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sexta-feira, 1 de março de 2013

Kuazar: Apresentação Impressionante no Zoombie Ritual Festival




Os thrashers paraguaio do Kuazar se apresentaram na última edição do Zoombie Ritual em 2012, onde teve uma de suas melhores experiências ao vivo. 

Segundo José Gonzales (guitarrista/vocal): "Para nós foi muito especial, fazia vários anos que não tocávamos nessa região do Brasil, estivemos no Bob Rock no ano de 2006 e essa volta foi melhor do que esperávamos. O wall of death que teve em nosso show foi violentíssimo e a galera cantava nossas músicas, o que deixou a gente com um ótimo feedback e fez o Kuazar colocar toda sua energia na apresentação."



Formado por José Gonzales (guitarra/vocal), Ratty Gonzalez (bateria/backing vocals) e Marcelo Saracho (baixo) a banda vem divulgando o seu CD debut "Wrath Of God", que atualmente está sendo distribuído na Grécia pelo selo Chainsaw Distro.

Devido a está apresentação que impressionou a todos, o blog Heavy And Hell escolheu o show do Kuazar no Zoombie Ritual como um dos melhores shows de 2012, confira a lista onde redator onde Luiz Harley menciona a apresentação do grupo: http://bit.ly/11YiiFJ


Revisão/edição: Caco Garcia
Fotos: Divulgação

Acesse e conheça mais a banda

Assessoria e Shows: contato@wargodspress.com




Confira nossa resenha para "Wrath Of God" AQUI.









terça-feira, 11 de setembro de 2012

Entrevista: Revogar - Poder do Metal Extremo Gaúcho



É possível renovar um estilo sem abrir mão de sua raízes? Apenas uma banda formada por ótimos músicos que tenham conhecimento da causa para poder fazer essa façanha, e para melhorar, que tal  mesclar Death e o Black Metal e ainda no seu primeiro álbum executar todas as composições em português? Letras com grande ódio ao falso moralismo... É, amigo, o Metal extremo tem uma revelação e tanto, estamos falando dos gaúchos da Revogar que tem presença garantida no Zoombie Ritual e no Under Metal Fest - RS (que conta com o apoio Road to Metal), por isso mesmo não deixamos de conversar com esta força emergente do Metal nacional.

Com vocês Revogar:


Road to Metal: Vocês estão em uma crescente de shows, que podemos dizer fantástica, além de diversos shows pela região metropolitana, vocês foram confirmados no Zoombie Ritual que acontece em dezembro e no UMF - RS que ocorre em novembro. Como surgiu esta oportunidade de tocarem nesses dois grandes festivais?

Wagner Santos: Nós fechamos o Zoombie Ritual quando tocamos no 2° Massacre Infernal em Guaramirim/SC quando tivemos a oportunidade de conversar com o Juliano Ramalho que estava presente no evento, sabendo também que o Flávio Soares (Leviaethan) também já estava negociando a presença da sua banda, a parte logística se tornou mais em conta, pois somos da mesma região do RS o que torna mais fácil o deslocamento de 2 bandas em um único veiculo.

RtM: Será a primeira vez que o RS recebe um festival desse porte, com atrações internacionais e nacionais, tendo mais de 20 bandas. O que vocês acham que o UMF - RS trará de beneficio para nossa cena? E em relação ao público, o que eles podem esperar da Revogar ao vivo?

WS: O UMF – RS vai ter uma proporção tão grande dentro do RS que eu aposto que em 2013 outros promotores terão interesse de seguir o mesmo caminho, o público, as bandas e quem estiver na organização certamente serão beneficiados sem sombra de duvidas, e a Revogar vai abrir o evento, seremos a primeira banda do primeiro dia certamente teremos a chance de ampliar o nosso trabalho em um evento desta proporção, todos estão esperando o momento de iniciar os trabalhos do palco e teremos a oportunidade de divulgar o nosso novo material, que esta muito mais agressivo e direto \m/. 
  
RtM: Vocês estão em plena divulgação de seu 1° álbum "Vale Dos Suicidas", onde o setlist dos shows é baseado no lançamento. Para esses festivais teremos algumas surpresas ou o set continuará em cima do primeiro álbum?

WS: A Revogar esta preparando o novo álbum para ser lançado em 2013 e o público poderá opinar pela música que fara parte do novo lançamento, será a divulgação do álbum "Vale Dos Suicídas" de 2010, do EP "Behind The Throne Of God" de 2012 e das musicas do álbum de 2013, certamente será um grande show.

Capa do 1° álbum da banda lançado em 2010

RtM: Tocar Death/Black Metal em português realmente não é algo comum. Como surgiu essa proposta e a banda pretende seguir sempre esse caminho?

WS: O álbum "Vale Dos Suicidas" iniciou com a gravação da música "Berço da Revolução", que fala sobre a guerra dos Farrapos e era só um teste para saber se não ficaria soando de forma hostil à parte instrumental e acabei gostando da proposta, fechei um álbum com 8 músicas em português, sendo todas elas gravadas apenas por mim e estão no EP lançado este ano, havendo uma banda para tocar nos shows e gravar, isto mudou, agora todos os passos são dados em conjunto e antes eu fazia tudo sozinho. 
Infelizmente passamos a parte lírica para o inglês, pois não conseguimos um selo que aceitasse duplicar o material em português, já em inglês conseguimos a Belialis Mvsika para agenciar parte de nossos shows em 2013 e graças ao Volk Mizantrop conseguimos marcar presença no UMF – RS.

RtM: Gostaríamos que vocês nos contassem um pouco da trajetória da banda até seu momento atual.

WS: Tocamos com o Besatt da Polônia em 2011 o que foi um baita aprendizado, pois podemos entender como funciona a parte logística das bandas da europa, o que nos facilitou em muito para poder termos esta crescente expressiva de shows este ano, tocamos com o In Torment em Içara/SC antes deles irem para europa e foi muito foda poder fazer parte deste show, e tocamos com o Krisiun e a Xaparraw em Charqueadas, o que possibilitou podermos ter uma maior experiência de palco e conversar com os integrantes do Krisiun não tem preço, os caras são top no exterior e isso certamente ficará registrado em nossas memórias.  

