terça-feira, 31 de outubro de 2023

Angra executa as músicas do novo álbum em audição exclusiva para fãs e veículos de imprensa em SP



Na última quinta-feira (26/10), o Angra promoveu na School Of Rock, localizado no bairro Jardins, em SP, uma audição exclusiva do novo álbum, “Cycles Of Pain”, para alguns fãs que adquiram acesso ao evento e veículos de imprensa antes do lançamento mundial do álbum, que acontecerá na próxima quarta-feira (01/11) no Japão e na sexta-feira (03/11) para o resto do mundo. 

As músicas, em alto e bom som, foram executadas dentro do auditório da escola. No palco estiveram nada menos que Rafael Bittencourt (guitarra), Felipe Andreoli (baixo), Fabio Lione (vocal), Marcelo Barbosa (guitarra) e Bruno Valverde (bateria) dissecando e curtindo diante dos presentes cada faixa do trabalho que criaram.

Mas antes da banda tomar a palavra, o empresário Paulo Baron mostrou o seu exemplar do álbum (em LP) e relembrou que o processo de criação “foi quem nem uma gestação de elefante”, fazendo referência ao estúdio onde boa parte da bolacha foi gravada, Elephant Office (localizado em Santa Catarina), com exceção da bateria, que foi gravada no estúdio Sonasterio, em Belo Horizonte.

A reação de todos foi muito além do esperado. Cada verso, nota e refrão foi apreciada com muito prazer, pois era de se imaginar um grande trabalho depois ver todo empenho e dedicação dos músicos nos vídeos ‘reports’ que estão disponíveis no canal da banda no Youtube. E os fãs que não estiveram presentes, e que estão lendo essa matéria, podem esperar por um belo disco. 

Em “Ride Into The Storm”, “Tide Of Change” e “Gods Of The World”, três primeiros singles, a banda fez questão exibir o clip de todas nos televisores que estavam posicionados nas laterais. Leo Liberti, responsável por ter dirigido os vídeos, aproveitou a rápida presença para explicar um pouco sobre o conceito deles. “É sempre um prazer trabalhar com todo esse pessoal”, afirmou Léo. 

Também estavam, além do Léo, alguns dos artistas que participaram do trabalho, casos da pianista Juliana D’Agostini, que fez participação em “Tears Of Blood” junto com a vocalista Amanda Somerville; as vocalistas Angel Sberse (ex-Malvada), Mayara Puertas (Torture Squad) e Karina Menasce (Allen Key), que fez os coros em “Ride Into The Storm”.

o vocalista Marcello Pompeu, do Korzus, que também contribuiu com coros em “Gods Of The World”; o pianista Bruno Alves, que fez os arranjos da faixa título e da cantora Vanessa Moreno, que fez participação na faixa “Here In The Now” e na “Tide Of Changes” cantando o trecho inicial da clássica “Carolina IV”, do álbum “Holy Land” (1996). Ela também estará presente no show de lançamento (03/11), em SP, no Tokio Marine Hall. 

Fora as celebridades, os fãs mais simbólicos da banda também marcaram presença, casos do Dener Ariani, da House Of Bootleg e idealizador do Museu Angra; Filipe Prado, da página Angra Collection; Caio Martori, vereador de Piedade, interior de SP, e que já levou a banda duas vezes para tocar na cidade; e Lirian Beretta, uma das fãs mais antigas da banda e moderadora das redes oficiais da banda junto com o Dener. 

Sobre “Here In The Now”, que foi executada pela primeira vez na gravação do DVD acústico – a ser lançado no primeiro semestre do ano que vem –, o guitarrista Marcelo Barbosa relembrou que a faixa era para ter entrado no álbum antecessor, “OMNI” (2018), mas que foi vetada pelo produtor Jens Bogren por achar a música “cafona”, chegando até ter vontade de vomitar ao ouvi-la.

A versão oficial da música conta com o Fabio Lione cantando os versos principais, mas, para o mercado brasileiro, contará com uma versão bônus com a Vanessa cantando sozinha. 

Em “Tears Of Blood”, que encerra o álbum, Rafael falou que sempre teve vontade de escrever uma música que tivesse o Fabio cantando de forma operística. O guitarrista, e principal compositor da banda, se inspirou muito na música “Phantom Of The Opera”, do musical O Fantasma da Opera, para compô-la: “O personagem do Fabio é um assassino da sua amada, e a Amanda [Somerville] é o espirito da amada.

