O VODU ocupa um lugar de destaque na galeria da história do Heavy Metal brasileiro, fundada em 1985, foi um dos pioneiros do estilo, dividindo o espaço com outras bandas históricas surgidas no início dos anos 80, principalmente no circuíto paulista. (English Version)
O Vodu também foi uma das primeiras bandas brasileiras de Heavy Metal a lançarem um full-lenght, "The Final Conflict" (1986), alcançando excelente repercussão, lhes rendendo uma tour que passou inclusive pela Argentina.
Depois da estreia, a banda lançou mais um EP e dois full-lenghts, mas as alterações de line-up, mudanças do cenário musical e outras dificuldades acabaram acarretando em um longo hiato iniciado após o lançamento do álbum "Endless Trip" (1993), e que durou até 2015, quando o Vodu saiu do período de hibernação e iniciou um retorno com muita energia e fôlego.
Com o retorno do Vodu, quem ganha é o cenário Heavy Metal, e agora a banda está prestes a lançar seu novo full-lenght, "Walking With Fire". Precedido pela demo "Voodoo Doll" (2018), o novo álbum promete ser o melhor da banda até agora, é o que eles apostam!
Conversamos com Sérgio Facci, fundador e único membro presente em todas as formações da banda, e com o vocalista André Gois, para saber um pouco mais sobre o retorno do Vodu, sobre o novo álbum e trazer um pouco da história desta grande banda. Quem curte o clássico Heavy Metal, não pode perder esse álbum!
Conversamos com Sérgio Facci, fundador e único membro presente em todas as formações da banda, e com o vocalista André Gois, para saber um pouco mais sobre o retorno do Vodu, sobre o novo álbum e trazer um pouco da história desta grande banda. Quem curte o clássico Heavy Metal, não pode perder esse álbum!
RtM: A banda teve um longo hiato, apesar de os
integrantes sempre continuarem com projetos ligados à música, e sempre era um
nome lembrado quando se falava em bandas pioneiras. Fale um pouco de como
acendeu essa chama, que resultou na vontade de retornar com a banda.
Sérgio Facci: Fomos convidados separadamente para um evento
que a Banda VIPER faz anualmente, isso em 2015. Quando percebemos, estávamos
André Pomba, André Gois, J.Luis "Xinho"Gemiganani e eu no camarim,
prontos para tocarmos uma musica do Viper ! Então surgiu a idéia de retormarmos
nosso caminho, desde que fosse com o objetivo de fazer novo material!! E
partimos para essa missão.... e dentro de alguns dias vocês ouvirão nosso novo
trabalho: o CD "Walking With Fire"!!
RtM: E para chegar a essa formação atual? Com
integrantes da fase inicial, inclusive o Andre nos vocais, senti que vocês
buscaram um line-up que tivesse uma química e também orgulho da história e de
escrever novos capítulos.
Sérgio Facci: Foi meio que uma coincidência, pois o Jeff
(guitarrista da segunda fase do VODU), também voltou com a gente, mas por
motivos profissionais, não conseguiu dar continuidade, e então o Paulo
Lanfranchi (também guitarrista da segunda fase), que estava tocando comigo no V
PROJECT, retornou a banda e formamos nosso line-up!!
"Fomos umas das bandas pioneiras, tocamos em quase todo o Brasil em uma época difícil de acontecer." |
Sérgio Facci: A Banda surgiu da primeira banda que formei no
Colégio. A Banda chama-se Resomnância e foi na época do show do KISS no Morumbi
(1983)!! Marcelo Boccato que tocava guitarra e eu, queríamos ir ao show,
compramos os ingressos, mas não tinhamos com quem ir...e um amigo de um amigo
nos ofereceu carona ... esse amigo era o André Cagni, hoje Pomba!! E contou
que tocava baixo ... chamamos para entrar na banda!