RtM: Ouvindo aqui o “Vale Dos Suicidas” deu para perceber que a banda possui uma idologia muito forte. Qual a mensagem por trás desse primeiro trabalho? E o fato de ser em português não preocupa vocês pelo risco de poder gerar algumas intrepretações dubias acerca do tema explorado?

WS: Tentei ser o mais direto possível quanto as letras, pois são direcionadas a prática da anti-religião e é isso que as letras falam, procuro não demonstrar o ponto de vista ou um critério em primeira pessoa até mesmo por que grande parte dos headbangers que escutou ou viu as letras não teve problemas em interpretar o verdadeiro sentido da banda, até mesmo por que procuro sempre dar às letras um certo sarcasmo, pois a meu entendimento tudo aquilo que se adquire ou se alcança na vida é por nosso próprio esforço, e não por graça de alguma entidade na qual os mais fracos acreditam.

Wagner Santos (guitarra/vocal), a mente por trás da Revogar

RtM: Ainda citando o "Vale Dos Suicidas", uma audição mais atenta percebe-se algumas passagens mais melancolicas... Existe traços de Doom Metal na sonoridade da banda?

WS: Sim... Com certeza existem traços muito fortes de Doom Metal, pois eu gosto muito deste tipo de atmosfera musical, onde as músicas se tornam mais intensas conforme a letra vai evoluindo na música.

RtM: Para finalizar, gostaríamos que nos contassem de seus planos futuros e fiquem a vontade para deixar uma mensagem final aos leitores do Road to Metal.

WS: Infelizmente tivemos que cancelar os shows do Uruguai, pois a agência aérea que faria o transporte fechou as portas aqui em Porto Alegre e não conseguimos negociar com outras agências em tempo hábil para chegarmos a tempo de cumprir esta agenda, mas melhores dias virão e com certeza vamos fazer estes shows em 2013. Gostaria de agradecer ao Maicon Leite "WarGods Press”, Flávio Soares da Leviaethan e apresentador do Mundo Metal da rádio Ipanema, Monica Porto e Ed Rodrigues Metal Militia Web Radio, Mario Filipe Pires da Revista Perigo de Morte de Portugal, João Henrique da Rádio Fátima, Volk Mizantrop da Belialis Mvsika,  pelo suporte que estão nos dando este ano com a divulgação do nosso material e a todos que estão nos acompanhando nos shows, nas excursões, nos ensaios e gravações, um forte abraço a todos do Road to Metal por apoiar integralmente a cena nacional do meio underground, e a todos que vão participar do UMF e do Zoombie Ritual, se preparem pois vamos subir no palco com a intenção de fazer história nestes eventos.

Forte abraço a todos.


Entrevista por: Renato Sanson/Luiz Harley
Revisão & Edição: Renato Sanson/Eduardo Cadore
Introdução: Luiz Harley
Fotos: Revogar


Acesse e conheça mais a banda



Para saber todas as informações do UMF - RS clique aqui.

terça-feira, 4 de setembro de 2012

Zoombie Ritual 2012: Marco na Cena do Sul do Brasil



Prontos para o apocalipse zumbi?

Os Maias estavam certos e o mundo acaba em 2012... Porque essa é a única explicação para que a região Sul esteja na rota de dois eventos que serão verdadeiros divisores de águas na cena do pais (ao contrario do fatídico MOA).

Primeiramente, em novembro, teremos o Under Metal Fest no RS (cobertura e detalhes que você acompanha aqui no Road) e, em dezembro, o Zoombie Ritual que chega a sua 5º edição mantendo a sua tradição de se superar a cada ano.

Hirax é uma das atrações mais esperadas dessa edição
Se na quarta edição tivemos atrações do porte de Gamma Bomb, Krisiun, Claustrofobia e Dark Funeral, dessa vez o cast vem trazendo nada mais nada menos que 4 grupos internacionais, verdadeiras lendas do undeground como a Hirax, heróis do Metal americano, um dos percussores da Bay Area, banda contemporânea do Megadeth, Metallica e  Testament, só que sempre apresentando elementos vindos do Punk e do Hardcore, sendo liderada pela lenda Katon W. (vocal).

Vital Remains, cuja simples menção do nome já desperta a alegria dos deathbangers, afinal de contas, estamos falando de um grupo que se formou em 1988 e já teve a honra de ter nos seus vocais nada mais nada menos que o infame Glen Benton (Deicide) no ano de 2003. Podemos esperar clássicos do naipe  de “Dechristianize”.

Lendário líder da banda Death é sempre o grande homenageado do festival
Malevolent Creation é outro nome clássico do undeground mundial. A banda se formou no ano de 1987, sempre marcada por trocas de formações, abusos de drogas, mas também sempre fiel ao Death Metal. Na realidade, eles são um dos grandes nomes da escola do estilo praticada no Estados Unidos ao lado de grupos como Cannibal Corpse e Hate Eternal.

Todo o Zoombie Ritual Fest é dedicado à memória de um dos músicos mais impressionantes que esse mundo já teve, o sempre lembrado e idolatrado Chuck Schuldiner, então nada melhor do que trazer para o evento músicos que fizeram parte da criação máxima desse gênio, o Death, através da banda Symbolic, por onde já passaram músicos com Gene Hoglan, Steve di Giorgio e Matt Harvey, ou seja, uma grande banda que honra o legado de Chuck.

Ratos de Porão é uma amostra das bandas do underground brasileiro presentes


Mas é claro que a cena nacional tem o seu local confirmado no evento e ai, amigos, o que dizer de um festival que apresenta Violator, Comando Nuclear, Ratos de Porão, Volcano, Nervochaos, Doomsday Ceremony, Em Ruínas, Dominus Praelli, entre outras, representando todas as vertentes do som pesado dividido em três dias com preço super justo e estrutura legal, esforços e méritos do batalhador Juliano Ramalho, um guerreiro do undeground nacional.

