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sábado, 2 de novembro de 2024

Cobertura de Show: Paul McCartney – 16/10/2024 – Allianz Parque/SP

Em 1970, os Beatles comunicaram o encerramento da sua carreira. Cinquenta anos depois, a banda continua atraindo fãs em todo o mundo com suas músicas, que até hoje permanecem relevantes. É fascinante imaginar como seria um reencontro se John Lennon e George Harrison estivessem vivos, mas essa ideia ficará apenas na nossa imaginação.

Paul McCartney, um dos ex-membros sobreviventes ao lado do baterista Ringo Starr, continua exibindo uma energia notável ao reviver o legado da banda nos seus shows. No último mês de outubro, ele regressou ao Brasil para realizar dois espetáculos em São Paulo, onde o primeiro teve todos os ingressos esgotados. Em terra brasilis, ele também passou por Florianópolis e finalizou os três últimos shows da Got Back Tour pela América Latina na Argentina, Peru e Colômbia.

A atmosfera no Allianz Parque era bastante agradável, permitindo que os presentes esquecessem dos problemas provocados pela falta de eletricidade que afetou a cidade após uma tempestade na semana anterior. Ao entrar no estádio, por volta das 19hrs, já se via uma grande quantidade de pessoas de diversas idades, animadas ao som de remixes dos Beatles tocados pelo DJ Chris Holmes, que deixou o palco às 20hrs para dar início a um vídeo sobre a vida de Paul desde o seu nascimento até os dias atuais.

É fácil fazer previsões sobre o que esperar durante as quase três horas de show do Paul, resultantes de comentários desnecessários como “ah, pra que ir novamente se vai ser sempre a mesma coisa?”. No final das contas, aqueles dizem isso acabam indo de qualquer forma. Afinal, é sempre bom ter mais uma experiência para recordar. E para quem nunca teve a oportunidade de vê-lo ao vivo, é sempre preferível ver uma vez do que nunca, não é mesmo? 

Vinte e duas das trinta e seis músicas do repertório pertenciam aos Beatles, óbvio. Logo nos primeiros minutos, Paul evocou os tempos gloriosos da Beatlemania com "Can’t Buy Me Love", "All My Loving" e "Got to Get You into My Life", embaladas com as excelentes "Juniors Farm" e "Letting Go" (ambas do Wings), que fizeram o público agitar e dançar nos espaços que tinham na pista. 

Além da impressionante seleção musical, merece destaque o cuidado colocado na questão de produção, com telões interativos exibindo vídeos que harmonizavam com a atmosfera de cada música. Um exemplo claro disto foi durante "Let Me In", onde o ritmo marcial da música combinou perfeitamente com o vídeo dos guardas ingleses apresentado nos telões.

Outra coisa surpreendente é a tamanha disposição de Paul McCartney, que não demonstra sinais de cansaço e nem sequer parava para tomar água. E olha que estamos falando de um mero senhor no auge dos seus 82 anos. As pausas ocorreram apenas quando ele interagia com o público, na maioria das vezes em português, claro.

Entre as mais recentes destacou-se "Come On To Me", que foi muito apreciada pela plateia, que acompanhava ritmicamente com gestos corporais. “Let Me Roll It” teve uma breve conexão com "Foxy Lady", em tributo a Jimi Hendrix e com direito a um bom solo de guitarra vindo da Les Paul colorida de McCartney.

Umas das qualidades que Paul carrega na sua trajetória como musico é a sua habilidade como multi-instrumentista. No piano ele mandou a citada "Let Me In", "My Valentine", "Nineteen Hundred and Eighty-Five" e "Maybe I’m Amazed", esta última sendo seu primeiro sucesso a solo. Dedicada à sua esposa Nancy Shevell, que estava no meio da plateia, “My Valentine” trouxe um toque romântico à noite.

Paul e banda abaixaram um pouco os ânimos quando chegou a vez de “I've Just Seen a Face”, "In Spite of All the Danger” (a primeira canção gravada pelos Beatles, quando ainda se chamava The Quarrymen) e “Love Me Do”, trazendo um formato mais intimista e climático. Essa tranquilidade só refletiu na parte estética, pois as quase quarenta mil pessoas cantaram com fervor ambas e faziam aquele tradicional movimento com as mãos como se estivessem limpando janela, mas que na verdade foi para iluminar o ambiente escuro que foi instaurado nesse momento.

