quarta-feira, 31 de janeiro de 2018

Dorian Sorriaux (Blues Pills): O Lado Mais Intimista em EP Solo



Desde muito jovem ligado à música, o guitarrista francês Dorian Sorriaux vem galgando uma bem sucedida carreira na banda sueca Blues Pills, grupo ao qual juntou-se no ano de sua formação, em 2011, aos seus 16 anos de idade. O jovem quarteto (atualmente contam com um quinto membro para as tours e sessões de estúdio, Ryckard Nygren, guitarra e órgão) logo foi chamando atenção pela sua performance de palco e pela sonoridade, influenciada pela música dos anos 60 e 70. Desde então, lançaram vários EPs e Singles, assinaram com a Nuclear Blast, lançando dois Full-Lenghts de estúdio e dois álbuns ao vivo (em novembro do ano passado foi lançado o DVD/Blu-Ray "Lady in Gold - Live in Paris", o qual será lançado em edição nacional pela Shinigami Records), além de extensas tours, passando por vários países como headliners e diversos festivais.  (English Version)

Enquanto o grupo dá uma pausa após cerca de um ano e meio divulgando o mais recente álbum, "Lady in Gold" (2016), o guitarrista Dorian Sorriaux encontrou tempo para trabalhar em seu projeto solo. Conversamos com Dorian para saber mais a respeito desse trabalho, e também sobre sua carreira e claro, o Blues Pills. Confira a seguir:


RtM: Você está lançando seu trabalho solo, então, para começar esta entrevista, conte-nos o que os fãs podem esperar deste EP, chamado "Hungry Ghost", em termos de sonoridade e também as diferenças com relação ao seu trabalho no Blues Pills? Percebi que é mais intimista e acústico. 
Dorian Sorriaux: O projeto solo é bastante diferente do Blues Pills, o que de início também me deixou um pouco receoso de lançá-lo. Eu me inspirei em música Folk dos anos 60, e é muito mais íntimo para mim. Somos 5 pessoas no palco no Blues Pills, e ás vezes, tipo você pode meio que se esconder atrás dos outros musicalmente. É muito mais intimista, pois são músicas que eu escrevi e a música folk é mais suave, soa mais pessoal. Eu escrevi um demo uma vez e enviei a um amigo com o título de "vulnerable as fuck" como uma piada (risos), porque era algo muito vulnerável.
Quando toco sozinho não sinto a vibração tipo "bebendo uma cerveja num show de rock". É mais calmo, com uma audiência às vezes sentada. Ainda adoro tocar com o Blues Pills, claro, ambas as coisas são realmente divertidas!

"O projeto solo é bastante diferente do Blues Pills, o que de início também me deixou um pouco receoso de lançá-lo."
RtM: E para os fãs e interessados, como o EP será disponibilizado? Será lançado por algum selo? Sairá em formato físico e digital? 
DS: Será lançado, assim espero, em abril, nos formatos digital e físicos regulares. Naturalmente, haverá vinil também. Ele será lançado através de um selo, mas não posso dizer mais sobre isso ainda, estou finalizando os detalhes do lançamento no momento. Haverá mais informações muito em breve!

RtM: Você vinha sentindo a necessidade de fazer um trabalho solo? E quais fatores positivos você gostaria de apontar para a oportunidade de um artista lançar um trabalho nesse formato?
DS: Sim, acho que senti a necessidade de fazê-lo. Estive ouvindo música folk há anos e comecei a escrever músicas nesse estilo alguns anos atrás. É divertido, e quando eu escrevo músicas sozinho, elas geralmente são mais "folky". Então eu sabia que queria fazer algo nesse estilo em algum momento.
Então, depois de viajar por 1,5 anos com a tour do álbum "Lady in Gold", decidimos fazer uma pausa de turnês com o Blues Pills. Então, senti que era o momento perfeito para iniciar o projeto solo, típico sentimento  de "agora ou nunca" por algum motivo.

RtM: Eu vejo que você também mostrou sua qualidade como vocalista em seu solo, então eu gostaria que você nos dissesse também se é algo que você deseja desenvolver mais e quais os vocalistas que você mais admira?
DS: Obrigado. Eu costumava cantar quando adolescente, mas parei por alguns anos quando entrei no blues. Então eu comecei a lentamente a cantar novamente, mas foi quando eu comecei a cantar Folk. Eu parei de tentar ter uma voz  mais rock, senti-me mais natural em canções folk e mais suaves.
Alguns dos meus cantores favoritos são Van Morrison, Terry Reid, Curtis Mayfield, John Martyn, Donny Hathaway ..
É muito sobre as músicas e sobre as emoções que eles colocam nelas. Neil young é definitivamente um dos meus cantores favoritos. Não é que ele tenha voz mais incrível do mundo, mas ele escreveu algumas das músicas mais incríveis que ouvi.

RtM: Como foi escolhido o track-list? Quais fatores pesaram na escolha de músicas que estão no EP?
DS: Ele veio de forma bastante natural. Eu sabia qual música deveria ser a primeira e qual deveria ser a última. Então, daí, foi muito fácil finalizar o track-list.
Eu tinha muitas músicas para escolher e acabei não gravando somente duas, que inicialmente pensei que gravaria. Eu e Zach, que produziu o EP, fomos ouvindo minhas músicas e escolhendo aquelas que sentimos que eram as mais fortes à primeira vista. Também sentimos que essas 4 músicas ficavam bem juntas.

