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terça-feira, 29 de julho de 2025

Cobertura de Show: Edu Falaschi – 05/07/2025 – Tokio Marine Hall/SP

Em clima de muita nostalgia, Edu Falaschi trouxe novamente a São Paulo, no último dia 5 de julho, o show da Temple of Shadows In Concert, celebrando 20 anos do aclamado Temple of Shadows, do Angra. Junto com ele, o renomado vocalista norueguês Roy Khan relembrou sua bem-sucedida passagem pelo Kamelot, tocando boa parte do incrível The Black Halo. 

O clima nostálgico estava no ar, pois seriam executados 2 dos grandes álbuns que estavam completando seus 20 anos, ano em que o Heavy Metal Progressivo estava em alta entre os fãs do estilo. Se notava isso pela enorme quantidade de faz usando camisetas do Angra e do Kamelot, antigas bandas dos dois vocalistas principais da noite. 

A abertura dessa noite mágica ficou por conta da banda baiana de metal Auro Control. O primeiro trabalho da banda, The Harp, foi lançado em maio de 2024 e contou com participações de peso, como Aquiles Priester e Jeff Scott Soto. A banda fez uma apresentação curta, com apenas cinco músicas, que foram muito bem executadas, apesar de algumas falhas técnicas, que voltariam a se repetir no show seguinte. 

Mesmo com o público ainda chegando ao Tokio Marine, eles conseguiram esquentar a galera para o que ainda estava por vir. Um show curto, direto ao ponto, que com certeza rendeu novos fãs para a banda.

Logo em seguida, tivemos o show da Noturnall, que já nos primeiros momentos demonstrou muita personalidade e experiência de palco. Infelizmente, a banda enfrentou sérios problemas técnicos, que voltaram a acontecer com mais intensidade. Logo no início, o vocalista Thiago Bianchi teve dificuldades com o microfone, chegando a precisar trocar o equipamento em alguns momentos.

Esses contratempos acabaram impactando diretamente o setlist, que precisou ser reduzido e adaptado com improvisos. Ainda assim, a banda se manteve firme, contando com o carisma e a bagagem de Thiago para manter o público conectado.

Vale também destacar o guitarrista Guilherme Torres, novo integrante da banda, que mesmo sendo jovem demonstrou grande maturidade ao lidar com os problemas que, infelizmente, recaíram sobre ele.

No final, a banda mostrou carisma e bom humor para lidar com a situação, e o público reconheceu o esforço com muitos aplausos e gritos de apoio. Apesar das dificuldades, foi uma apresentação marcante, que deixou a galera ainda mais animada para o que viria nessa noite especial em São Paulo.

Quando os músicos da ORQUESTRA SINFÔNICA JOVEM DE ARTUR NOGUEIRA começaram a se posicionar no palco, já era possível perceber que estávamos prestes a presenciar uma noite muito especial.

Eis que surge Roy Khan, abrindo o show com a poderosa “When the Lights Are Down”. Já nas primeiras estrofes, ficou claro o quanto sua voz continua impactante e como o tempo longe dos palcos parece ter feito bem ao vocalista. Vale lembrar que Edu Falaschi foi o principal responsável por essa nova fase da carreira de Roy - incentivando-o a lançar-se em carreira solo -, e São Paulo foi a cidade escolhida para esse recomeço.

Roy esteve impecável nas sete músicas escolhidas para compor o setlist, todas retiradas do aclamado álbum The Black Halo. O mais impressionante foi ouvi-las ao vivo com acompanhamento orquestral, o que deu um peso e uma grandiosidade ainda maiores ao show. A orquestra, regida pelo maestro Adriano Machado, teve papel fundamental nessa atmosfera épica. Também é preciso destacar a excelente performance da banda brasileira Maestrick, que acompanhou Roy durante todo o espetáculo, executando com maestria - fazendo jus ao nome da banda - cada canção do Kamelot. Mencionamos aqui os vocais de apoio de Juliana Rossi e do vocalista do Maestrick, Fabio Caldeira, que brilharam especialmente em diversos momentos da apresentação. 

Os arranjos orquestrais para “Moonlight”, “Soul Society” e “The Haunting (Somewhere in Time)” foram de tirar o fôlego – com destaque para essa última, que contou com a participação da versátil vocalista Adrienne Cowan, que também se apresentaria mais tarde com Edu Falaschi. Adrienne interpretou com perfeição as partes originalmente cantadas por Simone Simons (Epica).

O show seguiu com os belíssimos duetos de Adrienne e Roy em “Abandoned”, “Memento Mori” e, para fechar com chave de ouro, “March of Mephisto”. Essa última evidenciou por que Adrienne é considerada uma das vocalistas mais versáteis do heavy metal atual, executando com maestria os vocais guturais originalmente gravados por Shagrath, da banda de black metal sinfônico Dimmu Borgir. Nessa música, tivemos ainda a participação especial do guitarrista brasileiro Bill Hudson.

Roy Khan prometeu e cumpriu. Escolheu a dedo o repertório para entregar exatamente aquilo que os fãs desejavam ouvir. O show só reforçou que ele é um artista completo, pronto para desbravar sua carreira solo, assim como Edu fez em 2017 ao revisitar seu legado no Angra. Que Roy não se esqueça de nós, fãs brasileiros, nas próximas turnês que certamente virão.


22h30 em ponto, a Orquestra Sinfônica Jovem de Artur Nogueira, juntamente com seu maestro Adriano Machado, volta ao palco e se posiciona. As luzes se apagam e a introdução "Deus le Volt" anuncia o início do show e do disco Temple of Shadows.

Logo em seguida, com a empolgante "Spread Your Fire", Edu surge no palco e o Tokio Marine Hall vem abaixo. "Glorious" é cantada em uníssono por todos os fãs no refrão, como se estivessem lavando a alma. "Angels and Demons" dá sequência à catarse nostálgica e mostra que Edu está na sua melhor fase vocal – muitas críticas negativas e problemas com a voz no passado cairam por terra.


Em "Waiting Silence", Edu coloca o lugar inteiro para pular. Os excelentes arranjos para orquestra, executados sob a regência de Adriano Machado, caíram perfeitos na balada "Wishing Well".

O primeiro convidado – e um dos mais esperados da noite – sobe ao palco na apoteótica "Temple of Hate": Mr. Kai Hansen, o "inventor do Power Metal", como o próprio Edu o apresentou.


O que incomodou parte do público foi o fato de Kai ter ficado preso a um canto do palco, lendo a letra em quase toda a música. Alguns comentaram que parecia um karaokê. Como sua participação foi curta, muitos acharam que ele poderia, ao menos, ter decorado a letra. Puxões de orelha à parte, a presença de um ícone como ele numa noite tão emblemática foi a cereja do bolo.


A apresentação seguiu com a maravilhosa "Shadow Hunter", em que se notou certa dificuldade do guitarrista Victor Franco nas partes de violão: muitas notas não saíram e os dedilhados soaram atravessados e fora do tempo. Talvez pela falta de experiência com violão, nervosismo (ele está na banda há apenas quatro meses), ou ambos. Ainda assim, Edu brilha, mostrando uma voz poderosa e empolgante aos 53 anos.

