém o paladar pesado no trabalho das guitarras, despojando riffs empolgantes e um ritmo bem explosivo, daqueles de bater cabeça, somado com os solos intrincados do Mauricio; após uma amena introdução guerrilheira e devastadora, “Burning Lead” dita transições aguerridas e precisas, ocorrendo momentâneas viradas de bateria incessantes;
A efêmera “Death In Glory” exibe o lado
experimental do grupo, mostrando as raízes de música baiana, dentro de um
instrumental bem rico. Por fim, “The Earth Bleed” segue preenchida por ganchudos riffs de guitarra, e batera com Flavio descendo o porrete sem
compadecimento e piedade; e a faixa-título, põe fim no petardo feroz
e fulminante, assim como o disco todo.
Apesar da grande demora pelo primeiro trabalho, sempre
vale a pena esperar, ainda mais se tratando de uma banda que já carrega
experiência na bagagem, mostrando o melhor que sabe fazer em seu primeiro
trabalho.
Vida longo ao Hollow!
Texto: Gabriel
Arruda
Edição/Revisão: Carlos
Garcia
Fotos: Divulgação
Ficha Técnica
Banda: Hollow
Álbum: Spirit
Soldier
Ano: 2014
Estilo: Thrash
Metal
Gravadora: Independente
Assessoria; Ms
Metal Agency
Formação
Renan
Cauê Müller (vocal/guitarra)
Mauricio
Zorrer (guitarra)
Lucas
Lussani (baixo)
Flavio
Daufenback (bateria)
Track-List
01. Strenght
02. Destruction Of The Mass
03. It Never Rets
04. Burning Lead
05. Death In Glory
06. The Earth Bleed
07. Spirit Soldier
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