"Quando eu escrevo músicas sozinho, elas geralmente são mais "folky", então eu sabia que queria fazer algo nesse estilo em algum momento."
RtM: E você poderia falar um pouco de cada uma das músicas no EP?
DS: Claro!
"Huitoto" foi escrita no meu sofá, veio muito rápida. Tipo, eu simplesmente toquei toda a música enquanto gravava no meu telefone e essa foi a demo. As letras desta música são um pouco mais vagas, o que eu também gosto, para que as pessoas possam colocar seu próprio significado nela. Para mim, é uma música sobre a perda, mais como se perder ao fazer coisas em sua vida que não o fazem feliz.

"Hungry Ghost" ("Fantasma Faminto") também foi escrita no meu sofá! Lembro-me de ter que passar um pouco de tempo descobrindo a parte do refrão, mas uma vez que veio, a música estava completa. O título é inspirado em um livro de Gabor Maté. Para mim, fantasmas famintos é onde estão os desejos intermináveis. É o fantasma faminto em nós que sempre procura mais. Mais dinheiro, mais sucesso, mais bebidas ... É uma coisa diferente para todos e, obviamente, é muito mais forte para algumas pessoas. O fantasma faminto opta por esconder a dor e ter o prazer temporário, então você não consegue parar de procurar esse sentimento temporário e você fica preso naquele caminho.

Eu tive a ideia de "Need to Love" ("Preciso Amar") em Porto (Portugal) enquanto eu estava em turnê com Blues Pills. Acabei andando por uma rua sombria da cidade e passei por sem-teto fumando crack. Essa imagem ficou comigo, não planejei gravar esta música, mas Zach gostou quando mostrei os demos. Então terminamos no estúdio e estou muito feliz com a forma como foi finalizada.

"Hello my Friend" ("Olá meu Amigo") sinto que é a música mais pessoal do EP. É sobre um amigo que estava passando por problemas psicológicos. Costumávamos sair muito e tocar música e, de repente, não pude mais lhe ajudar. Então eu ouvi que ele estava em um hospital mental. Então a música tornou-se mais sobre alguns dos meus amigos que sofreram, alguns que não aguentaram viver mais nesse sofrimento. Então, bastante pesada e pessoal.


RtM: Você tem planos para fazer um álbum completo e talvez para fazer alguns shows ou uma pequena tour para promover seu trabalho solo?
DS: Sim eu quero! Gostaria de lançar um full-lenght este ano. Eu  comecei alguns shows solo, e estou planejando uma tour próxima do lançamento do EP.

RtM: Falando um pouco em influências, gostaria que você nos conte sobre o seu começo na música, quais eram suas principais influências e como o seu interesse pela música e tocar violão e guitarra começou?
DS: ZZ TOP foi minha principal influência quando era um garotinho. Eles se tornaram minha banda favorita em torno de 4/5. Então eu descobri os primeiros álbuns do Status Quo, AC/DC, Rory Gallagher, Jimi Hendrix, Eric Clapton ..

RtM: E quando você adquiriu sua primeira guitarra?
DS: Eu tinha 9 anos, era uma guitarra clássica que minha mãe me comprou em uma loja de artigos usados. Eu ainda a tenho!

RtM: Atualmente, existem muitas novas bandas que fazem música influenciadas pelos clássicos dos anos 70, usando essa sonoridade e até mais visuais "vintage". Há sempre aqueles que seguem esta estrada para tirar proveito de algum movimento ou tendência, mas há bandas que fazem esse tipo de música realmente espontaneamente, como podemos sentir no seu caso e nos Blues Pills. Gostaria que você comentasse sobre isso e como o interesse nesse som clássico surgiu e quais os fatores que você acha que contribuíram para ser tão natural para você compor e tocar este estilo vintage?
DS: Todos nós, no Blues Pills, fomos fortemente inspirados pela música dos anos 60 e 70, e aquelas gravações soavam como uma guitarra ou bateria gravada direta em fita e isso é o que é. Não havia samples, nenhuma edição louca, sem bateria digital ou amplificadores falsos.
Então, queríamos criar um sentimento semelhante e usávamos instrumentos vintage, gravados em fita ...

"Eu acreditei no Blues Pills desde o primeiro dia, mas eu realmente não imaginei esse tipo de 'sucesso'".
RtM: Uma das coisas que chamou a minha atenção para o seu trabalho e dos Blues Pills é o modo como vocês se entregam no palco, é maravilhoso, e esse sentimento e verdade que vocês transmitem é o que também os diferencia de outras bandas que também produzem um som "vintage". Vejo que vocês dão muita importância ao desempenho nos shows, algo que falta em muitos novos grupos, que só soam bons no estúdio.
DS: Obrigado! Os shows ao vivo são realmente importantes para nós.

RtM: Você ficou surpreso com a receptividade e o sucesso com os Blues Pills? Conte-nos um pouco do que é de repente ter sua banda com 2 álbuns lançados em todo o mundo, sendo convocados para grandes festivais. Penso que é muito importante contar com uma equipe para confiar quando uma banda começa a ter uma maior repercussão, com muitos detalhes a serem atendidos, desde o cronograma de shows e entrevistas até os financeiros.
DS: Eu acreditei no Blues Pills desde o primeiro dia, mas eu realmente não imaginei esse tipo de "sucesso". Eu acho que não pensei em como seria o sucesso. Eu só sabia que tinha muito potencial e foi muito divertido tocar!
Tivemos muita sorte em conhecer as pessoas certas e criar uma boa equipe de pessoas dignas de confiança a nossa volta. Também nós sempre apoiamos e cuidamos uns dos outros nos momentos difíceis, o que realmente ajudou.

