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sexta-feira, 30 de agosto de 2024

Cobertura de Show: Kiko Loureiro – 10/08/2024 – Tokio Marine Hall/SP

O icônico guitarrista Kiko Loureiro retornou a São Paulo no último dia 10 de agosto (sábado) para celebrar seus trinta e cinco anos de carreira no Tokio Marine Hall, que recebeu um expressivo público para aplaudir seus sucessos em uma noite marcada pelo frio intenso da cidade. A noite contou também com os shows dos guitarristas Luiz Toffoli e Gustavo Di Padua, que prepararam o terreno antes da atração principal. 

O curitibano Luiz, que esteve recentemente no mesmo local abrindo para os americanos do Symphony X, foi o primeiro a iniciar os trabalhos. Sua técnica irreverente e habilidade nas sete cordas foram admiradas e elogiadas pelos poucos sortudos que puderam testemunhar esse show.

O repertório curto contou com os principais momentos do seu álbum de estreia, “Enigma Garden”, que traz toda influência do prog metal moderno, com destaque para “Human”, o primeiro single desse trabalho, além da nova “Gates of Underworld”, que deve ser lançada em breve. Um dos pontos altos foi a execução de “As I Am”, clássico do Dream Theater, que fez a plateia balançar os pescoços com os seus riffs vibrantes. Ao final, Luiz expressou sua gratidão pela presença de todos e apresentou a sua banda, composta por Pedro Tinello (bateria), Marcos Janowitz (baixo), Léo Carvalho (teclado) e Cássio Marcos (vocal).

Logo em seguida foi a vez do Gustavo Di Padua, que entrou no palco com dez minutos de antecedência. Conhecido por suas colaborações com o saudoso Erasmo Carlos e por ter feito parte das bandas Aquaria, Glory Opera e Almah, o guitarrista carioca agitou o público com suas qualificadas composições, entre elas “Second Floor”, “Insight”, “The Stairs” e “Spiritual Lesson”, todas apresentando uma sonoridade mais roqueira e incorporando elementos da música pop, eletrônica e até da MPB. A apresentação ficou marcada pela apresentação de duas novas músicas que farão parte do próximo álbum: “Welcome to the Next Stage” e “Elephant” (título do futuro novo disco), que foram muito bem recebidas. 

Houve também uma bela homenagem às lendas do Rock com versões mais guitarristicas de “Paranoid” (Black Sabbath) e “Wasted Years” (Iron Maiden), onde uma parte do público participou ativamente fazendo os vocais enquanto Gustavo e sua banda as tocavam. Falando na banda, os músicos Marcus Filipe (guitarra), Thiago Fernandes (baixo) e Gabriel Triani (bateria) merecem destaque pelo incrível trabalho, tornando o show encantador, porém quem roubou a cena foi o Gabriel, que foi rapidamente confundido com o Dave Grohl (Nirvana, Foo Fighters). Mas a mensagem na sua camiseta, “Not Dave Grohl”, deixou claro que não era ele.

Finalmente, Kiko Loureiro fez sua entrada no palco de forma contagiante e acompanhado dos músicos Luiz Rodrigues (guitarra), Luigi Paraventi (bateria) e Thiago Baumgarten (baixo, Hibria), que substituíram o baterista Bruno Valverde e o baixista Felipe Andreoli, impossibilitados de comparecer por conta de compromissos com o Angra. 

Nessa primeira parte, Kiko destacou temas de sua carreira solo, especialmente o seu mais recente álbum, "Open Source" (2020), que foi lançado durante a pandemia. E nada melhor do que começar o show de maneira intensa com “Overflow”, que também é a faixa que abre o último trabalho. Kiko também relembrou músicas dos seus antigos álbuns, como “Pau-de-Arara” – famosa pela sua combinação de Rock com a música brasileira –, “Reflective”, do álbum “Sounds of Innocence” (2012), e a clássica “No Gravity”, responsável pelo início de sua trajetória solo e uma das mais apreciadas nesse começo, assim como “Vital Signs”, que fez o Kiko descer do palco para tocar mais perto do público. 

Quase a meio do set, os fãs do Angra foram surpreendidos por um medley que incluiu “Carry On”, “Spread Your Fire”, “Nova Era”, “Morning Star”, “Evil Warning” e “Speed”. Este momento trouxe uma dose extra de adrenalina ao show, embora logo tenha sido abaixado quando chegou a vez de "Du Monde", introduzidas por lindas melodias de violão clássico. Para recordar a passagem do Megadeth, foram executadas a inspiradora “Conquer or Die!” e a poderosa “Killing Time”. Nesta última, Kiko assumiu os vocais e teve um desempenho satisfatório. Se fizesse uma leve torção nos lábios ou colocasse um palito entre os dentes, poderia até conseguir cantar como o seu antigo chefe, Dave Mustaine.

