terça-feira, 31 de agosto de 2010
Clássicos Ao Vivo: Priest...Live! O Disco Que Salvou Judas
Há coisas estranhas no mundo da música, que são paradoxais. Em 1986, os ingleses do Judas Priest lançaram o álbum “Turbo” que causou furor nos fãs e mídia especializada, dividindo as opiniões.
Se fôssemos colocar numa balança o efeito na época, diríamos que o álbum fora tomado como um grande fracasso da banda, que naquela altura estava mais colorida do que nunca, utilizando (e abusando, diga-se de passagem) de efeitos eletrônicos, principalmente de sintetizadores nas guitarras de K.K. Downing e Glenn Tipton.
A banda estava bem mais Hard Rock que nunca, deixando de lado o Heavy Metal rápido e relativamente pesado (para a época) que fizera de seus discos verdadeiros clássicos do gênero. E isso, claro, não agradou os fãs.
Aconteceu que a banda entrou na onda da segunda metade da década de 80 de inovar o som, utilizando tudo que a tecnologia poderia oferecer e, ao contrário do Iron Maiden que obteve sucesso com a fórmula (mas que não se sustentaria por muitos anos, fazendo com que a banda voltasse ao básico), fora um fiasco para o Judas.
O curioso é que, um ano depois, eles lançaram seu segundo disco ao vivo, “Priest...Live!” (1987), gravado durante a turnê “Fuel For Life” de divulgação de “Turbo” e contando com nada menos que 5 músicas do infame álbum, entre 15 que estavam no álbum e davam conta da carreira toda. Convenhamos que é um número alto de músicas de um disco que fora considerado uma mancha negra na carreira do grupo.
Esse ao vivo foi um absoluto sucesso, por captar toda a estrutura e em energia de um show da banda. Mas o principal atributo do grupo no álbum que passou a fazer com que os fãs não torcessem tanto o rosto para o disco de 1986, foi a utilização perfeita dos ritmos presentes nas músicas do álbum, agora ao vivo. Por exemplo, o refrão de “Parental Guidance” e “Rock You All Around the World” são os pontos altos do disco, com toda a platéia berrando junto de Rob Halford (Vocal).
As demais músicas do disco, como a emblemática “Out in the Cold “, que abre o álbum ao vivo com muitos efeitos de teclados, e a música que viria a se tornar o único clássico do álbum para todo o sempre, “Turbo Lover” (confira o vídeo, quase uma paródia com Mad Max), são pontos altos do ao vivo. Ainda resta “Private Property”, a mais fraca do álbum.
Obviamente que não faltaram as já clássicas “Metal Gods”, “Breaking the Law” e “Eletric Eye”, bem como as dispensáveis “Some Heads Are Gonna Roll” e “You've Got Another Thing Comin'”.
De uma maneira ou de outra, o álbum se tornou um dos mais clássicos ao vivo da história do Metal, lavando a alma da banda e fazendo com que “Turbo” (1986), embora não considerado um dos clássicos, pudesse não cheirar tão mal como o fora na época. Mas, a pensar sobre a quantia de público presente na sua turnê, pode ser que apenas a mídia especializada e os fãs mais radicais tenham crucificado o álbum, mas o verdadeiro é que com essa álbum ao vivo, a banda angariou ainda mais fãs e conseguiu manter seu nome como um dos principais do Metal de todos os tempos.
Stay on the Road
Texto: EddieHead
Ficha Técnica
Banda: Judas Priest
Álbum: Priest...Live! (ao vivo)
Ano: 1987
País: Inglaterra
Tipo: Heavy Metal
Formação
Rob Halford (Vocal)
K.K. Downing (Guitarra)
Ian Hill (Baixo)
Glenn Tipton (Guitarra)
Dave Holland (Bateria)
Tracklist
01 - In The Cold
02 - Heading Out To The Highway
03 - Metal Gods
04 - Breaking The Law
05 - Love Bites
06 - Some Heads Are Gonna Roll
07 - The Sentinel
08 - Private Property
09 - Rock You All Around The World
10 - Electric Eye
11 - Turbo Lover
12 - Freewheel Burning
13 - Parental Guidance
14 - Living After Midnight
15 - You've Got Another Thing Comin'
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domingo, 29 de agosto de 2010
Quando as Coisas Voltam ao Seu Lugar
A banda sueca Soilwork começa, definitivamente e m ais do que nunca, a colher frutos de um trabalho árduo na cena que se costumou chamar de Death Metal Melódico.