RtM: Com a excelente receptividade ao Blues Pills, vocês conseguiram tocar em vários países, eu gostaria que você nos contasse quais foram os shows mais memoráveis ​​para você e qual país você ainda não teve a chance de tocar e você gostaria de visitar em uma próxima turnê? 
DS: Rock Werchter no verão passado foi demais! Uma das maiores plateias para as quais tocamos. Também a última vez que fomos headliners em Londres, no início de dezembro, foi um dos meus shows favoritos que eu posso lembrar. Era um local pequeno, meus favoritos, e a energia da multidão e na sala era simplesmente incrível! Nós nunca tocamos na América do Sul, mas eu realmente adoraria!

RtM: E o que você pode nos contar sobre os planos dos Blues Pills para 2018? 
DS: Nós vamos tocar em alguns festivais neste verão, incluindo Wacken e Woodstock, na Polônia. Provavelmente também trabalharemos em novas músicas.

RtM: Obrigado pelo seu tempo Dorian, esperamos vê-los logo aqui na América do Sul!
DS: Obrigado! Espero logo poder estar aí e tocar para vocês.

Entrevista: Carlos Garcia
Fotos: Divulgação e Arquivo do artista



Dorian Sorriaux FB Fanpage

Interview - Dorian Sorriaux (Blues Pills): the more intimate side in solo project



Since a very young age connected to music, French guitarist Dorian Sorriaux has been completing a successful career in the Swedish band Blues Pills, a group he joined in the year of 2011 at the age of 16. The young quartet (who currently have a fifth member for tours and studio sessions, Ryckard Nygren, guitar and organ) soon drew attention for their stage performance and sonority, influenced by the music of the 60s and 70s. Since then, released several EPs and Singles, signed with Nuclear Blast, releasing two successful studio full-lenghts and two live albums (the DVD/Blu-Ray "Lady in Gold - Live In Paris" was released last year, in november), as well as extensive tours as headliners and festivals.  (Versão em português)

While the group takes a break after about a year and a half touring on latest album, "Lady in Gold" (2016), guitarist Dorian Sorriaux has found time to work on his solo project. We talked with Dorian to know more about it, and also about his career and of course, the Blues Pills. Check below:


RtM: You are releasing your solo work, so to start this interview, tell us what fans can expect from this EP, called "Hungry Ghost", in terms of sonority and also difference from it to your work on Blues Pills? I see it is more intimate and acoustic. 
Dorian Sorriaux: The solo project is quite different from blues pills, which also made me scared to release it at first. I get inspired by 60 folk music and it is much more intimate to me. We are 5 people on stage in blues pills and you can always kind of hide behind the others musically. It's much more intimate to me as they are songs I've written myself and the softer folk music feels more personal. I wrote a demo once and sent it to a friend with the title "vulnerable as fuck" as a joke as it felt so vulnerable.
When I play solo live you don't feel the "having a beer at a rock show" vibe. It's more quiet with an audience sometimes sitting down. I still love playing with blues pills though, both are really fun!

"The solo project is quite different from blues pills, which also made me scared to release it at first." 
RtM: And for the fans and interested, how will the EP be made available? Will it be released by any label? Will it come out in physical and digital format? 
DS: It will be released, hopefully around April in the regular digital/physical formats. There will of course be vinyls as well. It will be released through a label but I can't say more about it yet as I'm just finalizing the release at the moment. There will be more infos really soon!

RtM: Have you been feeling the need to do a solo work? And what positive factors would you point out in the opportunity for an artist to launch a solo work?
DS: Yes I think I felt the need to do it. I've been listening to folk music for years now and started writing folk songs a few years ago. It's so fun and when I write songs on my own, they most likely are more folky. So I knew I wanted to do something in that style at some point.
Then after touring for 1,5 years on "Lady in Gold", we decided to take a break of touring with Blues Pills. So it felt like the perfect moment to start the solo project, it kind of felt like now or never for some reason.

RtM: I see that you also showed your quality as a vocalist in your solo, so I would like you to tell us also if it is something that you want to develop more, and which would be the vocalists you most admire?
DS: Thanks, I used to sing as a teenager but I stopped for some years when I joined blues pills. Then I started to slowly sing again, but that's when I started to sing folk. I stoped trying to have a rock voice, it just felt more natural to song softer songs.
Some of my favorite singers are Van Morrison, Terry Reid, Curtis Mayfield, John Martyn, Donny Hathaway.. 
It's so much about the songs and how much emotions they put into it. Neil young is definitely one of my favorite singers, it's not like he has the most incredible voice out there. But he wrote some of the most incredible songs I've heard.

RtM: How was the tracklist chosen? What factors weighed in the choice of songs that are in the EP?
DS: It came quite naturally. I knew which song should be the first and which should be the last. So from there it was really easy to finalize the track list.
I had quite many songs to choose from and ended up not recording a couple I thought I would record. Me and Zach, who produced the EP, were just listening through my songs and picking the ones that felt strongest at first listen. It also felt like those 4 songs were fitting together really well.


"When I write songs on my own, they most likely are more folky. So I knew I wanted to do something in that style at some point."
RtM: And could you speak a little bit of each of the songs on the EP?
DS: Sure!
"Huitoto" was written on my couch, it came really quickly. Like I just played the whole song while recording it on my phone and that was the demo. The lyrics on this song are a bit more vague which I also like so people can put their own meaning on it. To me it's a song about loss, more like loosing yourself through doing things in your life that don't make you happy.

