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domingo, 31 de março de 2019

Ataque ao Fígado V: os portões do inferno se abrem novamente



Era chegado a hora do primeiro show da banda mais old school do Brasil em solo gaúcho, os cariocas do Apokalyptic Raids desembarcam no RS para o Festival “Ataque ao Fígado V” que aconteceu na cidade de São Leopoldo na Embaixada do Rock.


Mas o dia 16/03 não ficou marcado só pela vinda do Apokalyptic Raids, pois tínhamos ainda o show de 35 anos de estrada do Leviaethan e grandes bandas de abertura para enaltecer ainda mais a qualidade do nosso querido underground.

Devido a questões de deslocamento não conseguimos acompanhar os dois primeiros shows da noite, com as bandas Sömbriö e Atomic Roar.


Ao chegar ao local os gaúchos do Leviaethan já se preparavam para sua destruição sonora, e não demora muito para o couro comer sem limites com seu Thrash Metal visceral, apresentando as composições clássicas dos seus dois primeiros álbuns (“Smile” e “Disturbed Mind”) e presenteando os fãs com uma composição inédita. São 35 anos de história que dispensam comentários e apresentações, sempre é bom ver os dinossauros do Metal em forma e mostrando que ainda tem muita lenha para queimar.




Em seguida era chegada a estreia do Apokalyptic Raids no Rio Grande do Sul, trazendo a tour de seu novo álbum, “The Pentagram”, e o que presenciamos foi um show animal, mostrando o porquê de serem uma das bandas mais respeitadas do underground nacional. Uma banda coesa e muito precisa ao vivo, em um setlist que passou por toda sua discografia, mas privilegiando seu novo trabalho, que mantém a mesma qualidade old school e insana dos anteriores. Agitando os presentes tendo mosh, rodas e muita “bateção” de cabeça, não dando espaço para respirar. Um show antológico de uma banda antológica, que voltem o quanto antes!


Algo que gostaria de ressaltar é o pouco público que compareceu nesta edição do “Ataque ao Fígado”, infelizmente uma constante em qualquer evento underground da atualidade, onde os ditos “headbangers” não comparecem e deixam de presenciar shows fantásticos, seja dos grandes ou das bandas novas que surgem e mantêm a chama do som pesado acesa.


Fechando a noite tivemos os gaúchos da Evilcult e o seu Speed/Black Metal no meu melhor estilo Sarcófago e Hellhammer. Mesmo madrugada a dentro seus admiradores ficaram até o final, e proporcionaram mais moshs e rodas insanas, enquanto a Evilcult despeja seu culto maligno de forma empolgante e agressiva, não deixando ninguém parado. Um show que passou dos 40 minutos tendo a participação de Leon Manssur e com os bangers clamando por mais um som ao final da apresentação. Mais um sangue novo na cena, e que mostra que vieram para incendiar e manter o underground ainda mais vivo.



Os portões do inferno se fecham novamente em São Hell e fica o nosso agradecimento a produção do “Ataque ao Fígado”, que nada contra a maré e nos brinda com excelentes bandas de diversas partes do país enaltecendo o Metal old school.


Cobertura por: Renato Sanson
Fotos: Uillian Vargas


terça-feira, 22 de novembro de 2016

Panzer: Resistência em Nome do Metal



São 25 anos de carreira já, muitas conquistas, alcançadas com muito trabalho e superando adversidades, e a cada nova etapa o Panzer parece voltar ainda melhor e mais forte, e após as mudanças na formação vindas depois do lançamento do DVD "Louder Day After Day" ano passado, André Pars (guitarras) e Edson Graseffi (bateria), encontraram em Sérgio Ogrês um vocalista perfeito para a proposta de voltar a fazer um som mais calcado no Stoner e Metal dos anos 90, como o Pantera e BLS, e claro, ouvindo o álbum você vai perceber muito do Black Sabbath, logicamente.

