quarta-feira, 31 de outubro de 2012

Against Tolerance: Complexidade, Porém Muita Competência



O Against Tolerance surgiu em 2008 com a proposta de ser apenas um projeto, porém após alguns ensaios e composições criadas, decide virar realmente uma banda, e no ano de 2011 lançou seu 1° álbum o inrotulável “Undefined”, que está sendo lançado pela gravadora Laser Company para todo o Brasil.

O álbum também conta com a produção de Andria Busic (Dr. Sin), que soube explorar muito bem a sonoridade do grupo, deixando todos os elementos no ponto certo, com uma gravação cristalina e pesada. Para parte gráfica do trabalho (que é um show a parte), ficou a cargo do renomado artista Gustavo Sazes (Arch Enemy, Nightrage, Firewind), que fez um trabalho primoroso, com detalhes inexplicáveis na arte do álbum, fazendo você ficar horas analisando o material.


Falando da sonoridade em si, se torna impossível rotular o som que é feito. Imagine uma mistura de Death, Prog, Thrash, Jazz, Metalcore, música brasileira e por ai vai... Complexidade, porém muita competência e sentimento nas composições, faixas como "Against Tolerance", "Cold Hearts" e "Try Again. Fail Again. Fail Better." (primeiro vídeo clipe), mostram a faceta mais brutal da banda, porém com alternâncias rítmicas quebradas e técnicas, sem contar a variação sonora que ambas apresentam, indo de um estilo a outro com muita naturalidade.

Veja o clipe de "Try Again. Fail Again. Fail Better."



Já composições como "The End Of History", "Zarathustra" e "Prelude #1", apresentam diversos elementos, desde oriundos da música brasileira, a partes com violoncelo, teclados inesperados que surgem ao meio a brutalidade apresentada.

O Against Tolerance diversifica, e mostra muita competência no que se propõe a fazer, fazendo você ouvir o álbum por diversas vezes para entender cada parte intrincada ou inesperada.

Uma banda que anda na contra mão da cena, apresentando elementos diferenciados aliado a sua proposta violenta e agressiva. Não perca tempo, adquira o seu, pois aqui você irá encontrar músicas e músicos de alto nível.


Resenha por: Renato Sanson
Edição/revisão: Renato Sanson/Eduardo Cadore
Fotos: Divulgação


Ficha Técnica
Banda: Against Tolerance
Álbum: Undefined
Ano: 2011 
País: Brasil
Tipo: Metal Experimental 
Selo: Laser Company
Assessoria: Island Press

Formação:
Decio Thomas (Vocal e Guitarra)
Stefano Manzano (Guitarra)
Vitor Curi (Guitarra)
Hugo Bispo (Baixo)
Biel Astolfi (Bateria)




Tracklist 
01. Against Tolerance
02. Cold Hearts
03. The End Of History
04. Welcome To The Desert Of The Real
05. I Have Lost You
06. Zarathustra
07. Dias Irae
08. Interlude
09. Memory And Redemption
10. The Blasphemous Visions Of Huckleberry Finn
11. Try Again. Fail Again. Fail Better.
12. Prelude #1

Acesse e conheça mais a banda

terça-feira, 30 de outubro de 2012

Golpe de Estado: Valeu (e Muito!) a Espera!


Após um considerável hiato, o novo álbum de estúdio, "Direto do Fronte", traz um Golpe de Estado forte e revigorado, estreando a nova formação, e fazendo aquele Hard Rock empolgante com letras inteligentes cantadas em português, que sempre marcaram a banda.

Oito anos já se passaram desde o lançamento de "Pra Poder"(2004), que foi o primeiro álbum sem o lendário Catalau, que, infelizmente devido a seus problemas com álcool, acabou sendo substituído, com Kiko Muller assumindo os vocais em 2000, gravando o referido registro (antes, no CD 10 anos ao vivo, lançado em 96, Rogério Fernandes, atual Carro Bomba, acabou gravando 2 músicas inéditas, que entraram como bônus nesse álbum. Rogério permaneceu até 98). Vale lembrar que em 99 a banda se apresentou com o vocalista Catalau em alguns festivais (Catalau hoje é Evangélico, sendo pastor da Igreja Bola de Neve, no litoral norte paulista, lançando álbuns com temática voltada ao evangelho. Vale conferir seu primeiro solo, que tem muito do seu trabalho com o Golpe e não soa tão estranho aos ouvidos de pessoas não ligadas a temática que o vocalista adotou).


