quinta-feira, 29 de dezembro de 2016

King Bird: Encarando O Tempo Sem Medo


“A pressa é inimiga da perfeição”. Muitos já devem ter ouvido este provecto provérbio quando o momento de afobação e premência toma conta da pessoa ou de algo que precisa de uma definição imediata, ainda mais nas bandas que mais gostamos, delongando uma espera enorme por novos trabalhos. O terceiro e expecto disco do King Bird levou aproximadamente 3 anos pra ficar pronto, fomentado pelo EP "Beyond the Rainbow", lançado em 2012, como aperitivo. A demora foi grande? Sim, sem dúvida, mas também recompensadora, pois a banda renovou sua forças com um disco esmerilam-te, e “Got Newz” dá prosseguimento as raízes setentistas desses majestosos pássaros.

Quem acompanha a banda há um tempo, irá constatar que o magnetismo e o encalço clássico continuam irrefutáveis, só que ainda mais intenso e vigorante se acareado a trabalhos anteriores. As guitarras pesadas, instigadas por solos aliciantes, são sempre traços importantes, combinado pelo árduo trabalho rítmico, sendo o vocalista Ton Cremon como a única novidade, substituindo João Luiz, que conseguiu trazer flexibilidade e dinamismo com a sua voz pujante, colocando driver e feeling em estabilidade.  E, claro, influências de Deep Purple, Rainbow, Grand Funk Railroad, Whitesnake tudo o que for do Hard Rock dos anos 70 são perceptíveis, ascendendo coisas dos anos 80/90 também, puxado pelo lado do Mr. Big e do Gotthard.


A produção do disco, a cargo do já conceituado produtor Henrique Baboom no estúdio WSTF, farda uma sonoridade vigente e contemporânea, mas sem deixar transparecer a tendência ancestral que a banda propõe nas suas músicas, com timbragens sobrecarregadas e mixagem/masterização fertilizadas. A arte do disco, oficiada por Emerson Russo, imprimi a paixão que os músicos possuem pela cerveja, passando o clima perfeito para quem quer ouvir o disco degustando uma dose, simbolizando também o significado de tempo e mudanças.

Gosto de todos os trabalhos do King Bird, mas “Got Newz” capta a grande evolução da banda, que além de cumprir com o seu resgate dos anos 70 para os tempos atuais, aflige nuances de, praticamente, todas as vertentes do Hard Rock, tornando o trabalho mais prosperam-te da carreira da banda até então, atingindo a acessibilidade através de um som pulsante e moderno.

Começando a bolacha, “Immortal Rider” enverga muito peso e lepidez, comandado pelos riffs ganchudos e pela exatidão da cozinha rítmica, que acima de tudo, é certeira; “Break Away” intervém num caminho menos minucioso, mas que aturdi pela sua atmosfera bem Hard Rock, destacando as guitarras pulsantes e os vocais inolvidáveis; “Back In Time” começa de maneira tétrica, encabeçado pelas ótimas linhas de baixo, mas que dá um Up com os riffs carregados, que ora auferem momentos cadenciados e precisos.


“Gonna Rock You”, como o próprio nome sugere, vai balançar pela textura voltada ao lado mais Rock N’ Roll e do refrão assoviante, logrados pelos labutados e inteligíveis solos. “Freeze Frame My Life” é uma balada instigante e cheia de feeling, expandidas por influencias de blues e do Rock dos anos 70, marcado pela forte presença de Rodrigo Hid (ex-Patrulha do Espaço e Pedra) no Hammond, que também gravou as linhas do seu instrumento em algumas músicas do disco; “Daybreak” segue num caminho mais reto, apostando no instrumental veemente, começando pelos timbres de baixo (super pesado) e das guitarras abrasivas, integralizados pelo refrão acessível.