Esse diálogo é uma tentativa de conciliação com a própria culpa, deixando ele [assassino] cada vez mais atormentado”, explicou Rafael sobre o conceito. A música ganhou uma versão alternativa, que só sairia na versão japonesa, tendo a participação da vocalista Fernanda Lira (ex-Nervosa, Crypta) e do guitarrista Kiko Loureiro (ex Angra, Megadeth) nos solos.

“Vida Seca”, a mais aguardada da audição, tem a participação do Lenine, um dos nomes mais importantes da música brasileira. O que era de se pensar, o cantor a introduz cantando em português, além, claro, de trazer elementos brazucas logo no começo.

O nome do Lenine, segundo o Felipe, já vinha “flutuando no imaginário da banda há anos”, e a participação dele faz todo sentido para música: “O Lenine foi perfeito para Vida Seca! Ele interpretou a música com muita verdade! Ele trouxe exatamente o que a música precisava, ou até mais”, disse o baixista. 

No caso da Amanda Somerville, conhecida por ter feito trabalhos com o Avantasia, foi por intermédio do Lione, que teve que recorrer ao produtor e guitarrista Sascha Paeth para obter contato com a cantora americana. Rafael relembrou do choro e da forte emoção que ela teve ao receber o convite da banda onde seu saudoso amigo e vocalista, Andre Matos, fez parte.
Não só bastou a participação no álbum, mas como também na gravação do DVD acústico cantando “Wuthering Hights”, do “Angels Cry” (1993). “Ela realmente fez com muita vontade e dedicação”, garantiu Rafael. 
“Cycles Of Pain”, que em tradução livre significa Ciclos da Dor, não tem uma história por de trás das letras. Cada tema fala de como “a dor é cíclica”, procurando os tradicionais prazeres, como felicidade e conforto, por exemplo, para poder evita-la: “Os grandes desafios, que muitas vezes nos derrubam, são os que nos moldam e que nos fazem prece.
No fim das contas, nós somos a consequência dos momentos de dor, e não dos momentos de prazer”, definiu Rafael. 

A pandemia também colaborou para falar sobre as cicatrizes e das perdas que ela causou. A intenção do Rafael, junto com os demais membros, é também de usar a dor para passar uma mensagem positiva para a nova geração de jovens, que, muitas vezes, trata a dor como uma doença, precisando de tudo quanto é substância para lidar com tristezas e angustias: “É também um clamor para o enfrentamento nos momentos difíceis e para a gente ter a coragem de lidar com a contrariedade e com as frustrações das nossas expectativas”, concluiu.  

A audição encerrou com uma pergunta de uma fã muita ativa nas redes sociais da banda, que perguntou se a banda leva em consideração os comentários dos fãs na hora de compor, onde vários reclamam que deve soar mais prog, mais power, mais isso e aquilo.
Para o Felipe, o mais importante é que a banda componha “um disco do ANGRA”: “Eu acho que agora, com oito anos dessa formação, todo mundo está cansado de saber o que é o Angra”, exclama.

“Vocês são os fãs do Angra, e nós também somos fãs do Angra. Cada um de nós é um fã da banda também com suas visões, vontades e expectativas sobre a banda”, completa.

“Quando a gente compõe, a gente sabe muito bem o que precisa existir no disco do Angra, mas, primeiro de tudo, vem a nossa verdade artística de colocar para fora aquilo que a gente quer apresentar para o público”, finaliza o baixista.

Que venha o Cycles Of Pain!

Texto: Gabriel Arruda 
Fotos: André Tedim
Edição/Revisão: Carlos Garcia

Agradecimentos ao Clovis Roman e a toda equipe da Top Link Music pelo convite! 



domingo, 29 de outubro de 2023

Cobertura de Show – Steel Panther – 19/10/2023 – Audio/SP

Steel Panther retornou a São Paulo desde a sua última vinda no Monsters of Rock de 2015. Eles se apresentaram na quinta-feira (19/10) na Audio Club, com apresentação única da turnê On the Prowl.

Os portões começaram a abrir às 19h, e o visual dos fãs não deixou a desejar: cabelo desfiado e cheio de laque, estampas animal print, texana, bandanas e acessórios Hard Rock. Tudo para entrar no clima anos 80 e combinar com o estilo da banda.