A banda que há 3 anos não soltava material inédito, e sofria críticas ferrenhas com seu álbum “Sworn to a Great Divide” (20070, que marcou o primeiro disco sem o principal compositor Peter Wichers (guitarra), retornou ao topo da mídia especializada com seu 8º disco de estúdio, o ótimo “The Panic Broadcast” (2010).
No novo álbum, além da volta de Wichers para o grupo, a banda alcança seu ápice em termos de fazer um som pesado com melodia, sem parecer com as bandas de Metalcore norte-americanas, mantendo as características que os fizeram surgir ao mundo em discos como “Figure Number Five” (2003) e “Stabbing the Drama” (2005).
O álbum apresenta 10 faixas, mais o bônus da edição japonesa “Sweet Demise”. Nas 11 faixas temos o Soilwork que nos acostumamos a ouvir, sem muitas apelações comerciais, mas sem deixar de lado a melodia, altamente ajudada pelos teclados de Karlsson e o versátil vocal de Björn “Speed” Strid.
O primeiro single liberado fora para “Deliverance is Mine”, que realmente é a música que mais bem representa o disco. Aliás, o vídeo clip é uma continuação do vídeo “Light the Torch”, com aqueles bonecos estranhos e o “açougueiro” que os persegue. Estaria nascendo mascotes da banda?!
A volta de Wichers ajudou a trazer as coisas para seus devidos lugares. A entrada do francês Sylvian Coudret no lugar de Ola Frenning (que fazia dupla com Wiches desde o inicio da banda) também dá novo fôlego ao grupo, unindo o velho ao novo. Aliás, a banda volta de uma bem sucedida turnê nos Estados Unidos como atração principal, tendo na abertura até mesmo Death Angel.
Destaques para “Night Comes Clean”, com muita melodia nas guitarras, aliadas a um refrão grudentos. Aliás, a banda consegue captar o público e a mídia com seus refrões bem compostos, embora simples. Também merece atenção a forte “Late For The Kill, Early For The Slaughter” que abre o disco com peso, como também “King Of The Threshold” que agradará os fãs da antiga. O grupo lançou recentemente uma coletânea que abarca o material produzido entre 1998 e 2008.
Temos até passagens acústicas em “Let This River Flow”, na tentativa da banda de compor uma balada para o disco, mas que estoura no peso e te pega com surpresa. “The Akuma Afterglow” agrada na primeira audição.
O sexteto, embora não mais com a formação clássica, mas pelo menos com a volta de seu principal compositor, pode oferecer novamente aos fãs o melhor do peso e melodia.
Stay on the Road
Texto: EddieHead
Ficha Técnica
Banda: Soilwork
Álbum: The Panic Broadcast
Ano: 2010
País: Suécia
Tipo: Death Metal Melódico
Formação
Björn "Speed" Strid (Vocal)
Peter Wichers (Guitarra)
Sylvain Coudret (Guitarra)
Ola Flink (Baixo)
Sven Karlsson (Teclados)
Dirk Verbeuren (Bateria)
Tracklist
1. Late For The Kill, Early For The Slaughter
2. Two Lives Worth Of Reckoning
3. The Thrill
4. Deliverance is Mine
5. Night Comes Clean
6. King Of The Threshold
7. Let This River Flow
8. Epitome
9. The Akuma Afterglow
10. Enter Dog Of Pavlov
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sábado, 28 de agosto de 2010
X Setembro Negro: Maiores Nomes do Black Metal Juntos no Brasil
Nosso país já demonstrou ter estrutura para shows de grandes bandas. Mas quando falamos em Setembro Negro, a coisa fica maior ainda. O festival já conhecidíssimo une os maiores nomes do Black Metal mundial e, este ano, não seria diferente.