Ao contrário dos shows anteriores, o show de São Paulo teve a honra de receber convidados especiais. O primeiro a dar as caras foi o Lobão, renomado por sua irreverência no Rock nacional e uma grande influência na carreira musical do Kiko, conforme ele mesmo disse antes de executar o clássico "Mais Uma Vez", do álbum "A Vida É Doce" (1999), que ganhou uma nova roupagem com o som da guitarra do Kiko. 

Embora se tratasse de um espetáculo instrumental focado na guitarra, Kiko quebrou os padrões desse tipo de formato se movimentando constantemente de um lado para o outro do palco, interagia com o público, compartilhava pequenas histórias e recebia com muito carinho e bom humor o apelido de Tesouro, que foi ecoado várias vezes. Essa brincadeira resultou em um presente inusitado por parte de um fã: uma caricatura do Kiko com uma guitarra quadrada. 

Assim como no show em Curitiba e em outros shows, Kiko convidou uma pessoa da plateia para tocar na sua guitarra, e o escolhido foi Felipe Zarza, que, apesar do nervosismo, não fez feio diante das milhares de pessoas presentes, recebendo muitos aplausos e até elogios do dono da festa.

Após a execução de “Dream Like" (a favorita deste que vos escreve), foi a vez de Alírio Netto, um dos vocalistas mais admirados da atualidade, entusiasmar o público com a sua performance em “Rebirth”. Ele ainda voltou, após a enérgica “Dilemma”, em “Nothing To Say”, que teve a emocionante participação do baixista Luis Mariutti, que não dividia o palco com o Kiko há exatos vinte e cinco anos. 

Quase no fim, Kiko apresentou uma sequência de duas músicas do seu álbum inaugural, “No Gravity” (2005), e as escolhidas foram “Enfermo” e “Escaping”, esta última com a colaboração do guitarrista norte-americano Ron “Bumblefoot” Thal. A grande surpresa da noite foi o cover de “Stormbringer”, do Deep Purple, onde Kiko brilhou novamente ao cantar e chamar todos os convidados da noite ao palco, concluindo o show de uma maneira emblemática e descontraída.

Ao longo de seus trinta e cinco anos de trajetória, Kiko tem demonstrado ser um músico à frente do seu tempo. Suas destrezas com a guitarra, seu carisma e sua paixão pela música seguem impactando inúmeras pessoas, além de intensificar a admiração de todos que o acompanham há tantos anos. Em resumo, a apresentação se revelou uma verdadeira masterclass musical.


Texto: Gabriel Arruda 

Fotos: Dener Ariani 


Realização: Top Link Music


Luiz Toffoli

Grand Opening 

Human

I’m Alive 

Both Worlds 

As I Am (Dream Theater cover)


Gustavo Di Padua

Second Floor

Insight

The Stairs

Spiritual Lesson

Paranoid (Black Sabbath cover)

Wasted Years (Iron Maiden cover)

Welcome to the Next Stage

Elephant

2008


Kiko Loureiro

Overflow

Pau-de-Arara

Reflective

No Gravity

Vital Signs

Carry On / Spread Your Fire / Nova Era / Morning Star / Evil Warning / Speed

Du Monde

Mais uma vez (feat. Lobão)

Conquer or Die!

Killing Time

Dreamlike

Rebirth (feat. Alirio Netto)

Dilemma

Nothing to Say (feat. Alírio Netto, Luis Mariutti)

Enfermo

Escaping (feat. Ron “Bumblefoot” Thal)

Stormbringer (Deep Purple cover, feat. Alírio Netto, Ron "Bumblefoot" Thal, Luis Mariutti, Lobão)

quarta-feira, 22 de março de 2023

Entrevista - Leo Mancini: 62 shows em 31 datas!


Leo Mancini é aquele tipo de músico que não para de produzir, estando envolvido em diversos projetos ao mesmo tempo. Essa característica parece vir desde seu início na música, pois aos 9 anos já aprendia violão, inclusive tendo aulas com sua irmã, e depois o próprio ensinando amigos e colegas de escola.

Leo foi desenvolvendo sua técnica, construindo uma bela carreira, como músico, compositor e produtor, tendo trabalhos com bandas como Tempestt, Shaman, Noturnall, Spektra, Wizards e um projeto solo com releituras acústicas de clássicos do Rock e Pop, além de acompanhar artistas como Jeff Scott Soto e no momento desta entrevista estava fazendo o 19° show da tour de Paul D'ianno pelo Brasil, tocando com o Noturnall e na banda de apoio do ex-vocal do Iro Maiden.