"No Pain for the Dead", uma das músicas mais bonitas de toda a carreira de Edu e do Angra, contou com a participação de Adrienne Cowan, que interpretou as partes originalmente gravadas por Sabine Edelsbacher. Foi um dos momentos mais emocionantes da noite. Adrienne colocou sentimento e técnica nas partes solo, mostrando 100% de profissionalismo com toda a letra decorada. Ela permaneceu no palco para cantar as partes de Hansi Kürsch em "Winds of Destination".


Mais uma vez, "Sprouts of Time" teve problemas técnicos nas partes de violão, com notas que insistiam em não sair, mas isso não tirou o brilho dessa música incrível. A sequência continuou com "Morning Star", que teve pequenos desencontros de andamento entre os músicos, prontamente corrigidos pela competência da banda.

O disco se encerra com a emocionante "Late Redemption", em que Edu convida o público a cantar as partes originalmente gravadas por Milton Nascimento. Um lindo coro tomou conta do Tokio Marine, um grande acerto de Edu.

Temple of Shadows finalizado, Edu apresenta sua nova era com “The Ancestry”, do excelente disco solo Vera Cruz. Infelizmente, a música ainda é pouco conhecida entre os presentes, que estavam lá principalmente para celebrar o álbum lançado há 20 anos.

Um dos momentos mais surpreendentes do show foi a execução de "Bleeding Heart", música originalmente composta para o Angra, que foi regravada em português pela banda de forró Calcinha Preta. Edu cantou alguns trechos da versão nordestina em português, que foi entoada em alto e bom som pelo público.

Durante uma pausa no show, Edu agradeceu aos fãs que vieram de várias partes do mundo para assistir à apresentação – Japão, Guatemala, Chile, Estados Unidos, Argentina e Peru –, mostrando que esse foi realmente um show lendário.

Na hora de apresentar Pegasus Fantasy, Edu fez uma pegadinha com o público: “Vamos tocar uma música nova para vocês. Sempre bom tocar música nova ao vivo.” Quando a introdução começou, o público veio abaixo. Para quem não sabe, essa é a música de abertura do anime japonês Cavaleiros do Zodíaco, na qual Edu é a voz da versão brasileira.

Perto do final, não poderiam faltar os clássicos "Rebirth" e "Nova Era", hinos absolutos da fase de Edu no Angra.


A maior surpresa ficou para o encerramento: Edu chamou todos os convidados para tocar um clássico do Heavy Metal mundial: "I Want Out", do Helloween. Subiram ao palco Kai Hansen, Adrienne Cowan, Roy Khan e o próprio Edu nos vocais. Bill Hudson também retornou para dividir as guitarras com Kai, Diogo Mafra e Victor Franco.

Edu Falaschi levou o Tokio Marine Hall de volta à era de ouro do Power Metal no Brasil. Uma noite que ficará para sempre na memória dos fãs. Foi uma verdadeira viagem no tempo até 2005, com certeza.




Edição/Revisão: Gabriel Arruda 


Realização: Live Stage / Agência Artistica 

Press: TRM Press


Edu Falaschi – setlist: 

Spread Your Fire

Angels and Demons

Waiting Silence

Wishing Well

The Temple of Hate (com Kai Hansen)

The Shadow Hunter

No Pain for the Dead (com Adrienne Cowan)

Winds of Destination (com Adrienne Cowan)

Sprouts of Time

Morning Star

Late Redemption

The Ancestry

Bleeding Heart

Pegasus Fantasy

Bis

Rebirth

Nova Era

I Want Out (com Roy Khan, Kai Hansen, Adrienne Cowan, Bill Hudson)

terça-feira, 3 de junho de 2025

Ready To Be Hated: Vencendo Antes Mesmo do Jogo Começar!

Por Eduardo Okubo Junior

Para quem acha que supergrupos de rock e metal é coisa da gringa já pode tratar de mudar seus paradigmas: A Ready To Be Hated está pronta para ser adorada, ao contrário do que o nome da banda sugere.

Formado por Luis Mariutti (Angra, Shaman) no baixo, que dispensa apresentação; Thiago Bianchi (Shaman e Noturnall) nos vocais e na produção, Fernando Quesada, responsável pelas guitarras e violões e Rodrigo Oliveira (Korzus, ex-Oitão) na bateria, a banda mistura de maneira hábil e talentosa elementos musicais do Metal com sons modernos em seu álbum de estreia, uma evolução necessária para o estilo musical, criando por vezes algo realmente inovador.

Em "The One", a primeira música já começa com os dois pés na porta, bem pesada, uma bela amálgama entre Heavy Metal e Power Metal. A cozinha de Luis Mariutti e do baterista Rodrigo Oliveira é contagiante, e seguirá assim até o final do álbum. O refrão cola no ouvido; e um toque oriental (world music!) adicionado quase no fim da música dá um tempero especial.

"Something to Say" inicia com um toque moderno e quase progressivo, onde Luis Mariutti brilha novamente com sua técnica impressionante. Os solos de Fernando Quesada estão presentes na medida certa, são cheios riffs pesados e engrandecem a música.

Em "Forgettable", Rodrigo Oliveira mostra sua precisão e peso na bateria, encontrando um parceiro perfeito em Luis Mariutti. Thiago Bianchi começa a mostrar toda sua versatilidade como vocalista nesta faixa.

"The Old Becomes the New" é uma bela balada, com um solo de guitarra lindo que coroa essa bela composição.

"For the Truth!" é um dos dos destaques do álbum. Começa como uma balada, mas rapidamente estamos ouvindo um power metal moderno, acelerado e pesado. De repente, chegamos numa melodia orquestral e...Bachianas Brasileiras nº5! Lindo!

A faixa-titulo "The Game of Us" trás Thiago Bianchi fazendo gutural - uma performance incrível! Um vocalista que poderia estar facilmente mostrando seu talento em uma banda internacional, mas ainda bem que está mostrando aqui mesmo em nossas casa.

"Searching for Answers" é a minha música preferida. Ela chega a flertar com rock alternativo, com um som bem moderno, cheio de groove e uma pegada contagiante. É curta, direto ao ponto, e apostaria todas as minhas fichas para ser o cartão de visita para o sucesso internacional da banda.

"Us Against Them" de início me lembrou uma fusão de Slayer com blues - talvez loucura minha, mas é uma música com vida própria e com todos os integrantes da banda mostrando seu virtuosismo e talento. Outra das minhas faixas preferidas.

"The Great Gift of Now", a última música do álbum, tem uma introdução folk com um toque místico. Ela cresce até o final, fechando o álbum com chave de ouro.

O Ready to Be Hated é uma nova empreitada para seus integrantes - músicos já consolidados na cena do Metal nacional, que buscam iniciar um novo capítulo da musica pesada brasileira.



quarta-feira, 22 de março de 2023

Entrevista - Leo Mancini: 62 shows em 31 datas!