Contando em seu cast com nada menos que Gorgoroth (Noruega), Enthroned (Bélgica), Kythroned (Chile) e Wisdom (Paraguai), a 10º edição do festival acontece em São Paulo, no Carioca Clube, no dia 05 de setembro deste ano. Mas a edição também aporta por Porto Alegre, no dia seguinte, sem a Wisdom e Kythroned. Também teremos a edição em Belo Horizonte, no dia 04/09, que contará com a abertura dos mineiros Akerbeltz.
Além de ser um festival que trará dois dos maiores nomes da cena Black Metal da história, ainda passará por essas três capitais, levando o som mais negro do Metal à mais pessoas.
Para quem não conhece, Gorgoroth surgiu em 1992 e, desde lá, a cada disco (ao total 8 álbuns) foram se tornando um dos grupos de maior renome no Black Metal, ultrablasfêmo e nada indicado aos mais frágeis.
O Enthroned, oriundo da Bulgária, se concentra no Black Metal com pegada Death, sendo bastante extremo e uma das bandas favoritas dos am antes do gênero. O grupo lançou neste ano seu 8º disco, o perfeito “Pentagrammaton” (2010), que você confere resenha aqui no blog em breve.
O Setembro Negro acontece em Porto Alegre no Bar Opinião. Os ingressos podem ser adquiridos no site www.opiniao.com.br ou pelo telefone 51 3211.5668 . Os ingressos antecipados ao valor de R$30,00 e R$35,00, vendidos no A Place e Zeppelin.
Em São Paulo, a 10º edição acontece no Carioca Clube e você pode adquirir ingressos a R$50,00 (estudante), R$70,00 (promocional) e R$100,00 (inteiro) na Galeria do Rock (Hellion, Paranoid e Destroyer) ou pelo site http://www.cariocaclub.com.br/.
Em Belo Horizonte, ingressos na Patti Songs (Galeria do Rock – Lj 52 – Centro) e Cogumelo (Av. Augusto de Lima 555, Lj 32 – Centro). Mais informações pelos TeL: (31) 3224.0493 e e-mail: cogumelo@cogumelo.com
Texto: EddieHead
Hard Rock + Heavy Metal + Power Metal: Pretty Maids
Pretty Maids é mais uma dentre as muitas bandas que tenho conhecido nos últimos meses e das quais me culpo pelo tempo perdido sem ouvi-las.
Os dinamarqueses têm muita história para contar. Surgindo nos idos de 1981 e com 12 discos lançados, o quinteto que conta com o grande vocalista Ronnie Atkins, o guitarrista Ken Hammer, o tecladista Morten Sandager, o novo baixista Hal Patino (que já tocou com King Diamond) e o baterista Allan Tschicaja, lançou seu novo álbum este ano.
Chamado “Pandemonium” (2010), o álbum tem causado bastante repercussões entre os fãs, devido à espera de 4 anos desde o penúltimo lançamento “Wake Up to the Real Word” (2006), e graças ao grande disco que os caras lançaram.
Não farei comparações a qualquer outro álbum dos caras, mas deixar minhas impressões desse novo trabalho. A banda mantem sua característica principal de unir Hard Rock, Heavy Metal e Power Metal em suas canções.
O que poderia deixar um som confuso (nem tanto, essas formas bebem da mesma fonte) faz o som dos caras ficar beirando a perfeição. Aqui temos músicas com refrões grudentos, bem Hard Rock, mesclados com o peso do Heavy Metal (especialmente nas guitarras), além de beirar em muitos momentos o Power Metal, com músicas rápidas e melódicas.
Os teclados são um show à parte. Sandager consegue trazer o espírito Hard Rock para a música da banda, e junto com o vocal de Atkins e os refrões até meio clichês, fazem com que qualquer amante do estilo deva ouvir a banda. Destaques para o single “Little Drops of Heaven”, que é a mais acessível e uma das melhores do disco. Também Hard são as “Final Day of Innocence” e “Old Enough to know”, esta última uma balada pra lá de Bon Jovi.
As mais pesadas (mas que mantêm os elementos citados) se destacam “Beatiful Madness” e a faixa-título (a melhor música do disco e que trata do mal causado pelo homem à natureza, escrita enquanto ocorria a Cúpula dos 15, em Copenhagen que não levou a solução nenhuma). Mais Power Metal, temos “Cielo Driver”, que detona.