“Dance Tonight” é outra que é indispensável devido à famosa dancinha do Abe Laboriel Jr, que além de excelente baterista, também é um fantástico vocalista, assim como Rusty Anderson (guitarra), Paul Wickens (teclados, violão, gaita) e Brian Ray (guitarra e baixo), que vem dando o devido apoio ao Paul ao vivo há décadas. Além deles, também teve a presença do trio de metais Hot City Horns, que deram um brilho especial para algumas músicas.

Paul também não deixou de prestar a sua saudade pelos seus saudosos amigos durante "Blackbird", dedicada ao “parça” George Harrison, e "Here Today", dedicada ao “mano” John Lennon. Neste momento só ele ficou no palco para canta-las sobre uma plataforma elevada.

A única novidade foi “Now And Then”, guardada durante anos e que foi lançada esse ano. Se ela já ficou ótima em estúdio, ao vivo ficou mais ainda. Durante ela, o telão central mostrou Paul e Ringo ao lado do John e do George novamente graças a inteligência artificial, que com certeza deve ter deixado muita gente emocionado. 

“Lady Madonna”, “Being for the Benefit of Mr. Kite!”, “Something” (calmamente iniciada com acordes de Ukulele) e “Ob-La-Di Ob-La-Da”, unidas a “Jet” e “Band On The Run” (maior hit da carreira do solo do Paul com os Wings), preparou em grande estilo o momento Greatest Hits da noite com “Get Back”, “Let It Be”, “Live And Let Die” e “Hey Jude”. Estas composições fazem parte da vida de muitas pessoas e, certamente, muitos deve ter tido contato com elas através do pai, mãe, tio ou avô. O destaque deste bloco ficará sempre para “Live And Let Die” por conta dos seus impressionantes efeitos pirotécnicos. “Hey Jude”, por si só, possui um poder imenso capaz de tocar qualquer coração peludo. Nesse momento houve uma bela união entre os “manos” e “minas” cantando juntos o famoso “na-na”.

Antes de começar o bis, Paul e os outros músicos desfilaram no palco segurando bandeiras do Brasil, Reino Unido e da LGBTQI+ (aceitem ou não). Em português, Paul disse que era “hora de ir embora”, mas o público respondeu “não” em coro. Contudo, antes do encerramento houve mais clássicos, começando com“ I’ve Got A Feeling”, que trouxe um dueto especial entre John (com voz isolada mostrando-o no último show dos Beatles no terraço da Apple Corps) e Paul.

"Day Tripper" e "Helter Skelter" falam por si mesmas, pois certamente encantaram os fãs da guitarra com os seus riffs memoráveis. "Golden Slumbers", "Carry That Weight" e "The End", trinca que encerra o aclamado “Abbey Road” (último disco gravado pelos Beatles), como também encerrou o incrível show.

É sempre um privilégio assistir a um show do Paul McCartney, seja uma, duas, três ou mil vezes, pois estamos diante de uma lenda viva que moldou aquilo que conhecemos hoje como Rock e influenciou inúmeras bandas e músicos dentro deste género. Este show foi particularmente especial para este vos escreve, pois foi a primeira oportunidade de vê-lo ao vivo, testemunhando uma celebração “foda”, como ele mesmo definiu. 

Para aqueles menos interessados em vê-lo ao vivo alegando ser sempre a mesma coisa, lembrem-se que o “pai tá on” e mandou um “até à próxima” antes de sair do palco.


Texto: Gabriel Arruda 

Fotos: Paty Sigiliano 

Edição/Revisão: Gabriel Arruda 


Realização: Bonus Track 

Mídia Press: Fleishman Hillard Brasil


Paul McCartney – setlist: 

Can't Buy Me Love

Junior's Farm

Letting Go

All My Loving

Got to Get You Into My Life

Come On to Me

Let Me Roll It

Getting Better

Let 'Em In

My Valentine

Nineteen Hundred and Eighty-Five

Maybe I'm Amazed

I've Just Seen a Face

In Spite of All the Danger

Love Me Do

Dance Tonight

Blackbird

Here Today

Now and Then

New

Lady Madonna

Jet

Being for the Benefit of Mr. Kite!