“The Road You Ride” é um dos pontos mais altos do disco, que além de contagiar pela sua sonância resistência, e ficando evidente a influência de Whitesnake, ganha forças com a participação do vocalista Nando Fernandes, que da um show de interpretação vocal ao lado do Ton Cremon, que também tem seus méritos, frisando uma voz versátil e limpa na sua devida medida; “Smoke Signals” explora mudanças de ritmos, principalmente na bateria, possuindo traços mais swingados. E “Last Page” encerra de forma mais sublime, havendo nuances diferentes e ventos mais limpos, tornando-a versátil e dinâmica.


Estamos sujeitos a mudanças sempre, sendo ela boa ou ruim, mas após a grande remodelação da banda, os resultados foram consonantes, ainda mais com a entrada do Ton Cremon dando mais energia e diversificação. Em se tratando de Hard Rock e Classic Rock, o King Bird é unanimidade, que não pode deixar de ser ouvido.

Texto: Gabriel Arruda
Edição/Revisão: Carlos Garcia
Fotos: Divulgação

Ficha Técnica
Banda: King Bird
Álbum: Got Newz
Ano: 2016
Gravadora: Independente
Assessoria de Imprensa: ASE Press

Formação
Ton Cremon (Vocal)
Silvio Lopes (Guitarra)
Fábio Cesar (Baixo)
Marcelo Ladwig (Bateria)

Track-List
01. Immortal Rider
02. Break Away
03. YearsGoneBy
04. Back In Time
05. Gonna Rock You
06. Freeze Frame My Life
07. Daybreak
08. The Road You Ride
09. Doomsday
10. SmokeSignals
11. Last Page

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segunda-feira, 26 de dezembro de 2016

Sonata Arctica: Trabalho com Inspiração e Ótimos Momentos



Naturais da terra dos mil lagos, que revelou e revela muitas ótimas bandas, o Sonata Arctica é um dos nomes de uma geração finlandesa que alcançou resultados muito bons, angariando fãs por todo o mundo, e chamando realmente uma  atenção maior para ao cenário metálico da Finlândia (só para citar alguns nomes, Nightwish, Children of Bodom e Stratovarius).

O Sonata firmou-se como um dos nomes fortes, e apesar de no início ter até uma exposição menor que alguns outros nomes vindos de lá, como o Stratovarius, por exemplo, que depois de várias alterações de formação há um bom tempo não lança um trabalho realmente convincente, a banda liderada por Tony Kakko seguiu produzindo bons álbuns, e mesmo de pois de alguns trabalhos razoáveis, subiu novamente de produção, e “The Ninth Hour”  (nono disco de estúdio do grupo) é um álbum que traz a banda em ótima forma novamente.

O tema recorrente, e que vem sendo abordado por muitos artistas atualmente, é essa relação do homem com a natureza, que vem tomando proporções críticas. A bela arte de capa reflete o tema, onde podemos ver ao fundo uma paisagem futurística e utópica, no meio, mais a frente, uma ampulheta, de um lado vemos a natureza, sem a presença do homem, do outro, uma representação após termos destruído a natureza. A ideia aí, é que moveremos a ampulheta em uma das direções, e essas decisões definirão nosso futuro.


Quanto a sonoridade, o Power Metal carregado de melodia do grupo, temperado com nuances de Hard Rock, Prog e Symphonic, vem com doses extras de inspiração e energia renovada, e com aquela marca registrada dos grupos de Power Metal finlandeses, que é uma sonoridade mais "séria", por vezes mais dark e melancólica. “Closer to an Animal” abre o álbum muito bem, em um Power Metal de andamento moderado, permeado por muita melodia, destacando as linhas vocais e os teclados; “Life” é também cheia de melodia, destacando as cativantes linhas melódicas do refrão, com os teclados bem em evidência, mas as guitarras surgem mais presentes do que na faixa anterior; “Fairytale”, que faz uma sátira aos eventos políticos dos EUA, onde possuem uma boa base de fãs, e é um Power Metal vigoroso, carregando um pouco mais no peso, e trazendo Troy Donockley (Nightwish) como convidado.