Produzido por Henrique Baboom e pelo André, que também acabou gravando, além das guitarras, as linhas de baixo, já que Fabiano Menon, que havia entrado na banda (inclusive aparece na capa do CD), acabou deixando o posto por razões pessoais, "Resistance"realmente, como anunciado por André e Edson, traz uma sonoridade bem Stoner, mesclando-se aos elementos Thrash e Metal Old School.

O excelente trabalho nos riffs e cozinha pesada e trabalhada, com a habilidade de Ogrês em variar os vocais, apresentando linhas agressivas, limpas e rasgadas, lembrando bastante Phil Anselmo em vários momentos (bom, o cara cantava na banda tributo ao Pantera, Unscarred), mostrou perfeito encaixe, e temos em "Resistance" um álbum forte, inspirado, orgânico e com variações dinâmicas e empolgantes pelas 12 faixas.


Após o dedilhado da intro "96", "The Price" entra mostrando de cara esse lado mais Old School, em nuances bem Black Sabbath (lembrou-me também algo dos primeiros solos de Ozzy), riffs empolgantes, batera com pegada fenomenal, e Sérgio passeando por vocais limpos e agressivos. Destaque para o solo de André, nesta abertura perfeita. A sonoridade mais anos 90, já aparece com vigor em "Impunity", com andamento mais arrastado, e mais um grande trabalho de Ogrês nos vocais; "No Fear" é bem na linha do Thrash mais contemporâneo, com Edson sentando a mão, a cozinha aqui ficou com um peso absurdo!

"To Scream in Vain" já joga de cara seus riffs Stoner, convidando a bater cabeça. A veia Pantera aparece com força novamente; "Alone" é mais arrastada, embora tenha variações, onde podemos ouvir trechos mais limpos, inclusive nos vocais, e transpira Sabbath em seu riff principal; "Attitude" traz contrastes bem legais, com um riff mais direto e tradicional, para em seguida soar mais Stoner, com vocais numa linha bem Hardcore de Ogrês; "Do It!" é Thrash direto e bem na cara.

"The Old and the Drugs For Soul" tem cadência e doses de groove, aliadas a passagens mais rápidas; "The Resistance" apresenta muito peso e agressividade, com a batera sendo espancada sem dó e vocais raivosos; e fechando o álbum a curta e melancólica balada "You Don't Have Tomorrow" e  "Actitud", uma versão em espanhol para "Attitude".

Um álbum, que desde os primeiros momentos faz você sentir que é mais um grande trabalho do Panzer, temperado com muito Stoner, Thrash e Metal Old School, e acima de tudo, soa orgânico e verdadeiro. O tanque continua cada dia mais alto e mais forte!

Texto: Carlos Garcia
Fotos: Divulgação

Ficha Técnica:
Banda: Panzer
Álbum: "Resistance" 2016
País: Brasil
Estilo: Thrash/Stoner/Heavy Metal
Produção: André Pars e Henrique Baboom
Arte de Capa: Edson Graseffi
Selo: Shinigami Records 


Track List:
1. 96
2. The Price
3. Impunity
4. No fear
5. To Scream in Vain
6. Alone
7. Attitude
8. Do It!
9. The Old and the Drugs for Soul
10. The Resistance
11. You may not have tomorrow
12. Actitud
 
Canais Oficiais:

terça-feira, 24 de maio de 2016

Metal Church: Mais uma Vitória do Metal "Old School"


E mais de duas décadas depois, Mike Howe volta a ocupar o posto de vocalista do Metal Church, e é sem dúvidas o cara para ocupar esse posto, coisa que ficou bem clara lá em 88, quando substituiu David Wayne (falecido em 2005, responsável pelos vocais dos dois primeiros, e hoje já podemos dizer que possuem status de clássicos, “Metal Church” e “The Dark”), até a banda parar com as atividades em 94. Em 98 tivemos o retorno com a formação clássica, com Wayne nos vocais, permanecendo até 2001, quando novamente deixou o grupo (lançou um álbum com sua banda "Wayne", chamado "Metal Church").

