terça-feira, 18 de julho de 2023

Entrevista – Klinsh: Momentos em forma de Música

Formado em meados de 2010 e 2011, os cariocas do Klinsh seguem firmes trazendo às influencias do Hard e do Classic Rock. Após quatros anos do EP de estreia, a banda finalmente soltou no começo desse ano o mais novo trabalho, “Siga Em Frente”, para consolidar de vez a atual formação. Para falar um pouco sobre esse trabalho, o guitarrista Lucas Coelho teve o prazer de conversar com a gente para falar como foi o processo de criação entre outras coisas.

 

O mundo parou entre 2020/2021, o que impossibilitou das bandas e músicos se apresentarem ao vivo. Essa parada os forjou a compor o que é hoje o “Siga em Frente”?

Com certeza! No meio daquele caos tivemos que adaptar a forma de compor e, também, escrever as letras, pois não poderíamos nos reunir fisicamente, mas o ponto positivo dessa situação foi que tivemos a oportunidade de nos focar inteiramente nesse processo, sem agenda de shows, e, com isso, trabalhar nesse novo EP e mais algumas músicas que ainda virão.

 

Quatro anos separam do EP de estreia “Siga Em Frente” ao “A Soma de Todos os Dias”. Há muita diferença ouvindo os dois, onde o trabalho caçula soa mais vigorante. Essa evolução é sentida pela banda e, se sim, por quê?

Nossos dois EPs são a fotografia da banda no momento de suas gravações. Além, é claro, da maturidade que veio naturalmente com o tempo de intervalo entre ambos, bem como a troca da formação trazendo por consequência alterações de influências musicais e até no modo de pensar e abordar as composições. Acredito, também, que a pausa forçada por conta da pandemia nos ajudou a trabalharmos melhor e com mais calma nossas músicas.

Lucas, você é o único membro original após a reformulação ocorrida em 2018. A sensação de carregar esse fardo traz uma certa pressão ou a colaboração dos demais membros tira esse peso?

Sendo bem sincero contigo e não querendo parecer egocêntrico nem nada disso, mas foi pressão zero, pois esse pensamento nem passa pela minha cabeça. Eu sou o único membro fundador, mas nosso vocalista Lito Ferreira está na banda desde antes dessa reformulação, já que ele só passou de baterista para vocalista (risos). Então, mesmo durante a reformulação, eu o tive sempre ao meu lado como um irmão. Hoje todos somos um novo time, onde ganhamos juntos, perdemos juntos e é assim que seguiremos.

 

Falando ainda sobre o mais recente EP, os singles “Será Que Ela Vai Voltar” e “Danica” antecederam o lançamento do trabalho de forma primorosa. A última é dedicada a pilota de Stock Car americana, Danica Sue Patrick. O que os motivaram a compor uma música sobre ela?

Várias coisas. A mais importante delas foi a posição e a força que a Danica mostrou em um ambiente majoritariamente masculino. Ela não só conquistou seu espaço na história, como, também, conseguiu o respeito pelo que fez como 'pilota' e não só pela sua beleza.

 

Refletido na pergunta anterior, as músicas possuem temas ligados ao cotidiano de forma bem divertida, sensação essa sentida no clipe que dá nome a faixa título. Mas também há momentos de emoção e feeling, como é o caso da “Será Que Ela Vai Voltar”. O DNA da banda vem dessas características apontadas?

A música é uma forma de arte e acredito que a arte se torna muito mais verdadeira, tocando mais pessoas, quando traz o que sentimos e o que vivemos no momento. Nosso maior mérito nesse EP foi conseguir passar e transmitir esses vários sentimentos de felicidade, tristeza, perda, superação, força, dor e paixão em forma de músicas. O resultado foi exatamente isso que você acabou de perceber, pois em algumas músicas você vai conseguir sorrir, em outras chorar, mas, de uma forma ou de outra, você vai se conectar com elas.