“We are What We Are” é um dos momentos que se sobressaem em um álbum de nível muito bom, com belíssimas linhas de teclado, melodias folk e clima melancólico, esta espécie de Power Ballad tem sua letra como uma lamentação a respeito do que nós estamos fazendo com a natureza: “I am a human, destroyer of many worlds...” , e o refrão “We could save the world, but we are what we are, we should love our earth, but we are what we are...” (Nós poderíamos salvar o mundo, mas somos o que somos, nós deveríamos amar nossa terra, mas nós somos o que somos”).


“Till Death’s Done Us Apart” é um Power Metal Melódico com a cara da banda, alternando partes mais rápidas, com trechos mais progressivos e folk, destacando alguns trechos com linhas vocais bem "teatrais"; “Among the Shooting Stars” tem um tema já familiar, contando a história de um casal de lobos, a canção é envolta em um andamento moderado e de melodias e linhas vocais emocionais; “Rise a Night” é um Power Metal bem direto, batera veloz, e claro, muitos teclados. A letra tem uma história legal, sobre viajantes espaciais que deixam seu planeta moribundo e chegam a um certo planeta azul.

“Fly, Navigate, Communicate” é outro momento muito bom, alternando trechos melodiosos com outros mais rápidos e pesados, inclusive com Tony mostrando vocais bem agressivos; “Candle Lawns” é outra que se sobressai, linda balada com inspiradas melodias, realmente muito bonitas e emocionantes, daquelas canções que já te prendem de imediato. Ótima performance da dupla Kakko e Klingenberg.

 “White Pearl, Black Oceans – Part II”, segue a história iniciada no álbum “Reckoning Nights”, e são mais de 10 minutos de belas passagens sinfônicas, aliás o início tem um ar bem de trilha sonora (a melodia em que Kakko canta acompanhando o teclado, a partir dos 1:48 minutos me lembrou algo do Savatage), e  mais uma vez o destaque total fica com as linhas melódicas criadas pela dupla Kakko e Klingenberg. É longa, mas você não sente, devido a beleza das melodias, as variações  e o clima que a canção transmite.


Fechando, “On the Faultline” (Closure to na Animal), remete à faixa de abertura,e é uma bela balada com melodias muito bonitas e uma certa melancolia, e ainda como bônus nesta edição em digipack lançada aqui pela Shinigami Records, o cover para “Run to You”, do Bryan Adams, e o Sonata seguidamente faz covers muito legais (o meu preferido é a genial versão Power Metal para a balada “Still Loving You”, do Scorpions), e esta aqui ficou também excelente, transformando a canção em um Symphonic/Power Metal.

Em “The Ninth Hour” os finlandeses superaram (e bastante até) o bom “Pariah’s Child” (2014), e Tony Kakko, mais uma vez, mostra-se um compositor muito bom, tendo momentos inspirados mesmo nos álbuns mais médios. E o que separa um trabalho de nível médio para um ótimo ou excelente, é justamente o quanto o compositor está inspirado, e a quantidade de bons momentos que determinada obra contém, e aqui neste nono álbum do Sonata Arctica, temos vários destaques, composições muito boas, e letras idem, todas escritas por Tony, que ao lado do tecladista Henrik Klingenberg, são os grandes destaques do grupo, que novamente conseguiu chamar minha atenção, e certamente vai agradar aos fãs da banda e de Power Metal melódico, inspirado e bem feito.