As músicas do DJ já ajudaram no esquenta do público, um set com clássicos do Hard e Glam Rock. Quando “Nothing But a Good Time” (do Poison) começa a tocar a galera se empolga e canta junto.

A apresentação começou às 21h05, as luzes se apagaram e o palco ficou iluminado por luzes vermelhas. Ao som gravado pela banda “Are You Ready For The...”, entram no palco Stix Zadinia (bateria), Spyder (baixo), Satchel (guitarra) e Michael Starr (vocal).

A primeira do set foi “Eyes Of A Panther”, ótimo hit para acalorar a noite, seguida de “Let Me Cum In” com muita rebolada de Michael e Satchel juntos. Ao final da música, eles conversam com o público por quase 10 minutos, falam sobre finalmente estarem no Brasil e que seria um show grande com todos os Hits que conhecemos. Satchel menciona algumas palavras em português que havia escrito em sua mão como “peitos grandes” – três meninas que estavam no lado esquerdo da pista rapidamente levantaram a parte de cima de suas vestimentas para o delírio da banda – e “cocaína”. Os meninos tiraram muita onda um com o outro, um real Stand Up Comedy sexista do Glam Metal. Também apresentaram o novo baixista, Joe Lester (Spyder), que substituiu o Lexxi Foxx. Joe já foi o fotógrafo, técnico de instrumento, manager da banda e, agora, está dentro do time.

Satchel disse que andou pesquisando bastante sobre a cultura brasileira e foi a deixa perfeita para dizer que o Brasil tem a maior população de Asian Hookers. Na performance da música “Asian Hooker”, uma menina ascendente asiática sobe ao palco e dança com a banda.

Tocaram as músicas do álbum novo “On the Prowl”, lançado em fevereiro desse ano, com “Friends With Benefits” – com direito a um solo de guitarra do Satchel –, “1987” e “Ain’t Dead Yet”. A música “1987” é uma homenagem a época inesquecível que todos se sentiam bem e que não voltará.  Ao final, Starr menciona “sentimos a sua falta, Eddie” por ser muito fã do Van Halen e o público grita “Eddie, Eddie”.

“Girl From Oaklahoma” teve participação de uma fã chamada Kim, a qual Stixx apelidou de Kimberly. Cada integrante fez uma música de improviso acústico para ela, claro, envolvendo comentários sensuais.

Os frontmans, Michael e Satchel, chamam as garotas para dançar no palco em “Community Property” e “Party All Night”.

De bis, rolou “Gloryhole” e “Party Like Tomorrow is The End of The World”. Michael disse que voltará para o Brasil se os fãs dissessem que iriam, e eles disseram que sim, claro.

Steel Panther prometeu uma festa Glam Metal oitentista e não decepcionou. A noite foi completa de muitas histórias, que contaram com muitas zoeiras. O humor exagerado da banda foi divertido para alguns e aborrecido para outros, mas essa é a proposta deles. A apresentação foi sem Lexxi, baixista anterior, mas Joe foi bem muito bem recebido pelo público. Um ótimo músico e um carisma encantador.


Texto: Carolina Penteado

Fotos: Leandro Godoi

Edição/Revisão: Gabriel Arruda / Renato Sanson

 

 

Realização: Mercury Concerts

Mídia Press: Catto Comunicação

 

Eyes Of A Panther

Let Me Cum In

Asian Hooker

The Burden of Being Wonderful

Friends With Benefits

Death To All But Metal

1987

Ain’t Dead Yet

Girl From Oaklahoma

Community Property

Party All Night

Gloryhole

Party Like Tomorrow is The End of The World

 

sábado, 28 de outubro de 2023

Cobertura de Show – I Am Morbid – 19/10/2023 – Fabrique Club/SP

 


Após aproximadamente um ano, o I Am Morbid, projeto que reúne duas lendas do renomado grupo americano Morbid Angel – David Vincent (vocal/baixo) e Pete Sandoval (bateria) –, além dos talentosos guitarristas Bill Hudson – brasileiro radicado nos EUA e também integrante do Northtale – e Richie Brown (americano) retornaram para uma nova tour no Brasil nos brindando com uma noite de clássicos do mais puro Death Metal Old School em comemoração aos 30 anos de um dos álbuns que mais abrilhantou suas carreiras e assegurou o reconhecimento mundial, Covenant (1993), terceiro álbum do Morbid Angel, sendo executado na íntegra para deleite do público. O evento de São Paulo ocorreu na quinta-feira passada no Fabrique Club.