Leo Mancini é aquele tipo de músico que não para de produzir, estando envolvido em diversos projetos ao mesmo tempo. Essa característica parece vir desde seu início na música, pois aos 9 anos já aprendia violão, inclusive tendo aulas com sua irmã, e depois o próprio ensinando amigos e colegas de escola.

Leo foi desenvolvendo sua técnica, construindo uma bela carreira, como músico, compositor e produtor, tendo trabalhos com bandas como Tempestt, Shaman, Noturnall, Spektra, Wizards e um projeto solo com releituras acústicas de clássicos do Rock e Pop, além de acompanhar artistas como Jeff Scott Soto e no momento desta entrevista estava fazendo o 19° show da tour de Paul D'ianno pelo Brasil, tocando com o Noturnall e na banda de apoio do ex-vocal do Iro Maiden.

Aproveitamos a passagem de Leo pelo RS para falar sobre essa extensa tour de 31 shows por vários estados do Brasil, e claro, sobre os seus demais projetos. Confira!

RtM: Fala Leo! Só tenho a te agradecer por essa oportunidade de te entrevistar. Você é um músico que já está há muito tempo na estrada, tocando com várias bandas. Spectra, Wizards, essa tour com o Noturnall e está também com o Jeff Scott Soto. Como é pra ti lidar com tudo isso em termos de agenda, tuas aulas e carreira solo?

Leo Mancini: Fala irmão, tudo bom cara? É assim, o Wizards eu voltei pra banda na pandemia que a gente estava ali enclausurado, né? Então estávamos fazendo o álbum. Cada um fez na sua casa. Foi uma coisa bem remota mesmo, mas a gente se falava direto e tal. E aí, quando passou tudo, pintou uns convites de shows. Eu já tinha gravado com eles há muito tempo atrás, né? Em 2010. Lançamos o álbum “The Black Night”, mas não chegamos a tocar ao vivo naquela época.

Só agora que comecei a fazer shows com o Wizards, e temos o Abril Pro Rock logo mais, então, por enquanto a agenda não está muito complicada. Estou com o Spektra também. Já estamos gravando e compondo o álbum novo. E já temos algumas coisinhas de shows para fazer agora no começo do ano. A agenda não está muito complicada. 

Eu tenho o meu trabalho autoral, autoral não né, são de releituras dos anos 80 e 90, que são acústicos, que eu faço bastante eventos em São Paulo.

Vira e mexe, pinta eventos assim para empresas ou eventos sociais. Estou bastante movimentado em relação a isso. E é isso aí irmão (risos), tem a agenda com o Jeff também. Às vezes pinta uma turnê, porque tipo, ele tem vários trabalhos pra gente tentar acertar tudo durante o ano, então por enquanto tá rolando.


RtM: E agora essa tour com o Noturnall, com vários shows em pouco tempo. 

LM: O Noturnall, o Thiago me chamou para fazer essa turnê. Como o meu começo de ano estava bem tranquilo, eu aceitei fazer a turnê com eles. Não é uma volta, a gente está conversando, mas no primeiro momento eu estou como uma participação especial na banda. 

Eu já fui do Noturnall, já fiz três álbuns, DVD dos caras e fiquei super feliz de fazer um som de novo com o Thiago, que fazia tempo que a gente não tocava junto com os meninos. 

RtM: Um ponto que eu não poderia deixar de citar foi o que eu conversei contigo pessoalmente, que eu te vi ao vivo pela primeira vez com o Shaman, na segunda formação da banda, onde não tínhamos um público tão grande no evento. Mas tu tocou com uma alma, uma garra absurda. 

Aí depois te vi agora na turnê com Paul Di'Anno, com a casa lotada e tu estava na mesma garra, na mesma fissura, na mesma emoção. Cara, como surge isso em ti? Como é pra ti lidar com isso, sabe? Porque é visível para quem está te olhando, que não importa se tem 20 pessoas ou 5000.

LM: Ah, cara, música pra mim é uma coisa que transcende. O lance do público, que, na verdade não é quantidade de público para mim, é o que o público está passando pra gente. 

Então às vezes você tem poucas pessoas que estão tão felizes de estar lá e que é só olhar na cara e saber que o pessoal tá curtindo. Cara, isso aí já é o máximo! Muito bacana isso. E quando tem muita gente é muito bacana também é muito legal. Mas entre poucas pessoas curtindo muito e muitas pessoas curtindo pouco, eu prefiro a primeira opção (risos).

RtM: Sem demagogia e deixando de lado aqui a minha imparcialidade como jornalista, mas na minha humilde opinião você é um dos melhores guitarristas do mundo! Técnica absurda, criatividade, melodia... Aí eu te pergunto: como é viver da música no Brasil? 

LM: Pra mim foi uma escolha muito cedo. Quando eu era bem molequinho, comecei a estudar guitarra. Eu já tocava violão desde os nove. Minha irmã me dava aula. Aí depois peguei a guitarra e eu amava aquilo. Não tinha internet, não tinha nada. Ficava escutando as músicas, tirando as coisas de ouvido, Ramones, Van Halen... Ficava tentando tirar as manhas em uns trechinhos que eu conseguia. Ali não tinha muita acessibilidade técnica. 

E como eu desenvolvi muito, ficava muito tempo a guitarra na mão eu comecei a ensinar alguns amigos de escolas. Então eu comecei a ensinar com 13 anos! As mães dos meus amigos de colégio me chamavam para dar aula para os próprios filhos. Comecei então a dar aula particular. Com 13, 14 anos eu ganhava um dinheirinho já e comecei a trabalhar com isso. Aí fui crescendo. Quando terminei o terceiro colegial eu já estava com uns 26, 27 alunos. Eu dava muita aula e comecei a trabalhar com isso muito cedo.

Mas também fiz vários cursos, fiz cursos com maestros e comecei a trabalhar. Dei aulas de música já muito cedo em escolas de música. Para mim trabalhar com música foi algo que foi acontecendo, foi vindo. 

Eu ganhava muito bem, eu morava com os meus pais, e eu só tinha que dar aula e ajudar em casa, já tinha dinheiro pra pagar as minhas coisas. Comprei um carro à vista. Depois comecei a tocar na noite e hoje em dia eu faço de tudo. Então eu canto, faço releituras, faço shows meus, eu tenho shows com as bandas de heavy metal, eu sou produtor musical.

RtM: E é possível ainda viver da música? Ou é um tabu muito grande?

LM: Bem, na música praticamente tenho cinco vertentes ali que me possibilitam bastante campo de trabalho. Por exemplo, pandemia dei aulas on line de percepção de violão, de guitarra porque tinha bastante aluno. Não passei perrengue, graças a Deus. Agora tenho muitos amigos que trabalhavam na noite e ficaram com muitos respaldos. O que eu sugiro para o pessoal é ampliar realmente o campo de trabalho na música, que é possível sim.