Texto: Carlos Garcia

Ficha Técnica:
Banda: Sonata Arctica
Álbum: "The Ninth Hour" 2016
País: Finlândia
Estilo: Melodic Power Metal/ Symphonic Metal
Selo: Nuclear Blas/Shinigami Records

Adquira o álbum na na Shinigami agora mesmo

Line Up:
Tony Kakko: Vocais
Henrik Klingenberg: Teclados
Tommy Portimo: Bateria
Elias Vijanen: Guitarras
Pasi Kauppinen: Baixo



Track-List:
1. "Closer to an Animal"  
2. "Life"  
3. "Fairytale"  
4. "We Are What We Are"  
5. "Till Death's Done Us Apart"  
6. "Among the Shooting Stars"  
7. "Rise a Night"  
8. "Fly, Navigate, Communicate"  
9. "Candle Lawns"  
10. "White Pearl, Black Oceans - Part II, "By the Grace of the Ocean""  

11. "On the Faultline (Closure to an Animal)"  
12.  "Run to You" (Bônus - Bryan Adams Cover)

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segunda-feira, 19 de dezembro de 2016

Cobertura de Show – Scott Stapp: A Voz do Creed Emocionando a Todos (14/12/2016 – Tropical Butantã – SP)







O final dos anos 90 e o inicio do 2000 marcou uma mudança radical dentro da música. Com o mercado fonográfico crescendo e os principais meios de comunicação mantendo a informação quase que em dia (já que a internet ainda dava seus primeiros passos), a chance de novas apostas aparecerem era abundante, e o Creed, foi um dos nomes que conquistou a geração dessa época com músicas tocantes e de sucesso comercial. A banda está em um hiato que já dura 4 anos, mas o vocalista, Scott Stapp, ainda está em atividade com sua carreira solo e fazendo vários shows, passando aqui no Brasil para uma apresentação única, sob organização do projeto Honor Sounds, em São Paulo,  no último dia 14 de dezembro, no Tropical Butantã.
 
Apenas 4 anos separam este show da última vinda do Creed ao Brasil, e após a paralisação da banda em 2012, a probabilidade de vê-los novamente seria improvável ou até mesmo impossível de acontecer. É a primeira vez que o Scott Stapp esteve aqui no Brasil em carreira-solo, e por sinal, foi uma passagem muito proveitosa tanto para o vocalista, fãs e para os veículos de imprensa, diminuindo um pouco da frustração de 2011, quando estava programada uma turnê solo quase que completa, mas que foi cancelada devido a problemas de saúde do mesmo. A espera valeu a pena, pois vemos um Scott melhor do que já era, tanto musicalmente quanto em performance.


A fila ficava cada vez mais gigantesca, que segundo informações, era esperado cerca de 1300 pessoas. E quando abriram-se as portas para a entrada do público, por volta das 19hrs, ficava cada vez mais evidente que o cálculo seria este mesmo. E a escolha do lugar para realização do evento foi mais do que acurada! Além do fácil acesso, a poucos metros da estação do metrô, também trazia comodidade em cada espaço, havendo mesinhas aconchegantes no camarote e tendo até uma área pra quem é fumante. E o sistema de som, claro, soava perfeito, detalhes estes que estão tornando o Tropical Butantã um dos principais ‘points’ de shows de Heavy Metal em São Paulo.

Quando o pessoal do Meet & Greet começou a se adentrar no pit, dava pra compreender que faltavam poucos minutos para o inicio da tão esperada apresentação: luzes apagadas, introdução meio indiana e os músicos se postando em seus lugares, já deixavam todos na expectativa, e se ouviam já muitos clamores quando a atração principal da noite deu as caras, às 21h30 em ponto, eletrizando tudo com a pesada “Bullets”, do álbum “Weathered” (2001), tendo uma resposta integral de todos quando o Scott vociferou os primeiros versos da música.



Depois de um “How's doing São Paulo?”, Scott logo exclamou um “Are You Ready!”, convencionando de que a segunda música do set seria a de mesmo nome, presente no álbum “Human Clay” (1999). Inclusive, boa parte do repertório da noite foi dedicada a músicas desse disco, como também músicas do primeiro disco “My Own Prison” (1997), que foram os discos de maior sucesso comercial do Creed. E diante da faixa-título que o ‘front-man’ seguiu com a terceira música. E o Scott não parava o show para conversar, ele mostrava sua interação com o público através das suas atitudes no palco e também pelo seu carisma, assim como os músicos de apoio, que mandaram super bem. 