O grupo é um entre tantos que não recebe a devida atenção. Apenas agora ouvindo-o que percebo que os caras mereceriam estar mais à vista do que acontece. Indicado aos apreciadores dos três gêneros, especialmente de um Hard Rock mais pesado e melódico.
Stay on the Road
Texto: EddieHead
Ficha Técnica
Banda: Pretty Maids
Álbum: Pandemonium
Ano: 2010
País: Dinamarca
Tipo: Hard Rock/Heavy Metal
Formação
Ronnie Atkins (Vocal)
Ken Hammer (Guitarra)
Morten Sandager (Teclados)
Hal Patino (Baixo)
Allan Tschicaja (Bateria)
Tracklist
01. Pandemonium
02. I.N.V.U.
03. Little Drops of Heaven
04. One World One Truth
05. Final Day of Innocence
06. Cielo Drive
07. It Comes at Night
08. Old Enough to Know
09. Beautiful Madness
10. Breathless
11. It Comes at Night (remix - bonus)
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sexta-feira, 27 de agosto de 2010
AMAZON:Em entrevista exclusiva para o Road, Renato Ângelo fala sobre o novo CD e muito mais!
Desde 2004 com o lançamento do debut "Victoria Regia", de forma independente, e posteriormente relançado pela Hellion, a Banda vem conquistando seu espaço, inclusive abraindo shows para Bandas como Nightwish e Epica, apesar de todas as dificuldades que todos sabemos que uma Banda de Metal passa por este Brasilzão, e assim como diversas outras, leva o trabalho com a Banda em paralelo a outras atividades, mas o amor pela música e o prazer do reconhecimento pelo público fiel headbanger, move toda essa engrenagem, e as Bandas, assim como o Amazon, continuam a nos presentear com sua obras.
Formado por Renato Ângelo(guitarra e teclados) Sabrina Todt(vocais e flautas), Frazão(bateria) e Danilo(baixo), o Amazon, acabou de disponibilizar seu novo CD, "Nature's Last Ride" e Renato nos conta, em exclusiva para o blog, detalhes do trabalho e outros assuntos, como o interesse de vir tocar aqui no Sul!
1)Após 5 anos mais ou menos, temos o sucessor do "Victoria Regia", o álbum “Nature's Last Ride”.Conte-nos um pouco sobre a produção do novo play e porque demorou mais tempo que o previsto para ouvirmos um novo trabalho da Banda?
Renato:O novo álbum, Nature's Last Ride, já estava composto na íntegra desde o início de 2006. Tivemos, neste meio tempo, diversos acontecimentos nas vidas pessoais dos integrantes, o que nos fez dar uma diminuída no passo. O Frazão e o Danilo tiveram suas filhas entre 2008 e 2010, e em 2008, a Sabrina também precisou de uma pausa para retirar um tumor, então tivemos boa parte do tempo ocupado com essas coisas. Mas falando do álbum em si, acreditamos que ele soa um pouco mais pesado e sombrio que o Victoria Regia. Os arranjos foram todos feitos pela banda e a produção também, toda a parte de orquestras, etc. Isso levou um tempo maior do que se tivesse sido feito por uma pessoa que faz isso todos os dias, mas em compensação ficou arranjado da forma que queríamos.
2)O cd todo foi disponibilizado para download no site da Banda, como surgiu essa idéia e porque tomaram essa decisão?
Renato:Bom, nós somos uma banda independente. Não vivemos disso e objetivamos atingir o maior número de pessoas possíveis com as músicas. Não adianta a gente colocar um álbum à venda numa loja, no valor de um CD de uma banda grande. Obviamente, o fã vai comprar o da banda grande, pois é pra isso que ele foi lá. Então, optamos por tentar este formato, as músicas estão disponíveis para quem quiser ouvir. Quem gostar e quiser o CD completo, com encarte (que, aliás, tá muito bonito!) e tudo mais, entra em contato com a banda e compra, num preço bem mais acessível do que um material que tem que ficar exposto na loja com a obrigação de vender ou dar espaço pra outra banda mais conhecida e que venda mais. Ou seja, melhor pra banda, que pretende atingir mais ouvintes, e melhor pra quem gostar e quiser comprar o CD, que vai pagar mais barato.