Aproveitamos a passagem de Leo pelo RS para falar sobre essa extensa tour de 31 shows por vários estados do Brasil, e claro, sobre os seus demais projetos. Confira!

RtM: Fala Leo! Só tenho a te agradecer por essa oportunidade de te entrevistar. Você é um músico que já está há muito tempo na estrada, tocando com várias bandas. Spectra, Wizards, essa tour com o Noturnall e está também com o Jeff Scott Soto. Como é pra ti lidar com tudo isso em termos de agenda, tuas aulas e carreira solo?

Leo Mancini: Fala irmão, tudo bom cara? É assim, o Wizards eu voltei pra banda na pandemia que a gente estava ali enclausurado, né? Então estávamos fazendo o álbum. Cada um fez na sua casa. Foi uma coisa bem remota mesmo, mas a gente se falava direto e tal. E aí, quando passou tudo, pintou uns convites de shows. Eu já tinha gravado com eles há muito tempo atrás, né? Em 2010. Lançamos o álbum “The Black Night”, mas não chegamos a tocar ao vivo naquela época.

Só agora que comecei a fazer shows com o Wizards, e temos o Abril Pro Rock logo mais, então, por enquanto a agenda não está muito complicada. Estou com o Spektra também. Já estamos gravando e compondo o álbum novo. E já temos algumas coisinhas de shows para fazer agora no começo do ano. A agenda não está muito complicada. 

Eu tenho o meu trabalho autoral, autoral não né, são de releituras dos anos 80 e 90, que são acústicos, que eu faço bastante eventos em São Paulo.

Vira e mexe, pinta eventos assim para empresas ou eventos sociais. Estou bastante movimentado em relação a isso. E é isso aí irmão (risos), tem a agenda com o Jeff também. Às vezes pinta uma turnê, porque tipo, ele tem vários trabalhos pra gente tentar acertar tudo durante o ano, então por enquanto tá rolando.


RtM: E agora essa tour com o Noturnall, com vários shows em pouco tempo. 

LM: O Noturnall, o Thiago me chamou para fazer essa turnê. Como o meu começo de ano estava bem tranquilo, eu aceitei fazer a turnê com eles. Não é uma volta, a gente está conversando, mas no primeiro momento eu estou como uma participação especial na banda. 

Eu já fui do Noturnall, já fiz três álbuns, DVD dos caras e fiquei super feliz de fazer um som de novo com o Thiago, que fazia tempo que a gente não tocava junto com os meninos. 

RtM: Um ponto que eu não poderia deixar de citar foi o que eu conversei contigo pessoalmente, que eu te vi ao vivo pela primeira vez com o Shaman, na segunda formação da banda, onde não tínhamos um público tão grande no evento. Mas tu tocou com uma alma, uma garra absurda. 

Aí depois te vi agora na turnê com Paul Di'Anno, com a casa lotada e tu estava na mesma garra, na mesma fissura, na mesma emoção. Cara, como surge isso em ti? Como é pra ti lidar com isso, sabe? Porque é visível para quem está te olhando, que não importa se tem 20 pessoas ou 5000.

LM: Ah, cara, música pra mim é uma coisa que transcende. O lance do público, que, na verdade não é quantidade de público para mim, é o que o público está passando pra gente. 

Então às vezes você tem poucas pessoas que estão tão felizes de estar lá e que é só olhar na cara e saber que o pessoal tá curtindo. Cara, isso aí já é o máximo! Muito bacana isso. E quando tem muita gente é muito bacana também é muito legal. Mas entre poucas pessoas curtindo muito e muitas pessoas curtindo pouco, eu prefiro a primeira opção (risos).

RtM: Sem demagogia e deixando de lado aqui a minha imparcialidade como jornalista, mas na minha humilde opinião você é um dos melhores guitarristas do mundo! Técnica absurda, criatividade, melodia... Aí eu te pergunto: como é viver da música no Brasil? 

LM: Pra mim foi uma escolha muito cedo. Quando eu era bem molequinho, comecei a estudar guitarra. Eu já tocava violão desde os nove. Minha irmã me dava aula. Aí depois peguei a guitarra e eu amava aquilo. Não tinha internet, não tinha nada. Ficava escutando as músicas, tirando as coisas de ouvido, Ramones, Van Halen... Ficava tentando tirar as manhas em uns trechinhos que eu conseguia. Ali não tinha muita acessibilidade técnica. 

