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quinta-feira, 1 de maio de 2025

Cobertura de Show: Judas Priest & Queensrÿche – 20/04/2025 – Vibra/SP

Judas Priest e Queensrÿche no Vibra São Paulo: Uma noite histórica de Heavy Metal

No dia seguinte ao Monsters of Rock, São Paulo foi novamente palco de um encontro épico de titãs do heavy metal. No Vibra São Paulo, a Mercury Concerts apresentou duas potências do gênero: Queensrÿche e Judas Priest, em performances que, mesmo após o intenso festival, provaram que o metal nunca descansa — e o público também não.


Queensrÿche: técnica, carisma e uma voz que impressiona

Pontualmente às 19h, com “The Mob Rules”, do Black Sabbath, tocando no som mecânico, o Queensrÿche subiu ao palco abrindo com a clássica “Queen of the Reich”, repetindo a escolha da noite anterior no festival. Em seguida, a faixa-título do aclamado Operation: Mindcrime foi recebida com entusiasmo, com o público cantando em uníssono.

Sem pausas, a sequência seguiu com “Walk in the Shadows”, com a banda — formada por Todd La Torre (vocais), Michael Wilton e Mike Stone (guitarras), Casey Grillo (bateria) e Eddie Jackson (baixo) — demonstrando entrosamento absoluto.

“Breaking the Silence” surgiu como grata surpresa no set, já que não havia sido tocada no Monsters. Aqui, cabe um destaque especial: Todd La Torre entregou uma performance vocal irrepreensível, com potência e precisão.

Em “I Don’t Believe in Love”, no entanto, o grito inicial soou um tanto artificial, com indícios de playback. Ainda assim, a recepção foi calorosa — é um dos maiores sucessos da banda. Em um momento de interação, Todd pediu que as luzes fossem acesas para ver o público e perguntou quem estava vendo o Queensrÿche ao vivo pela primeira vez. Saudou os fãs e também prestou respeito ao “poderoso Judas Priest”, atração principal da noite.

Na sequência, “Warning” manteve o ritmo elevado e “The Lady Wore Black”, que também não estava presente no set do Monsters, trouxe uma chuva de celulares em gravação, marcando um dos pontos altos da apresentação. A semelhança do timbre de Todd com o de Geoff Tate em sua juventude é realmente impressionante.

“The Needle Lies” trouxe de volta o peso do Operation: Mindcrime. A esperada sequência “The Mission” e “Nightrider” foi substituída por um momento intimista em que Todd convidou o guitarrista ao centro do palco e puxou o público para cantar “Take Hold of the Flame”.

Com “Empire”, a banda encaminhou-se para a reta final. Durante a faixa, Todd apresentou os membros da formação. “Screaming in Digital” (do Rage for Order) e a poderosa “Eyes of a Stranger” fecharam a impecável apresentação, deixando um gostinho de quero mais. O Queensrÿche segue em turnê na América Latina com shows no Chile e na Argentina, e torcemos por um retorno breve ao Brasil.


Queensrÿche – setlist:

Queen of the Reich

Operation: Mindcrime

Walk in the Shadows

Breaking the Silence

I Don't Believe in Love

Warning

The Lady Wore Black

The Needle Lies

Take Hold of the Flame

Empire

Screaming in Digital

Eyes of a Stranger





Judas Priest: uma aula de Heavy Metal ao vivo

Quando os primeiros acordes de “War Pigs” do Black Sabbath ecoaram no som ambiente, era claro que o momento do Judas Priest se aproximava. Após a introdução da tour “Clarionissa” tocar, o hino “Panic Attack”, do último trabalho da banda, Invincible Shield, deu início ao espetáculo com impacto: o pano caiu e a banda já estava a postos, sendo recebida por gritos eufóricos.

Sem dar respiro, emendaram com o clássico “You’ve Got Another Thing Comin’”, que levou o público ao delírio com pulos e coros. Rob Halford aplaudiu o público e, após saudar a plateia com um “Vocês estão prontos?”, puxou “Rapid Fire”, que abriu uma roda que permaneceu acesa por boa parte do show.

Na sequência, veio a inevitável “Breaking the Law”, que provocou um dos momentos mais emocionantes da noite: o público cantando as linhas de guitarra durante os trechos instrumentais. Um verdadeiro espetáculo de devoção.

