Apesar de sua recente carreira, a promissora banda mineira Ruins of Elysium já lançou um EP e seu primeiro álbum full-lenght, “Seeds of Chaos and Serenity”, o qual traz inovações para o Symphonic Metal, além de conceitos líricos inspirados em temas como mangás e jogos de videogames, além de assuntos atuais como a luta da comunidade LGBT pela igualdade de direitos.
Conversamos com o vocalista Drake Chrisdensen que nos contou um pouco sobre suas influências musicais e suas inspirações na hora de compor, os conceitos do álbum e sua repercussão, e ainda nos deu uma prévia do que ainda podemos esperar para o próximo álbum. Confiram!! (English Version Here)
RtM: Oi Drake!! Parabéns a você e aos outros integrantes do
Ruins of Elysium pelo belo trabalho do álbum “Seeds of Chaos and Serenity”. Qual é a
sensação de ter o primeiro álbum full-lenght lançado?
Drake: Oi Raquel, equipe da Road to Metal e leitores desse portal
incrível, muito obrigado pela oportunidade de conceder essa entrevista! Bom,
lançar um álbum como o "Seeds Of Chaos And Serenity" foi uma experiência no mínimo
intensa. Desde o começo da Ruins Of Elysium eu sempre tive pra mim bem claro o
tipo de som que eu gostaria de fazer: Metal extremamente épico, com arranjos
orquestrais complexos, e o SoCaS é o epítomo de tudo o que eu aprecio como
músico e como metalhead.
Ouvir esses 75 minutos de puro Epic Symphonic Metal e
ter o privilégio de compartilhar com vocês é algo muito emocionante porque eu
sinto que o primeiro grande passo da carreira da Ruins of Elysium no cenário Metal foi dado e com louvor.
RtM: A receptividade tem sido a esperada? Quais são os próximos passos para expandir a divulgação do álbum?
Drake: Eu me sinto muito agradecido, muito privilegiado de poder ter executado esse trabalho e estar recebendo reviews tão boas. Um portal americano disse que o "Seeds of Chaos And Serenity" é um dos melhores álbuns da história do metal brasileiro e ler aquilo me trouxe às lágrimas. Temos muito a crescer e sei que esse primeiro passo vai abrir caminho pra desenvolvermos um trabalho cada vez melhor!
RtM: A receptividade tem sido a esperada? Quais são os próximos passos para expandir a divulgação do álbum?
Drake: Eu me sinto muito agradecido, muito privilegiado de poder ter executado esse trabalho e estar recebendo reviews tão boas. Um portal americano disse que o "Seeds of Chaos And Serenity" é um dos melhores álbuns da história do metal brasileiro e ler aquilo me trouxe às lágrimas. Temos muito a crescer e sei que esse primeiro passo vai abrir caminho pra desenvolvermos um trabalho cada vez melhor!
"Metal extremamente épico, com arranjos orquestrais complexos..."Seeds of Serenity and Chaos" é o epítomo de tudo o que eu aprecio como músico e como metalhead. " |
Drake: Eu comecei a cantar no coral da minha escola, isso já fazem
15 anos. Eu sempre me interessei por música, meu pai tem excelente gosto
musical e me apresentou músicos incríveis, então eu era bem criança e já
escutava Queen, Sarah Brightman, Iron Maiden, Placido Domingo, Montserrat
Caballe, dentre outros que me despertaram em mim a vontade de cantar. Estudei
canto popular por um tempo mas foi no canto erudito onde me achei e me encontro
até hoje, morei por uns tempos na Noruega, na Alemanha e nos Estados Unidos
para estudar e tive a honra de ter professores incríveis como Melissa Ferlaak,
Eliseth Gomes, Fernanda Giardini, MarishkaWierzbicki e Janet Williams. Sempre
me perguntei o motivo de não existir uma banda de Symphonic Metal que contasse
apenas com o vocal clássico de um Tenor. Era um som que eu queria escutar e,
como não existia ninguém fazendo (e ainda não existe, eu acho), resolvi montar
a minha banda.
RtM: Você poderia falar um pouco mais sobre o conceito da faixa título “Seeds of Chaos and Serenity”?
RtM: Ainda sobre inspirações, quais bandas você gosta de ouvir, existe alguma que tenha forte influência em seus trabalhos?