RtM: Atualmente você está numa turnê mega extensa com o Noturnall e o Paul Di'Anno. Como surgiu esse convite? 

LM: Cara. Sim, o Thiago no final do ano passado me chamou, perguntou se eu não queria fazer essa turnê de 31 shows. E eu com vontade de voltar à ativa no rock, porque eu estava tocando muito, fazendo muitos eventos fora do rock/metal, e estava com a minha mão meio parada para fazer shows, estava com a técnica meio esquecida ali, né? Eu falei poxa, uma oportunidade de eu voltar a tocar guitarra e desenferrujar, estudar. Aí ele me passou que iam tocar algumas coisas novas, né? E aí era a fase com o Mike Orlando. O Orlando é um monstro, muito técnico!

Então para tocar aquilo lá, eu comecei a estudar muito. Fiquei muitas horas estudando durante as férias. Minha esposa é argentina, eu fui para a Argentina e fiquei estudando lá umas quatro horas por dia, todo dia, porque eu tenho tendinite nos dois braços. Tenho tendinite crônica. Para chegar ao nível de tocar ao vivo as músicas antigas da Noturnall também, que não são fáceis e as novas tive que preparar muito minha mão para não travar. 


RtM: E Como foi o combinado para participarem da tour e serem a banda de apoio de Paul? Porque vocês pegaram essa situação meio que em cima da hora e o Paul não estava aqui para ensaiar também, o que dificulta um pouco.

LM: Sobre o Paul, eu já escutava os álbuns e a gente já era muito fã, e acabou sendo mais fácil tirar e fazer as coisas do Paul do que as coisas com o Noturnall. Até aí tudo bem. Aí quando foi chegando próximo da data dos ensaios e tal, a gente começou com uns problemas de ele pegar o avião pra vir pra cá. O Paul acabou perdendo dois voos nesse período. Estávamos preocupados se conseguiríamos ensaiar ou não. 

Foi bem complicado. No começo foi bem tenso mesmo, porque como a gente não tinha ensaiado e realmente ele não chegou em um estado de saúde muito bom tivemos alguns problemas lá no comecinho da turnê e a gente foi resolvendo ao longo dos shows. Nosso primeiro show foi tenso demais, deu muita coisa errada, tanto de parte técnica, como parte médica para ele.

RtM: Imaginamos mesmo que foi tenso, e logo após o primeiro show muitos comentários surgiram, até  temendo a continuidade da tour.

LM: Nossa! foi bem tenso, mas depois começou a melhorar e agora ele está bem! No começo nos perguntávamos se ele ia conseguir fazer metade da turnê pelo menos ou então a gente achava que não ia passar da primeira semana. E aí, cara, aqui no Brasil ele começou a ter mais atenção dos médicos e ele começou a melhorar de saúde. E ele está cada vez melhor!


RtM: Claro que alguns erros eles vão acabar acontecendo, ainda mais quando se pega uma turnê tão grande e tendo que ensaiar dois sets. Um do Iron Maiden e um set da banda que tu estás agora. Assim como os outros integrantes tem essa dificuldade. O set deles, mais o set do Paul Di'Anno e entrosar tudo isso. Nesse momento da turnê tu acha que estão no ponto ideal do entrosamento?

LM: Agora está tudo certo. Às vezes dá uma rateada porque você não está escutando muito bem a parte de retorno. Nesse último show eu senti algumas coisas de volumes para mim não estavam muito boas. Então você depende, por exemplo, do outro guitarra para escutar o que ele está fazendo para você fazer um duo ou nos grids, para todo mundo estar fazendo exatamente a mesma coisa. 

A única coisa que pode acontecer é ter que dar alguma modificada e uma passadinha de som, melhor, quem sabe? Mas de resto a banda tá muito legal, o Paul está super feliz, a gente também está super tranquilo. O Paul está cantando cada vez melhor, né? A gente fica muito feliz por isso. No começo foi muito tenso, mas agora está tudo certo. (Nota: Foi confirmada nova tour do D'ianno no Brasil ano que vem. Ele também permanecerá mais um tempo no país em tratamento de saúde.")


RtM: Finalizando, te agradeço pelo teu tempo. Sei que não é fácil estar ao meio de uma turnê e se disponibilizando a responder essa entrevista. Muito obrigado mesmo. Pra nós é uma honra ter as tuas palavras em nosso site e o espaço final é seu!

LM: Ahhh legal irmão, Obrigado! Eu que agradeço o espaço e a oportunidade de mostrar um pouco do meu trabalho. Cara, esse ano tem um álbum novo da Spektra que a gente vai terminar. Acho que até setembro finalizamos. 

Em relação ao Wizards também. O Christian fica compondo e está querendo gravar um outro álbum. Vamos ver aí como é que vai ser. A Noturnall está sendo uma experiência muito boa agora para voltar à técnica. De volta aos palcos com meu irmão Thiago, que eu gosto muito de fazer um som com ele, meu irmãozinho. E, cara, eu tenho meu trabalho de releituras os acústicos. 

Eu vou lançar um show ao vivo que eu fiz com orquestra Baccarelli na pandemia. Fizemos uma live na época e eles gravaram todos os canais. Eles me passaram tudo e eu produzi. O álbum será o “Acústico Hits In Concert”, com a orquestra de Baccarelli que é a orquestra de Heliópolis, que é muito bacana.

Logo mais vou lançar tudo isso aí e com o Jeff Scott Soto vou fazer algumas coisas também. É isso aí mano. Vamos trabalhando e te agradeço pelo belo espaço aí. Um abração para todos!


Entrevista conduzida por Renato Sanson
Edição e Revisão Final: Caco Garcia
Fotos: Divulgação e Arquivo Pessoal do Artista





sábado, 25 de fevereiro de 2023

Cobertura de Show: Paul Di’anno – 23/02/23 (Teatro do CIEE)

Por: Renato Sanson

Fotos: Uillian Vargas

Vídeos: Deise Menezes

Muito se falou sobre a nova turnê de Paul Di’anno pelo Brasil. Já que o músico (mais conhecido pelos seus trabalhos no Iron Maiden) não apresenta uma situação de saúde adequada devido ao problema crônico em seus joelhos. Porém, Paul foi destemido, topou o desafio e trouxe a maior turnê que um artista internacional já fez em nossas terras.

Porto Alegre recebeu o 19° show restando 12 ainda dá tour de 31 datas. Mas como Paul estaria? Completaria o show todo? Cantaria ou jogaria para a galera como aconteceu em alguns shows? Logo falo sobre isso, agora vamos a outros detalhes bem importantes e necessários comentar.

O local escolhido para o show foi de grande acerto, pois o Teatro do CIEE apresenta ótima estrutura e acessibilidade para pessoas portadoras de deficiência, o que deve ser sempre ressaltado.

Acompanhando a turnê do The Beast, tivemos a abertura das bandas Electric Gypsy e Noturnall. Ambas deram conta do recado e agitaram bastante os presentes.