Então, sem desculpas para perder o evento. É claro que o Road to Metal estará lá (à exemplo da edição de 2011) e se o mundo acabar, que o apocalipse comece em Rio Negrinho/SC.

Edição/revisão: Eduardo Cadore / Renato Sanson
Foto: Divulgação

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quarta-feira, 29 de agosto de 2012

Entrevista: Necropsya - Técnica e Feeling


Entrevista exclusiva com esta importante banda da cena underground paranaense


Necropsya já tem mais de dez anos na estrada com três EPs “Destroy” (2005), “SkullCrusher” (2006), “Bandas Fora da Garagem” (2010) e dois CDs,  “Roars (2007) e “Distorted” (2011) do mais violento e poderoso Thrash Metal.

A banda é dona de uma carreira que se consolida a cada ano e sempre inova em seus álbuns, mas sem fugir de sua raiz musical.  E isso pode ser verificado no single “Isolation”, que a banda divulgou no início do mês de agosto e que fará parte do novo álbum que está em fase de pré-produção.

Neste bate-papo com o Road To Metal pelos virtuosos integrantes da banda, podemos conferir toda batalha e dedicação desses músicos para nos oferecer o melhor do Thrash Metal Underground.

Diretamente do Paraná para a Road To Metal: Henrique Vivi (baixo e vocal), Henrique Bertol (guitarra) e Celso Costa (bateria).

Com vocês: Necropsya!



RtM: Vocês começaram tocando covers de bandas de Heavy, Thrash e Death Metal. A banda tinha outro nome? E por que Necropsya?

Henrique Bertol: Opa Luiz! No começo, criamos um nome provisório de Evil Child, até vir algo melhor, que achávamos que tínhamos conseguido como “Necrotery”. Quando fomos agendar o nosso primeiro show, percebemos já problemas, não fazia sentido manter aquele nome com uma grande banda como o “Necroterio” por aqui. Queríamos sempre um nome que soasse bem em português, e de certa maneira ser fácil de falar por quem for. O Necropsya foi um nome que veio bem a calhar, o “Y” na escrita veio inicialmente para dar um ar diferente sem mudar a prosódia... mas no final das contas foi até bom para diferenciar de outras bandas que usam o “i”.

RtM: Henrique Bertol e o Henrique Vivi já se conheciam desde pequenos. O Celso Costa entrou na banda em 2004. Como conheceram Celso Costa?

Henrique Bertol (guitarra) 
Henrique Vivi: Bom, temos uma amiga em comum que é da cidade do Celso (Guarapuava) – um show nosso com o antigo baterista ela o levou para assistir, acabamos nos apresentando aquela noite - alguns meses depois ele veio morar em Curitiba e ficou sabendo que estávamos sem batera... dois ensaios e ele já estava à vontade!


RtM: No início a banda contava com dois guitarristas. Em 2005 sum deles saiu e desde então a banda ficou só com três integrantes. Qual foi o fator determinante para vocês permanecerem como trio? 

Henrique Bertol: Quando o nosso segundo guitarrista saiu até pensamos em procurar um substituto, mas as vantagens como trio para tocar esse som são imensas, como a facilidade de timbrar, liberdade melódica e a cozinha fica muito mais presente. Quando a gente voltou a subir no palco com essa formação, mais enxuta, percebemos que a coisa certa a fazer era permanecer assim, tudo soou muito bem.



RtM: Em 2011 vocês ganharam o 1º Prêmio Ivo Rodrigues na categoria de melhor banda de Rock/Metal de Curitiba de 2010, devido ao EP “Bandas Fora da Garagem”. Vocês ficaram sabendo que haviam sido premiados através de um amigo do Celso Costa, pois na noite da premiação vocês estavam tocando em Santa Catarina, no Otacílio Rock Fest. Não como Necropsya, mas estavam tocando na outra banda que o Henrique Vivi tinha ou tem. Os integrantes do Necropsya têm projetos paralelos?

Henrique Vivi: Somos um tanto nômades! Com a nossa formação acadêmica e trabalhando com música, já nos enveredamos por uns projetos que, por mais que sejam diferentes entre si, nos deram um baita chão, além de pagar as contas! Então já tocamos em tudo quanto é coisa, no momento estamos fazendo free-lances, mas nada a longo prazo.

RtM: Durante o período de produção do primeiro CD, vocês além de serem entrevistados, tiveram suas  músicas divulgadas na rádio "Hard Rock Radio Live", de Nashville – EUA. E também tiveram a publicação de um review do “Roars” numa webzine italiana. Desde essa época para cá, como tem sido a repercussão das músicas de vocês em âmbito internacional?

Celso Costa: Olha, melhorou com certeza – as redes sociais hoje em dia também quebram um galho muito grande em manter o contato e feedback com bandas e produtores daqui e de fora. As músicas do EP, no entanto, foram determinantes para abrir essa porta – e esperamos que isso melhore, pois o trabalho está longe de acabar!

RtM: O segundo álbum, “Distorted”, rendeu, para a banda, uma turnê na Argentina. Conte um pouco dessa experiência.

Henrique Vivi: Animal! A primeira vez tocando fora nós nunca esqueceremos, foi uma experiência e tanto. O que fez esta viagem ser muito foda foi a hospitalidade de todos, sem exceção. Nas cidades que tocamos, a cena underground no geral é muito parecido com aqui, então nos sentimos em casa mesmo. A cultura portenha tem algo de patriótico que eu nunca tinha visto tão de perto, na música então, isso é o tempo todo! No mais, conhecemos muita gente boa, bebemos muita Quilmes, nos empanturramos de comida típica e curtimos três noitadas de sonzeira. Não há como falar mal!

