Napalm Death desfila “pancadas músicas” em show mais que enérgico no VIP Station, em São Paulo
Apresentação foi a principal do Bréa Extreme 2024, que contou com abertura da banda Dead Congregation (Grécia) e oito bandas underground nacionais
O Bréa Extreme 2024 aconteceu na VIP Station no último dia 26 de outubro de 2024. O evento, organizado pela Xaninho Discos e pela Caveira Velha Produções, teve a participação de dez bandas, sendo a grega Dead Congregation e a inglesa Napalm Death, além de oito bandas do cenário underground brasileiro: Rot, Surra, Cemitério, Fossilization, Podridão, Baixo Calão, Andralls, Subcut, Dischavizer e Trachoma. Elas se apresentaram alternadamente, desde às 14h00, nos dois palcos montados na casa, sendo o principal já conhecido da galera que frequenta o espaço, e o outro, menor, no subsolo da VIP Station.
O Napalm Death, inclusive, fez um pequeno giro pelo país, com passagens por algumas das capitais brasileiras como Brasília, Belém, Fortaleza, Recife, Belo Horizonte, Rio de Janeiro, Florianopolis, Curitiba e fechando a turnê em São Paulo.
Desde as primeiras bandas o público já estava presente, crescendo à medida que as apresentações ocorriam antes das duas principais atrações.
É necessário destacar a qualidade das bandas nacionais convidadas, todas conhecidas pelo público presente e que animaram de maneira perfeita quem já estava na casa de shows, pois já eram frequentes as rodas nas apresentações, inclusive com alguns fãs subindo no palco para cantar junto e fazer o conhecido stage diving. Já era o prenúncio do que ocorreria mais tarde.
Dead Congregation
A banda de Death Metal Grega Dead Congregation cativou a plateia com seu som pesado e uma atmosfera sinistra. Com um som que lembra muito ao de bandas como o Incantation, seu Death Metal soava mais "old school". As músicas apresentam muitas mudanças de tempo, com trechos mais rápidos, alternando com momentos mais lentos, soando por vezes quase como Doom Metal.
O setlist, composto por 11 músicas, focou nos dois primeiros álbuns da banda, “Graves of The Archangels” (2008) e “Promulgation of the Fall” (2014), além de incrementar músicas dos EPs “Purifying Conaecrated Ground” (2005) e “Sombre Doom” (2016).
O guitarrista e vocalista da banda, Anastasis Valtsanis, fez solos na medida certa, muito bonitos por sinal. Outro destaque da banda foi o baterista Vagelis Voyiantzis, que parece um metrônomo humano, dando segurança para que o restante da banda construísse atmosferas musicais cativantes ao longo da apresentação.
De certa maneira, a apresentação do Dead Congregation foi um contraponto ao que viria por último, uma espécie de "calmaria antes da tempestade".
Napalm Death
Era chegada a hora da atração principal. O grande Napalm Death, considerado o mestre e o pai do Grindcore. A banda, que hoje não tem mais nenhum de seus membros originais, é formada por Barney Greenway (vocal), Shane Embury (baixo), Mitch Harris (guitarra) e Dany Herrera (bateria).
O Napalm desfilou mais de duas dezenas de músicas, percorrendo por sua extensa discografia e miscelânea de subgêneros do Metal: do Grindcore dos primeiros anos, algumas músicas da sua passagem pelo Death Metal, com solos de guitarra e alguns riffs mais técnicos, e groove de bateria e voltando ao Grindcore na reta final.
O quarteto tocou músicas clássicas como "Enslavement to Obliteration", que abriu o setlist, seguida de "Taste the Poison" e "Next on the List" do que eu considero um dos melhores e mais importantes albuns da banda, o “Enemy of Music Business” (2000). Tudo o que veio em diante foi uma experiência de vida única, um desfile de músicas rápidas, pesadas, que levaram a plateia à loucura.
Claro que não faltaram as clássica "Scum", "M.A.D." e "Sucess?" do album de estréia “Scum” (1987). E sim, para quem não percebeu tocaram a rápida - sim, rápida mesmo - e recordista mundial "You Suffer": genial. Piscou, perdeu! O grupo também tocou a faixa cover do Dead Kennedys, intitulada "Nazi Punks Fuck Off".
O vocalista Mark Greenway, que parece sempre estar ligado em 380V no palco, em várias oportunidades interagiu com a plateia usando o famigerado portunhol, agradecendo o público que lotava o Vip Station e discursando a favor dos Direitos Humanos e falando contra o fascismo, a homofobia e transfobia.
Ir ao show do Napalm Death deveria ser obrigatório para todo mundo que se diz fã de Metal; e entrar e sair de um mosh de uma música deles é ter a sensação de ter sido atropelado por um caminhão três vezes.
Texto: Eduardo Okubo Junior
Fotos: Eduardo Okubo Junior / Leandro Cherutti (Metal no Papel)
Edição/Revisão: Tiago Pereira / Gabriel Arruda
Realização: Xaninho Discos / Caveira Velha Produções
Mídia Press: LP Metal World
Dead Congregation – setlist:
Martyrdoom
Morbid Paroxysm
Quintessence
Wind´s Bane
Vanishing
Dismal
Auguring
Only Ashes Remain
Promulgation
Serpentskin
Teeth
Napalm Death – setlist:
From Enslavement to Obliteration
Taste the Poison
Next on the List
Continuing War on Stupidity
Contagion
The Wolf I Feed
Resentment Always Simmers
That Curse of Being in Thrall
Amoral
It´s a M.A.N.S World!
Backlash Just Because
Fuck the Factoid
Suffer the Children
When All is Said and Done
Scum
M.A.D.
Sucess?
You Suffer
Metaphorically Screw You
Dead
Nazi Punks Fuck Off (cover de Dead Kennedys)
Instinct of Survival
Contemptuous
Nenhum comentário:
Postar um comentário