"Hungry Ghost" was also written on my couch! I remember having to spend a bit of time figuring out the chorus part, but once that came, the song was complete. The title is inspired by a book by Gabor Maté. To me, the roam of hungry ghost is where endless desires are. It's the hungry ghost in us that's always seeking for more. More money, more success, more booze...It's a different thing for everyone and obviously it's much stronger for some people. The hungry ghost choose to hide the pain and have the temporary pleasure, then you can't stop seeking for that temporary feeling and you get trapped in that roam.

I got the idea for "Need to Love" in Porto while I was on tour with Blues Pills. I ended up walking the shady street of the city and walked by homeless people smoking crack. That image stayed with me, i didn't plan to record this song but Zach liked it when I payed the demos. So we finished it in the studio and I'm really happy with the way it turned out.

"Hello my Friend" is the most personal song on the EP I feel. It's about a friend that was going through a mental breakdown. We used to hang out a lot and play music and all of a sudden I couldn't get a hold of him anymore. Then I heard he was in the mental hospital. Then the song became more about a few of my friends that have suffered, some that couldn't bear to live any longer in that suffering. So quite heavy and personal :)


RtM: Do you have plans to make a full-lenght album and maybe to do some shows or a short tour to promote your solo work?
DS: Yes I do! I'd like to release a full length this year. I started playing solo shows and I'm booking a tour around the release of the EP.

DS: Speaking of influences, I would like you to tell us about your beginning in music, who were your main influences and how did your interest in music and playing guitar come about?
DS: ZZ TOP was my main influence as a young kid. They became my favorite band around 4/5. Then I discovered the early Status Quo, AC/DC, Rory Gallagher, Jimi Hendrix, Eric Clapton..

RtM: When did you get the first guitar and what was it?
DS: I was 9, it was a classical guitar that my mum bought me at a second hand market. I still have it!

RtM: Currently there are many new bands making music influenced by the classics of the 70s, using that sonority and even more "vintage" visual. There are always those who go down this road to take advantage of some movement or trend, but there are bands that make this kind of music really spontaneously, as we can feel in your case and the Blues Pills. I would like you to comment on that, and how the interest in this classic sound came about, and what factors do you think contributed to being so natural for you to compose and play this vintage style?
DS: All of us in Blues Pills have been heavily inspired by the music of the 60's and 70's and the records back then sound like a guitar or a drum recorded onto tape and that's what it is. There was no sampling, no crazy editing, no digital drums or fake amps.
So we wanted to re create a similar feeling, and used vintage instruments, recorded on tape...

I believed in Blues Pills from day 1, but I didn't really imagine that kind of 'success'"
RtM: One of the things that drew my attention to your work and the Blues Pills, besides that more classic sound, mixing the influences of the 60s and 70s with soul and groove in a very own way, is that you really pass something true, and the way you give yourself on stage is wonderful, and that feeling and truth that you transmit is what also differentiates you from other bands that also make a "vintage" sound. I see you give a lot of importance to the performance in the shows, something that is lacking in many new groups, which only sound good in the studio.
DS: Thanks! Live shows are really important to us.

RtM: Were you surprised by the receptivity and success with the Blues Pills? Tell us a bit of what it's like to suddenly have your band with 2 albums released worldwide, being called to major festivals. I think it's very important to have a team to rely on when a band starts to have a bigger repercussion, with lots of details to take care of, from the schedule of shows and interviews to the financiers.
DS: I believed in Blues Pills from day 1, but I didn't really imagine that kind of "success". I guess because I didn't think about what success would be like. I just knew it had a lot of potential and it was really fun to play!
We were really lucky to meet the right people and build a good team of trust worthy people around us. Also we always supported and cared for each other through the difficult times which really helped.

RtM: The excellent receptivity that the Blues Pills got, allowed you to play in several countries. I would like you to tell us which were the most outstanding shows for you, and which country you still did not have the chance to play and would you like to visit on an upcoming Tour? 
DS: Rock Werchter last summer was huge! One of the biggest crowd we played for. Also the last time we headlined London early December was one of my favorite blues pills shows I can remember. It was a small venue, my favorites, and the energy from the crowd and in the room was just awesome!
We've never played South America but I would really love to!

RtM: And what can you tell us about the Blues Pills plans for 2018? 
DS: We're gonna play a few festivals this summer including Wacken and Woodstock Poland. We'll probably also work on new songs.

RtM: Thanks for your time Dorian, hope to see you soon here in South America!
DS: Thank you! I hope to come play music there really soon!


Interview: Carlos Garcia
Photos: disclosure and artist's files.

terça-feira, 30 de janeiro de 2018

Mistheria:"Gemini" - A Nova Obra do Virtuoso Músico e Compositor Italiano


Antes de abordarmos sobre o novo trabalho deste genial músico italiano, vamos falar um pouco de sua carreira. Mistheria é um pianista, tecladista, keytarista (instrumento musical que apresenta características de guitarra, teclado e sintetizador, no Brasil chamado também de Controlador), organista, produtor e compositor da Itália, envolvido em gêneros clássicos e de rock/metal.