A dobradinha “Riding on the Wind” e “Love Bites” manteve o nível lá no alto, com direito a trechos da letra e imagens do filme Nosferatu nos telões. “Devil’s Child” manteve a performance afiada da banda, que impressiona pela entrega e vitalidade após décadas de estrada.

Uma grata surpresa foi “Saints in Hell”, ausente do set no festival. Com visuais infernais e iluminação vermelha, o clima foi perfeito. Ainda que parte do público demonstrasse cansaço, possivelmente reflexo do dia anterior, a força dos clássicos reenergizava os presentes. Vale destacar: é sempre louvável ver fãs casuais comparecendo e, quem sabe, se tornando novos seguidores fiéis da banda.

Pequenos deslizes de Faulkner na guitarra passaram quase despercebidos — e, na verdade, reforçam a autenticidade de uma banda que ainda toca “na raça”, sem cliques ou backing tracks excessivos. Há, talvez, algum uso pontual de delay nos vocais de Halford, mas nada que comprometesse.

“Crown of Horns” trouxe mais um destaque do novo álbum, com Scott Travis literalmente “brincando” com as baquetas entre as batidas. A clássica “Sinner” reacendeu a roda entre os fãs old school.

“Turbo Lover” foi acompanhada por um verdadeiro mar de celulares e por um coro impressionante do público. Em seguida, Halford sentou-se em um banquinho improvisado e, em tom de conversa, agradeceu pela presença de todos e celebrou a longevidade da banda. Ao mencionar os álbuns do Judas - com exceção daqueles que contam com Ripper Owens nos vocais -, foi saudado com entusiasmo a cada nome citado, culminando na execução de “Invincible Shield”, com o icônico tridente da banda descendo do alto do palco.

“Victim of Changes” manteve a intensidade, com Scott Travis brilhando em cada virada. Em um momento lúdico, Halford brincou com o público, em um “duelo” vocal à la Freddie Mercury. Após agradecer, o grupo executou “The Green Manalishi (With the Two Prong Crown)”, cover do Fleetwood Mac que há muito já ganhou identidade própria com o Priest.

Ao se encaminhar para o fim, veio o momento mais esperado: Scott Travis saudou o público e perguntou o que todos queriam ouvir. A resposta foi unânime: “Painkiller”. Com uma introdução explosiva, foi o ápice da noite, um dos momentos mais intensos do heavy metal ao vivo.

Para o bis, a introdução de “The Hellion” já entregava o que seguiria: “Electric Eye”, mais um clássico absoluto. O som de motores antecipava “Hell Bent for Leather”, com Halford em sua tradicional Harley no palco.

A noite foi encerrada com “Living After Midnight”, colocando um ponto final em uma aula de heavy metal, com presença de palco, técnica, e, acima de tudo, paixão pelo que fazem. O Judas Priest mostrou que continua no topo — e que ali deve permanecer por muito tempo. A imagem final dos telões trazia a frase: “The Priest Will be Back” (O Priest retornará), e assim esperamos ansiosamente.









Texto: Jessica Tahnne Valentim

Fotos: Ricardo Matsukawa

Edição/Revisão: Gabriel Arruda


Realização: Mercury Concerts

Press: Catto Comunicação


Judas Priest – setlist:

Clarionissa (Tour Intro) - *no som mecânico

Panic Attack

You've Got Another Thing Comin'

Rapid Fire

Breaking the Law

Riding on the Wind

Love Bites

Devil's Child

Saints in Hell

Crown of Horns

Sinner

Turbo Lover

Invincible Shield

Victim of Changes

The Green Manalishi (With the Two Prong Crown) (Fleetwood Mac cover)

Painkiller 

Bis

The Hellion

Electric Eye

Hell Bent for Leather

Living After Midnight

terça-feira, 29 de abril de 2025

Cobertura de Show: Monsters Of Rock – 19/04/2025 – Allianz Parque/SP

No dia 19 de abril, sábado, o Allianz Parque recebeu mais uma edição do Monsters Of Rock, festival considerado um dos maiores quando o assunto é Rock e Heavy Metal no Brasil. Ao longo de seus 30 anos de história, o evento já trouxe nomes de peso como Kiss, Black Sabbath, Slayer, Suicidal Tendencies e Ratt, além de representantes nacionais consagrados como Angra, Viper e Raimundos.