Em 2010, a banda novamente altera sua formação, saindo Kiko Muller (vocal) e Paulo Zinner (bateria), entrando Dino "Rocker" Linardi e Roby Pontes, permanecendo apenas Hélcio Aguirra (guitarra) e Nelson Brito (Baixo). Mais uma troca no vocal, e, principalmente a saída do excepcional Paulo Zinner, um dos fundadores da banda, até deixaram algumas dúvidas, mas Dino e Roby encaixaram muito bem. Dino mostra muita malícia e desenvoltura, lembrando muitas vezes o estilo do vocalista fundador Catalau, e em minha opinião, caiu como uma luva na banda. Roby, por sua vez, tem uma pegada forte, se mostrou criativo e ainda trouxe o acréscimo do uso dos dois bumbos, sabendo usá-los de maneira correta na sonoridade de banda.

Hélcio, continua sendo fenomenal, um dos melhores guitarristas do Brasil, um cara que tem um estilo e sonoridades próprios, ou seja, você ouve e sabe que é ele que está tocando, isso é personalidade, muitos guitarristas podem soar como um Kiko Loureiro ou um Joe Satriani (sem desmerecer esse dois guitarristas), mas dificilmente alguém pode soar como um Hélcio ou um Iommi! Com timbres, frases, riffs e solos criativos e variados, sua guitarra praticamente dita a sonoridade do Golpe.

Nelson Brito, a competência e pegada de sempre, aquele baixo pulsante e marcante. Resumindo, as características que fizeram do Golpe uma verdadeira entidade do Hard Rock brasileiro estão intactas, e ainda trazem uma certa dose de modernidade.


Produzido pela própria banda, em parceria com Alex Angeloni, no estúdio Mosh em SP, e com lançamento pela Substancial Music, que também vai relançar alguns outros álbuns da banda, "Direto do Fronte" é o oitavo trabalho do Golpe, contando com o "10 anos ao Vivo".

O álbum já abre com a excelente "Falo que Não Faço", mais um hit imediato do Golpe, com todas aquelas características que os fãs conhecem. E incrível como Dino soa bem parecido com o Catalau, fazendo com que este trabalho soe ainda mais próximo dos primeiros.Para animar qualquer fã, que sempre espera o melhor desta banda. Na sequência, vem "Marymoon", lembrando a clássica "Moondog", não tanto pela sonoridade, pois esta é mais Rock & Roll, enquanto que a segunda é bem Blues, mas pela letra, que conta a história de um personagem fictício (ou não?), mas com certeza baseada em muitas histórias urbanas, aliás, histórias essas que servem de matéria prima para as letras do Golpe.


São muitos os destaques, sempre com ênfase nas letras bem sacadas, abordando principalmente o cotidiano, o fantástico trabalho de Hélcio e a absurda (no bom sentido) competência da banda, além dos refrões que vão cativando de imediato. Posso citar aí "Fora da Ordem,  Dentro da Lei", com uma letra com boa dose de humor e sarcasmo, impossível não sair cantando (notem também o belo timbre no solo); "Um de Nós", que letra maneira, baseada naquela máxima de que os opostos se atraem! e "Feira do Rato", que é mais porrada, naquele estilo das faixas rápidas tradicionais do Golpe (saca a "Aqui na Terra"?). O único porém do álbum fica para a faixa "Rockstar", que fica abaixo das demais, e ainda tem a participação do horrível Dinho Ouro Preto, mas é apenas um pequeno detalhe dentre tantas qualidades e tantas músicas de alto nível no play.

Grande álbum, com fogo nos olhos!!! Que esta formação siga firme e que o próximo álbum não demore tanto pra sair!