Após a graduação - com pontuação total - no Conservatório de Música em "Órgão e Composição", Mistheria iniciou sua carreira como solista e trabalhando como músico de estúdio. Além de seus álbuns e apresentações solo, Mistheria ganhou nome graças à várias e prestigiadas colaborações, tanto em estúdio quanto ao vivo, com muitos artistas e músicos internacionais de rock, metal e clássicos como Bruce Dickinson (Iron Maiden), Roy Z (Rob Halford), Rob Rock (Chris Impellitteri), Mark Boals (Ring of Fire), Edu Falaschi (Angra, Almah), Neil Zaza, John West (Artension, Royal Hunt), John Macaluso (TNT, ARK, Y. Malmsteen), para citar alguns.

Mistheria atuou como solista e como músico contratado na Europa, EUA e Ásia tanto como pianista/tecladista. Sua discografia conta mais de 70 álbuns, incluindo suas próprias e outras produções de bandas que vão desde a música Clássica ao Metal, de New-Age a Soundtracks, de Pop para Rock.
Além disso, ele trabalha como produtor, arranjador, designer, professor, avaliador e demonstrador de hardware/software para várias marcas de música.


A maior criação e produção de Mistheria é o projeto "Vivaldi Metal Project - The Four Season", um All Star Metal Project com mais de 130 artistas de Metal/Clássico, orquestra, quarteto de cordas e coral. O projeto foi aclamado como a maior Symphonic-Metal Opera já criada.

Mistheria iniciou seu projeto solo em 1996, com o nome inspirado na palavra "Mistério". Final do ano passado lançou seu novo trabalho, "Gemini", sob o selo Rockshots Records, contendo 13 faixas, incluindo composições próprias e versões re-arranjadas de clássicos de músicos como Beethoven e Chopin. O álbum traz  um time de excelentes músicos, além de convidados especiais, em uma produção sonora primorosa. É um álbum instrumental, mas de maneira alguma é direcionado somente a músicos, é Heavy Metal e Symphonic Metal com elementos Neoclassic, New-Age e Classic Music, vibrante, enérgico e cheio de atmosferas e melodias cativantes. E claro, temos de ressaltar o sentimento que Mistheria coloca nas canções, aliado a técnica e o cuidado de suas produções, rende ao ouvinte momentos de deleite.

Para saber um pouco mais de sua carreira e do álbum "Gemini", incluindo comentários do músico a respeito das 13 faixas do disco, confira a seguir o que Mistheria tem a nos dizer:


Como surgiu seu projeto solo e porque você o iniciou?
Comecei minha carreira e projeto solo em 1996, quando criei um show ao vivo chamado "Metamorfose", que incluiu várias formas de artes, como música, dança, poesia, gráficos 3D.
Tenho paixão pela música Clássica, Metal e de trilhas sonoras. Comecei a compor minhas músicas combinando mais ou menos esses gêneros e, depois, queria trazer minha música no palco. O próximo passo foi obviamente reunir algumas dessas músicas em um álbum.

Como você descreveria seu som em cinco palavras?
Intenso, apaixonado, impetuoso, enérgico, íntimo.

O que você espera em termos de receptividade para "Gemini"?
Meus fãs estão esperando por isso há muito tempo, um novo álbum instrumental meu, e isso criou muita emoção e fervor!

Que tipo de experiência você está tentando trazer aos fãs com este novo álbum?
Ao lado de álbuns clássicos/new age, eu já executei algumas das músicas em destaque, "Gemini" é o meu primeiro álbum de Metal instrumental que coleta treze músicas compostas ou arranjadas ao longo da minha carreira. É um novo "ponto de vista" para os meus fãs, que podem descobrir o que meus "teclados" podem contar para eles sem letras.

Como é o processo de composição?
Eu componho e arranjo todas as músicas. No caso de um álbum com vocais, muitas vezes eu passo a caneta para os cantores, e também escrevo letras. Durante as gravações, eu sempre adoro ouvir o que meus incríveis músicos podem trazer de acordo com o arranjo básico que criei e as demos. Adoro quando os músicos "sentem" a música e dão sua própria "marca registrada" às composições.


Como você escolheu as faixas que entrariam nesse álbum? 
As faixas em "Gemini" são uma combinação de minhas canções originais e covers de clássicas, uma mistura delas. Tenho novos álbuns já feitos, a música nova está sempre a caminho ...
  
Como você descreveria a evolução do som da banda?
De muito prog-oriented no início para Metal e Metal Sinfônico nos últimos anos.

Nomeie um "Top 5" das influências de sua banda. Que gêneros de música e Metal mais influenciam você?
Deep Purple, Symphony X, Y. Malmsteen, J. S. Bach, A. Vivaldi. Meus gêneros principais como compositor e artista são música clássica, metal, prog-metal, metal sinfônico e trilhas sonoras.

Qual o significado por trás do álbum e de algumas músicas?
Eu queria mostrar todas as minhas músicas de Metal instrumentais que, até agora, não era possível incluir nos meus outros álbuns. "Gemini" é o meu signo astrológico. Eu e minha música totalmente representadas, pois apresenta muito material coletado ao longo de 25 anos de carreira. "My Dear Chopin" foi a primeira música de Metal instrumental que já compus, obviamente inspirada por F. Chopin e diz tudo. Em seguida, criei músicas para eventos específicos, como "Angels in the Shadow" para a apresentação no Prog Head 2008 (Budapeste), "Adagio in G minor" de Albinoni foi arranjada para uma clínica, "Hands of Fire", como abertura  para alguns dos meus shows ao vivo.


"Gemini" faixa a faixa, por Mistheria:

1. "Hands of Fire" composta e arranjada por Mistheria
Claramente, uma música de introdução, keytar em chamas, composta como abertura de minhas aparições solo ao vivo.