Mantendo a tradição e fazendo jus ao nome, a edição comemorativa de três décadas reuniu gigantes do Hard Rock, Heavy Metal, Power Metal e Prog Metal, com um line-up formado por Scorpions, Judas Priest, Europe, Savatage, Queensrÿche, Opeth e Stratovarius. Cada banda fez a alegria dos milhares que lotaram a arena com shows impecáveis, som de altíssima qualidade e uma pontualidade britânica que surpreendeu até os mais céticos.


Stratovarius

Quem se incumbiu de iniciar os trabalhos do dia foram os finlandeses do Stratovarius. Considerado um dos nomes mais respeitados do Power Metal – o ou Metal Melódico, como os brasileiros costumam dizer –, a banda conseguiu arrastar um bom público logo cedo. Nada surpreendente, já que o grupo possui uma legião de fãs no Brasil.

Depois de dois anos sem pisar no país, dava pra perceber que a maioria estava ansiosa para ver Timo Kotipelto – que continua dispensando comentários – e companhia, prontos para entregar os clássicos que marcaram o final da década de 90, como “Forever Free”, “World on Fire”, “Paradise” (a mais festejada desse começo de set) e “Eternity”, que fizeram os falantes vibrarem.

Além dos hits do passado, o repertório incluiu músicas do mais recente trabalho, entre elas “World on Fire” e a faixa-título “Survive”, que ao vivo ganharam ainda mais peso, mostrando que a atual formação – com Matias Kupiainen (guitarra), Lauri Porra (baixo), Rolf Pilve (bateria) e Jens Johansson (teclados) – está entrosada e encaixa perfeitamente no momento atual da banda. Os melhores momentos ficaram para o final, com a execução de “Black Diamond” e “Hunting High and Low”, antecedida por “Unbreakable”, na qual Timo pediu que todos cantassem o refrão com força, e foi exatamente o que aconteceu.

Um show excelente, que mostrou por que o Stratovarius segue sendo um dos pilares do gênero.




Opeth

Na sequência, os suecos do Opeth subiram ao palco com seu som dinâmico e cheio de nuances, flertando principalmente com o Death Metal e o Progressivo No entanto, entre as sete bandas escaladas, foi a que mais destoou das demais, o que rendeu até comentários bem-humorados de amigos próximos, como “o Oasis do Heavy Metal”. Nesse momento, muitos aproveitaram para se alimentar e recarregar as energias para as atrações seguintes.

Apesar das controvérsias, o público não deixou de reconhecer o empenho e a entrega da banda no palco. O vocalista e guitarrista Mikael Åkerfeldt, com um humor inigualável, chegou a notar a distração de parte da plateia em alguns momentos, brincando e se desculpando pelas músicas serem muito longas. Ainda assim, deixou claro o quanto estava feliz por dividir o palco com tantas lendas.

O setlist, enxuto e com apenas sete músicas, trouxe duas faixas do novo trabalho, The Last Will and Testament, lançado no ano passado: “§1”, que abriu o show, e “§3”, não empolgaram tanto quanto as famosas “Master’s Apprentices”, “In My Time of Need” e “Deliverance”, esta última considerada, segundo Mikael, o maior hit da carreira da banda. 

No fim das contas, foi um show primoroso em técnica, que talvez, por seu estilo mais introspectivo, não tenha empolgado tanto quanto os demais. Isso, no entanto, está longe de significar que foi uma apresentação ruim, muito pelo contrário.






Queensrÿche

Na opinião deste que vos escreve, os shows seguintes foram os grandes destaques do festival, não apenas pela saudade que essas bandas deixaram durante os anos longe dos palcos brasileiros, mas principalmente por mostrarem, com maestria, como se faz um verdadeiro espetaculo: resgatando o legado, a essência e o melhor de suas respectivas carreiras.

Com quatro décadas na ativa, os americanos de Seattle, Queensrÿche, estrearam sua atual formação no Brasil após 12 anos desde a última passagem pelo país. Naquela ocasião, a banda enfrentava situações lamentáveis, incluindo uma suposta agressão entre os antigos membros. Agora, com uma nova formação consolidada há 10 anos – contando com o competente Todd La Torre nos vocais – , o grupo vive um momento muito diferente do turbulento cenário da década passada.