Texto/Edição: Carlos Garcia
Fotos: Divulgação


Ficha Técnica
Banda: Golpe de Estado
Álbum: "Direto do Fronte"
Ano: 2012 
País: Brasil
Tipo: Hard Rock

Gravadora: Substancial Music
Onde Comprar: DIE HARD



Tracklist

01. Falo que não faço
02. Marymoon
03. Feira do Rato
04. Um de nós
05. Onde há vida
06. Rockstar
07. Fora da ordem, dentro da lei
08. Notícias do fronte
09. Gente pirata
10. Perfume de jasmim
11. Numa bolha
12. Fogo nos olhos






sábado, 27 de outubro de 2012

Fugindo dos Clichês, Blakk Market Dá Aula de Bom Gosto


Mais uma força do Metal catarinense, desta vez em nome do Death Metal Melódico

O Death Metal Melódico sempre foi um estilo de se amar ou odiar, pois muitos não aceitam este termo "Death Metal Melódico", alegando uma traição ao Metal da morte, já outros enxergam como uma evolução, e com elementos novos, deixando a sonoridade mais abrangente. 

Indiferente a todas essas discussões, é inegável que o estilo tem grandes bandas, como Children Of Bodom, Dark Tranquility, In Flames e etc... Mas apesar do crescimento meteórico que o estilo teve com a banda finlandesa CoB, hoje em dia não é tão comentado, e poucas bandas de qualidade surgem, pois a grande maioria não passa de meras cópias de CoB, Dark Tranquility, dentre outras.

E no Brasil podemos dizer que o Death Melódico pouco apareceu, porém das cinzas de uma banda cover de In Flames, surge os catarinenses do Blakk Market, e diferente de muitas bandas que surgiram, o Blakk Market mostra muita personalidade, e logo no seu álbum debut "Self - Improvement: Suicide" lançado em 2011, mostra um poder de fogo absurdo, e o grande destaque do álbum fica por conta das "sacolas" de riffs que os guitarristas Alexandre Schneider e Thiago Rocha (que faz os vocais limpos) que despejam riffs em cima de riffs, variações incríveis, sem contar as melodias que são pegajosas e grudam na mente de imediato.

A variação rítmica também é impressionante, nuances de teclados e vocais limpos muito bem encaixados, que agregam em muito ao som da banda, que soa muito original, tendo sua identidade própria, sem cair nas armadilhas que o estilo proporciona.

Com riffs e melodias fantásticas, o Blakk Market impressiona com seu 1° album

Como todos sabem, estabelecer uma banda de Heavy Metal no Brasil não é nada fácil. Os catarinenses também passaram pelo temporal de mudanças em sua formação, tanto que a banda até hoje não tem um baterista fixo, sendo que as baterias de "Self - Improvement: Suicide" foram gravadas por Allan Barbosa, que acompanha a banda em algumas apresentações ao vivo.

Vale destacar a produção sonora da bolacha, que ficou a cargo da própria banda e do renomado produtor Alexei Leão (Stormental), deixando o álbum bem atual e com todos seus instrumentos muito bem equalizados, dando o peso exato, deixando a audição muito agradável.

Citar destaques em um álbum tão homogêneo não é tarefa fácil, mas composições como: "Putrefaction Guaranteed" com riffs animalescos, "Theater of Lies" que apresenta melodias incríveis, "Nova" em clima mais cadenciado, com teclados sombrios, melodias lúgubres e com vocais limpos de cair o queixo e "The Wheel Keeps Turning" que dispensa qualquer comentário, fará você perder o pescoço, além de ouvir uma aula de riffs e melodias geniais, sem contar o contesto geral do álbum, com composições técnicas e cativantes, com muito feeling e bom gosto.


A parte gráfica do álbum também merece destaque, mostrando total conexão com a temática das letras, que estão em volta de um assunto um tanto polêmico, o suicido, com um belo booklet, com todas as informações sobre a banda e com uma capa de beleza ímpar.

Atualmente, o Blakk Market continua a divulgação de seu álbum, tendo uma excelente receptividade do underground, agora é esperar para conferir o novo lançamento da banda que deve sair em breve.