A Electric Gypsy traz aquele Hard Rock malicioso e extremamente bem executado, agitando a plateia e deixando uma ótima impressão. Muito legal ao final, o vocalista Guzz Collins ressalta a importância da compra do merchandising, pois ajuda os artistas a continuarem seu trabalho. Tendo disponível camisetas, CD’s, copos e por aí vai. Em um mundo tão digitalizado é sempre bom ver os artistas que ainda presam pelo material físico.

Passado um pouco das 21h era hora do Noturnall entrar em cena com seu Heavy Metal moderno, repleto de peso e agressividade. A banda em si, é um espetáculo de técnica e desenvoltura. O vocalista Thiago Bianchi interagiu o tempo todo com a plateia, sendo bem carismático e instigando os presentes a se levantarem, pois estava se sentindo em um cinema, tirando risos da galera .

Não se dando por vencido ele fala: “agora vocês vão se levantar!” E Leo Mancini inicia “Thunderstruck” do AC/DC aí é golpe baixo e geral se levantou! (menos eu porque eu não ando *risos).

Destaco ainda o guitarrista Leo Mancini que parece brincar com a guitarra e mostra uma qualidade e domínio absurdo! “Scream! For!! Me!!!” foi outro ponto alto, pois Thiago ressaltou a importância da participação da lenda Mike Portnoy na mesma e da aposta que fizeram, de filmar em todos os shows da turnê esta música e a cidade que mais cantar alto o refrão, será divulgada pelo próprio Portnoy em seu canal. Um momento muito legal e de bastante empenho de todos, fazendo o Teatro estremecer.

Com um exagero ou outro, Bianchi chegou a dar um mosh na galera e saiu pelo Teatro ao meio dos fãs na incrível versão de “O Tempo Não Para”. Ao final, a banda também ressaltou a importância da compra do merchan e incentivo que dariam aos artistas neste quesito.

As bandas tiveram um ótimo suporte de som e iluminação, o que deixou as apresentações em alto nível.

Não demora muito as cortinas baixam e surgem ao palco o escritor Stejpan Juras e Thiago Bianchi. Juras fala sobre a turnê e das dificuldades que Paul enfrentou até aqui, ressaltou a importância destes shows não só financeiramente para o mesmo, mas sim para sua vida, sua autoestima. 

Com todas as dificuldades possíveis, Paul estava ali e daria um grande espetáculo. Também falaram sobre a importância da compra de merchandising que ajudaria Paul em seu tratamento e em suas questões de vida. Os merchans disponíveis tinham para todos os gostos e valores, desde: livros, CD’s, copos, palhetas, camisetas, bonés, posters... Com um preço bem acessível.

Passados das 22h o Teatro estava já em sua capacidade máxima (um pouco mais de 400 pessoas) eis que ecoa nos PA’s “The Ides Of March” e a emoção já tomou conta dos fãs! Vamos concordar é impossível não se arrepiar com essa Intro.

A banda de apoio que é uma mescla de Noturnall – Leo Mancini (guitarra), Saulo Xakol (baixo), Henrique Pucci (bateria) – e Electric Gypsy – Nolas (guitarra) – sobem ao palco já acompanhado de Paul Di’anno em sua cadeira de rodas. Mas e as perguntas lá no início da matéria seriam respondidas? Sim! Com sobras, por sinal!

O início com “Wrathchild” emocionou a todos e Paul não economizou, cantou a plenos pulmões e largando para a galera apenas o refrão que foi cantado em uníssono! Era visível a sua dificuldade, ainda mais na cadeira de rodas onde conforme se mexia demonstrava muitas caretas de dor. 

Porém, isso não foi um empecilho para pará-lo e os clássicos choveram incessantemente: “Sanctuary”, “Drifter”, “Purgatory” (uma música extremamente difícil de cantar e Paul se manteve ali, não dando margens para dúvida alguma, ele conseguiria finalizar cada nota!)

Muito carismático e comunicativo, Paul falou da extensa turnê que não tem sido fácil, mas que o Brasil merecia e ele estava ali para dar o seu melhor dentro do seu possível. Falou sobre Porto Alegre e o quanto era importante estar retornando e o quanto gostava da cidade que o sempre recebeu em todas as oportunidades de casa cheia.

Di’anno saiu do palco apenas na instrumental “Genghis Khan” para fumar segundo ele (risos) e em uma dessas interações estava tomando água de coco que tinha no palco, mas não estava tão contente, não era cerveja ou vodka e nem alguma droga “legal” segundo o mesmo, tirando muitos risos da plateia.

“Murders In The Rue Morgue” foi de ir as lágrimas e todo os esforço do vocalista para entregar o melhor possível naquele momento de euforia e alegria. 

A banda de apoio cumpriu seu papel muito bem, e entregou a energia que Di’anno tanto gosta quando está no palco. “Running Free” contou com a participação de Guzz Collins em um dueto muito bacana e visivelmente emocionante para o vocalista da Eletric Gypsy.

Tivemos ainda a seminal “Killers” com algumas dificuldades de Paul, mas não jogando pra galera e indo quase ao seu limite, a bela “Remember Tomorrow” (com destaque para a banda de apoio que a executou lindamente), a grata surpresa de “Charlotte The Harlot” e “Transylvania” dando aquele respiro para Paul seguir a parte final com: “Phantom of The Opera”, “Prowler” e “Iron Maiden”.

Uma celebração em nome do Heavy Metal, em nome de uma das principais lendas do som pesado mundial. Ainda que não esteja em sua melhor forma ou situação, Paul Di’anno tem o seu lugar no Olimpo do Heavy Metal e vive ao seu modo fazendo o que gosta. De todas as apresentações do The Beast pela capital gaúcha sem medo de errar esse foi o seu melhor show.

Se essa foi a sua última tour não sabemos, mas se retornar, lá estaremos mais uma vez!


Vídeos:





sexta-feira, 27 de janeiro de 2023

Todos os detalhes sobre a turnê do lendário PAUL DI'ANNO pelo Brasil

De janeiro a março de 2023, teremos a turnê de PAUL DI’ANNO + NOTURNALL + ELECTRIC GYPSY que passará por Fortaleza, Recife, Salvador, Brasília, Goiânia, Rio de Janeiro, São Paulo, Belo Horizonte, Florianópolis, Curitiba, Cuiabá, Campo Grande, Porto Alegre, Manaus, Belém, São Luiz, Teresina, Natal, João Pessoa, Maceió, Aracaju, entre outras cidades. Essa e a maior turnê de um artista internacional de heavy metal pelo Brasil.

Paul Di'Anno, a lendária voz dos primeiros discos do Iron Maiden, retorna ao Brasil após 8 anos afastado dos palcos, devido a problemas de saúde que por pouco não tiraram sua vida.

 

TURNÊ PAUL DI’ANNO + NOTURNALL + ELECTRIC GYPSY

Paul Di'Anno, a lendária voz dos primeiros discos do Iron Maiden, “Killers”, “Made in Japan” e o homônimo “Iron Maiden”, retorna ao Brasil após 8 anos afastado dos palcos, devido a problemas de saúde que por pouco não tiraram sua vida.