RtM: Uma diferença que sinto entre o “Roars” e” Distorted” e no single “Isolation”,  que vocês divulgaram até o momento, e  que fará parte do tracklist do próximo CD, é que o som da banda está mais abrangente. O que, a meu ver, fica estranho colocar um “rótulo” em vocês como Thrash Metal. Quero dizer que, embora seja uma banda de Thrash, vocês não têm clichês de bandas desse estilo. O que vocês têm a dizer sobre essa abrangência musical do Necropsya?

Henrique Bertol: Ficamos felizes de saber que isso é perceptível. Uma vez que estamos tocando há certo tempo, e participando de outros projetos, acabamos determinando um norte para nossas composições como Necropsya. Um pé no thrash metal é inevitável para o nosso som e conseguirmos ter este senso para flertar com outros estilos. Acredito que o termo não sirva para nos rotular, mas sim para dar uma noção, especialmente para quem tá conhecendo a banda.


RtM: Devido a essa abrangência musical, os álbuns de vocês não são cansativos, bem ao contrário, é uma surpresa atrás da outra, mantendo a identidade da banda e demonstrando muita técnica sem perder o “feeling”. Como é o processo de composição de vocês?

Celso Costa: Obrigado Luiz! O legal de trabalhar com o Necropsya é que raramente algo é descartado. Normalmente, o esqueleto de alguma música, ou trecho de música, um de nós mostra em ensaio ou grava em casa para mostrar depois. Após mostrado, revisado, e cada um montar seu arranjo, juntamos tudo em estúdio e a partir daí começamos a afunilar até virar algo apresentável. Quem diz se o som tá bom ou não é a resposta da galera no show!

RtM: Outra diferença perceptível no Necropsya são as artes de capa. A arte de capa do disco “Roars” foi feita pelo Henrique Bertol, Danusa Araújo e Allan DeAngeles. Essa capa é mais intimista, tons mais escuros. Porém na capa do disco “Distorted”, que foi feita pelo Allan DeAngeles, ela é, digamos, mais enigmática,  mais instigante... Como vocês interpretam essa diferença?

Celso Costa: Os dois envolveram trabalhos com muito empenho! No primeiro álbum, a Danusa e o Bertol tiraram leite de pedra – os dois tinham pouca experiência e fizeram uma grande arte! O Allan ajudou muito, mas depois do Roars lançado...vimos que a próxima arte deveria ser o contraste daquilo, no lance visual e na apresentação também. O Allan é amigo de longa data e conhece muito sobre música. Ele captou exatamente o que queríamos, tanto que no Distorted, passamos estas idéias junto com as músicas e as letras para ele ouvir e se inspirar... quando ele veio com o resultado final, ficamos de queixo caído!

Capa do mais recente single "Isolation"

RtM: As letras  do “Roars” são mais políticas. Já as do “Distorted” me soam mais pessoais, mais psicológicas...  Essa mudança foi programada ou não?

Henrique Vivi: Confessamos que não. Quando nós lançamos o Roars, já havia algumas das músicas do Distorted feitas. Após uma pequena triagem das músicas que escolheríamos para o próximo álbum, vimos que o conteúdo lírico delas poderia funcionar melhor como unidade. A letra da música “Distorted” explica estas letras ainda mais na cara, então acabou virando o nome do CD.

Henrique Bertol: A maior mudança é que amadurecemos como letristas. Quando você não tem muita experiência, falar de temas pessoais são complicados, é fácil soar pedante ou piegas. Hoje em dia conseguimos nos expressar de forma mais honesta e direta, é por isso que tudo soa um pouco mais pessoal.   

RtM: Analisando as letras, capas de arte e o som de vocês, parece que uma das propostas da banda é fazer novas experimentações e variar nos álbuns. Kreator é uma banda que tem esse costume, como por exemplo, no álbum “Renewal” (1992) e que gerou certas  controvérsias. E vocês, têm esse receio? Qual é o cuidado de vocês em relação a isso?

Henrique Vivi (baixo e vocal)
Celso Costa: Pela nossa prática musical isso nunca foi um impeditivo. O que não podemos esquecer é quem somos e de onde viemos.

Henrique Vivi: Depende da intenção de cada banda, talvez. Acreditamos, no nosso caso, que é necessário estabelecer um limite, senão você perde seu chão. Nós não temos interesse em experimentar algo sem ter certeza absoluta de saber em que isso vai realmente soar bem de fato. Não temos receio de gerar controvérsias neste sentido por dois motivos: não temos medo de criar e ainda temos que “comer muito feijão” pra chegar ao naipe do Kreator!

RtM: Ainda falando em variações e experimentações... Mikael Åkerfeldt (Opeth), tem álbuns em que ele alterna o canto gutural com o limpo. No Necropsya, já foi cogitada essa possibilidade? É algo que podemos esperar de vocês num disco futuro?

Henrique Vivi: Nem a pau! (risos) Complementando a pergunta anterior... se um dia a gente inventa de colocar uma voz minha limpa cantando melodias, morre boa parte da nossa identidade sonora. Não que isso seja totalmente impossível, mas ainda não houve alguma situação nas nossas músicas em que o vocal não precisasse ser agressivo.

RtM: Após terem aberto shows para bandas como Master, Overkill, Krisiun, Holocausto, Torture Squad entre tantas outras, mais uma turnê na Argentina e uma mini tour aqui no Brasil com a banda argentina Traxxion Etilica, o que mais marcou vocês e o que trouxeram dessas experiências?

Henrique Vivi: Em poucas palavras – coletividade, respeito, admiração. Todas as bandas que você mencionou nos fizeram crescer de alguma maneira e somos muito agradecidos em tocar com estes caras. Fazer um excelente show com estas bandas já garante o sorriso de qualquer um, então imagine poder tirar um tempo para conversar com eles nos bastidores, ter dicas, saber onde melhorar e ainda tomar umas geladas. Isso marca demais!