O setlist reuniu músicas do primeiro e homônimo disco, The Warning, Rage for Order, Operation: Mindcrime e Empire, considerados os trabalhos mais importantes da carreira. Os destaques ficaram por conta das faixas da fase inicial da banda, como “Queen of the Reich” e “Warning”, que se juntaram às clássicas “Operation: Mindcrime”, “Walk the Shadows” e “I Don’t Believe in Love”, levando os fãs à euforia a cada execução.

Todd La Torre atraiu a atenção de todos não apenas pelo seu talento vocal – substituindo à altura o lendário Geoff Tate –, mas também por sua presença de palco magnética e carisma. Ele demonstrou estar visivelmente feliz por ver a banda de volta ao Brasil depois de tanto tempo e agradeceu pela receptividade calorosa do público.

Os demais integrantes também receberam seus merecidos aplausos. Casey Grillo deu uma nova dinâmica à bateria da banda. Já os veteranos Eddie Jackson (baixo) e Michael Wilton entregou riffs e solos afiados ao lado de Mike Stone, mantendo vivo o legado do Queensrÿche desde os primórdios.

O show do Queensrÿche se resume a três adjetivos: pesado, energético e animal, onde tem que ter no currículo de qualquer fã de Heavy Metal que se prece. Muitos esperavam, para o final, a execução de “Silent Lucidity” e “Jet City Woman”, mas a ausência dessas faixas não desanimou o público, que ainda teve o privilégio de ouvir obras-primas como “Empire”, “Screaming in Digital” e “Eyes of a Stranger”.





Savatage

A quarta atração da tarde deixou o público empolgado desde o momento do anúncio: Savatage. Após dez anos afastados dos palcos e atendendo a incansáveis pedidos dos fãs, a banda escolheu o Brasil como ponto de partida para essa tão aguardada volta. Muitos dos presentes vestiam camisetas da banda, o que só reforça a ansiedade e a devoção dos fãs por esse retorno histórico.

A única baixa desse retorno foi a ausência do vocalista e pianista Jon Oliva, que não pôde estar presente devido a problemas de saúde. No mais, a formação seguiu praticamente a mesma de sempre, com Zack Stevens (vocal), Chris Caffery e Al Pitrelli (guitarras), Jeff Plate (bateria), além de dois tecladistas cuja identidade não consegui confirmar até o fechamento deste texto.

O repertório foi um verdadeiro greatest hits, com direito a algumas surpresas, como a inclusão de “The Ocean” e “Welcome”, acompanhadas de “Jesus Saves” – que caiu muito bem com o clima pascoal – , e “The Wake of Magellan”, que não era tocada ao vivo há bastante tempo. Já nesse início, o público se entregou completamente, criando uma conexão imediata com a banda, que mostrou não ter perdido a força. Em “Handful Of Rain” contou com a presença de uma leve garoa para combinar com o clima da música. 

Caso fosse possível, a banda teria passado todo o tempo do show executando seus maiores clássicos. No entanto, por se tratar de um festival e haver um tempo estipulado para cada apresentação, o grupo precisou selecionar cuidadosamente o repertório. Entre os destaques, estiveram as icônicas “Gutter Ballet” e “Edge of Thorns”, acompanhadas por momentos de interação com Zak jogando bolas de futebol para a plateia e até a invasão de uma fã no palco. Contudo, foi durante a execução da balada “Believe” que o momento mais emocionante da tarde se deu: um vídeo com Jon Oliva cantando e tocando piano foi exibido, acompanhado de imagens de seu irmão, o saudoso Criss Oliva – falecido em 1993. Criss também foi homenageado pouco antes do início do show, com sua guitarra sendo mostrada nos telões, coberta por rosas. O encerramento ficou por conta de “Sirens” e “Hall of the Mountain King”, deixando no ar a expectativa por um retorno em breve. 





Europe 

A participação do Europe no festival foi um verdadeiro presente para os fãs de Hard Rock. Com quatro décadas de estrada, os suecos mostraram que, mesmo com o passar dos anos, continua relevante e poderosa ao vivo. Desde o começo com “On Broken Wings”, seguida de “Rock The Night” – primeiro hit do começo da noite – ficou claro que o grupo estava ali para entregar um show memorável.