Em uma incrível história de superação, após diversas cirurgias, ele está de volta à ativa com força total para celebrar algumas das mais importantes obras da história do Heavy Metal, nas quais teve papel fundamental por sua voz, composições e personalidade única, materializando um dos maiores ressurgimentos da história da música com uma das mais extensas turnês de um artista internacional já realizadas no Brasil, na qual o cantor percorrerá quase todos os estados da federação em pouco menos de dois meses de estrada. Emocionado com seu retorno a este país, que considera como segunda casa, Paul promete um repertório matador, com clássicos de sua fase no Iron Maiden e algumas surpresas.

Acompanhando Paul nesta turnê memorável, estará outro grande nome do Heavy Metal, o Noturnall. A banda liderada pelo vocalista Thiago Bianchi, que também compartilha de uma história de superação, excursiona em suporte ao lançamento de seu tão aguardado quarto álbum de estúdio, intitulado “Cosmic Redemption”, contando com a participação de seu clássico guitarrista Léo Mancini como convidado especial. Junto com Léo, seu baterista Henrique Pucci e seu baixista Saulo Xakol também farão parte da banda que executará as músicas do show de Paul Di’anno.

Dentre os grandes feitos do Noturnall estão: 3 participações no Rock in Rio, ser uma das únicas bandas do mundo a ter no palco uma bateria que gira 360º ficando totalmente de ponta-cabeça, turnês pelo mundo todo junto com bandas como Disturbed, Sons of Apollo, Adrenaline Mob, Sepultura, Angra, entre outras, ser a primeira banda brasileira a gravar um DVD na Rússia, ter participações especiais de lendas do Heavy Metal mundial, como Michael Kiske (Helloween), Mike Portnoy (ex-Dream Theater), James LaBrie (Dream Theater), Russell Allen (Symphony X), Edu Falaschi (ex-Angra), entre outros.

O conjunto promete aos fãs um espetáculo inesquecível, introduzindo em seu repertório músicas energéticas do novo álbum, como a veloz e impressionante “Reset the Game”, que deu nome à sua última tour, o clássico do Rock Nacional “O Tempo Não Para”, gravado com participação especial da lenda da MPB, Ney Matogrosso, e a promessa de novo hit “Try Harder”, cujo fascinante clipe foi gravado na Favela da Rocinha, além dos grandes clássicos de sua carreira.

A abertura dos shows ficará por conta da grande revelação do Hard Rock nacional, Electric Gypsy. Seguindo o grande sucesso de seu autointitulado álbum de estreia, aclamado pela mídia especializada, o quarteto mineiro formado por Guzz (voz), Nolas (guitarra), Pete (baixo) e Robert Zimmerman (bateria), excursiona em suporte de um novo EP, cujo lançamento será anunciado no início de 2023, e que conta com 4 músicas novas, gravadas no Estúdio Fusão e produzidas por Thiago Bianchi.

A turnê de retorno de Paul Di'Anno aos palcos, junto com Noturnall e Electric Gypsy, será realizada pela Estética Torta, editora que lançou no Brasil mais de uma dezena de livros relacionados ao Iron Maiden. Outra novidade é que o autor croata Stjepan Juras estará presente em todas as datas no Brasil, autografando os livros dos fãs.

Todos que garantirem o primeiro lote de ingressos terão acesso ao meet & greet com Paul Di’Anno no formato foto em conjunto. Também é possível adquirir o pacote VIP com tempo exclusivo para fotos e autógrafos, camiseta, pôster e credenciais exclusivos, entrada prioritária na casa e outros benefícios.

A lista completa com todas as datas atualizadas à medida em que são confirmadas, respectivos links para compra de ingresso e serviço completo de cada show pode ser encontrada no link abaixo:

 

PAUL DI'ANNO (EX-IRON MAIDEN) + NOTURNALL + ELECTRIC GYPSY

 

27.01.23 - Fortaleza // Armazém - INGRESSOS

 

28.01.23 - Recife // Estelita - INGRESSOS

 

29.01.23 - Salvador // 30 Segundos - INGRESSOS

 

31.01.23 - Brasília // Toinha - INGRESSOS

 

01.02.23 - Goiânia // Bolshoi - INGRESSOS

 

02.02.23 - Rio de Janeiro // Agyto - INGRESSOS

 

04.02.23 - São Paulo // Carioca Club - INGRESSOS

 

05.02.23 - Belo Horizonte // Mr Rock - INGRESSOS

 

06.02.23 - São José dos Campos // EM BREVE

 

08.02.23 - Florianópolis // Célula Showcase - INGRESSOS

 

09.02.23 - Curitiba // Jokers - INGRESSOS

 

11.02.23 - Vila Velha // Correria - INGRESSOS

 

12.02.23 - Ipatinga // Garajão - INGRESSOS

 

14.02.23 - Juiz de Fora // Cultural Bar - INGRESSOS

 

15.02.23 - Divinópolis // Zeppelin - INGRESSOS

 

16.02.23 - Uberlândia // Seu Rosa - INGRESSOS

 

18.02.23 - Cuiabá // Caverna's Bar - INGRESSOS

 

19.02.23 - Campo Grande // Blues Bar - INGRESSOS

 

21.02.23 - Maringá // Tribo's - INGRESSOS

 

23.02.23 - Porto Alegre // CIEE - INGRESSOS

 

25.02.23 - Limeira // Mirage - INGRESSOS

 

26.02.23 - Santos // Arena Club - INGRESSOS

 

28.02.23 - Boa Vista // 174 Pub - EM BREVE

 

02.03.23 - Manaus // O Condado - INGRESSOS

 

03.03.23 - Belém // Botequim - INGRESSOS

 

04.03.23 - São Luis // The Music Hall - INGRESOS

 

06.03.23 - Teresina // Bueiro do Rock - INGRESSOS

 

07.03.23 - Juazeiro do Norte // Porão Rock - INGRESSOS

 

08.03.23 - Natal // Whiskritório - INGRESSOS

 

10.03.23 - João Pessoa // After Pub - INGRESSOS

 

11.03.23 - Maceió // Tanque Cheio - INGRESSOS

 

12.03.23 - Aracaju // Chê Music Bar - INGRESSOS


Compre seus ingressos aqui: https://www.esteticatorta.com/shows/

terça-feira, 27 de março de 2018

Cobertura de Show – Angra Fest: Angra, Massacration, Noturnall (26/11/2017 – Tom Brasil – SP)


O espaço para as bandas nacionais é algo que não será disperso neste ciclo contemporâneo. Mas devido ao grande número de shows internacionais, a concorrência de poupar o seu lugar entre os grandes é incumbida de custos e modos que qualificam o caráter musical do conjunto. Relevando a importância do Metal brasileiro, o pessoal do Angra resolveu montar seu primeiro festival reunindo grandes nomes da cena: Noturnall, Massacration e, claro, o Angra, celebrou a comunhão desse gênero no denominado Angra Fest, ocorrido no último dia 26/11 no Tom Brasil (SP).