E como eu desenvolvi muito, ficava muito tempo a guitarra na mão eu comecei a ensinar alguns amigos de escolas. Então eu comecei a ensinar com 13 anos! As mães dos meus amigos de colégio me chamavam para dar aula para os próprios filhos. Comecei então a dar aula particular. Com 13, 14 anos eu ganhava um dinheirinho já e comecei a trabalhar com isso. Aí fui crescendo. Quando terminei o terceiro colegial eu já estava com uns 26, 27 alunos. Eu dava muita aula e comecei a trabalhar com isso muito cedo.

Mas também fiz vários cursos, fiz cursos com maestros e comecei a trabalhar. Dei aulas de música já muito cedo em escolas de música. Para mim trabalhar com música foi algo que foi acontecendo, foi vindo. 

Eu ganhava muito bem, eu morava com os meus pais, e eu só tinha que dar aula e ajudar em casa, já tinha dinheiro pra pagar as minhas coisas. Comprei um carro à vista. Depois comecei a tocar na noite e hoje em dia eu faço de tudo. Então eu canto, faço releituras, faço shows meus, eu tenho shows com as bandas de heavy metal, eu sou produtor musical.

RtM: E é possível ainda viver da música? Ou é um tabu muito grande?

LM: Bem, na música praticamente tenho cinco vertentes ali que me possibilitam bastante campo de trabalho. Por exemplo, pandemia dei aulas on line de percepção de violão, de guitarra porque tinha bastante aluno. Não passei perrengue, graças a Deus. Agora tenho muitos amigos que trabalhavam na noite e ficaram com muitos respaldos. O que eu sugiro para o pessoal é ampliar realmente o campo de trabalho na música, que é possível sim.

RtM: Atualmente você está numa turnê mega extensa com o Noturnall e o Paul Di'Anno. Como surgiu esse convite? 

LM: Cara. Sim, o Thiago no final do ano passado me chamou, perguntou se eu não queria fazer essa turnê de 31 shows. E eu com vontade de voltar à ativa no rock, porque eu estava tocando muito, fazendo muitos eventos fora do rock/metal, e estava com a minha mão meio parada para fazer shows, estava com a técnica meio esquecida ali, né? Eu falei poxa, uma oportunidade de eu voltar a tocar guitarra e desenferrujar, estudar. Aí ele me passou que iam tocar algumas coisas novas, né? E aí era a fase com o Mike Orlando. O Orlando é um monstro, muito técnico!

Então para tocar aquilo lá, eu comecei a estudar muito. Fiquei muitas horas estudando durante as férias. Minha esposa é argentina, eu fui para a Argentina e fiquei estudando lá umas quatro horas por dia, todo dia, porque eu tenho tendinite nos dois braços. Tenho tendinite crônica. Para chegar ao nível de tocar ao vivo as músicas antigas da Noturnall também, que não são fáceis e as novas tive que preparar muito minha mão para não travar. 


RtM: E Como foi o combinado para participarem da tour e serem a banda de apoio de Paul? Porque vocês pegaram essa situação meio que em cima da hora e o Paul não estava aqui para ensaiar também, o que dificulta um pouco.

LM: Sobre o Paul, eu já escutava os álbuns e a gente já era muito fã, e acabou sendo mais fácil tirar e fazer as coisas do Paul do que as coisas com o Noturnall. Até aí tudo bem. Aí quando foi chegando próximo da data dos ensaios e tal, a gente começou com uns problemas de ele pegar o avião pra vir pra cá. O Paul acabou perdendo dois voos nesse período. Estávamos preocupados se conseguiríamos ensaiar ou não. 

Foi bem complicado. No começo foi bem tenso mesmo, porque como a gente não tinha ensaiado e realmente ele não chegou em um estado de saúde muito bom tivemos alguns problemas lá no comecinho da turnê e a gente foi resolvendo ao longo dos shows. Nosso primeiro show foi tenso demais, deu muita coisa errada, tanto de parte técnica, como parte médica para ele.

RtM: Imaginamos mesmo que foi tenso, e logo após o primeiro show muitos comentários surgiram, até  temendo a continuidade da tour.

LM: Nossa! foi bem tenso, mas depois começou a melhorar e agora ele está bem! No começo nos perguntávamos se ele ia conseguir fazer metade da turnê pelo menos ou então a gente achava que não ia passar da primeira semana. E aí, cara, aqui no Brasil ele começou a ter mais atenção dos médicos e ele começou a melhorar de saúde. E ele está cada vez melhor!