O setlist trouxe uma boa seleção de tudo que a banda fez nos anos 80 e nos últimos anos desde que retornou a ativa em 2003, incluindo “Walk the Earth”, a rápida e pesada “Scream of Anger” e “Sign of the Times”, mas foi na clássica “Carrie” que o público entrou êxtase com um mar de celulares acessos e um coro cheio de emoção. Um público de todas as idades, emocionado, cantando esse hino atemporal – ver e sentir milhares de pessoas conectadas pelo mesmo sentimento foi surreal. Perceber que, mesmo depois de décadas, as bandas que fizeram nossos pais e avós vibrarem ainda despertam o mesmo entusiasmo na geração atual, trazendo uma sensação nostálgica e poderosa de que o rock, além de vivo, continua pulsando com força.

Com uma performance segura e carismática, o vocalista Joey Tempest conduziu o público com maestria, interagindo com os fãs e mostrando toda sua energia e domínio de palco. Os músicos demonstraram entrosamento e técnica, com destaque para os solos de guitarra de John Norum e os teclados marcantes de Mic Michaeli.

Cada canção foi recebida com entusiasmo pelo público. Antes do ápice, a banda ainda despojou “Ready or Not” e “Superstitious”, que teve um pequeno de trecho de “No Woman No Cry” do Bob Marley. Como era de se esperar, “The Final Countdown”, antecedida por “Cheroke”, transformou o Allianz Parque em um mar de vozes, encerrando o show de forma emocionante e com a certeza de que eles vão retornar, conforme dize Joey antes de deixar o palco.






Judas Priest

O Judas Priest, uma das maiores bandas de Heavy Metal da história, entregou mais do que um show, mas sim uma verdadeira aula. Desde 1991 que a banda visita o Brasil, e o que vimos nessa última passagem é mais uma lembrança histórica que ficara guardada na memória dos fãs brasileiros, principalmente dos paulistanos.

A formação atual traz o inconfundível Rob Halford nos vocais, Ritchie Faulkner e Andy Sneap nas guitarras, Ian Hill no baixo e Scott Travis na bateria. E a verdade é que eles já entraram com o jogo ganho. A conexão com o público, a entrega no palco e o peso do som mostraram que o Priest está mais vivo do que nunca.

Halford, com suas barbas brancas e marcas do tempo, provou que idade é apenas um número. Ele continua cantando como nunca, e sua presença de palco é simplesmente hipnotizante. Já a dupla de guitarristas mostrou que o peso de substituir K.K. Downing e Glenn Tipton é grande, mas Faulkner e Sneap fazem jus ao legado.

O repertório foi de tirar o fôlego. A abertura com "Panic Attack", do mais recente álbum Invincible Shield, já mostrou o que viria pela frente. Mas foi na sequência oitentista com "You’ve Got Another Thing Comin’", "Rapid Fire", "Breaking the Law", "Riding on the Wind", "Love Bites" e "Devil’s Child" – recebidas com gritos e punhos erguidos – que tudo explodiu. 

A chuva resolveu dar o ar da graça quando veio "Crown of Horns". Alguns se assustaram, outros nem ligaram, mas o que importa é que o show continuou firme. São Pedro só deu uma trégua em "Turbo Lover", que é minha favorita do Judas e, ao vivo, soa ainda mais grandiosa. Já "Victim of Changes" trouxe um momento especial: uma homenagem emocionante ao guitarrista Glenn Tipton, afastado dos palcos devido ao Parkinson. E o fechamento da primeira parte veio com a explosiva "Painkiller", que com a introdução arrebatadora de Scott Travis, levou todos ao delírio.

Mas não parou por aí. O bis veio com tudo: "Electric Eye", precedida pela clássica intro "The Hellion", abriu os trabalhos. Na sequência, "Hell Bent for Leather" marcou a entrada triunfal de Halford montado em uma Harley-Davidson, e o grand finale veio com "Living After Midnight", encerrando a noite de forma festiva, com um coro uníssono da plateia.






Scorpions

Encerrando o Monsters of Rock, o Scorpions transformou o Allianz Parque numa verdadeira celebração, vide o vídeo retrospectivo no começo relembrando os 60 anos de estrada de um dos maiores nomes do Hard Rock mundial. “Coming Home” tomou conta do palco e dos corações, abrindo o set com intensidade. “Gas in the Tank”, a única do mais recente álbum Rock Believer, veio logo depois, mostrando que o gás da banda está longe de acabar. “The Zoo” trouxe aquele peso característico, com solos estendidos e clima denso. 