3)Algo que notei, é que vocês mantiveram, de certo modo, uma temática, abordando também o tema natureza no novo trabalho.Fale um pouco pra gente a respeito dessa temática ,presente nas capas, em algumas letras, nome da Banda...
Renato:Eu acho que isso faz parte da cultura em que vivemos mesmo. Não nascemos na Europa, então não conseguimos escrever muito sobre cavaleiros e dragões, ou outras coisas mais ligadas à cultura deles. Vez ou outra, até sai alguma coisa, como a Dawn do Victoria Regia, ou até a Gathering High, do Nature's Last Ride, mas é mais raro. As bandas brasileiras têm uma tendência a escrever sobre essas coisas. Nossas lendas são sobre florestas e habitantes das mesmas. Nossa realidade está muito ligada a isto também, e nos últimos anos o mundo acordou pra isso, devido às catástrofes e desastres que tem ocorrido - desmatamento, terremotos, enchentes, aquecimento. Quando vimos, praticamente o trabalho todo da banda estava orientado neste sentido.
Mas ainda assim, é importante dizer que o NLR não é um álbum conceitual, pois ainda não nos sentimos à vontade para compor algo deste porte.
4)Quanto ao processo de composição dentro da Banda, como funciona?Pergunto também, porque já tive Banda e novamente estou voltando a tocar e o que mais complicava era encaixar as letras nas melodias!
Renato:Em geral, eu escrevo as músicas, ou do zero, ou a partir de alguma idéia ou riff que o Danilo, a Sabrina ou o Frazão trazem. Quando a letra é da Sabrina, a composição normalmente é conjunta, ou seja, vamos escrevendo a música e a letra ao mesmo tempo. Já quando o Danilo escreve, ele traz a letra pronta, e depois de ler e tentar entender o clima da música, eu trago algumas idéias pra ver se era aquilo que ele tinha em mente, e a partir daí a música vai fluindo.
5)Dentre as composições do novo play, essa é difícil eu sei, quais você destacaria como suas favoritas e porque?
Renato:Minha favorita, número 1 mesmo, é a The Poem & The Eden. O clima todo dela é muito bonito, a progressão, tudo. Ela é muito envolvente, eu acho. Depois dela, Nature's Last Ride, Whoever You Are e Heretic, não necessariamente nesta ordem.
6)A Banda fez uma composição em português, "O Anjo", vocês pensaram em fazer outras, colocar como bônus, algo assim?
Renato:Essa música foi composta como trilha sonora para um filme que participaria do Festival de Cinema de Brasília, mas aparentemente o projeto não saiu do papel. O pessoal da produção do filme trouxe diversas limitações para a composição, e uma delas era justamente ser em português. No fim das contas, eles queriam algo mais pop e não gostaram da música (era muito pesada e muito séria pra eles), mas cada um com seus problemas. Então, por enquanto, não existe nenhum projeto neste sentido.
7)Como surgiu a idéia de fazer a "The Phantom in the Mirror Part II" ?
Renato:A "Phantom" é uma das minhas favoritas do primeiro álbum, eu gosto muito de tocar ela ao vivo, e a gente achou que o tema e a harmonia dela eram legais e renderiam mais um trabalho. Aí eu apareci com a idéia do refrão, a Sabrina escreveu a letra e lá estava ela.
8)E a cena atual, comparada com a época do lançamento do Victoria Regia, o que você sentiu de mudanças,melhorou, piorou?
Renato:Em termos de mercado, acho que mudou. Não dá pra dizer piorou ou melhorou. O que nos parece é que cada vez menos as gravadoras investem em uma banda, e cada vez menos existem lugares pra tocar. Em compensação, quando há, os eventos são maiores e com mais público.
A molecada, como sempre, interessada em modinhas. A imprensa mainstream continua burra, o público do estilo continua fiel como sempre foi, e temos cada vez mais a facilidade de divulgar o trabalho pela Internet, o que possibilita a divulgação das bandas brasileiras ao redor do mundo, permitindo que bandas menores se aventurem em turnês internacionais. Então, num balanço geral, acho que nem melhorou nem piorou, mas a cara do cenário mudou de forma radical e nós, bandas, precisamos aceitar isso e nos adaptar à situação atual.