RtM: Claro que alguns erros eles vão acabar acontecendo, ainda mais quando se pega uma turnê tão grande e tendo que ensaiar dois sets. Um do Iron Maiden e um set da banda que tu estás agora. Assim como os outros integrantes tem essa dificuldade. O set deles, mais o set do Paul Di'Anno e entrosar tudo isso. Nesse momento da turnê tu acha que estão no ponto ideal do entrosamento?

LM: Agora está tudo certo. Às vezes dá uma rateada porque você não está escutando muito bem a parte de retorno. Nesse último show eu senti algumas coisas de volumes para mim não estavam muito boas. Então você depende, por exemplo, do outro guitarra para escutar o que ele está fazendo para você fazer um duo ou nos grids, para todo mundo estar fazendo exatamente a mesma coisa. 

A única coisa que pode acontecer é ter que dar alguma modificada e uma passadinha de som, melhor, quem sabe? Mas de resto a banda tá muito legal, o Paul está super feliz, a gente também está super tranquilo. O Paul está cantando cada vez melhor, né? A gente fica muito feliz por isso. No começo foi muito tenso, mas agora está tudo certo. (Nota: Foi confirmada nova tour do D'ianno no Brasil ano que vem. Ele também permanecerá mais um tempo no país em tratamento de saúde.")


RtM: Finalizando, te agradeço pelo teu tempo. Sei que não é fácil estar ao meio de uma turnê e se disponibilizando a responder essa entrevista. Muito obrigado mesmo. Pra nós é uma honra ter as tuas palavras em nosso site e o espaço final é seu!

LM: Ahhh legal irmão, Obrigado! Eu que agradeço o espaço e a oportunidade de mostrar um pouco do meu trabalho. Cara, esse ano tem um álbum novo da Spektra que a gente vai terminar. Acho que até setembro finalizamos. 

Em relação ao Wizards também. O Christian fica compondo e está querendo gravar um outro álbum. Vamos ver aí como é que vai ser. A Noturnall está sendo uma experiência muito boa agora para voltar à técnica. De volta aos palcos com meu irmão Thiago, que eu gosto muito de fazer um som com ele, meu irmãozinho. E, cara, eu tenho meu trabalho de releituras os acústicos. 

Eu vou lançar um show ao vivo que eu fiz com orquestra Baccarelli na pandemia. Fizemos uma live na época e eles gravaram todos os canais. Eles me passaram tudo e eu produzi. O álbum será o “Acústico Hits In Concert”, com a orquestra de Baccarelli que é a orquestra de Heliópolis, que é muito bacana.

Logo mais vou lançar tudo isso aí e com o Jeff Scott Soto vou fazer algumas coisas também. É isso aí mano. Vamos trabalhando e te agradeço pelo belo espaço aí. Um abração para todos!


Entrevista conduzida por Renato Sanson
Edição e Revisão Final: Caco Garcia
Fotos: Divulgação e Arquivo Pessoal do Artista





domingo, 24 de maio de 2020

Guilherme Costa: Criatividade e Melodias Cativantes em Full-Lenght de Estreia



Após um EP de estreia do seu trabalho solo em 2017, o guitarrista mineiro Guilherme Costa apresenta agora seu full-lenght, "Light of Revelations". O álbum traz uma ótima primeira impressão, mostrando que o músico seguiu buscando evolução em seu trabalho, e em vários aspectos, seja na parte técnica, composições e produção.

"Light of Revelations" traz a produção de Gus Monsanto e Celo Oliveira, trabalho muito bem feito, equilibrado e com ênfase nas composições. Guilherme usa a técnica e habilidade para forjar melodias e arranjos cativante e de bom gosto, sem sobras e exageros, não limitando seu trabalho a um nicho somente, ou seja, não é aquele tipo de disco direcionado somente a quem gosta de discos instrumentais, ou para o ouvido de outros músico.

São 8 faixas, mais o EP "The King's Last Speech" de bônus, entre elas, 3 faixas com vocais, o que abre ainda mais o leque de possibilidades dentro da boa diversidade do álbum, que segundo o guitarrista, busca transmitir nas músicas os diversos estados de espírito que passamos durante a vida. 


"Fight Agains My Self", já abre como um dos destaquesum Hard Rock que soa moderno, lembrando grupos dos anos 90, com melodias cativantes e agradáveis, o uso dos teclados também preencheu muito bem o instrumental. Nesta temos os vocais de Gus Monsanto. Excelente cartão de abertura; "Bloody Wars" é mais rápida, diria uma típica faixa de álbum de guitarrista, e, segundo o release, inspirada nos games dos anos 90.