Klaus Meine não tem mais o mesmo alcance vocal de décadas atrás, mas compensa com uma entrega sólida e um domínio de palco que só o tempo proporciona. Quem roubou a cena instrumentalmente foi a dupla de guitarristas Rudolf Schenker e Matthias Jabs com uma performance afiadíssima: riffs certeiros, solos bem desenhados e muita presença. Mikkey Dee brilhou com um solo de bateria pesado, relembrando seu legado com o Motörhead e mostrando que se encaixou perfeitamente na engrenagem do Scorpions. 

O set foi estrategicamente construído para equilibrar hits incontestáveis com momentos de surpresa. Um dos mais celebrados foi o medley matador reunindo “Top of the Bill / Steamrock Fever / Speedy’s Coming / Catch Your Train”, uma verdadeira viagem à fase setentista que incendiou os fãs das antigas.

A sequência emocional veio logo depois de “Bad Boys Running Wild” com “Send Me an Angel” e “Wind of Change”. O estádio inteiro virou um coral iluminado, num dos momentos mais bonitos da noite. A partir daí, foi só pancada: “Loving You Sunday Morning”, que retornou ao set após anos, “Tease Me Please Me” e “Big City Nights” foram executadas com precisão e empolgação, mantendo o público em transe.

“Still Loving You” trouxe um ar de romantismo, preparando o terreno para um dos clímax visuais da noite: “Blackout”, que veio acompanhada pela aparição de um enorme escorpião inflável atrás do palco, arrancou arrepios. Para fechar, “Rock You Like a Hurricane” veio como uma tempestade, colocando um ponto de exclamação numa noite histórica, ou melhor, dia histórico. 

Com um line-up de respeito, estrutura impecável e público apaixonado, o Monsters of Rock de 2025 entrou para a história como uma edição emblemática. Mais do que uma simples reunião de grandes bandas, foi uma celebração de gerações, estilos e memórias. Na hora de ir embora, ficou a certeza de que, enquanto houver fãs de Rock, Heavy Metal e seus variados gêneros, o Monsters seguirá mais vivo do que nunca.








Texto: Gabriel Arruda


Edição/Revisão: Gabriel Arruda


Realização: Mercury Concerts



Stratovarius – setlist: 

Forever Free

Eagleheart

World on Fire

Speed of Light

Paradise

Survive

Eternity

Black Diamond

Unbreakable

Hunting High and Low


Opeth – setlist: 

§1

Master's Apprentices

§3

In My Time of Need

Ghost of Perdition

Sorceress

Deliverance


Queensrÿche – setlist:

Queen of the Reich

Operation: Mindcrime

Walk in the Shadows

I Don't Believe in Love

Warning

The Needle Lies

The Mission

Nightrider

Take Hold of the Flame

Empire

Screaming in Digital

Eyes of a Stranger


Savatage – setlist:

The Ocean

Welcome

Jesus Saves

The Wake of Magellan

Dead Winter Dead

Handful of Rain

Chance

Gutter Ballet

Edge of Thorns

Believe

Sirens

Hall of the Mountain King


Europe – setlist:

On Broken Wings

Rock the Night

Walk the Earth

Scream of Anger

Sign of the Times

Hold Your Head Up

Carrie

Prelude

Last Look at Eden

Ready or Not

Superstitious

Cherokee

The Final Countdown


Judas Priest – setlist:

Panic Attack

You've Got Another Thing Comin'

Rapid Fire

Breaking the Law

Riding on the Wind

Love Bites

Devil's Child

Crown of Horns

Sinner

Turbo Lover

Invincible Shield

Victim of Changes

The Green Manalishi (With the Two Prong Crown) (Fleetwood Mac cover) 

Painkiller

Bis

The Hellion

Electric Eye

Hell Bent for Leather

Living After Midnight


Scorpions – setlist:

Coming Home

Gas in the Tank

Make It Real

The Zoo

Coast to Coast

Top of the Bill / Steamrock Fever / Speedy's Coming / Catch Your Train

Bad Boys Running Wild

Send Me an Angel

Wind of Change

Loving You Sunday Morning

I'm Leaving You

New Vision

Tease Me Please Me

Big City Nights

Still Loving You

Bis

Blackout

Rock You Like a Hurricane