Então no dia 28/11 Porto Alegre
recebia o primeiro show da tour brasileira “The End” dos pais do Heavy Metal, o
Black Sabbath. A expectativa era grande, mesmo tendo se passado apenas três anos de sua última vinda a capital gaúcha, até porque aquela seria a última
chance de ver os mestres.
O local escolhido para o show,
foi novamente a contestada FIERGS, mais precisamente o seu estacionamento como
em 2013, mas deixaremos esses detalhes dentre outros pontos mais para o final.
Ao chegar no local boa parte do
público já estava dentro do estacionamento que teve uma entrada tranquila e
organizada, tanto na pista premium como na pista comum, a estrutura montada era
magnifica, assim como a boa localização de banheiros e lanchonetes dentro do
recinto. A parte destinada para pessoas com deficiência não era num ponto ruim,
mas ficou de certa forma meio deslocada, sendo à direita do palco, não tendo
uma ótima visibilidade como em 2013.
Uma grande expectativa que
carregava comigo era sobre o show de abertura dos gaúchos do Krisiun, pois era
a maior e melhor banda de Death Metal da atualidade fazendo história novamente,
e passando um pouco das 19h30min os monstros Alex, Moyses e Max adentram o
palco para uma verdadeira aula de Metal Extremo, com um som muito bem
equalizado e sem falhas o Krisiun literalmente quebrou tudo, tendo o belo
entardecer de Porto Alegre ao fundo.
Por se tratar de uma banda de
Death Metal e tendo ali cerca de 30 mil pessoas, a grande maioria não os
conhecia, mas muitos ficaram impressionados com o som veloz e pesado dos
gaúchos e outros nem tanto, o que se pode notar uma certa divisão de opiniões,
mas mesmo assim o Krisiun agitou a galera e cumpriu com sombras está abertura
histórica em sua terra natal.
Se em 2013 o Megadeth foi a banda
que acompanhou o Black Sabbath em sua tour, desta vez os escolhidos foram os
americanos do Rival Sons, que confesso, a banda não me agrada, mas vinha
carregada de bastante expectativa por boa parte do público.
E isso se provou assim que
entraram em cena, com seu som bem calcado na escola Led Zeppelin, mas mostrando
competência e energia, fazendo a felicidade de quem estava ali para vê-los
também.
Eis então o grande momento, após
a rápida desmontagem do belo palco do Rival Sons tudo estava preparado para
receber as lendas Iommi, Butler e Ozzy e por volta das 23h a intro ecoava nos
PA’s da FIERGS e uma bela introdução computadorizada surge nos telões (e dessa
vez os telões laterais funcionaram, o que foi muito bom, já que em 2013 os
mesmos não foram ligados), e em seguida e de forma bem despojada a banda surge
para delírio dos presentes e logo de cara abrem o espetáculo com a antológica
“Black Sabbath”, fazendo a alegria de todos.
A produção de palco era
fantástica, assim como a bela bateria de Tommy Clufetos, que encarnou o espirito
de Bill Ward nesses últimos anos que vem tocando com o Black Sabbath, tocando
as composições de forma fiel, e sentando o braço sem dó em seu kit monstruoso.
Tanto o som como a iluminação beiraram a
perfeição e as imagens que se intercalavam nos telões eram muito bem sacadas,
assim como a imagem em alta definição do show que facilitava a visão para os
que estavam mais atrás.
A sequência com “Fair Wear Boots”
e a inesperada “After Forever” foi de derramar lagrimas, assim como o ótimo
entrosamento da banda, claro que Ozzy está cada vez mais debilitado e com sua
voz bem enfraquecida, mas mesmo assim deu conta do recado e mesmo com um
deslize aqui e ali mandou muito bem, sem contar que o Madman é um verdadeiro
show-man tendo a plateia na mão a todo instante.