RtM: Hoje em dia como vocês avaliam a cena underground do Paraná?

Henrique Bertol: É uma pergunta complicada, pois sei que avaliar no geral é perigoso. Mas certas coisas já vimos que estão começando a mudar, que anos atrás eram coisas certas. Tem muito mais fatores envolvidos nos sucesso ou não de um evento hoje em dia, não é mais como no passado. Felizmente, as casas tem melhorado, e o nível das bandas tem se mantido em alta. Aí tudo facilita pra organizar boas noitadas e promover uma boa interação entre todos envolvidos.

RtM: Necropsya tem mais de dez anos e dois CD’s bem elogiados por revistas de Heavy Metal.  Quero saber qual é a avaliação de vocês para a banda.

Henrique Vivi: Estamos começando! É bom saber que evoluímos do começo pra cá, e essa busca não nos deixará no comodismo, sentimos que estamos acertando a mão cada vez mais e agora é lapidar em cima disso para fazer, cada vez mais e melhor. Claro, temos muito a melhorar como banda, mas... estamos começando!

Celso Costa (bateria)
Henrique Bertol: Melhoramos na identidade sonora que a gente vem criando, estamos conseguindo moldar a nossa identidade dentro de um gênero e isso é ótimo. 

Celso Costa: Estamos tranquilos e felizes com o que fazemos. Garanto que ainda tem muita coisa por vir!

RtM: Agora vamos falar sobre o próximo CD.  Como esta sendo o processo de criação?

Henrique Bertol: No momento, estamos no meio da pré-produção das músicas novas, ensaiando elas bastante, e também tocamos algumas nos shows. O Distorted ainda é o nosso material de promoção, então não estamos com pressa... por enquanto!

RtM: Numa entrevista, Mille Petrozza(Kreator), afirmou que os riffs pavimentam o caminho que o álbum irá tomar. Vocês concordam? Os riffs têm essa importância na elaboração dos álbuns de vocês ou isso é secundário?

Henrique Vivi: Não concordo totalmente. É verdade que o rock, sem a guitarra, seria algo diferente. Mas pensar assim na música feita atualmente é complicado, pensamos que um álbum toma um caminho de acordo com a sonoridade de todos os instrumentos envolvidos, não só a guitarra como guia em todas elas. Mas entendo o Petrozza, talvez para o Kreator funcione assim... ainda bem! Mas me parece que é algo que depende de cada um.

RtM: Em termos de letras, o que o público pode esperar  dessa vez?  

Celso Costa: Durante um fim de semana compondo, demos uma de Metallica na terapia de grupo e saímos escrevendo letras ou idéias para letras, descobrimos que todos tinham ideias boas.

Henrique Bertol: Não está tudo 100% ainda, então nos pergunte novamente ano que vem!  

RtM: Vocês  tem alguma previsão de quando esse álbum será lançado?

Henrique Bertol: Muita água ainda vai rolar, é muito cedo pra prever uma data de lançamento. Se tudo correr certo, daqui um ano já estaríamos em estúdio, mas hoje, isso é hipotético.  

RtM: Vocês no EP “Bandas fora de garagem” tem a música “Determinação” e no segundo disco as músicas “Utopia” e “Stress” estão em português. Nesse novo álbum vai ter alguma música em português?

Henrique Vivi: Certeza que sim! Sempre há a vontade de experimentar letras que soem bem em português sem perder as características do metal, do gutural, etc. Esse é um trampo nem sempre fácil, e será com certeza um desafio para o próximo trabalho.

RtM: Tem bandas de heavy metal que cantam em seu idioma de origem. Como por exemplo, Rata Blanca (Arg) e Midnight Priest (Pt). Vocês têm o intuito de gravar algum álbum ou EP com músicas cantadas somente em português? 

Henrique Vivi: Difícil dizer. Hoje é algo que sabemos que não aconteceria, mas quem sabe em um lançamento futuro? Até pensar assim hoje em dia é difícil, só o faremos se tivermos certeza que não passaremos vergonha perto do trabalho destas bandas! 

Henrique Bertol: Mas não tenham dúvida que a gente tem vontade, todo mundo aqui ficou boquiaberto com o “Peste” do Claustrofobia. Os caras deram um importante passo nesse sentido, é um belo parâmetro de referência.  

RtM: Como foi a recepção do público após a divulgação do single “Isolation”?

Celso Costa: Até o momento está sendo positiva! Para receber uma pergunta exclusiva, não há como ser ruim! (risos). O Dennys Rocha (responsável pelo vídeo) fez um vídeo e tanto para a música, então só contribuiu para o bom retorno de quem já ouviu. No youtube.com/necropsyabr o pessoal pode conferir o clipe e também o making of da música!

Banda toca em Rio Negrinho/SC durante o Zoombie Ritual Fest em dezembro

RtM: Como está a agenda de shows de vocês? Conte-nos sobre o convite que vocês receberam para tocar no Zoombie Ritual que ocorrerá em dezembro deste ano.

Henrique Vivi: Temos show no Hangar Bar, aqui em Curitiba, no comecinho do feriado, dia 06/09. Além disso, tocaremos no fim de semana do dia 14/09 em Pato Branco no Metal Massacre Fest IV, Curitibanos/SC dia 22/09, Blumenau/SC dia 20/10, e sim, o Zoombie foi recentemente confirmado, ficamos honrados de dividir esse cast violento! Estamos igualmente ansiosos com esta agenda do segundo semestre. 

Celso Costa: Temos algumas propostas de shows, assim que confirmadas serão devidamente divulgadas, então quem quiser ficar atento, no nosso site www.necropsya.net a agenda está disponível na página principal.

RtM: Queria agradecer à vocês pela entrevista e também pela atenção. Boa sorte para vocês com esse novo álbum.  Sintam-se a vontade e deixem um recado.

