O Fabrique Club foi cenário de um evento há tempos aguardado e com muitas expectativas (atendidas, obviamente): o retorno dos norte-americanos do Clutch ao Brasil. Após um período de quatro anos desde o lançamento de seu último álbum, Book of Bad Decisions, e com uma pandemia que forçou o cancelamento de sua última turnê no país, o quarteto de Maryland voltou aos palcos brasileiros com a energia renovada. O que era pra ser uma quinta-feira comum, tornou-se um deleite para os fãs que ali estavam.
O show, que faz parte da turnê do álbum Sunrise on Slaughter Beach, contou com a abertura da Fuzz Sagrado, banda liderada por Chris Peters, ex-membro do icônico Samsara Blues Experiment. Formada em 2021 como um projeto solo de estúdio, a Fuzz Sagrado evoluiu em 2024 para uma banda completa, contando com Guilherme Bordin no baixo e Lucas Fursy na bateria. Mesmo que o público ainda estivesse chegando e a casa estivesse longe de sua capacidade total, a banda cativou com sua mistura de blues psicodélico e stoner rock, fortemente presentes em suas músicas.
Um momento divertido durante a apresentação da Fuzz foi quando o vocalista interagiu com a plateia pronunciando a palavra "gambiarra", referindo-se ao ajuste de cabos que estava sendo realizado pelo baixista durante a troca de faixas. Interação esta que aproximou a banda do público, pois mostrou um pouco da adaptação de Peters ao nosso país, logo que emigrou para cá ao fim de sua antiga banda. Embora o set tenha sido curto, foi suficiente para comprovar o talento dos músicos, entregando um show de abertura competente e virtuoso.
Logo que a Fuzz Sagrado finalizou seu show, houve um intervalo considerável enquanto o palco era preparado para o show principal pela equipe técnica. Diria que foi mais longo do que o normal, uma vez que os fãs, extremamente agitados, ansiavam pela entrada do Clutch.
Quando finalmente o Clutch subiu ao palco, a energia atingiu outro patamar. A banda, que já provou ao longo de treze álbuns estar em sua potência máxima, não decepcionou em absolutamente nada. O Fabrique Club, agora completamente lotado, exalava a essência do Clutch: aquela ironia com uma verdadeira expressão de força e vitalidade, algo que poucas bandas conseguem manter após tantos anos na estrada.
O vocalista Neil Fallon, com sua onipresença no palco foi um show à parte, comandando a plateia com maestria. A banda performou de maneira vigorosa, músicas de seu mais recente álbum, como "Slaughter Beach" e "We Strive for Excellence". Quanto aos hits, sons como "A Shogun Named Marcus", "The Regulator" e "X-Ray Visions" levaram o público, eufórico, à loucura, assim como os encores, que foram escolhidos à dedo. As músicas "Eletric Worry" e o cover digníssimo de "Fortunate Son", concederam um desfecho épico e de tirar o fôlego.
A conexão do público com o quarteto transformou a apresentação em uma experiência inesquecível para fã nenhum botar defeito. Fallon, com sua entrega e voz poderosa , foi o destaque da noite, mas a banda como um todo mostrou porque é tão venerada por quem os acompanha em cada uma de suas fases.
Ficou evidente que cada minuto de espera havia valido a pena. O Clutch conseguiu, novamente, entregar um espetáculo à altura das expectativas, comprovando que a banda ainda tem muito a oferecer.
Texto & Fotos: Amanda Vasconcelos
Edição/Revisão: Gabriel Arruda
Realização: Agência Powerline
Mídia Press: Tedesco Comunicação & Mídia
Clutch
The Mob Goes Wild
Earth Rocker
A Shogun Named Marcus
Sucker for the Witch
Cypress Grove
Subtle Hustle
D.C. Sound Attack!
Escape From the Prison Planet
Spacegrass
Binge and Purge
A Quick Death in Texas
X-Ray Visions
Firebirds!
Slaughter Beach
We Strive for Excellence
The Regulator
***Encore***
Electric Worry
Fortunate Son (Creedence Clearwater Revival Cover)
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