O show, que estava marcado para às 20h30, teve um pequeno atraso, começando às 20h50, porém isto não afetou em nada o espetáculo. O público estava sedento por ouvir os clássicos, e já se animaram em ver Pete chegando em sua bateria, seguido de Bill, Richie e Dave. 



Começaram aquecendo os motores com o clássico “Immortal Rites” do “Altars Of Madness” (1989). Dave deixa a música mais empolgante fazendo coros com sua voz fantástica de barítono.

Logo depois rolou “Fall From Grace”, do “Blessed Are The Sick” (1991), com aquelas levadas cadenciadas e elementos prog que fazem a marca registrada do Morbid Angel.

Seguindo o baile, “Visions From The Dark Side” do “Altars Of Madness” veio para destruir os pescoços, direta e agressiva.



Depois dessa, outro clássico, “Blessed Are The Sick/Leading Rats” faixa título do segundo álbum do Morbid Angel, com guitarras executadas brilhantemente por Bill e Richie. No final da música as pessoas gritavam Morbid, e Dave fez um trocadilho entoando ‘Mor-Pete’ em homenagem ao seu parceiro de longa data.

Finalmente chegava a esperada hora, em que Dave Vincent anuncia que a noite é de celebração de apenas 30 anos, e que todos os headbangers old school devem estar animados. Dave então anuncia “Rapture”, primeira faixa do Covenant, clássico absoluto deste álbum. O público foi à loucura!



Seguindo o massacre na sequência, “Pain Divine”. Logo após, Dave incita o público, perguntando se estão curtindo, mas que não está convencido, e a galera explode gritando ‘Hell Yeahh’. Mais um massacre a vista com “Vengeance Is Mine”. Ao final da música, Dave elogia seu parceiro de banda brasileiro, Bill Hudson. 

Aliás, é impressionante o entrosamento entre Dave, Bill e Richie, os músicos parecem estar se divertindo no palco, satisfeitos com a interação de um público muito fiel e empolgado com tantos clássicos, enquanto que Pete ‘Commando’ Sandoval parece bem concentrado na bateria, destruindo tudo no alto de seus 59 anos.


Dave anuncia “Lion’s Den” dizendo que é sobre uma justiça Old School, muito antiga, brincando que é mais antiga que ele.

Seguindo a destruição, mais um clássico é anunciado, “Sworn To The Black”, com Dave dizendo que algumas coisas nunca mudam, só melhoram com o tempo. Bill arrebenta nos solos como sempre.


Saindo um pouco do Covenant, mudam de sequência com “Maze Of Torment” do Altars Of Madness. Dave – sempre simpático e carismático – e Pete segue arregaçando.

Há uma breve pausa, com direito a solos virtuosos, primeiramente de Bill, e após um duelo de solos com seu parceiro Richie, digno de aplausos da galera. Bill conta até quatro em português antes de começarem o dueto, fazendo graça para solar.


Na sequência, intercalando os clássicos do Covenant, é anunciada “Dominate”, uma porrada do álbum “Domination” (1995). A esta altura o público estava extasiado, agitando sem parar.

Na seqüência, “Where The Slimes Live”, mais um clássico do Domination. Os bumbos de Pete sâo potentes como metralhadoras. Dave pergunta se alguém esteve na primeira tour do Morbid Angel. Voltando ao Covenant, anuncia mais uma destruição, “Blood on My Hands”. 


Quando acaba a música ele fica dizendo que ele é mórbido, e pede para o público cantar junto as palavras “I Am Morbid”, mostrando seu grande alcance vocal, enquanto todos se divertem cantando junto. 

Logo após, ele diz: “sim, vocês são mórbidos”, e anuncia a poderosa “God Of Emptiness”. Vale destacar que é incrível como a voz de Dave permanece intacta e bem cuidada após todos estes anos.

Logo após, Dave anuncia a última música, “World Of Shit”, encerrando a noite com chave de ouro.

O show acabou por volta de 22h05, com um público muito satisfeito, e um tempo depois os integrantes da banda saíram do backstage para atender seus fãs com muito carisma, humildade e simpatia.