Celso Costa: Agradecemos demais pela oportunidade Luiz, valeu mesmo! Convidamos a todos a conhecerem o trabalho da banda no site oficial – todo nosso material envolvendo músicas do Distorted e do EP Bandas para ouvir de graça, informações, fotos, vídeos, compra de material, notícias e agenda, além de acesso rápido ao facebook, canal de youtube e contato via e-mail está lá. Um abraço a todos e agradecemos demais.

Um grande abraço a todas as pessoas e empresas que nos apoiam: Dennys Rocha (nosso quarto integrante praticamente), KR Drums, Escola de Música Edi Tolotti, Audionose Estúdio de Ensaios e Metal Media Management. Um alô especial á todos que tem nos acompanhado via internet, ido aos shows e dado uma força adquirindo nossos materiais. Apoie o independente, tem muita banda séria no meio que procura seu espaço. Nos vemos na estrada e até breve!

Entrevista: Luiz Edmundo
Edição: Eduardo Cadore
Fotos: Divulgação

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quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

Resenha de Shows: Zoombie Ritual Festival - A Confirmação do Metal na Região Sul do País (Parte Final)

O Último Dia
Domingo 11 de dezembro

Ovários
A Holder foi responsável por abrir as atividades do último dia. A banda teve dois problemas principais que eram a qualidade do som que não conseguia ser regulada para a banda e o cansaço do público que estava muito abatido pela noite anterior, mas a banda provou ter garra vencendo todas as adversidades com seu Death Metal bem old school o guitarrista e vocalista Barba mandava muito bem nas suas duas funções. Então reunimos nossa forças para bangear ao sons de “Eternal Flame” e “Time of Crucifixion” (ambas do primeiro lançamento da banda “Eternal Flame” de 2010). A banda deixa o palco com a satisfação do dever cumprido, honrando o metal da morte.


Muita expectativa para ver o show dos dementes da Ovários e o seu Gore totalmente sem noção e pornográfico. Pois bem, foi só Cabelo nas guitarras (com uma roupa que mais parecia um faxineiro de algum açougue), Dr Max no baixo e meleca na batera e vocal começarem a tocar para o público ir aumentando e as rodas voltando a rolar. O mais interessante foi a interação do público com a banda que curtiam cada música, verdadeiras perolas do romantismo e sensibilidade como “formação de pus em um feto com acefalia” e atendendo pedidos do público a maravilhosa “A vadia da enfermeira que se masturbou com a cabeça do feto”. Show rápido e muito desgracento como todo bom Gore deve ser.

Ovários detonando Gore
Vindos diretamente do Triângulo satânico Mineiro, a Lycanthrofhy veio para SC mostrar todo o poderio de seu primeiro EP “Beware” que foi produzido por Ricardo Confessori (Angra)  que na época gravou a bateria para os caras. Adeptos de um Death Metal com vocais mais gritados, a banda fez jus a fama de ser a nova revelação do Metal mineiro, executando porradas como “Mind” e “Illusory Foundation”. De acordo com a banda um CD oficial esta vindo ai, ficaremos no aguardo e na torcida para ver esses mineiros mais vezes aqui na região sul.

Para encerrar as bandas nacionais entra no palco os conterrâneos da Carrasco e o seu Alcohoolic Old School Death Metal e só pela descrição do estilo dá para sacar quais são as influências dos caras que vai de Master passando por Pestilence a Sepultura. A banda recentemente lançou sua demo “The Beginning of the Madness” e  possui um grande potencial em músicas como “Divine Destruction” e “Maze of Death”. Vale a pena conferir o som dos caras e no final para a alegria dos bangers da velha escola um cover de ‘’Power Thrashing Death” do Whiplash (do álbum “Power And Pain” de 1985). Destruidor.

Quem conhece o Gamma Bomb sabe bem o que esses caras iriam aprontar no Zoombie. Vinda no embalo do revival da cena Thrash, os caras fizeram um show que foi uma viagem no tempo com muitas rodas, moshs(femininos também, oh alegria) e a participação impagável do vocalista Philly Byrne que ajudava os fãs a subirem no palco e fazerem moshs adoidados e pediu para o público fazer um wall of death em “Mussolini Mosh” que foi pancadaria pura. 

Uma das atrações internacionais do fest: Gamma Bomb
O som do vocal estava um pouco baixo em relação aos outros instrumentos mas quem ligava? O importante era se divertir e bater cabeça ao sons de clássicos como “Evil Forces” (ovacionada pelo público), “Slam Anthem”, “Evil Voices”, entre outras. Difícil não se empolgar e subir no palco e mosssssssssssssssshhhhhhh, lá se foi o Harley voando novamente e no final ainda ganha uma palheta e uma cerveja na faixa do guitarrista Domo Dixon  (afude total) e no final do show nada de pagar de rock star, os caras ficaram passeando pela fazenda, conversando com o publico e tirando fotos. Podemos dizer que o Gama Bomb conseguiu com muita humildade e simpatia uma base maior de fãs.

Seguranças rodeiam o palco, muitos corpse paints começam a aparecer no meio da fazenda do Evaristo, o clima vai ficando mais pesado, isso tudo prenuncia a chegada do Dark Funeral (Suécia) aos palcos do Zoombie. Rolava muita expectativa e apreensão por partes dos fãs, afinal de contas a banda tinha cancelado a poucos dias um show no RJ e ao mesmo tempo todos ali queriam ver como o novo vocalista Nachtgarm se virava na missão quase impossível de superar seu antecessor Magnus "Emperor Magus Caligula", mas veja, eu falei QUASE, porque o que o cara fez nesse show foi para calar a boca de qualquer difamador ou fã mais cético porque o cara deu o sangue, com uma presença de palco forte e uma voz poderosa parecendo um verdadeiro mensageiro das trevas e mostrando que não vai ficar à sombra de seu antecessor.

Enaltecer o resto da formação é chover no molhado, afinal de contas pelo Zornheym no baixo, o monstruoso baterista Dominator e os guitarristas Chaq Mol e Lord Ahriman são verdadeiros mestres na arte de fazer Black Metal ríspido e brutal, a banda montou um set list matador.

