O novo trabalho do Captain Black
Beard tem sua line-up mais uma vez modificada apenas com Christian Ek (guitarra)
e Robert Majd (baixo) de remanescentes. A proposta continua a de celebrar o pop
rock americano dos anos 80.
Em comparação ao último registro,
a produção harmonizou melhor os arranjos, principalmente a guitarra que ficou
menos abafada e pesada. Pra esse tipo de som acabava esmagando os demais
instrumentos.
Outra coisa notável é a volta do
vocal masculino, agora na responsabilidade de Martin Holsner, o qual lembra
diversas vezes a voz de Paul Stanley.
As 10 canções compartilham
baterias redondinhas repletas de reverb, brass de sintetizador e riffs no dever
de pavimentar o canto de Holsner naquele clima anos 80 do KISS.
Eu poderia destacar abaixo as
seguintes canções:
Headlights: Uma estranha cruza de
KISS na era do "Lick It Up" enquanto os sintetizadores remetem o
single "Gloria" de Laura Branigan. O solo apesar de curtinho reflete
a essência oitentista usando bends expressivos e tappings.
Lights And Shadows: Apresenta
melodia inspirada ao lado de múltiplas vozes no auge da música. Guitarras
ganham um papel extra, elas roubam cena nos breves momentos.
Disco Volante: O cantor encarna
de vez Paul Stanley. Teclados estridentes se fundem aos pratos com direito a
pequenos arpejos. Na reta final a guitarra soa melódica e se sincroniza com
outra.
Tonight: É uma balada potente,
cria uma montanha russa sentimental de momentos tristes e revigorantes. A voz e
rápidos momentos da guitarra tornam a canção poderosa. Infelizmente abusam além
da conta dos sintetizadores e se prendem demais ao clichê. Apesar da qualidade,
pode soar um pouco datada para a maioria, parecendo trilha de algum filme da
Sessão da Tarde.
Time To Deliver: Uma das melhores
canções. A voz se destaca entre as outras do trabalho. O riff pesadão cavalgado
é entrecortado pela bateria pura que divide espaço com a voz. Os fraseados
finais na guitarra infelizmente terminam sufocados.
Midnight Cruiser: Inicia com um
baixo rugindo. Sintetizadores se fundem melhor com a guitarra para produzirem
um caminho empolgante até o núcleo da música. Vale mencionar a passagem do
teclado tocando uma ideia barroca antes da guitarra solar. Casaria muito bem
com algum racha de carros à noite. O ponto alto do disco.
Chegando a um veredito, "Sonic
Forces" reverencia totalmente o som de uma época, às vezes se aproximando de uma
caricatura involuntária. O álbum também não tenta construir um papel para cada
faixa. Todas soam previsíveis pela semelhança.
Na parte técnica, você nota os
sintetizadores brigando com prato pelas faixas de frequência. Se por um lado, a
guitarra no último registro soava incompatível e agora mais assertiva, por outro ela termina sufocada no excesso de
reverb e ganha um papel mínimo. Até em discos do Poison e Dokken elas eram
imprescindíveis para a extravagância do seu som.
Numa visão geral, eu recomendaria
para quem deseja revisitar uma era ou saudosistas do Hard Rock sintetizado.
Texto: Alex Mattos (Canal Rock Idol)
Edição: Carlos Garcia
Banda: Captain Black BeardÁlbum: "Sonic Forces" 2020
Estilo: Hard Rock, AOR, Pop Rock
País: Suécia
Selo: AOR Heaven/Metal Heaven
Canais Oficiais da banda:
Site Oficial
Youtube
Nenhum comentário:
Postar um comentário