Texto: Juliana Novo
Fotos: Leandro Cherutti (Metal no Papel) 
Edição/Revisão: Carlos Garcia

Realização: Vênus Concerts 

I Am Morbid
Omni Potens
Immortal Rites
Fall From Grace
Visions From the Dark Side
Blessed Are The Sick
Rapture
Pain Divine
Vengeance Is Mine
The Lion’s Den
Sworn to the Black
Maze of Torment
Dominate
Where the Slime Live
Blood on My Hands
God of Emptiness
World of Shit (The Promised Land)

sexta-feira, 27 de outubro de 2023

Doro: O Poder e a Força da Rainha

 


E hoje temos o lançamento oficial do novo álbum da rainha Doro Pesch, e se passaram 40 anos e a sua paixão pelo Metal não reduz, nos trazendo um álbum forte e com peso, mesclando o Metal Tradicional e Hard Rock.

Contando nos últimos anos com músicos que deram muito mais consistência para sua banda solo, em "Conqueress, Forever Strong and Proud" certamente agradará os fãs da rainha, tendo músicas fortes e cativantes, além de várias faixas bônus e edições especiais do álbum.

A abertura empolgante com a pesada e mid tempo "Children of The Dawn" já empolga de cara, e logo na sequência temos a vibrante e veloz "Fire in The Sky", com riffs eletrizantes, e antes que possamos tomar fôlego, vem a versão para o clássico "Living After Midnight", do Judas Priest", com Doro fazendo dueto com o próprio Rob Halford! Nossa, de emocionar. Misto de alegria e saudosismo, dois grandes expoentes da pura essência do Heavy Metal, com suas vozes casando perfeitas.

O álbum consegue manter o pique em todo o seu correr, destacando o ênfase nas guitarras e peso na cozinha, imprescindível para um álbum de Heavy Metal. Há um ou outro momento de menor impacto, mas o disco possui um número de canções e boas surpresas suficientemente fortes a fim de manter uma dinâmica muito boa.

Citando mais alguns destaques, temos "I Will Prevail", que traz mais peso e agressividade; "Heavenly Creatures", um Hard Rock melodioso;  "Time For Justice", com seus riffs nervosos, e que foi single e o vídeo bem legal, com aquela estética Mad Max.

"Love Break Chains", mais cadenciada, com alguns toques mais contemporâneos;  "Rise", Heavy Metal com riffs vibrantes e refrão que gruda de imediato. 

Enfim, faixas que trazem aquela mescla de Hard e Heavy, riffs marcantes e refrãos fortes, estéticas a que estamos acostumados a ouvir no trabalho de Doro, somados a pitadas de mais peso e toques do Metal contemporâneo.

A tradicional balada com título em alemão, também é algo recorrente nos álbuns de Doro, e aqui temos a boa "Fels in der Brandung", e dentre as surpresas, mais um dueto com Halford, na versão para "Total Eclipse of The Heart"(Bonnie Tyler), que inclusive tem seu vídeo lançado hoje também, e eu gostei bastante. A dupla novamente casa muito bem suas vozes, nesta versão "balada heavy" do grande hit da Bonnie.

Dentre os bônus diversos que estão nas edições, destaco a versão para "The Four Horsemen", do Metallica, onde Doro e banda mandam muito bem, dando uma cara mais Heavy Tradicional mas sem perder a pegada e peso da original, que tinha aquela "crueza juvenil".

Enfim, um ótimo álbum de Heavy Metal, simplesmente isso, Metal com garra, força e orgulho de fazer o que se gosta. Os fãs agradecem. Quem não curtir, provavelmente cansou ou não gosta do Heavy Metal tradicional, do Hard/Heavy e dos trabalhos da Doro, e tem mais é que ouvir outras bandinhas modernosas aí que não vão ter a longevidade dos ícones como ela.

Texto: Carlos Garcia

Lançamento: Nuclear Blast/ Shinigami Records 

Doro Site Oficial

Tracklist:

1. Children Of The Dawn 4:06

2. Fire In The Sky 3:26

3. Living After Midnight 3:52

4. All For You 3:55

5. Lean Mean Rock Machine 3:00

6. I Will Prevail 3:54

7. Bond Unending 2:30

8. Time For Justice 3:30

9. Fels in der Brandung 3:41

10. Love Breaks Chains 4:57

11. Drive Me Wild 4:07

12. Rise 3:11

13. Best In Me 4:26

14. Heavenly Creatures 3:56

15. Total Eclipse Of The Heart 4:00

16. Bonus Track: Warlocks And Witches 1:34

17. Bonus Track: Horns Up High 3:41

18. Bonus Track: True Metal Maniacs 3:37

19. Bonus Track: Heart In Pain 

20. Bonus Track: The Four Horsemen






quinta-feira, 26 de outubro de 2023

Fenrir's Scar: Versatilidade Musical e de Emoções

 



Finalmente Love | Hate | Hope | Despair” da banda Fenrir’s Scar foi lançado! E sinceramente, essa espera valeu a pena.