2. "Angels in the Shadow" Composta e arranjada por Mistheria
Escrito para a apresentação do ProgHead Festival 2008 (Budapeste), é uma música virtuosa e melódica. Introdução dark, temas baseados em melodias cativantes seguidas por soltos triturantes, com um incrível solo de Chris Caffery (Savatage, Trans-Siberian Orchestra).

3. "Fight of the Bumblebee" Composta por R. Korsakov/Mistheria - Arranjos por Mistheria
Arranjo baseado no lendário "Flight of the Bumblebee" de R. Korsakov. Possui um riff pesado e muitas peças virtuosas entre teclados, guitarra e baixo. Classical meets shredding!

4. "Moonlight Sonata" Composta por L.V. Beethoven - Arranjos por Mistheria
Sobre a obra-prima de Beethoven, queria ser o mais fiel possível (se alguma vez fosse possível ...). Keytar e piano tocando como dueto, a parte do meio apresenta um fantástico jazz melodioso e apaixonado, cortesia de Roy Z.

5. "Air  - The Day After" Composta e arranjada por Mistheria
Foi composta originalmente em piano com uma melodia muito "cantante", então arranjei-o para a banda. Possui uma intro majestosa tocada por mim no "King of Instruments", o órgão de tubulação, que é o instrumento que estudei no Conservatório de Música.


6. "Devil's Steps" Composta e arranjada por Mistheria
Inspirado por uma trilha sonora de filme, é uma das músicas mais antigas, uma das canções mais intrincadas e complicadas, com algumas partes do teclado que atingem o limite da velocidade de reprodução que flui para um tema muito melódico no refrão.

7. "Prayer to God" Composta e arranjada por Mistheria
Composta apenas por teclados e pedal de baixo. Canção íntima e apaixonada, visão profunda e significado por trás disso, uma das minhas faixas favoritas.

8. "Prog-Fantasy" Composta e arranjada por Mistheria
Talvez a única música realmente orientada para o Prog, baseada em uma introdução de piano de inspiração clássica que "se eleva" ao tema do keytar.

9. "Falling Stars" Composta e arranjada por Mistheria
Composta durante uma noite de inverno, em um momento muito especial da minha vida, quando a solidão começou a cair ...

10. "My Dear Chopin" Composta por F. Chopin - Arranged by Mistheria
O ponto de partida da minha carreira no Metal. Não é por acaso que o início incluísse Chopin, uma das minhas paixões mais íntimas na música e na vida. Com base em um tema muito simples, é a minha música Keytar mais conhecida.

11. "Asturias (Leyenda)" Composta por I. Albeniz - Arranged by Mistheria
Dividido em duas partes, a promeira tocada no piano de uma maneira clássica, a segunda parte se move para teclados com um arranjo exigente pesado, agressivo e tecnicamente alto.

12. "Adagio in G minor" Composto por T.Albinoni-R. Giazzotto/Mistheria - arranjos por Mistheria
Comecei a tocar esta música no Acordeão quando tinha 10 anos de idade. Em seguida, no piano e depois no Pipe Organ, é um dos temas mais adoráveis ​​que eu gosto de tocar. Meu Keytar foi o próximo e último instrumento em que a transportei.

13. "Metal Piano Sonata, op.13" Composta e arranjada por Mistheria
Uma música composta como homenagem ao "Príncipe dos Instrumentos", o instrumento no qual componho e executo com mais frequência. É a última música, então a mais nova, que eu criei especificamente para "Gemini". A estrutura da música é baseada em uma Sonata de Piano Clássico dividida em três movimentos (Allegro, Adagio, Presto). As principais melodias desta música estão entre as que mais gostei de ter composto.

Entrevista e Informações Cedidas por Rockshots Promotion
Textos Adicionais, introdução e Tradução: Carlos Garcia
Agradecimentos: Roberto Giordani e Mistheria
Line-Up:
Mistheria (Bruce Dickinson, RoyZ, Rob Rock, Vivaldi Metal Project)
music, arrangements, keyboards 
Roger Staffelbach (Artension, Artlantica) - guitar
Leonardo Porcheddu (Vitalij Kuprij) - guitar
Ivan Mihaljevic (Side Effects) - guitar
Steve Di Giorgio (Testament, Death) - bass
Dino Fiorenza (Metatrone, Edu Falaschi, Ron Thal) - bass
John Macaluso (ARK, Symphony X, Malmsteen) - drums


SPECIAL GUESTS
Christopher Caffery (Trans-Siberian Orchestra, Savatage) - guitar
Roy Z (Bruce Dickinson, Rob Halford, Rob Rock) - guitar

Mixed and mastered by Ivan Moni Bidin at Artesonika Recording Studio (Pordenone, Italy).
Artwork and graphic design by Alexis Van Houcke.
PRODUCED BY MISTHERIA
Youtube

       


       

sábado, 27 de janeiro de 2018

Cobertura de Show – Edu Falaschi & Acid Tree: Noite Inesquecível! (21/01/2018 – Carioca Club – SP)


Em julho do ano passado, o vocalista Edu Falaschi tomou a decisão – depois de 12 anos a frente do Angra – de realizar uma turnê relembrando a sua trajetória na banda executando músicas do “Rebirth” e “Temple Of Shadows”, registros esses que são considerados (pra muitos) marcos no Heavy Metal nacional. A investida obteve resultados fora do imaginado, trazendo motivação para uma turnê mais completa, que rodou o Brasil inteiro, desde dezembro até janeiro, com 23 datas, terminando no dia 21/01 (domingo) para um Carioca Club lotado, ocasionando o 10º ‘sold-out’ dessa aventura.