Resenha por: Renato Sanson 
Edição/revisão: Eduardo Cadore/Renato Sanson
Fotos: Divulgação

Ficha Técnica
Banda: Blakk Market
Álbum: Self - Improvement: Suicide
Ano: 2011
País: Brasil
Tipo: Death Metal Melódico

Formação
Fernando Melleu (Vocal)
Alexandre Schneider (Guitarra)
Thiago Rocha (Guitarra/Vocal)
Felippe Chiella (Baixo)
Bateria (Allan Barbosa)




Tracklist

01 Wrist-Slashing Symphony
02 Putrefaction Guaranteed
03 Atlas
04 The Dawn of the Dead
05 Theater of Lies
06 Exhumed
07 Nova
08 M.D.K.K.
09 The Wheel Keeps Turning
10 Blackkout
11 Locusta Sapiens



Acesse e conheça mais a banda


Assessoria: Wargods Press

Falta Algo no Novo Single do Helloween

Novo single mostra duas das faixas do novo álbum da banda alemã


Mesmo que uma banda seja considerada essencial para um estilo, tenha feito sua história com séries de bons lançamentos, a verdade é que isso não os livra facilmente da responsabilidade de produzir boas músicas.

Infelizmente, já há vários lançamentos, o Helloween parece ter esquecido muito da sua origem, como “pais” do Power Metal, oferecendo discos ora muito pesados e descaracterizados (o que não quer dizer ruins, mas certamente deixam a desejar), ora por demais sinfônicos, pomposos e exaltados (vide a 3º parte da trilogia do “Keepers...”).

Justiça seja feita, a verdade é que a banda até trouxe composições interessantes, mas discos instáveis, sempre com algumas canções que mais parecem sobras de estúdio. 

O sucessor de “7 Sinner” (2010) (o disco da “bizarra” “Are You Metal?”) será “Straight Out of Hell” (a ser lançado em 2013), cujo título já dá menção do que podemos esperar. Mas a certeza começa a se formar com o single “Burning Sun” (2012), lançado dia 24 de outubro, que traz 3 composições inéditas, mais a dispensável “Where the Sinners Go” numa versão ao vivo que você não ouve em praticamente nenhum momento o público (só no início e final da canção).

A faixa-título segue a mesma base sonora dos últimos trabalhos, embora traga riffs iniciais melódicos, pequenas sobras da fase de ouro da banda, mas que logo são sepultados por riffs quase “Thrash Metal” (Helloween Thrash?), um vocal agressivo de Andi Deris que, embora coloque uma melodia legal no pré-refrão e no próprio refrão, está muito abaixo do que muitos fãs desejariam.

A coisa desanda de vez com “Wanna Be God”, literalmente uma bizarrice de apenas 2 minutos. Quem me conhece sabe que apoio a ousadia das bandas, sobretudo daquelas que sempre gravam o mesmo álbum, mas, realmente, espero que tal canção não passe de apenas uma pobre amostra do que poderá ser o novo disco (já que fará parte do mesmo).

Banda segue sendo referência no Power Metal, mais pela sua história do que pelo seu trabalho atual

Um sorriso nos vem com “Another Shot of Life” que, também com uma sonoridade semelhante dos últimos discos, nos remete ao “Better Than Raw” (1998), sendo essa que merecia ser o single, mas nem no álbum estará.

Novamente, mais do mesmo. Quem gosta da atual fase “pesada” da banda, vai curtir, certamente. Agora, quem sente falta da sonoridade anos 80/90, parece que pode dizer adeus. Para isso voltar, só mudando a formação e voltando aqueles que também foram responsáveis pelo sucesso da banda: Kai Hansen e Michael Kiske. Mas isso é papo para outra hora.