O duo formado por André Baida (Vocal, Baixo, Guitarra) e pela vocalista e letrista Desireé Rezende evolui muito desde seu primeiro álbum homônimo, lançado de forma independente em 2017.

Algumas músicas do novo álbum já são conhecidas pelo público, como por exemplo a pesada “Ruins of My Sanity” que abre o trabalho.

Desde que eu ouvi “Age of Arrogance”, quando foi lançada no começo de abril deste ano, eu senti que rotular a banda como Gothic Metal seria muito limitante. Nessa faixa eles ousaram trazer elementos eletrônicos dando uma roupagem bem moderna aos arranjos.

E talvez a graça deste álbum seja exatamente a experimentação da dupla, onde é perceptível todo o esforço que eles fizeram para evoluir musicalmente.

Em “Blinded” se destaca o solo de guitarra cativante, em seguida temos “All Your Tears”, que explora uma atmosfera mais sensível, através da combinação da letra da música com os expressivos vocais de Desireé.

A quinta faixa do álbum é a inédita “Final Requiem” que traz mais elementos de música eletrônica.

Gostaria de destacar a colaboração de Fabiano Negri, não só como o produtor do álbum, mas também sua participação nos teclados, principalmente em “The Harvest” e sua introdução marcante.

Finalmente, “Queen of the Seas”, uma canção sobre Iemanjá e que não esconde a brasilidade do Fernrir's Scar, o que de forma positiva só reforça a originalidade da banda.

A próxima faixa, “Breaking the Wheel”, tem um tema especial para mim, pois foi inspirada no livro “O Conto da Aia”, de Margaret Atwood, que deu origem a uma das minhas séries de TV favoritas.

É normal todo mundo escolher uma faixa favorita de um álbum e nesse caso eu acho que eu escolho “Reason to Believe”, que mais uma vez me pegou por sua letra mais profunda.

Embora eu goste da versatilidade do Fenrir’s Scar na escolha do tema de suas composições, o lado mais emocional e introspectivo da banda é o que mais me cativa. “The Enemy Inside” já havia sido lançada em 2020 e embora não seja nenhuma novidade, ela agrega muito ao álbum, quando se ouve o trabalho completo.

Em “Curse of Mankind”, eu gostaria de destacar os vocais de André Baida, é muito satisfatório ouvir durante todo o álbum sua versatilidade entre vocais agressivos e limpos, mas para mim essa faixa é um verdadeiro destaque para os vocais masculinos, embora vale destacar que o Fenrir’s Scar já desconstruiu há muito tempo o estereótipo de vocais “Bela e a Fera”.

E é claro que não poderia faltar “Heal You”, que eu tenho certeza de que deve ter um significado muito forte para o casal, não só por sua letra, mas também por ter entrado para a trilha sonora do filme independente produzido por Gê Filho e Wagner Kampynas, “Amanhã Você Vai Embora”.

E encerrando o álbum, uma versão acústica para a faixa “The Queen of The Seas”. Love | Hate | Hope | Despair”, não há um título melhor para definir as emoções apresentadas nesse álbum, por um momento você se sente comovido, em outro você se sente no meio do caos e do desespero e de repente a suavidade de Desireé e André te fazem sentir esperança novamente.

Eu esperava já um trabalho muito bom, mas eles conseguiram superar minhas expectativas de verdade. 

Texto: Raquel de Avelar
Edição/revisão: Caco Garcia
Fotos: divulgação 
  1. Ruins of My Sanity

  2. Age of Arrogance

  3. Blinded

  4. All Your Tears

  5. Final Requiem

  6. The Harvest

  7. The Queen of the Seas

  8. Break the Wheel

  9. Reason to Believe

  10. The Enemy Inside

  11. Curse of Mankind

  12. Heal You

  13. The Queen of the Seas (versão acústica)