A agenda de shows internacionais de Heavy Rock/Metal desse ano está bem cheia, principalmente neste segundo semestre, o que significa que o público existe. Cabe a nós trabalhar para conseguir atingi-lo. O que eu acho que falta são pessoas/empresas de produção mais sérias, pois a maior dificuldade de uma banda hoje é agendamento de shows em locais longe de sua cidade. Se as próprias bandas se organizassem de forma a cooperarem umas com as outras mais ativamente, teríamos um excelente cenário de bandas brasileiras com shows em muito mais cidades por todo o território nacional.
9) Obrigado a todos e parabéns por mais um ótimo e bem cuidado trabalho e também pela iniciativa de disponibilizá-lo on-line, fica seu espaço para mensagem aos Bangers aqui da região e quem sabe poderemos ver a Banda num futuro próximo, no Nightfall, que já está sendo um evento tradicional aqui na região, ou outro festival.
Renato:Agradecemos o seu apoio, muito importante desde o Victoria Regia. Esperamos que o pessoal curta bastante o novo álbum e estamos ansiosos por shows aí na região. Havendo oportunidade, estaremos no Nightfall com o maior prazer - e nos demais eventos também. As músicas estão disponíveis na íntegra no site. Faça download, copie pro seu amigo que gosta de metal, pro que não gosta também, escutem até a vizinha pedir pelo amor de Deus pra tirar. E pra quem quiser o álbum com áudio em alta qualidade, encarte com letras, etc., basta entrar em contato conosco pelo site, facebook, myspace, orkut ou email: contact@amazon.mus.br.
Keep Rockin'!
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quinta-feira, 26 de agosto de 2010
Resenha de Shows: 4º Edição do Nightfall in South Festival Agita o Inverno Gaúcho
Era uma sábado do dia 14 de agosto de 2010 no qual tivemos mais uma edição do cultuado Nightfall in South Festival que acontece regularmente na cidade de Ijuí, interior do Rio Grande do Sul, e uma das mais importantes da cena Rock e Metal do estado.
Contando nessa edição com o grande apoio da produtora de eventos Metal Army e com a comissão organizadora e apoiadores junto à idealizadora do evento e colaboradora deste blog Débora Reoly, o festival primou pelo som extremo de qualidade.
O festival aconteceu no Hangar Paranhos, local relativamente distante da cidade e que, embora com uma estrutura ampla, acaba dificultando a chegada de algumas pessoas (mesmo com a disponibilidade de vans de hora em hora para o local).
O frio do inverno gaúcho, com certeza, foi o maior problema da noite, aliado ao baixo volume dos microfones em todos os shows, dificultaram para um maior sucesso do festival, que nessa edição contou com as bandas Vulture (SP), Losna (RS), Entherror (RS), Mass of Shit (SC), Indulgence (RS), Infinity (RS) e Iron Maiden Cover (RS). Infelizmente, a banda CAAIS não pode comparecer devido à questões de ordem financeira.
Logo ao entrar, encontrava-se uma certa variedade de lanches e muita cerveja (para ser comprada, claro), além de outras bebidas mais “fortes”, tudo para esquentar o pouco público de 200 pessoas que compareceram.
A banda local Iron Maiden Cover abriu o festival, executando pela primeira vez a “épica” “Caught in the Somewhere in Time”, do disco de 1986, e que foi uma grata novidade, pelo menos para este que escreve.
O grupo, contando com figuras da cena regional como Alex Ximú (Vocal), Moita (Bateria) e Ricardo Dobler (Guitarra), agitou os fãs de Maiden e apreciadores com os maiores clássicos da Donzela, mesmo tendo que parar de executar uma música devido à falhas no som.
Muita gente estava ali especialmente pela banda, que mesmo sendo uma presença carimbada na maioria dos festivais da região (assim como fora do estado e até do país), pois o grupo executa Maiden à muitos anos e conta com um vocalista que se assemelha bastante ao Bruce Dickinson, em voz e presença de palco. Foi o show que mais agitou a galera, também ajudados por serem a primeira banda da noite e o frio ainda não ter batido agressivamente.