Depois temos duas mais calmas, "Inside My Mind", mais introspectiva, com passagens bem interessantes, lembrando alguns grandes nomes da guitarra contemporânea e indo até o Blues, e é interessante essa mescla de influências que Guilherme traz, que passa pelas nuances mais clássicas do instrumento, até as mais contemporâneas.


Depois dela, "Rising Star", outra que merece um destaque extra, traz os vocais de Jefferson Gonçalves, é uma balada com bastante feeling e emoção, a melodia principal e refrão cativam de imediato. A música foi inspirada naquele triste fato, em que um cão foi espancado em frente uma famosa rede de supermercados.

"The Sound of Hope", soa também com uma mescla de influências contemporâneas com mais tradicionais, tendo uma levada Hard/Rock & Roll e também com uso bem legal dos teclados; "An Invitation to the Soul" é outra mais introspectiva, usando violão acústico, indo por caminhos bem folk.

"Light of Revelations" é a mais explosiva, mesclando Power Metal Melódico e Neoclássico, novamente com os vocais de Gus Monsanto. O instrumental é veloz e dinâmico, bumbos duplos e aquela cama de teclados bem melodiosa. Tem até um interessante duelo de solos da guitarra e teclas;
"Homeland" encerra a parte inédita do álbum, com Guilherme se utilizando de diversas nuances, com a base Hard/Heavy alternando melodias típicas brasileiras, como o baião.

Um trabalho que mostra um músico que buscou evolução, deu mais alguns passos na carreira, e apresentou um álbum dinâmico, com vários momentos que mostram criatividade e capacidade acima da média. A ideia de trazer canções com vocais também deu outra dimensão ao trabalho de Guilherme. Com certeza está trilhando o caminho certo, de revelação, já é praticamente uma afirmação.

Texto: Carlos Garcia


Ficha Técnica:
Guitarras: Guilherme Costa
Baixo: Celo Oliveira
Vocais: Gus Monsanto e Jefferson Gonçalves
Produção: Gus Monsanto e Celo Oliveira
Mixagem e Masterização: Celo Oliveira
Arranjos de teclado e flauta: Celo Oliveira
Assessoria: Island Press

Tracklist
1. Fight Against Myself (feat. Gus Monsanto)
2. Bloody Wars
3. Inside my Mind
4. Rising Star (feat. Jefferson Gonçalves)
5. The Sound of Hope
6. An Invitation to the Soul
7. Light of Revelations (feat. Gus Monsanto)
8. Homeland


       



sábado, 14 de abril de 2018

Entrevista: Guilherme Costa: A Próxima Etapa da Jornada



O Guitarrista mineiro Guilherme Costa começou seu interesse na guitarra aos 15 anos, quando descobriu o Black Sabbath e Tony Iommi, o qual cita como sua maior influência. Foi construindo sua trajetória tocando não só em projetos voltados ao Heavy Metal, o que certamente lhe trouxe uma bagagem e visão mais abrangentes dentro da música, forjando sua personalidade musical.

Em 2016, Guilherme parte para sua primeira empreitada solo, o EP "The King's Last Speech", o qual só corrobora a expectativa criada em torno do seu potencial. O que mais chama atenção nas músicas, são as melodias marcantes e bem construídas, valorizando a composição acima da técnica, ou seja, não é do tipo de álbum instrumental direcionado somente para músicos ou guitarristas. 

Agora Guilherme já está em fase de composição do full-lenght, que também trará músicas com vocais. Conversamos com Guilherme para que este nos contasse mais de sua carreira, do EP de estreia, informações sobre o novo trabalho e muito mais. Confira e saiba mais sobre esta grande revelação da guitarra e do Metal nacional:


RtM: Olá Guilherme, obrigado por tirar um tempo para nos responder esta entrevista, e parabéns pela excelente primeira amostra de seu trabalho solo.
Guilherme Costa: A honra é toda minha em poder bater esse papo com vocês galera!

RtM: Para iniciar, nos fale um pouco sobre o seu início na música, quando é que você começou a se interessar por tocar um instrumento e quem foram suas principais influências e incentivadores?
GC: Eu comecei a me interessar pelos estudos de música aos 14 anos quando meu avô começou a ensinar violão. Aos 15 eu comecei a ouvir Black Sabbath e daí foi quando eu me interessei de fato a estudar guitarra, na verdade desde pequeno eu tinha um sonho de seguir uma carreira artística e eu comecei a correr atrás disso depois que entrei na aula de guitarra. Posso dizer que tive bastante incentivo da família também, mas a iniciativa no início foi por minha própria conta.