Desde então, a banda tem lançado até bons álbuns, mas sem a mesma consistência dos álbuns com Wayne e Howe, e em 2014 a notícia da volta de Howe foi recebida com alegria e expectativa. Bom, e as melhores expectativas se tornaram realidade com “XI”, que resgata a força e identidade da banda, com Howe e seu vocal rasgado praticamente intacto, e a sonoridade do Metal Church parece ter se revigorado, trazendo aquele Metal carregado de riffs marcantes (Kurdt e Van Zandt despejam riffs e solos que poderiam figurar tranquilamente nos clássicos primeiros álbuns com Wayne e Howe), com um pé no Thrash e boas doses de melodia.


“Reset” abre o álbum com um riff bem tradicional e marcante, direta e veloz, e Howe e a banda mostrando que estão de volta aos bons tempos. Destaque para o vocal furioso de Mike Howe, que também arrisca notas mais agudas e “ríspidas” (Howe, para situar o pessoal que talvez não conheça,  tem aquele timbre no estilo do Tornillo); “Killing Your Time” também segue em um andamento mais acelerado, com bases e riffs perfeitas para a arte de bater cabeça. Impossível não sentir um cheirinho de nostalgia, a começar pela capa, que lembra a do primeiro álbum.

“No Tomorrow”, que foi o primeiro single e clipe do álbum,  inicia com uma base acústica, para logo  descambar em uma montanha de riffs acompanhados pela cozinha pesadona (Jeff Plate está descendo a mão, e os pés, sem dó), grande refrão, música talhada para levantar o povo nos shows; “Signal Path” tem algo naquela veia “balada pesada” que a banda fez tão bem diversas vezes (como na definitiva “Watch the Children Pray”). Em um andamento mais meio tempo e linhas vocais mais melódicas, tem, possivelmente, o refrão mais marcante do álbum. Áspera, pero sin perder la ternura! Baita música! Como dizemos aqui no RS. 

“Sky Falls Inn” tem um andamento mais arrastado e pesado, linhas vocais e de guitarra mais melodiosas, além de algumas intervenções acústicas e um algo de heavy blues. Bom, o álbum, como eu disse antes, é um retorno àquela identidade da banda nos anos 80 e 90, tem um cheiro de nostalgia, sonoridade Old School, mas nada datado, até porque esse tipo de som é atemporal, e ainda a produção muito boa deixa tudo muito atual.

“Needle & Suture” também é direta ao ponto, aquela típica que escancara aquele pézinho da banda no Thrash; “Shadow” é mais cadenciada, pesada e com um ar meio sombrio; “Blow Your Mind” começa em suspense, com uma introdução um pouco longa, ganhando peso e seguindo um andamento mais arrastado; “Soul Eating Machine” é dinâmica e naquele andamento mais veloz, com ótimos riffs e melodias, puro Metal Church anos 80; “It Waits” também vem no estilo baladona pesada. Plate e Unger vão marcando o início, e a somados aos dedilhados da guitarra (com um algo de psicodelismo), dão fundo para vocais sussurrados de Howe.


Suffer Fools” é outra bem “na cara”, dinâmica e com aquele andamento mais rápido, bem tradicional, no estilo que o Accept também fazia tão bem; “Fan the Fire” segue a mesma linha, com variações bem interessantes no andamento, Metal tradicional Old School, fechando o trabalho.

O que temos em "XI" é uma banda que novamente se encontrou e se motivou, e muito se deve ao retorno de Howe, em um álbum que resgata as características tradicionais do Metal Church. Heavy Metal carregado de tudo que o fã Old School adora, envolto em uma ótima sonoridade e produção, e de modo algum soa datado, como alguns podem deduzir. O Metal Church surgiu e foi lançando grandes álbuns, e se não chegaram a ter um patamar de lenda nos dias de hoje, devido a alguns percalços, mostraram que retomaram o fôlego pra conquistar um lugar de maior destaque novamente. Isto é Heavy Metal senhores, é Metal Church!