O grupo seguinte trazia já o espírito mais extremo do festival. Tratava-se da Indulgence, de Porto Alegre, que desfilou um Death Metal, com som bastante arrastado em certos momentos, além de uma bateria marcante. Os sedentos por um som mais brutal e agressivo tiveram na banda a primeira mostra de que a noite prometia aos amantes do Thrash/Death/Black Metal que há um bom tempo esperavam um festival de qualidade nesse gênero.
A banda apresentou sete composições próprias, destacando-se “Void
Fantasys”,“World Deformed” e o cover para “Necrophiliac” do Slayer.
A grande surpresa da noite foi o trio da capital gaúcha Losna, que além de contar com duas irmãs nos vocais e guitarra/baixo, apresentou composições próprias que empolgaram a galera, mesmo que o frio tenha pegado à quase todos de jeito, as composições do trio são dignas de nota, as melhores da noite.
Para quem esperava que fossem apenas mais uma banda da noite, e que o único diferencial seria terem duas mulheres na banda, se enganaram feio, porque além de belas (tinha marmanjo e meninas babando), as garotas tocam muito bem, além de vocais guturais que não ficaram exagerados e riffs matadores. O batera merece atenção tendo montado ritmos interessantes na bateria, marcando com peso e agressividade, mas não sendo simplesmente uma “máquina com baquetas”, mas tocando realmente.
Após os gaúchos, era chegada a esperada hora de ver a Vulture, banda paulista que estreava por estes lados comemorando 15 anos de existência e divulgando músicas de seus dois discos além de algumas inéditas.
O grupo é digno de figurar entre os principais nomes do gênero no Brasil, tamanha a maestria do som que tiram de seus instrumentos. O Death Metal dos paulistas é trabalhado, utilizando de melodia em certas passagens, mantendo a agressividade e o soturno sempre presente. Também a presença de palco do grupo marcou, sendo a melhor do festival.
Infelizmente poucas pessoas conheciam a banda a ponto de reconhecer as canções. Mas, além disso, o grupo apresentou as inéditas “When Time Flees”, “When Time Flees”, “Murderous Diciples”, que demarcam um passo maior na evolução da banda. Também foi grata a surpresa com o cover do Motorhead para “Iron Fist”.
Já era bem tarde na madrugada quando Entherror, de São Borja/RS, subiu ao palco, com o vocalista usando corpsepaint e trazendo o clima Black Metal para o festival. A banda, que trouxe junto um bom número de headbangers da cidade natal, desferiu um som blasfemo, violento, e bastante arrastado, em muitos momentos calcado no Doom Metal.
Abrindo com o cover da clássica “Frezzing Moon” da lendária banda de Black Metal norueguesa Mayhem, a Entherror executou três músicas próprias, para entrar no cover de “The Sun No Longer Rises” dos também noruegueses Immortal, além de fechar com “Troops of Doom” (Sepultura), acrescentando com um hino gaúcho, levantando a bandeira do estado e recebendo muitas ovações do público que ainda agüentava no Hangar.
Vale salientar o clima que a banda conseguiu transpor ao festival. Com certeza meteu medo nos menos adeptos ao gênero.
Após, a esperada volta da Infinity (Ibirubá/RS) após um tempo inativa, quebrou o ritmo extremo do festival para trazer covers de bandas conhecidas como Manowar, Helloween, Gamma Ray e Primal Fear, primando pelo Power Metal bem executado. Como esperado, “Pull Me Under “ (Dream Thetaer) encerrou a participação da banda. Desejamos um bom retorno à banda e que nos apresente composições próprias pois os caras tem cacife para isso.
Fechando a noite, o Splatter/Grindcore da Mass of Shit, de Chapecó/SC. A banda também trouxe uma galera para o festival. Obviamente, por serem a última banda da noite, sofreram com o menor público que restava, além de estar quase amanhecendo enquanto tocavam. Esperamos um retorno do grupo para sanar a falta de bandas do gênero nos festivais da região.