Drake: Minhas cinco maiores influências, e sei que isso pode chocar algumas pessoas, são Cradle Of Filth, Dimmu Borgir, Septicflesh, Wintersun e Fleshgod Apocalypse. Eu sempre trago elementos desse quinteto nas músicas da Ruins of Elysium e acho que por isso nossas composições soam tão pesadas mesmo não sendo uma característica do estilo. Por incrível que pareça, eu mal escuto Symphonic "puro" ou Power Metal. Escutava muito Xandria, mas não curti o último álbum deles....Leaves Eyes, minha banda favorita, acabou ano passado...estou esperando Visions of Atlantis e Dark Moor lançarem material novo porque eu sou doente com aqueles caras, inclusive, gostaria de dizer pro Alfred Romero que estou solteiro e só esperando um inbox dele (risos)
O Icaro e o Vincenzo adoram prog metal, o que já não me atrai tanto, do mesmo jeito que Icaro não é muito chegado em Extreme Metal, que eu adoro, mas a gente consegue equilibrar nossas influências de uma forma que tem dado certo!
RtM: Você já declarou algumas vezes ser fã da banda Visions of Atlantis, conte-nos como foi ter aulas com Melissa Ferlaak.
Drake: O Visions of Atlantis é uma banda que eu tenho um carinho imenso por vários motivos. Eu conheci o VoA quando eles estavam começando, ainda no primeiro álbum, e me apaixonei com o som deles. Eles sempre foram muito simpáticos com os fãs brasileiros e foi através deles que eu descobri que eu conseguia e podia cantar Metal, pois desde que comecei a estudar técnica vocal eu cantava as músicas deles pra desenvolver e crescer. Como tinha contato direto com a banda, conheci a Melissa Ferlaak, uma das vozes mais lindas do mundo na minha opinião, e comecei a tomar aulas com ela. Ter a Mel como professora de técnica foi mais que uma honra e uma oportunidade incrível, eu me sinto muito privilegiado de ter sido ensinado por uma das minhas cantoras favoritas e de poder chamá-la de amiga.
"Simplesmente tive essa epifania: 'Vou fazer uma Sinfonia/Opera Metal epica sobre Sailor Moon' " |
Drake: Bom, eu sou muito fã de Sailor Moon, inclusive ao ponto de
tê-la tatuada no meu braço, então unir essa paixão com a paixão do
Epic Symphonic Metal era uma questão de tempo. Eu não sei exatamente como surgiu
a ideia, sei que em uma noite eu simplesmente tive essa epifania: "vou
fazer uma sinfonia/opera Metal epica sobre Sailor Moon" e falei com um
amigo muito querido imediatamente. Eu tinha escrito uma música chamada
"Seeds Of Chaos And Serenity", que veio a se tornar o primeiro arco da
sinfonia, e comecei a expandi-la para abranger todos os 5 arcos do anime/manga,
daí foi nascendo essa sinfonia linda que deu nome ao nosso primeiro álbum.
RtM: A arte da capa também é maravilhosa.
Drake: Wesley Souza, que é o artista responsável por todas as nossas artes da era "Seeds Of Chaos And Serenity", não conhecia nada de Sailor Moon, mas conversei com ele sobre a história (que é muito densa e detalhada, acho que muita gente não percebe o quão profundo Sailor Moon é) e ele veio com a ideia de uma Deusa da Lua criando e equilibrando o Universo. Bem como Sailor Cosmos faz no final do quinto arco, Stars. A arte casou perfeitamente com a proposta épica de "Seeds Of Chaos And Serenity".
RtM: A arte da capa também é maravilhosa.
Drake: Wesley Souza, que é o artista responsável por todas as nossas artes da era "Seeds Of Chaos And Serenity", não conhecia nada de Sailor Moon, mas conversei com ele sobre a história (que é muito densa e detalhada, acho que muita gente não percebe o quão profundo Sailor Moon é) e ele veio com a ideia de uma Deusa da Lua criando e equilibrando o Universo. Bem como Sailor Cosmos faz no final do quinto arco, Stars. A arte casou perfeitamente com a proposta épica de "Seeds Of Chaos And Serenity".
RtM: Vocês pretendem produzir algum clipe ou lyric vídeo? Se sim
qual faixa você gostaria de divulgar?
Drake: Existem duas faixas que eu gostaria muito de lançar como
single/video. "Kama Sutra", por ser mais direta, envolvente e trazer bastante
sensualidade sem deixar de ser rápida e pesada, e "The Birth Of A Goddess". Essa
última é minha faixa favorita do álbum por ser uma celebração do orgulho LGBT,
uma ode às cores da nossa comunidade e das nossas vitórias na busca por
direitos igualitários. Ainda temos muito a lutar, mas o movimento LGBT está
conquistando cada dia mais espaço e está na hora desse espaço ser também no Metal!