O baixista McGuigan (Gamma Bomb)
Além de muito bate cabeça, foi possível ver fãs ovacionarem clássicos como “Open The Gates” ( do álbum “In the sign” de 2000) , “Hail Muder” e “The Arrival of Satan's Empire” (ambas de “Diabolis Interium” de 2001), Vobiscum “Satanas”  e “Atrum Regina” (“Attera Totus Sanctus” de 2005) deu  aquele clima de uma missa negra e o público respondia aos gritos de “Satan”, o que deve ter deixado a banda muito orgulhosa de seus discípulos.

O show chegando ao final com hecatombes do nível de “Shadows Over Transylvania” (“The Secrets of the Black Arts” de 1996) e “My Funeral” (“Angelus Exuro pro Eternus” de2009) fazendo com que o todos  entrassem em um êxtase quase sobrenatural, impossível descrever o cenário mas foi um final perfeito apoteótico celebrando a profanação e o ódio em forma do mais puro Black Metal.

Sendo assim, se encerra a quarta edição do Zoombie Ritual Festival onde todos envolvidos estão mais que congratulados: a organização do evento, as bandas envolvidas e o público que soube apoiar e valorizar TODAS  as bandas.

Agora é só esperar 2012 e que no ano do fim do mundo o Zoombie venha ainda mais matador! Estaremos lá com certeza, Stay on the Road!

Agradecimento especial aos bangers Maicon Leite e Rafael Bringhenti.

Texto: Harley
Revisão/edição: Eduardo Cadore
Fotos: Maicon Leite (Wargodspress)

sábado, 24 de dezembro de 2011

Resenha de Shows: Zoombie Ritual Festival - A Confirmação do Metal na Região Sul do País (Parte II)

O Segundo Dia
Sábado, 10 de dezembro de 2011


Juggernaut divulga CD
Por volta do meio dia entra no palco a banda catarinense Adonifer que executa um Metal melódico com influencias de Prog Metal, só que não era a praia de muitos que estavam no festival por isso mesmo o show foi meio vazio. Vale destacar o vocalista que a cada música mudava de visual com máscaras e outros apetrechos de gosto peculiar, mas a coisa ganhou ares cômicos quando foi executada “The Pursuit of Vikings” onde o vocal colocou uma peruca e um machadinho de brinquedo, ficou muito engraçado,  mas as composições são boas, destaques para sons como “Foverer Dragon”.

Pessoal querendo Thrash, este voltou com os catarinenses do Juggernaut que aproveitaram o show para divulgar seu CD “Ground Zero Confict” (2011) e para quem gosta de bater cabeça essa é a sua banda. O cover de Testament “DNR” (“Do Not Resuscitate” do álbum “The Gathering” de 1999) foi matador, mas o que chamou a atenção foi mesmo as composições próprias como “Free Words To Fight”. Aproveitei para fazer mosh e bater cabeça em cima do palco e ainda ganhar o CD na faixa (resenha em breve por aqui).

Jailor
Hora da podreira invadi o palco com o Zombie Cookbook  com uma maquiagem perfeita para a temática da banda, todas as músicas da sua EP “Cine Trash” foram executadas e até mesmo algumas músicas que irão estar no primeiro CD. Quem gosta de filmes de terror, splaters e grind não pode deixar de conhecer essa banda. O horário das 13 horas tirou um pouco do clima do show, mas mesmo assim foi uma apresentação perfeita.

Conversando com os bangers alguém falou: “Cara você gosta de Slayer então não perde a próxima banda”, pensei que era exagero mas quando a Jailor entrou no palco deu para sacar que o cara não estava exagerando. Se você fechasse os olhos podia pensar que Tom Araya estava com sua trupe no palco e quando eles executaram “Raining Blood” não teve uma cabeça que não girou e no final o vocalista da um belo mosh na galera, fechando com a música que dá nome a banda, um clássico do Metal nacional.

Representando o Heavy Metal tradicional veio a banda Power Steel que fez um show muito bom com destaque para todos os músicos que possuem um domínio técnico de seus instrumentos, porém, mais uma vez o  público compareceu pouco pois estavam a espera das bandas mais brutais, mas mesmo assim quem ficou curtiu grandes composições como “Headbanger” e “Metal Force”.

Anthares tocou clássicos e inéditas do próximo disco

Anthares é clássica e ver essa banda ao vivo para mim era a realização de um sonho, por isso mesmo não deu para segurar a alegria ao ver um show que se iniciou com a primeira faixa do maravilhoso “No Limite da Força” (1987), é claro que eu estou falando de  “Fúria”.

A banda deu uma aula de metal, só clássicos e duas músicas que estarão no seu próximo álbum “Pesadelo Sul Americano” e “Semente perdida”, fechando o show com “Chacina” e a roda comendo solta e esse que voz escreve mais uma vez estava voando do palco feliz da vida.

Bestial de volta
A volta da Bestial já era esperada por todos os bangers (tem um texto sobre isso aqui no blog) então assim que o vocalista Chuckill subiu aos palcos ele revelou que a Bestial estava muito feliz de voltar e esse era o segundo show, mas sinceramente parecia que a banda nunca tinha parado, pois o entrosamento entre eles é fantástico e quem nunca viu essa banda ao vivo, saiba que o nome faz jus ao som deles: simplesmente bestial. Destaque para a clássica “Blasphemy Blesing of Fire” do álbum “Final Pressage” de 2004 cantada por todos os presentes, além das novas “Tetraterror Clan” e “Atomic  Blazing Ejaculation”.

Impretus Malevoulance veio a dar seqüência para a destruição executada pela Bestial, na real essa já é uma relíquia do nosso undeground sendo que a cada ano que passa a proposta deles fica mais extrema e o vocalista/baixista Rafahell canta como tivesse possuído pelos demônios que suas letras invocam. A banda voltou recentemente de uma turnê européia e provavelmente destruíram tudo com fizeram nesse show do Zoombie realmente eles são “Arquitetos da Destruição”.