Com ele, incorporamos um
segundo guitarrista, o Bruno Bomtempi Jr. Boccato acabou saindo, encontramos um
vocal chamado Jeferson, e então mudamos o nome da banda para VODU ! André Gois
"Andrews"na época, assumiu os vocais e iniciamos a caminhada com
shows em colégios, e festivais, até que pintou a oportunidade de gravarmos nosso
primeiro LP.
RtM: A tour do álbum também rendeu muitos shows não
é? Inclusive fora do país. Conte-nos um pouco sobre isso, e também como eram as
condições naquela época, tipo, transportes, hospedagem, o som nos locais.
Sérgio Facci:: Simmm!! O Pomba já ajudava bastante na Rock
Brigade (Revista e nossa Gravadora) e tinha muitos contatos, o que acabava
gerando muitos shows ... e entre eles, conhecemos o Pocho Almeida que tinha um
fanzine ou algo assim na Argentina, e nos convidou para irmos para lá fazer 3
shows! Todos os shows do VODU, eram no esquema "mambembe" mesmo!!
Íamos para a rodoviária, ônibus de linha mesmo e íamos embora... muitos kms
percorridos ... hospedagens normalmente era na casa do produtor ou de algum
amigo do mesmo, raramente tinha hotel e mais raramente o hotel era bom!!
Hehehe!! Quanto ao equipamento, tudo era sofrido, pois não existia coisa muito
boa aqui no Brasil, então nós levávamos o que dava e encarava o restante no
local.... muitas vezes doía ... mas fazia parte!!
RtM: Porque a banda, depois de um começo promissor,
teve a mudança na formação? Principalmente a saída do André, pois a troca de vocal
geralmente é algo que é mais sentido.
Sérgio Facci: Ah... isso era ideologia na época, falta de
experiência, imaturidade, falta de retorno financeiro, ... enfim um somatório
de fatores.
RtM: Vocês iniciaram o movimento no Brasil, ao lado
de Viper, por exemplo, que cantava em inglês, ao contrário de uma tendência na
época, que era fazer as músicas em português, como o Stress, Centúrias, Harppia
e outros. Vocês já miravam e sonhavam em um mercado fora? Ou porque realmente é
a língua mais usada no Rock e Metal.
Sérgio Facci: Começamos cantando em português, inclusive será
lançado pela Classic Metal um box com os LPs Seeds of Destruction e No Way, com
alguns bônus em vide o (inclusive duas em português - nosso início !)
RtM: Você
Mensura a importância do Vodu dentro da história do Metal brasileiro?
Sérgio Facci: Ahh.. Fomos umas das bandas pioneiras, tocamos
em quase todo o Brasil em uma época difícil de acontecer, fomos para o
Nordeste, sul, Argentina, enfim, divulgamos muito o heavy metal no inicio da
cena aqui no Brasil!
RtM: O que motivou a banda a encerrar as atividades
depois do “Endless Trip” (93)? Nos 90 muitas bandas aqui do Brasil e fora
sentiram aquela mudança na indústria da música, isso também pode ter afetado na
decisão?
Sérgio Facci: Sim. Estávamos cansados na verdade, e isso
acabou "motivando" o encerramento das atividades, ou suspendendo hahaha!!
RtM: Durante esses anos em que a banda esteve
parada, tivemos muitas mudanças no cenário e indústria musical, e claro, no
cenário Metal, como a explosão da internet, mp3, plataformas digitais e até
estamos vendo agora nos últimos anos uma retomada no crescimento das mídias
físicas. Gostaria que você comentasse
sobre as principais diferenças daquela época em que vocês iniciaram e a atual,
o que melhorou e o que piorou na sua opinião?
Sérgio Facci: Então, mudou tudo literalmente!! Divulgação,
compartilhamento das musicas, enfim, tudo ficou muito mais fácil! Antigamente
você mandava fita cassete via correio, demorava um mês ou mais até chegar ao
destino, e isso agora, não existe mais. Divulgação a mesma coisa, tudo via
correio, hoje você solta a nota aqui e em 2 minutos já está no mundo todo!