RtM: Você é o responsável por todas as composições? Conte-nos um
pouco sobre o processo de orquestração do álbum.
Drake: "Seeds Of Chaos And Serenity" foi composto em sua maior parte por
mim, mas eu tive muita ajuda do Ícaro (bateria/teclados) nos momentos finais da
produção e na orquestração, arranjos, polimento em geral das músicas, sem falar
na épica e agressiva "Beyond The Witching Hour", que foi quase toda composta por
ele. Eu geralmente tenho uma linha vocal na minha cabeça que eu escrevo e
começo a compor os outros instrumentos por cima, sei que é basicamente o oposto
do que a maior parte das bandas fazem, mas é o que funciona bem pra mim. Como
estudei muito sobre orquestração nos últimos anos, tivemos condições de ter
quase toda orquestra do "Seeds Of Chaos and Serenity" feita diretamente pela banda.
" 'The Birth Of A Goddess' é minha faixa favorita do álbum por ser uma celebração do orgulho LGBT, uma ode às cores da nossa comunidade e das nossas vitórias na busca por direitos igualitários." |
Drake: O Icaro é um excelente músico, um ótimo amigo e uma pessoa
incrível de se trabalhar. Nos conhecemos por uma amiga em comum, trabalhamos
algumas músicas em conjunto e foi muito natural que ele entrasse pra Ruins
of Elysium. Como ele entrou em um momento em que o "Seeds Of Chaos And Serenity" estava quase todo "montado", não tivemos muitas composições originais
dele naquele álbum, o que já está sendo acertado pro próximo! Icaro tem
excelentes ideias e elas estão sendo usadas nas músicas que estarão em nosso
álbum de 2018, já adianto que são as melhores músicas que fizemos até hoje!
Vocês vão adorar!
RtM: “Shadow of the Colossus “ foi inspirado no jogo de vídeo game,
você acha que existe algum jogo mais que também tenha um enredo inspirador para uma
futura música?
Drake: Nossa, vários! Jogos me inspiram muito pois são minha forma
de arte favorita, é meu escape do mundo real que tem estado um verdadeiro lixo.
Já tivemos músicas sobre Dragon Quest, Final Fantasy, "Shadow Of The Colossus" e,
para o próximo álbum, uma das músicas é baseada em uma das minhas franquias
favoritas, Bayonetta. Zelda, outra de minhas paixões, também inspirou algumas
músicas bem épicas que vocês ouvirão em breve. Eu gostaria muito de escrever
algo sobre Xenoblade, mas é uma série tão complexa e fantástica que ainda não
acho que estou no nível de escrever algo baseado nela, mas espero poder no
futuro! Inclusive, Zelda foi uma inspiração pra Iris, que tem um ar de
"música tema de castelo", o que foi ideia do Ícaro.
RtM: Recentemente você divulgou no Facebook que o material para o
próximo álbum já está pronto. O que podemos esperar do novo trabalho da
Ruins of Elysium?
"Alguns dizem que "menos é mais", mas eu, pessoalmente, acredito no "mais é mais" e levo isso à risca com a Ruins Of Elysium!" |
Drake: Bom, tenho ótimas notícias sobre isso! O álbum de 2018 já
está todo montado e estamos agora na fase de polimento das harmonias,
orquestração e em breve vamos iniciar o processo de gravação. São 12 músicas no
total e estamos fazendo algo totalmente novo nesse trabalho: uma volta ao mundo
musical! A sonoridade está muito mais puxada pro Folk Metal, mas não apenas o
céltico já "clichê" do estilo. Sim, teremos umas gaitas de fole e uns
duendes dançantes, mas podem esperar instrumentos étnicos japoneses, chineses,
escalas típicas do oriente médio, muita percussão africana e ritmos tipicamente
brasileiros em conjunto com a grandiosidade monstruosa das músicas da
Ruins of Elysium. Alguns dizem que "menos é mais", mas eu,
pessoalmente, acredito no "mais é mais" e levo isso à risca com a
Ruins Of Elysium!
Entrevista: Raquel de Avelar
Edição: Carlos Garcia
Mais Ruins of Elysium:
Facebook
Youtube
Spotify
iTunes
Bandcamp
Entrevista: Raquel de Avelar
Edição: Carlos Garcia
Mais Ruins of Elysium:
Youtube
Spotify
iTunes
Bandcamp
Nenhum comentário:
Postar um comentário