Debaixo de sol e chuva forte, além de músicas do repertório sendo reproduzida ao lado do bar do Carioca, a fila não parava de dobrar até chegar o horário da abertura da casa, gretada às 18h10. E já com um grande público inserido no local, convenho aos paulistanos do Acid Tree fazer as honras de abertura, às 18h55. Formado por Ed Marsen (Vocal/Guitarra), Ivo Fantini (Baixo) e Giorgio Karatchuk (Bateria), o power-trio encantou todo mundo com sua classe musical regado de influências dos anos 70, que vai desde o progressivo, psicodélico e até o peso do Black Sabbath, não deixando a desejar em questão de versatilidade e técnica.


Após uma introdução arrepiante, “Arkan”, presente no EP de estreia da banda, colocou peso e espanto logo de começo, mostrando uma boa dicção de ritmos e caminhos opressores. Surpresos com o tamanho de gente, “Barren Lands” e “Sweet Insanity” (músicas que estarão no próximo trabalho) tiveram calorosa recepção, ficando evidentes as principais intervenções que ambos colocam pra dentro da banda, esbanjando andamentos intensos e rápidos numa imensa variabilidade técnica. “Adrift” deixou o clima do show harmonioso e requintado, mas foi em “Caged Sun” que o trio colocou a casa abaixo, onde – num determinado tempo da música – o baterista Giorgio Karatchuk se deslocava nas laterais do palco batendo com um dos seus pratos, encerrando o rápido set de maneira calorosa com direito a “Ole, Ole”.

Casa completamente cheia e sem espaço nenhum para se mexer, “In Excelsis” – intro que abre o disco “Rebirth” –, ecoava no sistema sonoro da casa, às 20h30, preparando todo o contentamento pra “Nova Era”, “Acid Rain” (remetendo o DVD “Live In São Paulo”, de 2002) e “Eyes Of Christ” (nunca executada ao vivo na época de Edu no Angra). Essa trinca evidenciou que os fãs estavam profundamente unidos com o vocalista, vendo todos ali cantando e se emocionando a pleno êxtase. E o restante da banda, formado por Diogo Mafra e Roberto Barros (guitarras), Raphael Dafras (baixo), Fabio Laguna (teclados) e Aquiles Priester (bateria), continuam super afiados.


O set seguiu em frente com a veloz “Running Alone” e da encantadora “Wishing Well”, sendo a primeira do álbum “Temple Of Shadows” a figurar no repertório, que contagiou todos com suas melodias graciosas e deslumbrantes.

Participações especiais eram aguardadas na noite, e os primeiros convidados a serem chamados foram o vocalista Thiago Bianchi e o tecladista Junior Carelli, ambos da Noturnall, que meteram ficha em “Angels and Demons,”, partindo de imediato pra comovente “Heroes Of Sand”. “Late Redeptiom” cumpriu o que esperávamos quando ela é executada ao vivo, onde o público cantou fortemente os versos interpretados pelo Milton Nascimento, virando no momento mais épico e lindo da noite.


A metade do set reservou muitos clássicos, a primeira delas é “Unholy Wars”, que deixou o Carioca Club ainda mais quente e fervoroso com o calor da música, fora o sistema de som apresentar algumas oscilações. O restante ficou por conta das memoráveis “Arising Thunder”, “Millennium Sun” e “Bleeding Heart”, tendo – nessa última – a participação do vocalista Alirio Netto, combinando perfeitamente sua harmonia de voz nesta bela balada, havendo ai um pequeno apagão nos PA’s nas partes finais.

“The Shadow Hunter” empolgou de forma obstinada, levando milhares com as mãos para o alto. E foi surpreendente ver Edu metendo um altíssimo agudo no final da canção, deixando muitos espantados e enlouquecidos com a atitude do próprio, mostrando que ele ainda continua em plena forma. Além disso, ele encarnou o personagem (“O Caçador de Sombras”) que está na temática da música, vestido com um longo sobretudo e chapéu escuro.

“Live And Learn” relembrou mais uma inesquecível lembrança do EP “Hunters And Prey”, mas que acarretou em problemas no microfone do Edu, normalizando tudo nos versos finais, não tirando – de forma alguma – a energia que o público estava sentindo.


Depois de muito espera, chegou a tão esperada participação da noite. Perguntado se alguém estava no show que o Angra fez, em 2005, no Via Funchal, Edu chamou ao palco uma das pessoas que fez participação daquela apresentação: Kai Hansen (Helloween, Gamma Ray, Unisonic), que dividiu vozes na marcante “The Temple Of Hate”. Dali em diante, o show tomou outra proporção, aumentando o grau de impulso em “Rebellion In Dreamland” (Gamma Ray), contando com as vozes de Bruno Sutter e da baixista Tonka Raven, explodindo completamente à noite com “I Want Out” (Helloween).

Antes de partir para o Bis, Edu lembrou os princípios da “Rebirth Of Shadows Tour”, que teve inicio no ano passado em Lima, no Peru. Mas, depois de um puxão de orelha do vocalista Joe Lynn Tunner (Deep Purple, Rainbow, Yngwie J. Malmsteen), tudo se tornou mais amplo e extenso. Logo que terminou a apresentação dos integrantes, Aquiles Priester tomou a frente do palco pra testar o “Fala Galera” (meme inventando pelo baterista e que cruzou todos os estados em boa parte da turnê) ao público de São Paulo. E depois da contagem (até 3), o Carioca virou um verdadeiro terremoto, parecendo um estádio de futebol lotado com milhares de torcedores gritando gol, encerrando suas palavras pra rasgar elogios ao Edu.