“ 'The Beginning of a Journey' foi minha primeira música composta, ela possui esse nome por ser realmente o início da minha jornada como compositor solo."
RtM: E quando você decidiu que queria entrar definitivamente nesse mundo e fazer música profissionalmente?
GC: Com poucos dias de aula de guitarra eu já havia tomado essa decisão, pois eu me sentia super realizado em poder tocar minhas músicas favoritas. Depois tocando em bandas e desenvolvendo minhas habilidades esse desejo foi aumentando cada vez mais.

RtM: E como foi o início de seu aprendizado? Onde você começou a buscar informações e quais formas buscou para evoluir no instrumento?
GC: No início meu avô me ensinava sertanejo de raiz no violão, essa era a maior vivência dele. Quando entrei na aula de guitarra eu já comecei a voltar meus estudos para o Heavy Metal e o Rock n’ Roll, estudei bastante Iron Maiden, Guns N’ Roses, Black Sabbath, Metallica e muitas outras bandas. Eu sempre estudava músicas de bandas de várias vertentes do Rock para evoluir no instrumento, usava muito a internet para assistir vídeo aulas de um assunto que me interessava e para baixar as tablaturas das músicas que eu gostaria de aprender. Outra forma que busquei para evoluir no instrumento também foi estudar com vários professores diferentes, isso me ajudou principalmente na minha forma de ensinar aos meus alunos de guitarra e violão.

RtM: Conte-nos um pouco sobre a sua trajetória até aqui, principais trabalhos e bandas que você passou.
GC: Com poucos meses de aula de guitarra eu montei minha primeira banda com alguns amigos, nosso repertório era bem variado, tínhamos rock nacional e internacional de várias vertentes, essa banda nunca chegou a fazer nenhum show. Aos 19 anos eu entrei na banda de heavy metal Seawalker, meu primeiro show inclusive foi com eles num evento com a banda Nervosa de São Paulo. No início de 2014 comecei a trabalhar ao lado do cantor de MPB Walter Cicarini, com ele fiz um show e gravei um DVD.

RtM: Muito bom, várias vertentes diferentes, o que certamente traz uma visão mais abrangente!
GC: No final de 2014 me juntei ao D.A.M, banda de death metal melódico, e permaneci na banda até o primeiro semestre de 2015. Logo após minha saída da banda, comecei a trabalhar mais nas minhas próprias composições resultando então na gravação do meu EP. Hoje eu trabalho também na cena cover de Belo Horizonte com bandas que prestam tributo à bandas consagradas, sempre faço shows na cidade e tem sido algo muito gratificante e um aprendizado único.

"Com poucos dias de aula de guitarra eu já havia tomado essa decisão (de ser músico profissional), pois eu me sentia super realizado em poder tocar minhas músicas favoritas."
RtM: E sobre suas principais influências como guitarrista, que músicos você citaria?
GC: Minha principal influência como músico é Tony Iommi, de fato eu não seria músico se não fosse por ele. Como compositor eu tenho como maior influenciador Joe Satriani. Outras influências que tive ao longo do tempo também posso citar Glenn Tipton e Synyster Gates.

RtM: Falando sobre o EP, o que mais gostei é que dá para perceber que você valoriza muito a composição, as melodias, tornando um trabalho agradável de ouvir, e não somente algo direcionado a outros músicos, pois muitos guitarristas acabam se preocupando em mostrar o quão rápido podem tocar ou mostrar capacidade técnica, mas esquecem de fazer música com sentimento. Gostaria que você comentasse a respeito, e falasse sobre sua maneira de compor.
GC: Eu sempre gosto de fazer primeiramente a harmonia das músicas, depois disso eu canto a melodia da música enquanto eu toco as bases que criei. Assim posso ter uma ideia melhor de como quero que a música soe. Eu posso dizer que as composições são também uma forma que eu encontrei de expressar meus sentimentos, é de fato uma grande terapia pra mim me expressar através das minhas músicas.

RtM: Falando um pouco sobre as faixas, gostaria que falasse da “The King’s Last Speech”, de onde surgiu a inspiração para ela, a qual me lembra algo do estilo clássico e neoclássico do Blackmore e Malmsteen, por exemplo.
GC: “The King’s Last Speech” nasceu de uma ideia que tive de criar uma introdução utilizando arpejos e escala menor harmônica, no primeiro momento me baseei nas frases de Paulo Schroeber, no final da introdução me baseei nas construções melódicas de Yngwie Malmsteen que costumam ser extremamente rápidas e eu quis reproduzir isso na música também. No decorrer da música eu já utilizei bastante as melodias do Malmsteen como referência, principalmente no uso de arpejos e escala menor harmônica. Em um determinado tempo da música antes de repetir a introdução no final, eu utilizei uma harmonia que Ritchie Blackmore usa na música “Burn” do Deep Purple, que inclusive é um clichê harmônico muito utilizado pelas bandas de rock e heavy metal.