"Com certeza será o grande trabalho do VODU!! Muito esforço e dedicação estão neste trabalho." |
Sérgio Facci: Sim. Desde 2015 fizemos novas composições, para o
CD foram em torno de 12 músicas e ficaram nove gravadas. As composições são na
maioria do André Gois e do Pomba, o Xinho também tem uma e nosso amigo Valder
Santos nos presenteou com duas músicas
sensacionais! O Val foi baterista do VIPER na época do Theatre of Fate, depois
passou a integrar a TOYSHOP, sendo um dos grandes compositores que conheci até
hoje.
RtM: Além disso, claro, vocês vão regravar algumas músicas dos primeiros discos, com melhores condições, e quem sabe mais próximas da maneira que vocês gostariam que soasse na gravação original.
Sérgio Facci: Sim, são cinco músicas regravadas e repaginadas. Final Conflict e Let Me live do LP Final Conflict e Seeds Of Destruction, Whats the Reason?, e Keep On Fighting do segundo LP Seeds Of Destruction.
RtM: Sobre as regravações de músicas dos primeiros álbuns, além da possibilidade agora de dar uma gravação melhor, vocês mudaram algum arranjo? E que critérios vocês usaram na escolha das regravações.
Sérgio Facci: Sim, mudamos algumas músicas, e escolhemos aquelas que se destacaram mais.
RtM: Não só no caso do Vodu, mas muitas gravações da época não traduziam o que a banda fazia ao vivo, e agora, somando a experiência, equipamentos e estúdios mais capacitados, você acha que talvez esse novo disco possa ser o melhor da banda?
Sérgio Facci: Olha, com certeza será o grande trabalho do VODU!! Muito esforço e dedicação estão neste trabalho !!
RtM: Os planos eram lançar o álbum quando? Agora também esta situação com a pandemia, com certeza atrasou ainda mais os planos para lançamento. Fora isso, quais as principais dificuldades que vocês encontraram atualmente?
Sérgio Facci:: Na verdade esse álbum era para ter saído ano passado (2019), mas alguns contratempos aconteceram e atrasou o lançamento, agora com a pandemia, acabou atrasando um pouco mais, mas em um mês o CD estará com vocês!!
"Walking With Fire" foi escolhida para ser a música título por ser muito forte e representar o espírito e o estilo que temos hoje, um Heavy Metal clássico! |
André Gois: "Say My Name" e "Voodoo
Doll" tem uma temática de terror e fantasia, coisa que nunca exploramos no
passado por sermos mais direcionados a temas políticos e sociais. Agora, depois
de tanto tempo, essa temática de horror e fantasia faz mais sentido para o
estilo de Heavy Metal mais clássico que tocamos e com o nome da banda, coisa
que nunca exploramos também. "Voodoo Doll" fala de um cara que se
envolveu com uma feiticeira vodu e perdeu a alma (hahaha) e "Say My
Name" fala de um ritual, com a entidade dizendo o que é preciso fazer para
que ela se manifeste.
RtM: Walking With Fire, faixa título,
que saiu também como bônus na versão em CD de Final Conflict. Gostaria que
vocês também falassem mais sobre ela, e também o porquê da escolha dela para
faixa título.
André Gois: "Walking With
Fire" foi escolhida para ser a música título do disco por ser muito forte
e representar o espírito e o estilo que temos hoje, um Heavy Metal clássico,
melódico, pesado e rápido com variações de ritmo muitas vezes. Fala de uma
volta por cima, que é melhor deixar para trás aquilo que já não nos pertence ou
que nunca nos pertenceu e seguir em frente, mesmo que a estrada e a tempestade
possam assustar.