Something

Ob-La-Di, Ob-La-Da

Band on the Run

Get Back

Let It Be

Live and Let Die

Hey Jude

Bis

I've Got a Feeling

Day Tripper

Sgt. Pepper's Lonely Hearts Club Band (Reprise)

Helter Skelter

Golden Slumbers

terça-feira, 27 de fevereiro de 2024

Cobertura de Show: Men at Work – 21/02/2024 – Vibra/SP

Energia australiana inunda o Brasil: Men at Work deixa fãs em êxtase em espetacular show em São Paulo

O lendário grupo australiano Men at Work fez uma parada histórica no Brasil, presenteando os fãs com um espetáculo inesquecível no Vibra, em São Paulo.

Desde o início, a atmosfera estava eletricamente carregada de antecipação, com os fãs ansiosos esperando para testemunhar a magia musical que catapultou a banda para o estrelato nas décadas de 1980 e 1990.

O palco foi adornado com uma produção visual deslumbrante, enquanto as luzes suaves e o som impecável preparavam o terreno para a entrada triunfal da banda. O vocalista Colin Hay, icônico com seu violão, não perdeu tempo, arriscando um português – “agradeço muito por terem vindo ao nosso show” – e começou a noite com um dos maiores sucessos, "Touching The Untouchables".

A plateia, composta por fãs de todas as idades, rendeu-se à energia contagiante dos integrantes. Os clássicos como "Who Can It Be Now?" e "Overkill" foram recebidos com entusiasmo, mas nada se compara com o momento de “Down the Sea”.

Enquanto Hay demonstrava uma incrível vitalidade, com sua voz marcante e inconfundível que ecoava pela sala, sendo coincidência ou não, uma linda borboleta amarela roubou a atenção de todos os presentes sobrevoando o palco e nossas cabeças, que veio embalado por um solo espetacular de bateria, fazendo os olhos de muitos ali brilharem.

Quando a banda mergulhou em algumas músicas menos conhecidas, proporcionou aos fãs mais ardentes uma experiência única. A habilidade musical de cada membro estava em exibição, destacando porque o Men at Work continua sendo uma das bandas mais queridas de sua geração.

Muitos se emocionaram quando Hay dedicou músicas a todos os fãs  brasileiros que acompanharam a banda ao longo dos anos. A conexão entre o público foi palpável, criando uma atmosfera de celebração compartilhada.

Os músicos – San Miguel Perez (guitarra), Yosmel Montejo (baixo), Jimmy Branly (bateria) e a dupla feminina formada por Scheila Gonzalez (saxofone, flauta, teclado) e a inquieta Cecilia Noël (backing vocal) – exibiram virtuosismo em cada nota, solos de guitarra envolventes, ritmos pulsantes da bateria e harmonias precisas, elementos chave que elevaram a performance a um nível superior. A maestria instrumental foi evidente, destacando não apenas o legado da banda, mas também sua relevância contemporânea.

Em resumo, o show do Men at Work no Brasil não foi simplesmente uma apresentação musical, foi uma experiência completa, onde cada detalhe foi cuidadosamente pensado para imergir os fãs em uma atmosfera única.

Uma noite mágica e inesquecível que solidificou a posição duradoura do Men at Work no coração de seus admiradores brasileiros.

O bis final deixou os fãs extasiados, culminando com uma performance arrebatadora de "It's a Mistake". A casa ecoava com aplausos enquanto a banda se despediu do público brasileiro com gratidão e promessas de voltar.

O show do Men at Work no Brasil não foi apenas um concerto, foi uma jornada nostálgica e uma celebração vibrante da música que transcende gerações. A energia australiana ressoou nos corações dos fãs brasileiros, deixando uma lembrança duradoura de uma noite verdadeiramente especial.

Texto: Mayara Dantas

Fotos: Giuliana Peramezza

Edição/Revisao: Gabriel Arruda

 

Realização: MCA Concerts

Mídia Press: Midiorama

 

Men At Work

Touching the Untouchables

No Restrictions

Come Tumblin’ Down

Can’t Take This Town

Down by the Sea

Everything I Need

Blue for You

I Can See It in Your Eyes

Dr. Heckyll & Mr. Jive

No Signo of Yesterday

Who Can It Be Now?

Underground

Catch a Star

Upstairs in My House

Overkill

It’s a Mistake

Down Under

***Encore***

Into My Life

Be Good Johnny