Não é de hoje que a inspiração da banda vem do Rock dos anos 80, principalmente do Rock nacional e carioca. Só que vocês não ficam somente nessa essência, trazendo em determinados momentos influências de Hard e até mesmo de Heavy Metal ouvindo “Garota 021”. O “Siga Em Frente” também impôs há não ficar preso somente a um nicho sonoro e ser mais generalista?

Temos sempre como premissa escrever e gravar aquilo que estamos sentindo e querendo naquele momento e o resultado disso é a verdade nas músicas. Não nos prendemos a estilo musical, se a música pede um blues, será, se outra pede Hard Rock assim será também. Desenvolvemos a partir do que a letra e o tema pedem e não sobre o que o "estilo musical" manda. Só ficamos sempre na linha de rock, pois é o que temos mais afinidades e gostamos mais, como você disse no começo da pergunta, nossa base é o rock anos 80.

 

Sei que é clichê perguntar isso, mas não há como negar que o que chama atenção na banda são as letras cantadas em português, coisa que é sempre observada, seja positivo ou negativo. A escolha por cantar em português é a melhor maneira de passar a mensagem que vocês querem para o ouvinte?

Verdade seja dita, uma mensagem bonita não tem idioma, país ou região. Você pode achar grandes músicas com letras em inglês, francês ou em japonês. O importante é passar o sentimento que você deseja da forma mais clara possível, com isso conseguir conectar ou expressar algo que outras pessoas também sentem. Isso é o que acreditamos. Sobre cantar em outro idioma, nunca passou pela nossa cabeça cantar fora do português (risos).

Posso estar errado em dizer isso, mas acho que houve uma pequena recaída no cenário Rock e suas vertentes no Rio de Janeiro, e talvez a justificativa para isso é de não termos maiores shows internacionais pela capital. Porém a presença do público é grande quando há shows de bandas nacionais de renome nas poucas casas que ainda existem por aí. Isso não passa de uma impressão despretensiosa ou o cenário carioca continua firme e forte?

Firme sim, já forte... nem tanto (risos). Talvez o rock carioca, ou até no Brasil como um todo, seja como um peixe fora d'água, pois a gente se debate o quanto pode para voltar (para o mar), mas sabendo que o cenário não está nem sombra do que foi um dia. Logicamente, isso é na minha visão esse tipo de assunto vale uma reflexão longa e profunda sobre o porquê o cenário está como está, mas uma coisa é certa, não é por falta de banda. Tem muita banda nova, ou nem tão nova assim, no cenário underground com muita qualidade, porém não tem visibilidade e muitas vezes nem sequer oportunidades. Acredito que o pessoal do rock não soube aproveitar tantas décadas em alta e chegamos nessa situação. Outros gêneros musicais estão aí para mostrar que é possível criar do zero uma cena que mantenha o gênero sempre em alta. Acredito que todas as pessoas envolvidas de alguma forma com o rock deveriam se reunir e conversar seriamente, deixando ego, estrelismo ou qualquer outro tipo de vaidade de lado, para, assim, tentarmos recuperar o prestígio que um dia já tivemos.

 

Chegando ao final da entrevista, quais os planos da Klinsh para o restante de 2023? 

Primeiramente, gostaria de agradecer a vocês pela oportunidade, espaço em poder mostrar nosso trabalho. Nossos planos são fazer muitos shows, e ao mesmo tempo estamos produzindo novas músicas para, quem sabe, um vindouro novo EP ou até mesmo um álbum em CD físico para o final do ano? Vamos ver o andamento das coisas, mas enquanto isso, curtam nossos lançamentos nos streamings, inscrevam-se no nosso canal no Youtube e sigam nossas redes sociais, pois compartilhando algo que gosta você está ajudando, de alguma forma, o rock a voltar a crescer. Divulgue o que gosta, não dê ibope ao que não gosta.

Um abraço a todos!


Entrevista: Gabriel Arruda

Edição/Revisão: Renato Sanson

Fotos: Divulgação

 

 Agradecimentos: Johnny Z, da JZ Press e Metal na Lata, por agendar está entrevista

 

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