Sob Céus Tranquilos, Sons Pesados: O 31 de Julho no Wacken Open Air
Metal Yoga: Atrações Fora dos Palcos
Antes mesmo das primeiras guitarras soarem, o dia no Wacken já começa com energia. Às 11h da manhã, a personal trainer Sophie Watcher lidera uma sessão de exercícios aeróbicos em grupo. Essa atividade se tornou uma tradição curiosa e divertida do festival: dezenas de headbangers se reúnem para alongar, pular e aquecer o corpo, preparando-se para as longas horas de música intensa que seguem.
A cena é quase surreal — jaquetas de couro, camisetas pretas e botas pesadas dividem espaço com movimentos de ginástica coletiva — mas traduz bem o espírito do evento: união, resistência e celebração.
---
Metal Battle – Descobertas do Underground (Headbangers Stage)
Um dos momentos mais marcantes do dia veio do Metal Battle, no Headbangers Stage, vitrine essencial para revelar novos talentos do metal mundial. Entre as apresentações, uma grata surpresa foi a banda chinesa de power metal Eternal Power.
Com irreverência, energia contagiante e execução precisa, o grupo transformou seus 20 minutos de palco em uma celebração épica. Faixas como “Chasing Your Dream” e “Salvation” evidenciaram o potencial da cena metálica chinesa, mostrando que o país tem, agora, um representante de peso no heavy metal global.
---
Skyline (Harder Stage) – A Tradição da Abertura
Já conhecida do público, a banda Skyline cumpriu mais uma vez seu papel de dar as boas-vindas oficiais ao festival. Com um repertório recheado de covers icônicos, o grupo levou o público a viajar por diferentes eras do rock e do metal.
Músicas como “Stricken” (Disturbed), “Fool for Your Loving” (Whitesnake), “You’ve Got Another Thing Coming” (Judas Priest) e “In the End” (Linkin Park) fizeram o público cantar em uníssono, provando a diversidade de gerações presentes no Wacken. O ponto alto, como sempre, foi a execução da clássica “This Is W.O.A.”, verdadeiro hino do festival.
![]() |
Wacken Press |
![]() |
Wacken Press |
![]() |
Wacken Press |
![]() |
Wacken Press |
Grave Digger – 45 Anos de História no Palco do Wacken (Harder Stage)
Se havia um show que já carregava o peso da história antes mesmo das primeiras notas, esse era o do Grave Digger. Celebrando 45 anos de estrada, a banda mostrou por que é considerada um dos pilares do heavy metal europeu.
Sob o comando do carismático Chris Boltendahl, eterno frontman, a apresentação foi uma verdadeira viagem pela carreira da banda. O setlist incluiu clássicos como “Rebellion (The Clans Are Marching)”, “Valhalla”, “Dark of the Sun” e encerrou de forma apoteótica com “Heavy Metal Breakdown”. A participação de Uwe Lulis, retornando após 25 anos, e de Jamiro Boltendahl, filho do vocalista, tornou o momento ainda mais memorável.
![]() |
Nayara Sabino |
![]() |
Nayara Sabino |
![]() |
Nayara Sabino |
![]() |
Nayara Sabino |
Clawfinger – Lendas do Rap-Metal (Louder Stage)
Nascida na Suécia no início dos anos 1990, Clawfinger é pioneira do rap-metal europeu, conhecida pela mistura agressiva de guitarras pesadas com vocal rap feroz e letras politizadas. O show foi pura energia, com clássicos como “Nothing Going On” e “Recipe for Hate”, mantendo a plateia completamente envolvida do início ao fim.
![]() |
Wacken Press |
![]() |
Wacken Press |
![]() |
Wacken Press |
![]() |
Wacken Press |
Ministry – Industrial Implacável (Louder Stage)
Formada em Chicago em 1981 por Al Jourgensen, Ministry é uma das bandas pioneiras do industrial metal. Evoluindo do synth-pop para sonoridades pesadas e sampleadas, a banda apresentou faixas históricas como “Hail to His Majesty (Peasants)”, “N.W.O.”, “Psalm 69” e “Just One Fix”.
O que se viu foi uma parede sonora industrial e implacável, com batidas eletrônicas e guitarras afiadas que hipnotizaram os fãs e geraram headbanging em estado puro.
![]() |
Wacken Press |
![]() |
Wacken Press |
![]() |
Wacken Press |
---
Krisiun – Brutalidade e Técnica Extrema (W.E.T Stage)
Krisiun, trindade do death metal brasileiro formada em 1990, apresentou um show especial tocando apenas músicas de seus três primeiros álbuns: “Black Force Domain” (1995), “Apocalyptic Revelation” (1998) e “Conquerors of Armageddon” (2000).
A intensidade foi sufocante: riffs velocíssimos, solos devastadores e drumsolo apoteótico de Max Kolesne levaram os fãs ao limite, consolidando um clima de respeito absoluto e visceral.
![]() |
Wacken Press |
![]() |
Wacken Press |
---
Guns N’ Roses – Estreantes Lendários (Harder Stage)
O clímax do dia estava reservado para Guns N’ Roses, que subiu ao palco principal às 20h35 para uma performance histórica de mais de 3 horas — o show mais longo já registrado no Wacken.
O setlist atravessou todas as fases da banda: “Welcome to the Jungle”, “Mr. Brownstone”, “You Could Be Mine”, “Estranged”, baladas como “November Rain” e “Patience”, e a explosão final com “Nightrain” e “Paradise City”.
Houve ainda homenagens especiais: “Sabbath Bloody Sabbath”, “Never Say Die” (Black Sabbath), “Thunder and Lightning” (Thin Lizzy) e “Human Being” (New York Dolls), tornando a apresentação inesquecível.
![]() |
Wacken Press |
![]() |
Wacken Press |
![]() |
Wacken Press |
![]() |
Wacken Press |
![]() |
Wacken Press |
---
Natureza Selvagem – Um Desfecho Único
E, como se não bastasse a intensidade musical, a natureza decidiu marcar presença: após o encerramento do show, uma tempestade com relâmpagos impressionantes caiu sobre o festival, obrigando evacuação parcial dos acampamentos por motivos de segurança.
Um desfecho dramático e épico, digno da grandiosidade vivida nos palcos — algo que só poderia acontecer em um festival de heavy metal como o Wacken.
Nenhum comentário:
Postar um comentário