Fazer Heavy
Metal sob qualquer gênero dentro dele não é uma tarefa fácil e comum, ainda
mais o Thrash Metal, que é um estilo que exige inteligência, peso e,
principalmente, força, vindoura de bandas como Metallica, Anthrax, Megadeth e
Slayer (quarteto hoje conhecido, merecidamente, como Big Four), e também, ainda na cena norte americana, o movimento da “Bay Area”, sendo o Exodus uma das minhas
favoritas. O Thrash Metal foi bem representado e priorizado na Europa também,
mas, aqui no Brasil, temos uma cena rica, que a todo instante revela bandas
novas, tendo o Sepultura como a pioneira e cabeça de chave. Mas, atualmente, os
paulistanos do Korzus é que vem sendo a principal banda nesse estilo dentro da cena do Metal nacional, por tudo que mostrou nos últimos anos.
Desde 1983 (31
anos na bagagem), o grupo, que foi fundado por Marcello Pompeu (vocal) e Dick
Siebert (baixo) coleciona momentos de pura satisfação e honra dentro da
carreira, sendo uma delas a memorável apresentação que fizeram na 4º edição do
Rock In Rio, em 2011, e de outras lembranças que daria pra escrever uma
biografia sobre a banda. Mas nem tudo do Korzus foi de puras alegrias, tendo, logo
nos primeiros anos de banda, que superar a dor da morte do
seu baterista na época (Zema), constantes mudanças de formações nos anos 90
e de problemas internos, que quase resultaram no fim da banda. Mas isso tudo não foi
de motivo de desistir, abaixar a cabeça e parar, muito pelo contrario,
a banda seguiu e ainda segue “Lutando pelo Metal”, fazendo jus à clássica
canção que está presente na coletânea SP Metal II.
Passados
quatro anos após o lançamento do aclamado “Discipline Of Hate”, disco que
ganhou bastante receptividade e elogios não só de nós brasileiros, mas também do público europeu e americano, e com a ajuda da gravadora alemã AFM Records, a banda vem ampliando a sua legião de fãs no exterior. E falando em legião, o grupo
acaba de lançar seu 7º disco, denominado “Legion”, que vem pra sustentar todo
esse ganho que a banda conquistou até então. E sem medo, eu posso dizer: "DISCO
SENSACIONAL"; peso, porrada, agressividade e devastação que dispensa comentários. Registro que mostra, mais uma vez, que a banda está no auge da carreira.
Com 13 faixas
de colocar dores nos pescoços e câimbras em qualquer parte do corpo, “Legion” é
um disco ainda mais tarimbado e preciso, atualizado com o
que o Heavy Metal oferece nos dias hoje, mas que não deixa de ser "Korzus" em
momento algum.
A formação
está bem consolidada, sendo a melhor de toda a história da banda, que além do Pompeu e
do Dick, que estão a mais tempo no Korzus, foram juntando-se a banda músicos de qualidade, que
ajudam tanto na parte de composição e produção, que é o caso do
guitarrista Heros Trench (um ótimo produtor ao lado do Pompeu), Antônio
Araújo (que vem suprindo muito bem a vaga deixada por Silvio Golfetti) e do
baterista Rodrigo Oliveira (que é uma máquina tocando).
“Lifeline”
abre o disco de forma tradicional, com uma curta introdução de aquecimento, pesada e melodiosa ao mesmo tempo para que, logo em seguida, quebrar tudo com os riffs matadores do Heros e do Antônio, com os vocais fortes carregando toda a experiência de Marcello Pompeu; sem qualquer intervalo, a curta e rápida “Lamb”
já entra na porradaria total, com uma pegada mais cross-over que lembra o Ratos
de Porão, onde o Rodrigo Oliveira não sente nenhum dó de sua bateria, sentando o braço;
E para acabar de quebrar o pescoço curtindo o disco, “Broken”, que embora diminuindo o
velocímetro, espanta com o poder das guitarras, principalmente dos
solos da dupla Heros/Antônio, que são muito bem trabalhados e com melodia.
Como de
costume, o Korzus sempre coloca uma faixa cantada em português em todos os
discos que lançam. No “Legion” a bola da vez é a faixa “Vampiro”, destacando
novamente a pegada "monstra" do Rodrigo Oliveira e com a fúria do Dick
Siebert passada através de seu baixo, acompanhado por riffs devastadores e os vocais marcantes do Pompeu.
“Die Alone”
mostra como a banda está bem entrosada em estúdio, e fica cada vez melhor com o passar do tempo, tendo uma ótima troca de informações com os ritmos de bateria do Rodrigo e os acordes de baixo do Dick; “Purgatory” é perfeita no que se diz respeito a destruição, e vai cair bem nas tradicionais “Wall Of Death” dos futuros shows da
banda; “Self Hate” é uma das faixas mais ousadas e experimentais do disco, com
um dinamismo nos solos, também.
Demais
destaques ficam por conta de “Bleeding Pride” (primeiro single de divulgação),
“Devils Head”, e a longa faixa que dá o nome ao disco, “Legion”, uma das
melhores que a banda gravou até agora, além de ter um solo agressivo, parte do
Heros e do Antônio, é ao mesmo tempo bonito e cativante.
Não tenho mais nada a dizer, além de bater palmas pra esta grande banda, que mais uma vez nos brinda
com um grande trabalho, e como diz o título, dispensa maiores comentários, é só apreciar, qualidade eles já demonstraram que têm de sobra, e nada mais precisam provar.
“Vai
Vampiro/Sugar Mais um”
Texto: Gabriel
Arruda
Edição/Revisão:
Carlos Garcia
Fotos:
Divulgação
Ficha Técnica
Banda: Korzus
CD: Legion
Ano: 2014
Tipo: Thrash
Metal
Selo nacional:
Voice Music
Selo
internacional: AFM Records
Formação
Marcello
Pompeu (vocal)
Heros Trench
(guitarra)
Antônio Araújo
(guitarra)
Dick Siebert
(baixo)
Rodrigo
Oliveira (bateria)
Track-List
1. Lifeline
2. Lamb
3. Six Seconds
4. Broken
5. Vampiro
6. Die Alone
7. Apparatus Belli
8. Time Has Come
9. Purgatory
10. Self Hate
11. Bleeding Pride
12. Devil’s Head
13. Legion
Saiba mais
sobre a banda
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