Quando vem a palavra ‘festival’ da a entender que se trata de um evento com mega produção, contando com um gigantesco espaço ao ar livre, palcos com estrutura de primeira linha e entre outros recursos que não faltam em grandes festivais. No caso do Angra Fest, os organizadores não precisou de muito coisa para puxar o publico até o Tom Brasil. O lugar fechado ofereceu não só segurança e proteção para os que foram prestigiar esse momento oportuno, mas sim comodidade para curtir a trinca de shows de maneira prudente (defendido de qualquer ameaça de chuva), já que a oscilação de tempo era constante.


Noturnall: Com os Reforços de Mike Orlando e Henrique Pucci, o Grupo Segue Divulgando  "9"




A abertura dos portões foi cumprida pontualmente às 18h. O número de público dentro do local era razoável e o suficiente para recepcionar a primeira atração da noite: a Noturnall, que subiu no palco às 19h05. O trio, chefiados por Thiago Bianchi (vocal, no estilo super herói), Fernando Quesada (baixo) e Junior Carelli (teclados), preparou uma pequena turnê de divulgação do mais recente álbum, “9”. Com o baterista Aquiles Priester morando em Los Angeles (USA) e o guitarrista Léo Mancini com a agenda reservada, couberam ao guitarrista Mike Orlando (Adrenaline Mob, Sonic Stomp) e o baterista Henrique Pucci (ex-Project46) preencherem a ausência de ambos nesse período.

O inicio do show ficou por conta da eletrizante “No Turn At All”, que apresentou uma instabilidade no microfone do Bianchi, nivelando entre o baixo e alto volume. “Fight The System” adicionou ainda mais pressão e fervor, presenteando todos com um balão gigante da banda, que intercalou por vários cantos da casa durante toda a apresentação. As zombies pole dancers roubaram a cena em “Zombies” e desfilaram uma performance amedrontante.


Voltando ao formatado normal do palco, Bianchi mostrou que estava sendo um prazer enorme de tocar em casa novamente e muito feliz de poder se unir com o Angra, no qual o todos tem uma história com os mesmos, alegando que eles sempre fizeram a diferença dentro do Metal nacional. E como parte da divulgação do “9”, “Mysterious” foi executada no bom sentido, sendo uma das preferidas do vocalista. E o Power Metal frenético acabou titubeando os PAs em alto volume.

Há dois anos, a banda esteve (junto com o Angra) a oportunidade de tocar no palco Sunset do Rock In Rio, tendo um convidado ilustre na época. E sem mais delongas, Bianchi chamou imediatamente o vocalista Michael Kiske, só que tudo passou de uma tradicional pegadinha do malandro. Mas para chegar próximo a isso, o sexteto executou o clássico “I Want Out”, do Helloween, que teve um timbre parecido com a versão original, onde o Juninho curtia a performance de seus colegas com o seu sea board, além do público corresponder com a parte deles no refrão.


Vindo de mais uma surpresa, Bianchi chamou ao palco o prodígio guitarrista Bruno Henrique para tocar “Sugar Pill”, e este mostrou os seus dotes no instrumento com extrema habilidade e técnica. Vale ressaltar também as praticidades do Mike Orlando (totalmente em forma depois trágico acidente com o Adrenaline Mob) e do Henrique Pucci, que demonstraram eficiência em cada música da banda, pondo fim com a célebre “Nocturnal Human Side”.


Massacration: Sob o Signo do Deus Metal!


Saindo da fúria progressiva, era a vez de se transportar ao Metal cômico do Massacration. Depois de um hiato que durou 4 anos, Detonator (vocal, Bruno Sutter), Metal Avenger (guitarra solo, Marco Antônio), Headmaster (guitarra rítmica, Adriano Pereira), El Muro (baixo) e El Perro Loco (bateria, Ricardo Confessori), encheram os presentes de muito bom humor e diversão, começando a hilária apresentação com “Metal Is The Law”, contando com a participação do novo guitarrista da banda, Red Head Hammet (Franco Fanti), que se recusou a ficar no palco por ser sujo, jogando enfurecidamente sua guitarrista de vassoura pra bem longe.

Não poupando a estima, Detonar atacou com suas piadas, dizendo que o Angra comprou a ideia do festival, que na verdade era pra ser o Massa Fest. Mas com tanta choradeira, resolveram vender o nome pra banda, entendendo que serão humilhados pelo quinteto, secundando o set com “The Mummy”, que retrata sobre um amigo tarado do Deus do Metal, tendo a participação especial do rapper Egypcio. 

Perguntando se todos gostam de Heavy Metal, auferido de um enorme SIM, Detonator apresentou um horrendo funk do MC 2K, fazendo parodia para a pavorosa “Chupa”. Apesar dos aplausos, o vocalista pedia pra não aplaudir, pois o mesmo acha um absurdo, mas, no final das contas, ele pedia para todos continuarem, seguido do primeiro single com “Metal Massacre Attack”, que teve o refrão cantado de maneira efusiva.


Enquanto Detonator contava suas histórias, despretensiosamente, houve um blecaute no Tom Brasil, faltando energia em todos os cômodos da casa. O momento sem luz deu ensejo para a banda poder fazer o seu teatro no palco e tirar onda com o público. Sabotagem ou não, a culpa foi direcionada ao empresário Paulo Baron, que na visão do vocalista, a apresentação do Massacration estava sendo muito melhor. Bom, com tudo restabelecido, “The Bull”, ao lado do ilustre Little Garçom, completou a metade do set contagiando os corações apaixonados.

Para os que gostam de mulheres mais velhas, e a todas as mamães bonitas e conservadas que não deixam de mamar, “Metal Milf” esbravejou o poder sólido e vigoroso, estando fixada na mente do público após alguns meses de lançamento deste que é o mais recente single da banda.

Restando somente duas músicas, e contando novamente com a presença de Red Head Hammet, essa com uma guitarra extra-gigante, “Evil Papagali” e a “Metal Bucetation” (onde todos ergueram as mãos fazendo símbolo do Metal em formato, digamos, erótico) encerram a segunda parte do festival pra lá de animada.



O restante da noite ficou para a banda que dá nome ao festival, o Angra, que teve um atraso que durou meia hora, deixando muitos ansiosos para o começo show. Mas tamanha euforia tinha motivos significativos, pois o show reservava convidados especiais e a chance de poder ouvir, com exclusividade, uma nova música que estará presente no novo álbum da banda, “OMNI”, há ser lançado dia 16 de fevereiro.

Angra: A Hora dos Donos da Festa e Seus Convidados Especiais


Pondo fim na espera, Fabio Lione (vocal), Marcelo Barbosa (guitarra), Rafael Bittencourt (guitarra e vocal), Felipe Andreoli (baixo) e Bruno Valverde (bateria), dispondo também dos coadjuvantes Bruno Sá (teclados) e Dedé Reis (percussão), iniciou as suas atividades, às 22h15, com uma trinca matadora, inaugurando o repertório com “Newborn Me”, “Acid Rain” e “Final Light” (essas duas últimas com os tambores do Dedé bem encaixados na música, com Lione perdido na parte final da última esquecendo a letra).

