segunda-feira, 19 de dezembro de 2016

Cobertura de Show – Scott Stapp: A Voz do Creed Emocionando a Todos (14/12/2016 – Tropical Butantã – SP)







O final dos anos 90 e o inicio do 2000 marcou uma mudança radical dentro da música. Com o mercado fonográfico crescendo e os principais meios de comunicação mantendo a informação quase que em dia (já que a internet ainda dava seus primeiros passos), a chance de novas apostas aparecerem era abundante, e o Creed, foi um dos nomes que conquistou a geração dessa época com músicas tocantes e de sucesso comercial. A banda está em um hiato que já dura 4 anos, mas o vocalista, Scott Stapp, ainda está em atividade com sua carreira solo e fazendo vários shows, passando aqui no Brasil para uma apresentação única, sob organização do projeto Honor Sounds, em São Paulo,  no último dia 14 de dezembro, no Tropical Butantã.
 
Apenas 4 anos separam este show da última vinda do Creed ao Brasil, e após a paralisação da banda em 2012, a probabilidade de vê-los novamente seria improvável ou até mesmo impossível de acontecer. É a primeira vez que o Scott Stapp esteve aqui no Brasil em carreira-solo, e por sinal, foi uma passagem muito proveitosa tanto para o vocalista, fãs e para os veículos de imprensa, diminuindo um pouco da frustração de 2011, quando estava programada uma turnê solo quase que completa, mas que foi cancelada devido a problemas de saúde do mesmo. A espera valeu a pena, pois vemos um Scott melhor do que já era, tanto musicalmente quanto em performance.


A fila ficava cada vez mais gigantesca, que segundo informações, era esperado cerca de 1300 pessoas. E quando abriram-se as portas para a entrada do público, por volta das 19hrs, ficava cada vez mais evidente que o cálculo seria este mesmo. E a escolha do lugar para realização do evento foi mais do que acurada! Além do fácil acesso, a poucos metros da estação do metrô, também trazia comodidade em cada espaço, havendo mesinhas aconchegantes no camarote e tendo até uma área pra quem é fumante. E o sistema de som, claro, soava perfeito, detalhes estes que estão tornando o Tropical Butantã um dos principais ‘points’ de shows de Heavy Metal em São Paulo.

Quando o pessoal do Meet & Greet começou a se adentrar no pit, dava pra compreender que faltavam poucos minutos para o inicio da tão esperada apresentação: luzes apagadas, introdução meio indiana e os músicos se postando em seus lugares, já deixavam todos na expectativa, e se ouviam já muitos clamores quando a atração principal da noite deu as caras, às 21h30 em ponto, eletrizando tudo com a pesada “Bullets”, do álbum “Weathered” (2001), tendo uma resposta integral de todos quando o Scott vociferou os primeiros versos da música.



Depois de um “How's doing São Paulo?”, Scott logo exclamou um “Are You Ready!”, convencionando de que a segunda música do set seria a de mesmo nome, presente no álbum “Human Clay” (1999). Inclusive, boa parte do repertório da noite foi dedicada a músicas desse disco, como também músicas do primeiro disco “My Own Prison” (1997), que foram os discos de maior sucesso comercial do Creed. E diante da faixa-título que o ‘front-man’ seguiu com a terceira música. E o Scott não parava o show para conversar, ele mostrava sua interação com o público através das suas atitudes no palco e também pelo seu carisma, assim como os músicos de apoio, que mandaram super bem. 

A intensidade se agravou cada vez mais em “What If”, que passou exatamente o clima da versão em estúdio, assim como em todas as músicas do set-list, ficando ainda melhor ao vivo. E o que ouvimos foi a plateia em uníssono cantando o refrão. Scott imprimia a sua ótima forma em “Torn”, brincando com seus companheiros de banda durante a metade da música, não sendo um daqueles que fica somente preso na sua, recebendo aplausos e ovações por conta desse gesto.



As próximas músicas, segundo o Scott declarou na coletiva de imprensa, seriam as suas favoritas. “Say Yeah” flerta peso, melodia e experimentalismo, parecendo que a banda estava ligada no 220V; e “Faceless Man” contagiava pelo clima sublime e viajante, sendo a favorita e mais aguardada por este redator também. “Overcome”, do último disco do Creed, “Full Circle” (2009), foi à única fora do circuito “Human Clay”, “My Own Prison” e “Weathered”, mas que levou a casa abaixo com a ponderação que a música transpõe.

Através de espontâneos acordes, “One” recebeu uma forte recepção, estando a letra na ponta da língua de todos. O primeiro clássico da noite apareceu em “Inside Us All”, persuadindo a loucura de muitos. E o que se via era celulares pro alto, sintetizando a atmosfera da música através da iluminação dos aparelhos. Isso foi uma amostra do que seria dali em diante, “With Arms Wide Open” carimbou essa certeza, transformando alegria em emoção, pois o que se via eram lágrimas escorrendo nos rostos de boa parte do público, com marmanjo até se segurando.

Scott ficava admirado com o que presenciava naquela noite, mandando singelos coraçõezinhos e exibindo gestos de arrepio nos seus braços, pedindo ainda mais na próxima faixa, “Higher”.

Durante a pausa para o bis, o tradicional “Olê, Olê, Olê”, com Scott no final, ecoava nos cantos da casa, que em cima disso, havia pedidos para que fosse executada “Don’t Stop Dancing”. E de volta ao palco, com a bandeira do Brasil virada de cabeça pra baixo (coitado, um descuido, foi sem querer), Scott também puxava o “Olê, Olê, Olê” junto com a galera. E atendendo ao pedido dos fãs, o vocalista adicionou a respectiva faixa no set-list, sendo a surpresa da noite e que estava nos planos de Scott, fazendo uma versão mais simplificada, seguindo normalmente o set com “What’s This Life For?”.

A noite prometia ainda mais emoção, e “One Last Breath” foi cantada a plenos pulmões, deixando muita gente rouca, quase não dando pra ouvir a voz do Scott, já que a voz do público chega a ser mais alta do que o volume do microfone e do som que vinha dos PAs. Durante a contagem até 3, Scott empunhou o refrão da “My Sacrifice”, encerrando a impressionante apresentação da maneira que começou, com todos já sentindo a saudade e torcendo por uma nova vinda no futuro.

Os problemas que o Scott teve no passado já foram superados. E quem esteve presente nessa apresentação, comprovou que o vocalista está em plena forma e pronto pra todas, seja no Creed, carreira solo ou no Art Of Anarchy, que é sua mais nova empreitada e já com disco pronto, a ser lançado em março do ano seguinte.




Texto: Gabriel Arruda

Fotos: Micheli Alves

Realização: GW Entertainment e Hoffman & O’ Brian



Set-List

Bullets

Are You Ready

My Own Prison

What If

Torn

Say I

Faceless Man

Overcome

One

Inside Us All

With Arms Wide Open

Higher

Don’t Stop Dancing

What’s This Life For?

One Last Breath

My Sacrifice

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