 "As composições são também uma forma que eu encontrei de expressar meus sentimentos, é de fato uma grande terapia."
RtM: As outras duas, acredito que seguem por um caminho mais contemporâneo, e me lembraram algo de mestres como Satriani. Gostaria que comentasse um pouco sobre as músicas “Come on and Play” e “The Beginning of a Journey”. Os títulos parecem bem sugestivos, como se você estivesse apresentando esse seu início de trabalho solo mesmo.
GC: “The Beginning of a Journey” foi minha primeira música composta, ela possui esse nome por ser realmente o início da minha jornada como compositor solo. É uma música que eu tive a intenção de causar emoções nos ouvintes e fazê-los cantarem mesmo ela não possuindo letra. Durante o processo de composição do EP eu pensei em compor uma música que alguém pudesse tocar em harmonia comigo, sendo em um show ou um workshop. Essa música foi nada mais nada menos que “Come on and Play”, ela inclusive possui esse nome como se fosse um convite para outra pessoa vir tocá-la comigo. Eu pensei bastante em melodias com duetos no decorrer dos temas, e na hora dos solos eu fiz como se houvessem dois guitarristas revezando improvisos.

RtM: E o que você tem observado de novo dentro do rock e metal, em termos de guitarristas e novas tendências, como bandas com sonoridade mais moderna, como o djent. E o que você prefere? Os estilos mais clássicos ou os mais modernos? Há muitos puristas, mas acredito que sabendo mesclar com inteligência estilos e tendências, pode-se agradar públicos de gostos distintos.
GC: Eu percebo que existem muitas bandas atuais que conseguem se destacar positivamente utilizando mesclas de elementos dos anos 70 e 80 com elementos utilizados a partir dos anos 2000. Eu particularmente prefiro os clássicos, mas gosto e admiro bastante muitas bandas modernas que tem se destacado ultimamente. Uma das bandas atuais que mais tenho ouvido recentemente inclusive é o Black Veil Brides, acho muito interessante a mescla que eles fazem dos elementos das bandas glam dos anos 80 com elementos utilizados no Metalcore.


RtM: E quanto aos planos para um full-lenght? O que você pode nos adiantar? Você pretende incluir músicas com vocais?
GC: O que posso adiantar é que terão bastante músicas com melodias marcantes, desde baladas até músicas mais agressivas, muitas influências diferentes e alguns elementos de outros estilos musicais fora do rock e do heavy metal. Vão ter músicas cantadas também e convidarei alguns cantores para fazerem participações especiais nas músicas.

RtM: Guilherme, obrigado pela atenção, esperamos voltar a conversar em breve e ficamos no aguardo do seu full-lenght.
GC: Eu que agradeço a vocês de coração pelo convite e será um prazer poder bater um papo novamente com vocês após o lançamento do full-lenght!

Entrevista: Carlos Garcia

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Assessoria de Imprensa: Rômel Santos

Confira resenha do EP


       

domingo, 8 de fevereiro de 2015

Roadtube: Entrevista em Vídeo Com Luís Kalil, Jovem Promessa da Guitarra



O Road realizou entrevista para seu canal no youtube, com a jovem promessa da guitarra Luís Kalil.
Com apenas 15 anos Luís Kalil Menezes já tem sido destaque em várias publicações e eventos ligados a guitarra, tendo recentemente participado da The NAMM (Anaheim-CA-US), a maior feira de música dos Estados Unidos, apresentando-se no stand de alguns de seus patrocinadores (ESP e Laney), onde também, além de divulgar seu trabalho, teve a oportunidade de encontrar alguns de seus ídolos, como John Petrucci e Paul Gilbert.

Momento fã ao lado de Petrucci
Luís prepara seu primeiro álbum, que deverá conter 8 faixas, e tem a produção de Renato Osório, produtor e também guitarrista do Hibria.

Confira no vídeo abaixo (Devido a manutenção no canal do Road no Youtube, o vídeo da entrevista estará indisponível, mas estará disponível em algumas horas, assim como outros vídeos do canal) a conversa que tivemos com Luís, o qual já demonstra, apesar da idade, muito talento, maturidade e foco em seus objetivos, além de muita simplicidade e simpatia, características imprescindíveis para construir uma bela carreira.




Veja vídeo de trecho da apresentação do guitarrista na The Namm:





Canais oficiais do músico:
Youtube
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Assessoria: Metal Media

Luís ao vivo na The Namm