Por: Renato Sanson
Fotos: Uillian Vargas
Vídeos: Deise Menezes
Muito se falou sobre a nova turnê de Paul Di’anno pelo Brasil. Já que o músico (mais conhecido pelos seus trabalhos no Iron Maiden) não apresenta uma situação de saúde adequada devido ao problema crônico em seus joelhos. Porém, Paul foi destemido, topou o desafio e trouxe a maior turnê que um artista internacional já fez em nossas terras.
Porto Alegre recebeu o 19° show restando 12 ainda dá tour de 31 datas. Mas como Paul estaria? Completaria o show todo?
Cantaria ou jogaria para a galera como aconteceu em alguns shows? Logo falo
sobre isso, agora vamos a outros detalhes bem importantes e necessários
comentar.
O local escolhido para o show foi
de grande acerto, pois o Teatro do CIEE apresenta ótima estrutura e
acessibilidade para pessoas portadoras de deficiência, o que deve ser sempre
ressaltado.
Acompanhando a turnê do The
Beast, tivemos a abertura das bandas Electric Gypsy e Noturnall. Ambas deram
conta do recado e agitaram bastante os presentes.
A Electric Gypsy traz aquele Hard
Rock malicioso e extremamente bem executado, agitando a plateia e deixando uma
ótima impressão. Muito legal ao final, o vocalista Guzz Collins ressalta a importância
da compra do merchandising, pois ajuda os artistas a continuarem seu trabalho.
Tendo disponível camisetas, CD’s, copos e por aí vai. Em um mundo tão
digitalizado é sempre bom ver os artistas que ainda presam pelo material físico.
Passado um pouco das 21h era hora do Noturnall entrar em cena com seu Heavy Metal moderno, repleto de peso e agressividade. A banda em si, é um espetáculo de técnica e desenvoltura. O vocalista Thiago Bianchi interagiu o tempo todo com a plateia, sendo bem carismático e instigando os presentes a se levantarem, pois estava se sentindo em um cinema, tirando risos da galera .
Não se dando por vencido ele
fala: “agora vocês vão se levantar!” E Leo Mancini inicia “Thunderstruck” do AC/DC
aí é golpe baixo e geral se levantou! (menos eu porque eu não ando *risos).
Destaco ainda o guitarrista Leo
Mancini que parece brincar com a guitarra e mostra uma qualidade e domínio
absurdo! “Scream! For!! Me!!!” foi outro ponto alto, pois Thiago ressaltou a importância
da participação da lenda Mike Portnoy na mesma e da aposta que fizeram, de
filmar em todos os shows da turnê esta música e a cidade que mais cantar alto o
refrão, será divulgada pelo próprio Portnoy em seu canal. Um momento muito
legal e de bastante empenho de todos, fazendo o Teatro estremecer.
Com um exagero ou outro, Bianchi chegou a dar um mosh na galera e saiu pelo Teatro ao meio dos fãs na incrível versão de “O Tempo Não Para”. Ao final, a banda também ressaltou a importância da compra do merchan e incentivo que dariam aos artistas neste quesito.
As bandas tiveram um ótimo
suporte de som e iluminação, o que deixou as apresentações em alto nível.
Não demora muito as cortinas baixam e surgem ao palco o escritor Stejpan Juras e Thiago Bianchi. Juras fala sobre a turnê e das dificuldades que Paul enfrentou até aqui, ressaltou a importância destes shows não só financeiramente para o mesmo, mas sim para sua vida, sua autoestima.
Com todas as dificuldades possíveis, Paul estava ali e daria um
grande espetáculo. Também falaram sobre a importância da compra de
merchandising que ajudaria Paul em seu tratamento e em suas questões de vida.
Os merchans disponíveis tinham para todos os gostos e valores, desde: livros,
CD’s, copos, palhetas, camisetas, bonés, posters... Com um preço bem acessível.
Passados das 22h o Teatro estava já em sua capacidade máxima (um pouco mais de 400 pessoas) eis que ecoa nos PA’s “The Ides Of March” e a emoção já tomou conta dos fãs! Vamos concordar é impossível não se arrepiar com essa Intro.
A banda de apoio que é uma mescla
de Noturnall – Leo Mancini (guitarra), Saulo Xakol (baixo), Henrique Pucci
(bateria) – e Electric Gypsy – Nolas (guitarra) – sobem ao palco já acompanhado
de Paul Di’anno em sua cadeira de rodas. Mas e as perguntas lá no início da
matéria seriam respondidas? Sim! Com sobras, por sinal!
O início com “Wrathchild” emocionou a todos e Paul não economizou, cantou a plenos pulmões e largando para a galera apenas o refrão que foi cantado em uníssono! Era visível a sua dificuldade, ainda mais na cadeira de rodas onde conforme se mexia demonstrava muitas caretas de dor.
Porém, isso não foi um empecilho para pará-lo e os clássicos
choveram incessantemente: “Sanctuary”, “Drifter”, “Purgatory” (uma música
extremamente difícil de cantar e Paul se manteve ali, não dando margens para dúvida
alguma, ele conseguiria finalizar cada nota!)
Muito carismático e comunicativo, Paul falou da extensa turnê que não tem sido fácil, mas que o Brasil merecia e ele estava ali para dar o seu melhor dentro do seu possível. Falou sobre Porto Alegre e o quanto era importante estar retornando e o quanto gostava da cidade que o sempre recebeu em todas as oportunidades de casa cheia.
Di’anno saiu do palco apenas na
instrumental “Genghis Khan” para fumar segundo ele (risos) e em uma dessas
interações estava tomando água de coco que tinha no palco, mas não estava tão
contente, não era cerveja ou vodka e nem alguma droga “legal” segundo o mesmo,
tirando muitos risos da plateia.
“Murders In The Rue Morgue” foi de ir as lágrimas e todo os esforço do vocalista para entregar o melhor possível naquele momento de euforia e alegria.
A banda de apoio cumpriu seu papel
muito bem, e entregou a energia que Di’anno tanto gosta quando está no palco. “Running
Free” contou com a participação de Guzz Collins em um dueto muito bacana e visivelmente
emocionante para o vocalista da Eletric Gypsy.
Tivemos ainda a seminal “Killers” com algumas dificuldades de Paul, mas não jogando pra galera e indo quase ao seu limite, a bela “Remember Tomorrow” (com destaque para a banda de apoio que a executou lindamente), a grata surpresa de “Charlotte The Harlot” e “Transylvania” dando aquele respiro para Paul seguir a parte final com: “Phantom of The Opera”, “Prowler” e “Iron Maiden”.
Uma celebração em nome do Heavy
Metal, em nome de uma das principais lendas do som pesado mundial. Ainda que
não esteja em sua melhor forma ou situação, Paul Di’anno tem o seu lugar no
Olimpo do Heavy Metal e vive ao seu modo fazendo o que gosta. De todas as
apresentações do The Beast pela capital gaúcha sem medo de errar esse foi o seu
melhor show.
Se essa foi a sua última tour não
sabemos, mas se retornar, lá estaremos mais uma vez!
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