Entrevista por: Renato Sanson
Entrevista – Banda: Segregatorum de Bento Gonçalves/RS
2020 marcou o lançamento do Debut
“Lemarchand's Dominus” trazendo o Death/Doom como proposta principal. Como se
deu o processo de composição do mesmo?
A Segregatorum sempre foi focada
em música autoral, então eventualmente íamos ter material gravado. Mesmo antes
do lançamento virtual do primeiro EP, já estávamos trabalhando em outras
faixas, que futuramente apareceriam no debut, mas o fizemos sem pressão para
lançar. Um de nós chegava no ensaio com uma ideia nova, e a partir disso,
trabalhávamos as outras linhas, num processo bem democrático, até atingir o som
“ideal”.
Em relação as críticas, a
receptividade do disco perante público e imprensa tem correspondido o esperado?
A receptividade tem sido bem
acima do esperado, na verdade. Até ficamos surpresos positivamente com as
críticas, pois trata-se da primeira experiência em estúdio da maioria dos
membros, e não sabíamos bem o que esperar.
Em breve vocês estarão lançando
um novo material, o EP “Live In Desolation”. Com músicas gravadas para a terceira
edição do “Quarentena Rock Online Fest”. Como surgiu esta ideia?
Desde abril estávamos pensando o
que fazer durante a quarentena, já que ensaios não eram possíveis aqui na
cidade. De repente, surgiu a oportunidade de participar do cast do QROF, e não
tendo equipamentos para gravar de casa, tivemos a ideia de gravar um ensaio, contendo
a setlist tocada no festival (3 faixas). Então o Matheus Carrer, do Cosmic
Music Studio, aqui de Bento Gonçalves mesmo, nos deu todo o suporte necessário
para fazer isso acontecer, e quem não pôde conferir no festival, vai poder dar
uma ouvida em todas as plataformas, em setembro.
Conte-nos um pouco mais sobre os
temas abordados pelo Segregatorum em suas letras, que são em sua maioria
baseados nos filmes de terror da série Hellraiser, certo?
Precisamente. As letras retratam
cenas do filme e buscamos remeter a atmosfera do mesmo, mas visamos ir além da
parte gore e repugnante do filme (haverá
músicas com muito gore/trash nas letras, afinal também tocamos Death Metal,
certo?). Há também, detalhes emocionais e sobre a índole de cada personagem
retratado, o que resulta em uma aproximação no ouvinte, que poderá se
identificar com características dos personagens da trama. O tema central das
letras é a busca pela caixa de Lemarchand, que é capaz de entregar prazeres
além da compreensão humana, para quem portá-la. Tão importante que virou nome e
capa de álbum, hehehe. A busca
incessante que Frank, um dos personagens, faz por este objeto maligno, é cerne
de toda nossa jornada, que será desenvolvido nos próximos trabalhos.
Sobre suas influências, o que
elas impactam diretamente no som da banda?
As influências foram/são
essenciais, não só para atingirmos o som que pode ser ouvido no Lemarchand’s
Dominus, mas também parte da identidade sonora como banda. Cada membro vem de
um subgênero distinto do metal. Lucas (Carbonera), baixista, tenho inspirações
que partem do prog metal (vide Opeth antigo, Mastodon) até o tech death
(Obscura, Archspire, The Faceless), enquanto que Carlos, baterista (Chris
Adler, Aquiles Priester, Eloy Casagrande), e Cabelo, guitarrista, mais thrash e
groove (Megadeth, Lazarus AD, Sepultura). Quanto ao vocal, Lucas (Lazzarotto)
tem influências que variam desde Sentenced, Hipocrisy, até Moonspell e Paradise
Lost. Essas diferenças ficam evidentes, pois há faixas mais melódicas, lentas,
e outras mais groove, rápidas, com o vocal variando entre o gutural e o
rasgado, ajustando-se à situação retratada na letra. Com a entrada de Cristian,
no final de 2019, assumindo a guitarra solo, agrupamos outras influências, tanto
instrumentais, quanto vocais, que serão retratadas no segundo álbum de estúdio.
Atualmente o mundo passa por um
colapso pandêmico. Onde bandas e músicos foram atingidos sem dó e nem piedade.
Na visão de vocês, como o cenário musical pode se recuperar desta situação?
Por um lado, vemos como uma
oportunidade das bandas se reinventarem, refazer planos para o curto e médio
prazo, aproximar-se mais de seu público (usando as mídias sociais), e
aproveitar o período para produção de material. Por outro lado, não haverá um
grande investimento de gravadoras em bandas novas, já que fomos afetados como
um todo, no âmbito financeiro. Acreditamos que essa recuperação pode ser feita,
mais do que nunca, baseada na união da classe musical, seja ela em questão de
shows (locais, nacionais, internacionais) ou outras atividades presenciais. A
cena é muito mais forte que isso.
Um Single inédito está nascendo
da banda a composição “Silver Ov Light”, teremos o lançamento desta faixa
inédita ainda este ano?
Claro! Já criamos um evento
virtual, em parceria com a Wargods Press, para marcar a data do lançamento do
EP, dia 18/09. E já adiantar que um segundo álbum de estúdio já está em fase de
produção. Muito obrigado pelo espaço, Renato!
Link para o evento no FB:
Redes sociais da Segregatorum:
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