O Nightfall mais uma vez vem reforçar a região como ambiente propício à realização de eventos com bandas inéditas, mesmo que o público tenha sido abaixo do esperado, o que denuncia a dificuldade de se realizar um festival no rigoroso inverno gaúcho e em local bastante afastado. Sugere-se que as próximas edições aconteçam no verão e mais próximo dos centros urbanos da cidade, o que com certeza possibilita ao festival crescer ainda mais a cada edição. Segundo Débora Reoly, as próximas edições serão na cidade.
Em breve mais informações sobre festivais interessantes na região, incluindo atração internacional. Aguardem.
Stay on the Road
Texto: EddieHead
Fotos: Drica Moraes (O Repórter) e Maurício (Blasphemic Art) (cedidas pela organização Nightfall)
Agradecimentos: À Débora Reoly (e demais organizadores), ao Marcelo da Metal Army e às bandas, que receberam este colaborador muito bem.
Perfil do fest no orkut: http://www.orkut.com.br/Main#Profile?uid=6582139082423800133
Confira mais algumas fotos das bandas Losna, Vulture e Indulgence!
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quarta-feira, 25 de agosto de 2010
Dimmu Borgir em Novo Single Deixa Fãs em Alerta
A banda norueguesa de Black Metal Sinfônico Dimmu Borgir acaba de lançar seu novo single, para começar a divulgar o novo trabalho da banda que é considerada o maior nome do gênero.
Este período é crucial para a banda, e talvez nunca antes os fãs estiveram apreensivos e sem saber o que esperar, especialmente pela saída no ano de 2009 do baixista e vocalista Vortex e do tecladista Mustis, ambos importantes figuras do grupo.
Infelizmente a saída dos integrantes não se deu de forma amistosa. Ambos foram demitidos por passarem a ir contra algumas questões que estavam acontecendo na banda, segundo eles, os créditos das composições que não lhes eram dados.
Realmente fora um baque bastante forte para os fãs saber que a formação que gravou clássicos absolutos do som negro e grandioso, não existirá mais (pelo menos por um bom tempo).
A banda, tentando manter a coisa toda no lugar, divulgou que para este ano espera-se o lançamento do nono álbum de estúdio, “Abrahadabra” (2010), que marca a estréia da nova formação que, até o momento, não foi divulgada.
Para animar (ou não) os ânimos, liberaram recentemente o single “Gateways” (2010), que traz a referida faixa que fará parte do novo disco a ser lançado em outubro, quando a banda iniciará sua “Darkness Reborn Tour 2010”. Nome mais que sugestivo.
Sobre a música, nota-se a falta de Mustis, especialmente. Embora o som esteja grandioso e sinfônico como nos últimos discos, a banda traz algumas novidades que, numa primeira audição, deixará os fãs em alerta. Trata-se da utilização de vocais femininos em algumas passagens. Não que isso seja ruim, mas não era algo que esperava ouvir num single da banda (outrora já utilizado, mas em doses baixas), lembrando o que tem sido feito pelo Cradle of Filth.
Efeitos nos vocais, peso nas guitarras, bateria ultra-rápida, corais, tudo está ali como se esperaria, embora a banda ainda continue a utilizar vocais masculinos limpos em certas passagens, nota-se a falta de Vortex, com sua inconfundível (e até meio macabra) voz. Shagrath (Vocal) está como sempre, sem novidades (o que, nessa altura, serve para manter mais uma característica da banda intacta). Vale lembrar que a banda está com novo baterista, Daray, que substituiu o lugar de Hellhammer.
“Gateways” me assustou, no inicio, de forma negativa. Porém, ao ouvir novamente, e mais algumas vezes, nota-se sua grandiosidade (a banda se utiliza de uma orquestra e corais reais), e mesmo não sendo nem de longe uma das melhores músicas da banda, não decepcionará os fãs da nova fase da banda, especialmente de “Death Cult Armageddon” (2003). Agora é aguardar o álbum completo.
Stay on the Road
Texto: EddieHead
Ficha Técncia
Banda: Dimmu Borgir
Single: Gateways
Ano: 2010
País: Noruega
Tipo: Black Metal Sinfônico
Formação
Silenoz (Guitarra)
Shagrath (Vocal)
Galder (Guitarra)
Daray (Bateria)
Tracklist
01 - Gateways
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Single
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