- Olá Rick. Obrigado pela sua gentileza em nos atender. Parabéns pelo lançamento do álbum “Reasons For My Vengeance”, pois o material ficou de primeira…
Olá! Eu que agradeço à Road To Metal pelo espaço e interesse pelo meu trabalho. Será um imenso prazer bater esse papo com vocês e compartilhar um pouco do que faço.
- Como você pode descrever o trabalho na composição deste tipo de sonoridade?
Eu compararia o processo, da composição ao lançamento, ao trabalho de um astronauta em missão solo: você passa por toda uma preparação física, pressão psicológica, encara todo o risco sozinho e, quando finalmente sai da órbita do planeta, está deslumbrado a encantadora visão da Terra e do cosmo, misturando alegria, comoção, solitude, êxtase… Compor um trabalho instrumental é de uma exigência muito maior do que compor uma canção, pois a canção tem a voz como elemento central e a letra como elemento de conexão, enquanto a guitarra terá seu momento de maior complexidade nos solos mas, na música instrumental, sempre está rolando algo com a guitarra em primeiro plano. Manter a eloquência ao elaborar temas e frases que sejam cativantes, não saturar a experiência do ouvinte, mostrar técnica satisfatória com naturalidade e desenhar uma curva emocional envolvente, não é uma tarefa fácil. Por isso foi muito importante ouvir novas referências, checar impressões de amigos e ponderar as observações do meu produtor, Thiago Bianchi.
- Eu escutei o álbum diversas vezes e, só após várias tentativas, consegui captar parte das suas ideias. Os fãs têm sentido este tipo de dificuldade também?
Acredito, pelos feedbacks que tenho recebido, que o álbum seja democrático, pois é capaz de comunicar com um público que não é músico, ao mesmo tempo que apresenta suas contribuições técnicas para outros instrumentistas e conhecedores de música. Há camadas mais discretas e outras mais explícitas de complexidade. Essas impressões podem variar muito, dependendo do background musical do ouvinte.
- Existem planos para uma nova prensagem de “Reasons For My Vengeance” através da MS Metal Records, atual gravadora de vocês?
Espero que sim. O termômetro para isso serão as vendas realizadas. Eu, particularmente, sou adepto das mídias físicas e gostaria até de lançar e outros formatos, mas o filtro da viabilidade passa pela vontade e participação do público.
- Adorei o fato de você trabalhar com o instrumental, mas isso não pode vir a atrapalhar você no mercado internacional? O fato de não ter um cantor, pode deixar o material nichado, concorda?
Depende da ótica. Há muitas pessoas que apreciam música instrumental em todo o mundo e, uma vez que a música possua letra, a mensagem terá que passar pelo filtro do idioma. Na música instrumental não existe esse filtro, e há grandes festivais internacionais para esse tipo de linguagem também. A música instrumental também abre possibilidades de sync, podendo ser incorporada a produções cinematográficas, publicitárias e videogames, o que ajuda a popularizar aa obra.
- Soubemos que você focará o seu trabalho em 2025 em aulas presenciais e online. O que você pode nos falar a respeito destes cursos?
Iniciei 2025 com 28 turmas presenciais e estou testando alguns formatos para o ensino online: mentoria, cursos por módulos, cursos curtos com temas específicos, com suporte ou estudo livre etc. Interessados podem entrar em contato através da minha conta no Instagram (@rickbarrosofficial).
- Quem foi o responsável por assinar a capa do CD? Qual a intenção dela e como ela se conecta com o título?
A capa é assinada por um ilustrador de Sorocaba/SP, Ernst Eskelsen. A imagem ilustra o tema do álbum: Razor, líder da resistência Scorpio Kai, combatendo os autômatos da Ordem do Eclipse às margens do Império das Máquinas, pela libertação da raça humana. A história de cada uma das músicas pode ser apreciada por aqueles que adquirirem o CD físico. A capa possui diversos easter eggs.
- “Reasons For My Vengeance” foi todo produzido pela equipe do Fusão Studios, confere? Foi satisfatório seguir por este caminho?
Sim, trabalhar com o Thiago Bianchi foi uma das premissas desse álbum, e algo que já tentei viabilizar antes com a banda Scars, durante a produção do álbum “Predatory”. Em “Reasons For My Vengeance” pudemos concretizar isso e o resultado foi muito positivo. Fui muito bem acolhido pelo Thiago, sua esposa Roberta e toda equipe do Fusão: Dougão, Gabriel, Lemon... Falando tecnicamente, as contribuições do Thiago começaram com suas ponderações sobre as músicas desde a composição e arranjo, acompanhamento durante todo processo de gravação, realização da mixagem e masterização comigo ao lado e recrutamento do Lemon Marodin para dirigir os vídeos.
- Imagino que já esteja trabalhando em novas músicas. Se sim, como está se dando o processo e como elas estão soando?
Quando compus E@rth-2 e Deathstalker, percebi que essas músicas seriam a transição entre o Reasons e o próximo álbum, pois foi natural o desejo de partir para afinações mais baixas. No final de 2024 recebi dos parceiros da Blend a SM7, minha primeira guitarra de 7 cordas, que está me possibilitando novos recursos e ideias musicais que ainda não havia explorado mais amplamente. O que venho compondo soa mais pesado, percussivo e técnico que as músicas do álbum atual. Talvez inclua algo das novas composições durante os shows de divulgação do “Reasons For My Vengeance”.
- Novamente parabéns pelo trabalho e vida longa ao mundo da música instrumental... O espaço agora é seu para as suas considerações finais...
Agradeço, mais uma vez, ao Road To Metal e seus leitores pelo espaço e interesse pelo meu trabalho. Juntos somos mais fortes e essa é a essência do nosso underground! Aproveito para convidar todos a visitarem meu site (rickbarros.com), meu Instagram (@rickbarrosofficial) e a adquirirem o álbum “Reasons For My Vengeance”, que traz em seu encarte a experiência completa do álbum, com transcrição de toda história narrada por cada uma das músicas da obra. Forte abraço a todos. Stay metal!