E clássicos foi o que não
faltaram, como “Into the Void”, “Snowblind” ou ”War Pigs”, porém nas não tão
clássicas assim para o grande público como as fantásticas “Behind the Wall of
Sleep” e “Dirty Woman” era notável uma certa amornada nos ânimos onde só os que
realmente “conheciam” cantavam e se emocionavam, pois, verdade seja dita,
impossível não se emocionar com Tony Iommi fazendo o solo de “Dirty Woman”,
épico no mínimo!
E falando no mestre dos riffs,
dispensa qualquer comentário, sorridente do começo ao fim e despejando seus
riffs monstruosos e seu solos marcantes, com um peso absurdo, mostrando todo o
poder de sua superação mesmo enfrentando sua luta pessoal contra o Câncer, um
verdadeiro Iron Man.
Em termos individuais é
impossível não se impressionar com Geezer Butler, seu baixo estala como trovão
e suas linhas deslizam ao meio da técnica apurada e do puro feeling, tocando
como um garoto.
Para quem acompanhava os shows
antes da tour no Brasil já sabíamos que o setlist da mesma era mais enxuto, mas
quem se importa, em um show onde temos “N.I.B.” e logo em seguida “Rat Salad”
onde imagens do Black Sabbath nos 70 surgiram, o que foi muito bacana, assim como
o solo de bateria de Clufetos, que achei um pouco demasiado, mas que na verdade
era um tempinho a mais para os velhinhos descansarem e voltarem para encerrar a
noite, que ainda teve “Iron Man”, “Children of the Grave” (com Ozzy se perdendo
no tempo no início, mas voltando e concertando) e “Paranoid”.
Vale ressaltar o momento em que
Ozzy fez a apresentação da banda, e ao falar o nome de Iommi a comoção tomou
conta de Porto Alegre, em uma saudação calorosa e ensurdecedora, simplesmente
de arrepiar, assim como o final do show onde mais uma animação computadorizada
invadiu os telões criando a imagem do “The End” enquanto a banda estava
abraçada e se despedindo do público, que fez um grande show e que encerra um
ciclo sem tamanhos para o som pesado, em um legado irreparável.
Questões adicionais:
Como mencionado anteriormente
sobre a escolha da FIERGS para o show, não podemos deixar de falar sobre pontos
já citados anteriormente em 2013, desde a má localização da mesma, que
dificultou o acesso de todos, e também a saída tumultuada ao final do show, que
infelizmente se torna uma péssima escolha para shows desse porte.
Outro ponto que chamou a atenção
negativamente foi o preço abusivo das águas, cervejas e lanches, sendo de fato
um desrespeito muito grande, pois se tratando de um show dessa magnitude muitos
estavam na fila a dias, e você ter que pagar 10 reais em uma mísera garrafa de
água é muita falta de respeito com o consumidor, que está ali já pagando um
preço exorbitante no ingresso.
E fechando e explicando aos
nossos leitores, infelizmente os veículos de imprensa não tiveram a aprovação
da produtora para fotógrafos, sendo que fomos orientados pela mesma a não levar
nenhum tipo de máquina fotográfica, pois estava proibido tirar fotos ou fazer filmagens.
Mas o que pergunto é: como
proibir algo desse tipo no mundo atual em que vivemos onde um simples celular
já é melhor que muita máquina fotográfica? Ok, respeitei tal decisão, mas vi
muitas pessoas lá dentro tirando fotos com maquinas semiprofissionais, mas se
era proibido acredito que isso não poderia acontecer né?
Devido a isso, infelizmente nossa
resenha não terá imagens, mas no mais agradecemos a parceria e o
credenciamento.
Cobertura por: Renato Sanson
Setlist:
Black Sabbath
Fairies Wear Boots
After Forever
Into the Void
Snowblind
War Pigs
Behind the Wall of Sleep
N.I.B.
Rat Salad (e solo de bateria)
Iron Man
Dirty Women
Children of the Grave
Bis:
Paranoid
Um comentário:
Parei de ler no "a estrutura montada era magnifica, assim como a boa localização de banheiros e lanchonetes dentro do recinto". Pior local para shows de Porto Alegre, acesso e saídas horríveis, palco muito baixo, som bosta... Um local assim não será magnífico nunca!
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