Curto e breve, Lione estava muito feliz em poder realizar o primeiro Angra Fest, enunciando que o evento tem como objetivo fortalecer a cena Metal brasileira, agradecendo a presença do público e de todos os convidados, deixando todos entusiasmado com a nova música, suspeitando que o novo álbum vai surpreender muito. Questionando bravamente se querem mais e se todos conhecem o álbum “Temple Of Shadows”, o vocalista pediu pra todos cantarem com ele na aclamada “Waiting Silence”, que logo transportou para a climática “Ego Painted Grey”, do “Aurora Consurgens”.
A envolvente “Time” e a progressiva “Upper Levels” (pouca executada ao vivo), espelharam em momentos do primeiro e último disco, não demorando muito pra Bruno Valverde explodir com seu vertiginoso solo de bateria.

Lione e Geoff Tate
Tendo o palco só pra si, Rafael se centralizou para comunicar que estava com muita saudade dos fãs, e que toda campanha que fizeram de vídeos no Youtube, aproximou demais a banda com os fãs. E a motivação, que deixa a banda inteira empolgada por estar fazendo música, no pensamento do Rafael, são os fãs, alegando que seria triste terminar o ano sem um show. Querendo mais, o guitarrista uma linda composição de estreladas (cambiados pelos flashs dos celulares) na emocionante “Silent Call”, voltando a bombardear tudo com mais uma do “Temple Of Shadows”, concluindo a primeira parte do show com “Angels And Demons”.

Espere... “Gate XIII” sendo reproduzida? Calma, o show não acabou! Novamente no centro do palco, Rafael explicou sobre o novo ciclo que a banda está iniciando com o OMNI, aproveitando para explicar o conceito retratadona nova música, que tem a ver com a conexão entre os humanos num longínquo ano. E em alto e bom som, “Travellers Of  Time” hipnotizou a atenção de todos! E o que o Lione está cantando nessa canção é de cair o queixo!

Alírio Netto
Voltando ao palco, era hora de chamar a primeira convidada da noite, e quem deu ponta pé na chuva de convidados foi a vocalista Dani Nolden, do Shadowside, interpretando a balada “Heroes Of Sand”, que ficou compatível com sua textura vocal (beirando ao limpo e agressivo). Sem poupar ninguém, foram a vez do ex-baixista Luis Mariutti e do ex-baterista Ricardo Confessori fazerem a sua parte em dois momentos do álbum “Holy Land”, são elas: “Silence And Distance” e “Nothing To Say”, que foi cantada inteiramente pelo vocalista Alirio Netto.

Relembrando a adolescência, Rafael recordou que a primeira banda que ele ouviu, tendo misturas do Rock Progressivo do Rush, Genesis, Yes e Pink Floyd, e com o Heavy Metal do Black Sabbath e do Iron Maiden, foi o Queensrÿche, assumindo que as músicas do “Angels Cry” são quase cópias da banda. E nessa ânsia alegria que o mesmo chamou o convidado internacional da noite, o nada menos que o vocalista Geoff Tate, que logo já mostrou sua elegância e finesa em “Empire”.

Dani Nolden
Com Geoff Tate permanecendo no palco, Lione logo deu as caras rasgando ceda ao vocalista, testemunhando que o Queensrÿche foi à primeira banda que ele escutou. E ainda, depois de 25 anos, ele considera o cantor como o melhor de todos os tempos. E é nessa onda de elogios que os dois interpretaram uma música do Angra juntos, e a escolhida foi “Make Believe”, sendo, até então, o ápice da noite.
Evocando mais Queensrÿche, Geoff Tate a faixa que, pra mim, é a mais marcante do “Operation Mindcrime”, a magnifica “Eyes Of a Stranger”, encerrando sua participação com a clássica “Silent Lucidity”, do disco “Empire”, terminando a segunda parte do show com “Rebirth”.

Faltava poucos convidados pra terminar a noite com chave de ouro, e a bola da vez foram para o guitarrista Edu Ardanuy e o vocalista Bruno Sutter, que estava assistindo o show inteiro na plateia, relembrando os seus tempos de moleque quando conheceu o Angra e sentindo-se honrado em poder participar da festa. Levado ao palco pelo público que ele, junto com Ardanuy, executou I’II See The Light Tonight, do guitar-hero sueco Yngwie J. Malmsteen.

Edu Ardanuy e Bruno Sutter
Terminando o ciclo de convidados, o vocalista Marcello Pompeu, do Korzus, destruiu com “Walk”, do Pantera. E ficou claro que houve umas derrapadas por parte dele, não lembrando totalmente a letra da música.

Concluindo, os vocalistas Thiago Bianchi, Alirio Netto e Bruto Sutter uniram-se a banda para cantarolar um dos hinos do Metal nacional, fechando o set com a memorável “Carry On” e “Nova Era”, onde cada um cantou cada verso de ambas às músicas.

Marcelo Pompeu (Korzus)
Que seja o primeiro de muitos Angra Fest, que dessa vez seja mais amplo e cheio do que o primeiro. Agora é contar os dias e horas para o lançamento do tão aguardado OMNI.

Texto: Gabriel Arruda
Edição/Revisão: Carlos Garcia
Fotos: Dener Ariani

Noturnall
1.    No TurnatAll
2.    Fightthe System
3.    Zombies
4.    Mysterious
5.    I Want Out (Helloween)
6.    Sugar Pill
7.    NocturnalHumanSide


Massacration
1.    Metal is The Law
2.    The Mummy
3.    Metal Massacre Attack
4.    The Bull
5.    Metal Milf
6.    EvilPapagali
7.    Metal Bucetation

Angra
1.    Newborn Me
2.    AcidRain
3.    Final Light
4.    WaitingSilence
5.    Ego PaintedGrey
6.    Time
7.    UpperLevels
***Drum Solo***
8.    SillentCall (Acoustic)
9.    AngelsAndDemons
***TravellersOf Time (New Song)***
10. HeroesOfSand (Dani Nolden)
11. SilenceAndDistance (LuisMariutti, Ricardo Confessori)
12. NothingToSay (Alirio Netto, LuisMariutti, Ricardo Confessori)
13. Empire (Geoff Tate)
14. MakeBelieve (Geoff Tate, Fabio Lione)
15. EyesOf a Stranger (Geoff Tate)
16. SilentLucidity (Geoff Tate)
17. Rebirth
***Encore***
18. I’II See The Light Tonight (Edu Ardanuy e Bruno Sutter, original byYngwie J. Malmsteen)
19. Walk (Marcello Pompeu, original byPanter)
20. CarryOn / Nova Era (Fabio Lione, Thiago Bianchi, Alirio Netto, Bruno Sutter)