Restava somente um convidado para terminar o seleto de participações, e está ultima foi a mais significativa para Edu, que não segurou as lagrimas e a emoção ao chamar seu irmão, Tito Falaschi, para cantar “Rebirth”, fechando com chave-de-ouro com “Spread Your Fire”.
Noite pra ficar marcada na história! E olha que não para por aqui: entre abril e maio será dado à largada para terceira parte da turnê.



Texto: Gabriel Arruda
Fotos: Dener Ariani
Edição/Revisão: Renato Sanson

Acid Tree
1.    Arkan
2.    Barren Lands
3.    Sweet Insanity
4.    Adrift
5.    Caged Sun


Edu Falaschi
1.    In Excelsis / Nova Era
2.    Acid Rain
3.    Eyes of Christ
4.    Running Alone
5.    Wishing Well
6.    Angels and Demons (Thiago Bianchi e Junior Carelli)
7.    Heroes Of Sand
8.    Late Redemption
9.    Unholy Wars
***Drum Solo***
10. Arising Thunder
11. Millennium Sun
12. Bleeding Heart (Alirio Netto)
13. The Shadow Hunter
14. Live and Learn
15. The Temple Of Hate (Kai Hansen)
16. Rebellion In Dreamlan (Gamma Ray - Kai Hansen, Bruno Sutter, Tonka Raven)
17. I Want Out (Helloween – Kai Hansen, Tonka Raven)
***Bis***
18. Rebirth (Tito Falaschi)
19. Deus Le Volt / Spread Your Fire

sexta-feira, 26 de janeiro de 2018

Captor: Seguindo a Luta pelo Heavy Metal



Chegando aos 18 anos de estrada a banda de San Martín (Buenos Aires-Argentina) lançou no ano passado o segundo full-lenght, "Seguir Luchando". A banda se apresenta em seu perfil como "Heavy Metal com vozes melódicas", e realmente, o que ouvimos é Heavy Metal tradicional, com doses de Hard Rock e vocais melodiosos e em tons altos, seguindo o estilo de nomes tradicionais como Iron Maiden, Dio, Black Sabbath, Judas e também seus conterrâneos do Rata Blanca.

O álbum possui uma apresentação com design simples, capinha tipo envelope e com encarte com letras e informações básicas, e acredito que um investimento um pouco maior nessa questão deveria ter sido pensado, apesar de sabermos claro, que assim como aqui, a situação econômica Argentina não é favorável. Uma curiosidade interessante sobre a arte da capa, é que é uma continuação da do álbum antecessor, "Hacia El Destino" (2013), que inclusive foi lançado em um belo digipack e com faixa multimídia com vídeos e história da banda), ambas a cargo do artista plástico Rafael Arias Romero. 


Mas se na questão do design e apresentação gráfica o Captor foi econômico, a parte sonora compensa, pois traz uma boa produção, sendo que o álbum foi mixado e masterizado nos EUA no 6K Estúdios, por Ezequiel e Martín Etcheverry, que fizeram um bom trabalho, deixando os instrumentos bem nítidos, e com um som com pegada.

São 10 faixas, cantadas em espanhol, onde temos Heavy Metal com bons riffs e melodias cativantes, com boas variações e incursões de Hard Rock, além de teclados que são utilizados em algumas músicas, contribuindo positivamente nas melodias. Logo na abertura, e um dos destaques, "Atrapados", o grupo já apresenta as armas com um Heavy Metal empolgante, mostrando uma banda segura e coesa, onde já chamam a atenção os bons vocais de Marcelo Tovares, assim como a pegada da bateria; "A Fondo Siempre", a faixa seguinte, mantém a boa impressão inicial, seguindo por um caminho mais melodioso, destacando o refrão marcante.

Captor: Martin, Mariano, Carlos e Marcelo
Encontramos um álbum com composições numa média muito boa, com variações que mantém o interesse do ouvinte por todo ele, pois temos faixas mais diretas e pesadas, mais cadenciadas e melodiosas e também faixas mais aceleradas. Além das já citadas, destaco "Voces del Hoy y de Ayer",  uma faixa com dramaticidade, andamento mais cadenciado, com peso e doses de melodia bem colocadas, inclusive com a inclusão de alguns teclados e "Seguir Luchando", Heavy Metal tradicional com pegada, grandes riffs e vocais poderosos e com gana.


O Captor não tem a intenção de inovar ou inventar a roda,  faz sim  Heavy Metal tradicional com a segurança de quem está na estrada há quase duas décadas, mostrando qualidade e força nas composições, que trazem competência nos riffs e solos, peso, melodia e uma cozinha com pegada. Um bom nome para quem aprecia o Metal Sul Americano, e  para quem deseja conhecer mais bandas de nossa vizinha Argentina.

Texto: Carlos Garcia
Fotos: Divulgação


Facebook

Line-Up:
Martin Galeano: Guitarras
Mariano Binda: Bateria
Carlos Corsi: Baixo
Marcelo Tovarez: Vocais

Tracklist:
Atrapados
A Fondo Siempre
Voces Del Hoy Y de Ayer
Traicion Y Verdad
Verdades Olvidadas
Miradas Que No Miran
Gritos En La Noche
Guerreras Sin Armas
Seguir Luchando