Symphony Draconis
Outro teste de fogo vinha para a banda Symphony Draconis que vinha para o palco do Zoombie testar sua nova formação, mas só posso dizer uma coisa: essa banda está pronta para ser a nova revelação do Metal nacional, pois os caras conseguem ter uma presença de palco e uma musicalidade que impressiona qualquer um, foram apenas cinco músicas mas não tem como não ficar boquiaberto com verdadeiros hinos profanos como “Demoniac By A Divine Power”. De acordo com a banda o novo trabalho sai em março de 2012. Estaremos de olho, pois essa banda promete.

Mostrando que o Zoombie não tava para brincadeira, mais uma clássica formação invade os palcos catarinenses: Apokalyptic Raids do lendário Leo Mansur, que como declarou em entrevistas recentes iria pregar menos e tocar mais e foi exatamente isso que o cara fez, fazendo uma mescla de seus quatro lançamentos e é claro “Angels of Hell” e “Apokalyptic Raids” (ambas do álbum “Only Death is Real” de 2001) não poderiam faltar.

Doomsday Ceremony presente em todas as edições do festival

Doomsday Ceremony é a única banda que pode se orgulhar de estar presente em todas as edições do Zoombie e quando eles começam a tocar fica nítido o porquê. Eu curtia a banda, mas nunca tinha os visto ao vivo, ficava em duvida se toda aquela sonoridade monstruosa conseguia ser feita em cima de um palco, mas nos primeiros acordes deu para sacar que esses paranaenses não estavam de brincadeira, os caras levaram o palco abaixo e moeram ainda mais nossos pescoços, impossível não pogar a sons como a apocalíptica “Vampire Saga” (do álbum “Apocaliptic Celebration” de 2005). Esta aí a prova de que o Black Metal não precisa de pianinhos e vocais limpos para ser maisntream.

A banda argentina Mortuorial Eclipse

A primeira apresentação internacional veio da Argentina com os black metallers do Mortuorial Eclipse. Confesso que nunca tinha ouvido o som dos caras, mas fizeram uma boa apresentação. O estilo perpetuado pela banda está muito em voga na cena nesses últimos anos o famigerado Black Metal Melódico, então o teclado ajudava a dar um clima todo sombrio para a apresentação, tudo isso somado a muito gelo seco e corpse paints dos músicos que iam se derretendo ao longo do show. Destaque para a grandiosa “At the Gates of the Marduk Shrine”.

“Zoombie Ritual, Krisiun está aqui!”, simples assim Alex Camargo dá o pontapé inicial para mais uma hecatombe sonora feita por esses gaúchos. Na boa, como três caras fazem tamanha desgraça no nossos ouvidos é um mistério, o show foi relativamente curto já que teríamos ainda Claustrofobia e Vulcano, mas mesmo assim foi aquilo tudo que os fãs esperavam.

Alex Camargo liderou o massacre ao vivo de uma das maiores bandas do mundo, Krisiun
Do CD novo (“Great Execution”) rolou “The Will To Potency” que pelo seu potencial (trocadilho fail) vai se tornar um verdadeiro clássico da banda aliada a músicas como “Senteced Morning” (“Southern Storm” de 2009) e “Hatred Inherith”  (do “ Conquerors Of Armageddon” de 1999) deram muito trabalho para os seguranças para evitar os moshs e a pancadaria comendo solta.

Luiz Carlos da Vulcano
Nunca tinha visto o Claustrofobia ao vivo e essa para mim é uma das melhores bandas do nosso fudido underground. Tinha conversado com Marcus antes do show, então a expectativa era grande e mais que isso: quando a banda entrou no palco todo o cansaço se foi e deu espaço para um dos shows mais violentos da história do Zoombie, sem duvida,  abrindo com “War Stomp” (“I See Red” de 2009) a banda mostrou o que é o Metal brasileiro, a banda foi muito aplaudida quando Marcus disse mais ou menos assim: “A gente tá aqui pra fuder essa merda. Não importa se tem 200 ou 2000 mil pessoas, a gente vai tocar porque amamos essa porra. O metal não morreu e vocês são a prova disso, do caralho vocês aqui são agora 5 da manha e tá todo mundo aqui prestigiando as bandas, vocês são foda” e toma porrada “Pino da Granada”  “Paga Pau” e “Thrasher” e, para mim, uma grande honra cantar no microfone com a banda o refrão de “Peste”... simplesmente fudido demais.

A apresentação do Vulcano tinha tudo para dar errado, pois além do horário que já invadia as seis da manhã o público estava simplesmente morto pela maratona de shows, mas ai que o talento supera qualquer coisa, pois estamos falando de uma banda com mais de 25 anos de estrada. Então, na real, dá pena de quem perdeu essa apresentação, pois foi muito brutal.

Vulcano, pioneira do Metal extremo nacional, tocou clássicos absolutos dos anos 80

A banda fez uma espécie de best of de toda sua carreira sem esquecer seu mais recente lançamento “Drowning in Blood” (2011) fazendo a dobradiha de “Awash In Blood” e “Devil Forces”, passando por clássicos como “Fallen Angel” (do segundo álbum “Anthropophagy” de 1987) e “Bloody Vengeance” (álbum homônimo de 1986) e para fechar o show uma trinca de “Total Destruição” (“Tales From the Black Book”, de 2004),Guerreiros de Satã” e “Legiões Satânicas”, uma volta aos anos 80 do glorioso Metal nacional.

Final de show triunfante, nem sei como cheguei na barraca para dormir mas deveria ser umas sete e pouco da manhã, era hora de descansar para o último dia do festival.

Texto: Harley
Revisão/edição: Eduardo Cadore
Fotos: Maicon Leite (Wargodspress)

Agradecimentos às bandas e ao Maicon Leite que disponibilizou ótimas fotos para a postagem.