A intensidade se agravou cada vez mais em “What If”, que passou exatamente o clima da versão em estúdio, assim como em todas as músicas do set-list, ficando ainda melhor ao vivo. E o que ouvimos foi a plateia em uníssono cantando o refrão. Scott imprimia a sua ótima forma em “Torn”, brincando com seus companheiros de banda durante a metade da música, não sendo um daqueles que fica somente preso na sua, recebendo aplausos e ovações por conta desse gesto.



As próximas músicas, segundo o Scott declarou na coletiva de imprensa, seriam as suas favoritas. “Say Yeah” flerta peso, melodia e experimentalismo, parecendo que a banda estava ligada no 220V; e “Faceless Man” contagiava pelo clima sublime e viajante, sendo a favorita e mais aguardada por este redator também. “Overcome”, do último disco do Creed, “Full Circle” (2009), foi à única fora do circuito “Human Clay”, “My Own Prison” e “Weathered”, mas que levou a casa abaixo com a ponderação que a música transpõe.

Através de espontâneos acordes, “One” recebeu uma forte recepção, estando a letra na ponta da língua de todos. O primeiro clássico da noite apareceu em “Inside Us All”, persuadindo a loucura de muitos. E o que se via era celulares pro alto, sintetizando a atmosfera da música através da iluminação dos aparelhos. Isso foi uma amostra do que seria dali em diante, “With Arms Wide Open” carimbou essa certeza, transformando alegria em emoção, pois o que se via eram lágrimas escorrendo nos rostos de boa parte do público, com marmanjo até se segurando.

Scott ficava admirado com o que presenciava naquela noite, mandando singelos coraçõezinhos e exibindo gestos de arrepio nos seus braços, pedindo ainda mais na próxima faixa, “Higher”.

Durante a pausa para o bis, o tradicional “Olê, Olê, Olê”, com Scott no final, ecoava nos cantos da casa, que em cima disso, havia pedidos para que fosse executada “Don’t Stop Dancing”. E de volta ao palco, com a bandeira do Brasil virada de cabeça pra baixo (coitado, um descuido, foi sem querer), Scott também puxava o “Olê, Olê, Olê” junto com a galera. E atendendo ao pedido dos fãs, o vocalista adicionou a respectiva faixa no set-list, sendo a surpresa da noite e que estava nos planos de Scott, fazendo uma versão mais simplificada, seguindo normalmente o set com “What’s This Life For?”.

A noite prometia ainda mais emoção, e “One Last Breath” foi cantada a plenos pulmões, deixando muita gente rouca, quase não dando pra ouvir a voz do Scott, já que a voz do público chega a ser mais alta do que o volume do microfone e do som que vinha dos PAs. Durante a contagem até 3, Scott empunhou o refrão da “My Sacrifice”, encerrando a impressionante apresentação da maneira que começou, com todos já sentindo a saudade e torcendo por uma nova vinda no futuro.

Os problemas que o Scott teve no passado já foram superados. E quem esteve presente nessa apresentação, comprovou que o vocalista está em plena forma e pronto pra todas, seja no Creed, carreira solo ou no Art Of Anarchy, que é sua mais nova empreitada e já com disco pronto, a ser lançado em março do ano seguinte.




Texto: Gabriel Arruda

Fotos: Micheli Alves

Realização: GW Entertainment e Hoffman & O’ Brian



Set-List

Bullets

Are You Ready

My Own Prison

What If

Torn

Say I

Faceless Man

Overcome

One

Inside Us All

With Arms Wide Open

Higher

Don’t Stop Dancing

What’s This Life For?

One Last Breath

My Sacrifice