Entrevista por: Renato Sanson
Músico entrevistado: Patrick Marçal (one-man-band) – Projeto: Noldor de
São Paulo/SP
São cinco álbuns de estúdio e uma proposta sonora voltada ao Death
Metal Melódico. Conte-nos sobre a trajetória da Noldor até o presente momento.
A Noldor desde o começo eu
imaginei dentro do gênero death metal melódico, até por questões de
influencias, é um gênero bem flexível, você pode adicionar riffs e grooves
pesados sem deixar de lado os refrões com melodias mais “grudentas”.
Essa ideia partiu quando eu
estava no colégio ainda, em 2014, não encontrava ninguém para montar uma banda,
e então decidi fazer tudo sozinho mesmo, eu sempre tive contato com softwares
de produção musical, então não foi algo tão complicado no inicio.
O primeiro álbum teve um feedback
legal e então decidi continuar a compor, mesmo tendo algumas dificuldades com
mixagem e masterização que parecia um bicho de 7 cabeças para mim na época, eu
fui seguindo essa trajetória até a sonoridade que a Noldor se encontra hoje,
não só na produção, mas em composição também, busquei sempre manter uma
característica para não perder a originalidade da proposta inicial.
A Noldor é uma one-man-band. Quais as facilidades e dificuldades de
manter o projeto sendo capitaneado por apenas um músico?
Acaba sendo mais fácil registrar
as ideias quando você não depende unicamente de um estúdio, o grande problema são
os equipamentos, a evolução da qualidade de gravação de cada álbum depende
muito do equipamento que você tem naquele momento, muitas vezes isso compromete
o resultado final e atrasa o lançamento das musicas.
“Banned from Light” é o mais recente trabalho da Noldor, trazendo
grandes composições e estruturas cheias de feeling. Como se deu o processo
criativo do mesmo?
Grande parte das musicas saíram
de forma espontânea, eu sempre costumo tocar e gravar as ideias, eu deixo a
estrutura principal pronta e vou adicionando o que falta até levar as musicas
para o software de mixagem para o resultado final, compor é um processo
prazeroso e de momentos, eu sempre aproveito para criar algo quando sinto vontade
e então guardo as musicas para um uso futuro.
Como está sendo a repercussão do álbum em si?
Está sendo uma surpresa, eu não
esperava um feedback tão incrível sobre este trabalho, isso me motiva a
continuar e evoluir como musico, o apoio do público é muito importante e
influencia bastante no trabalho do artista, só queria agradecer a todos que
estão apoiando, divulgando e ajudando esse projeto de alguma forma, vocês são
demais!
Em termos líricos a Noldor aborda em suas letras transtornos psíquicos e
a complexidade mental dentro de nós. Comente mais a respeito.
Eu sempre tento trazer letras com
duplo sentido, tanto oculto, quanto interno, você pode interpretar de forma
apocalíptica, mas também como uma guerra interna, todos nós lutamos contra nossos
demônios todos os dias, e quem tem distúrbios psíquicos passa por isso em
dobro, o que eu imagino em minhas letras quando eu escrevo, são as 2 faces da
destruição humana, os dois lados da moeda, o seu fim pode ser por causas
externas, mas também por si próprio. Acredito que nenhum horror consegue ser
tão brutal quanto os criados por nós mesmos, para muitas pessoas a mente é o
próprio pesadelo.
Estamos atualmente assolados pela pandemia, o que isso implicou nos
projetos musicais?
A pandemia atingiu os músicos de
forma inesperada, eu tinha feito uma reserva para melhorar o home-studio,
infelizmente tive que pausar e usar a reserva para outros fins.
Na questão de shows e eventos, eu
tinha algumas apresentações com a Hardgainer e uma possível continuação no
processo de gravação da Neshamot, ambos foram adiados e estão parados, sem
shows, sem ensaios... É complicado, mas espero que fique tudo bem no final, a
arte não pode parar.
Existe a possibilidade da Noldor se tornar uma banda completa para
shows em um futuro próximo?
Sim, com certeza, estou
amadurecendo essa ideia e fazendo mais amizades no meio musical dentro do
estilo, provavelmente isso ocorra em breve.
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