RtM: A demo “Voodoo Doll” deu uma ideia muito boa do
que está por vir, pessoalmente gostei muito, gerando muita expectativa. Que
faixas mais você acha que terão uma aceitação melhor e assimilação mais rápida
do público? Tem alguma que tenha algum elemento que você acha que possa causar
alguma surpresa?
Sérgio Facci: Acredito que "I Spit On Your Grave" e "(Un)blessed", que são duas
músicas muito fortes!!
RtM: Gostaria que vocês falassem como vocês estão
sentindo a repercussão e aceitação das novas músicas que já foram apresentadas
ao público, além do desafio de mostrar o som da banda para um novo público,
buscar o espaço no cenário atual.
Sérgio Facci: Só elogios! A galera tem curtido muito os
clips e comentado muito nas redes!!
E com a experiência agregada em todos estes anos, estamos preparados para
lançar um grande álbum!!
RtM: Desta vez miram algo mais fora do Brasil? Quais
expectativas mais vocês têm para o futuro da banda?
Sérgio Facci: Sim, sempre!! Espero poder mostrar que o VODU
cresceu e se modernizou, sem esquecer as raízes do Heavy Metal !!
RtM: E os integrantes que gravaram álbuns seguintes?
Pensaram em alguma participação especial no álbum novo? Talvez em um show de
lançamento com convidados especiais, incluindo alguns ex-integrantes.
Sérgio Facci: Só eu mesmo que participei de outros LPs.
Quanto aos convidados, SIM, teremos imenso prazer em ter ao nosso lado, nossos
amigos e ex integrantes de outras formações!!
RtM: Para fecharmos esta entrevista, o que acha de
comentar um pouquinho de cada disco do Vodu, as principais diferenças entre
eles e o que eles representam na história da banda?
Sérgio Facci: Vamos la´:
"The Final Conflict" – nosso primeiro trabalho, início de tudo, esse LP abriu caminho para muitas bandas e músicos!! Éramos uma banda que tentava fazer um Heavy Metal bem trabalhado e bem tocado!!
"The Final Conflict" – nosso primeiro trabalho, início de tudo, esse LP abriu caminho para muitas bandas e músicos!! Éramos uma banda que tentava fazer um Heavy Metal bem trabalhado e bem tocado!!
"Seeds Of Destruction" – Foi a fase mais
"Thrash" da banda. Músicas rápidas sem perder a característica de ter
um bom trabalho musical
"No Way" – Na verdade um EP, que foi gravado de
uma lado, ao vivo no CAVERNA II no Rio de Janeiro e de outro lado, algumas
idéias em um estúdio fazenda no interior do Rio de Janeiro também.
"Endless Trip" – Nosso último trabalho gravado.
Tentamos misturar elementos eletrônicos ao nosso som.
RtM: Obrigado pela entrevista, ficamos no aguardo
das novidades sobre o álbum! Fica o espaço para a sua mensagem final e também
para informar aos headbangers onde poderão adquirir o novo material, plataformas digitais
Sérgio Facci: Gostaria muito de agradecer o espaço aberto
para nós, e dizer que você faz um trabalho de divulgação das bandas sensacional!!
Agradecemos aos nossos amigos e fãs por todas a
força e incentivo que vocês nos dão .. Valeu!
E bangers, sigam nossas redes sociais!! Em
nosso site – www.voduband.com,
tem links diretos para todas nossas redes, e por la vocês saberão do lançamento
do novo CD !! Facebook/Instagram/ Youtube entre outras estão por lá! E nos
próximos dias lançaremos a pré-venda do nosso CD, com alguns bônus extras ...
aguardem!
Valeu Bangers – Quando as agulhas do metal lhe
tocarem, você estará eternamente possuído!!
Vodu:
André Gois: Vocals
Sérgion Facci: Drums
André "Pomba" Cagni: Bass
J.Luis "Xinho"Gemiganani: Guitars
Paulo Lanfranchi: Guitars
Official Site
Youtube
Nenhum comentário:
Postar um comentário