Edição e texto: Carlos Garcia

Banda: Metal Church
Álbum: "XI"
Pais: EUA
Estilo: Metal Tradicional
Selo: Shinigami Records
Adquira o álbum na Shinigami

Line Up:
Kurdt Vanderhoof: Guitarras
Mike Howe: Vocais
Steve Unger: Baixo
Jeff Plate: Bateria
Rick Van Zandt: Guitarras



Track List:
01. Reset
02. Killing Your Time
03. No Tomorrow
04. Signal Path
05. Sky Falls In
06. Needle and Suture
07. Shadow
08. Blow Your Mind
09. Soul Eating Machine
10. It Waits
11. Suffer Fools

Site Oficial




quinta-feira, 10 de dezembro de 2015

TSJUDER – Aviltante obscuridade nórdica



O TSJUDER é uma das poucas bandas de Black Metal da Noruega que ainda procura manter a chama daquela sonoridade mais crua e old school. Comparando com seus primeiros trabalhos em que imperava a velocidade e quebradeira generalizada, com ‘Antiliv’o trio pisou mais no freio, trazendo uma sonoridade com ambiências mais sombrias e carregadas. De qualquer forma, em nada se perdeu a rispidez e a maldade inerentes a eles, e há, sim, blast-beats, guitarras despejando riffs e um baixo esmerilhado com maestria.


A carnificina começa com “Kaos”, uma paulada na moleira, rápida, sem concessões; “Krater” confere um aspecto de música de subterrâneo, pesão com guitarras envolventes, paradinhas, tudo conduzido pela batera na manha, somente descambando pra porradaria no final de seus pouco mais de sete minutos. Refrão marcante; em seguida vem “Norge” com riffs hipnóticos, partes que remetem a DARK FUNERAL, vocais odiosos, e um levada que lembra o álbum ‘Desert Northern Hell’; a quarta música é um dos picos do disco, “Djevelens Mesterverk” é um típico som ‘quebra pescoço fácil’e em poucos minutos; blast beats, guitarras nervosas e insanas; com “Demonic Supremacy” os andamentos são mais lentos, prenunciando partes Thrash Metal. Quase sete minutos de som.


“Slumber With The Storm” não foge à regra das antecessoras, com alternâncias de velocidade. Lembra os últimos álbuns do GORGOROTH; “Ved Ferdens Ende” o negócio é quebradeira legal para esmagar crânio, até o ponto em que cai para riffs atmosféricos. Com certeza, é um dos melhores momentos de ‘Antiliv’; por fim, encerra-se essa opus com a faixa-título, oito minutos de uma música em que predomina a cadência, com a guitarra ditando o andamento com riffs precisos. Como bônus, tem o cover do MAYHEM que, embora com alguma diferença em relação à original em algumas partes, ficou um arrebento, uma insanidade blasfema; e, cover do BEHERIT, ficou satanicamente brutal, com aquela atmosfera sombria da banda original. Há, ainda, versões Demo para “Kaos”, “Slumber With The Storm” e “Antiliv”.


Há rumores que dão conta que a banda pode vir para o Brasil em 2016. Espero que isso se confirme, e que eles possam mostrar no Brasil toda a sua arte impura e ímpia. De longe, o álbum é muito superior ao seu antecessor ‘Legion Helvete’(2011). Todas as músicas trazem uma referência aos primórdios do estilo, seja em aspectos de composição ou de produção mesmo. O conteúdo das letras continua direcionado à temática anticristã. Portanto, com base no exposto, tu sabes o que encontrará neste grande álbum, lírica e musicalmente.

Texto: Marcello Camargo
Edição: Carlos Garcia

Lançamento: Season Of Mist
 
Line-Up:
Nag – Vocals/Bass
Draugluin – Guitars/Vocals (backing)
AntiChristian – Drums

Tracklist:
“Kaos”
“Krater”
“Norge”
“Djevelens mesterverk”
“Demonic Supremacy”
“Slumber with the Worm”
“Ved ferdens ende”
“Antiliv”
“Kaos” (Demo)
“Slumber with the Worm” (Demo)
“Antiliv” (Demo)
“Deathcrush” (MAYHEM cover)
“Unholy Pagan Fire” (BEHERIT cover)

Video: Tsjuder - Djevelens Mesterverk (Official Premiere):