Stay on the Road

Fotos: Divulgação

Ficha Técnica
Banda: Helloween
Single: Burning Sun
Ano: 2012 
País: Alemanha
Tipo: Power/Heavy Metal



Formação
Andi Deris (Vocal)
Michael Weikath (Guitarra)
Markus Grosskopf (Baixo)
Sascha Gerstner (Guitarra)
Dani Löble (Bateria)



Tracklist
01 – Burning Sun
02 – Wanna Be God
03 – Another Shot of Life
04 – Where the Sinners Go (ao vivo)

Ouça "Burning Sun" clicando aqui 

sexta-feira, 26 de outubro de 2012

Slasher: Feito Para o Headbanging

Banda paulista é responsável por um futuro álbum clássico


Não é nenhuma novidade que o disco “Pray For the Dead” (2011) foi uma estreia em álbum completo triunfante da banda brasileira Slasher, já que críticas nacionais e internacionais foram bastante positivas em relação ao trabalho do grupo de Itapira, São Paulo.

Calçado com os dois pés no Thrash Metal, Slasher já conquistou um espaço importante no underground extremo nacional e está preparando um álbum que promete não decepcionar, onde estreará o vocalista Skeeter.

Slasher se encontra preparando novo álbum já com novo vocal

Mas antes disso, temos neste álbum ainda a presença de Daniel Macedo, que foi desligado pela banda este ano. Dificuldades internas à parte (a banda liberou carta aberta no seu site), a verdade é que “Pray For the Dead” tem tudo para se tornar, daqui alguns anos, num clássico do Thrash Metal nacional, sendo uma tarefa difícil para o grupo superá-lo.

Não estou exagerando, basta ouvir cada uma das 10 faixas (excetuando a introdução), já que temos ali a química perfeita para fazer todo headbanger bater cabeça: riffs pegajosos e diretos, méritos dos guitarristas Lucas Bagatella e Lúcio Nunes; bateria de Alyson Taddei que beira o Death Metal em certos momentos e é ousada, rápida e certeira; baixo audível e imponente de Wellington Clemente e os vocais que caem como uma luva de Daniel Macedo.

Banda destaca-se também pelas apresentações ao vivo

Este debut álbum é bastante homogêneo, mantendo uma linha de peso, velocidade e até mesmo certo groove, como na música “Hate” (recebeu uma vídeo em animação bem interessante), que faz você querer entrar num mosh pit imediatamente. Grandes destaques também para “Time to Rise” (também lançada em vídeo), considerada uma das melhores do disco pela própria banda, a faixa-título (cabeças voam fácil com ela!), “Broken Faith” também não fica para trás e “Enemy of Reality”, rápida e crua, mereceu também um vídeo promocional (confira todos abaixo).

“Tormento e Paz” é a mostra da banda em língua portuguesa, algo que sempre destaco, pois atualmente muitas bandas brasileiras tem começado introduzir nos seus discos, pelo menos uma canção em língua natal, mostrando que Metal pode sim soar interessante fora da língua inglesa. 

A banda almeja voos mais altos, como turnês em outras regiões do Brasil e fora do país e, se o novo disco vier com a mesma gana que o primeiro (que também surpreende pela arte de capa e encarte), certamente se fincará como uma das significativas potências Thrash nacional. 

Stay on the Road

Fotos: Divulgação

Ficha Técnica
Banda: Slasher
Álbum: Pray For the Dead
Ano: 2011
Tipo: Thrash Metal
Selo: Independente
Assessoria: Island Press


Formação (do álbum)
Alyson Taddei (Bateria)
Daniel MAcedo (Vocal)
Lucas Bagatella (Guitarra)
Lúcio Nunes (Guitarra)
Wellington Clemente (Baixo)



Tracklist
01. Skeptic
02. World’s Demise
03. Hate
04. Pray for the Dead
05. Enemy of Reality
06. ´Till The End
07. Broken Faith
08. Lifeless
09. Art of War
10. Tormento ou Paz
11. Time to Rise

Acesse e conheça mais sobre a banda

Baixe o álbum LEGALMENTE no site oficial da banda.

Assista aos 3 vídeos promocionais do álbum

"Hate"


"Enemy of Reality"


"Time to Rise"


quinta-feira, 25 de outubro de 2012

Mork: Uma Excepcional Força do Black Metal Sinfônico

Mork é uma das gratas revelações dos últimos anos na cena nacional


Ao longo dos anos, um dos estilos que mais se expandiu, com nascimento de inúmeras bandas ao redor do mundo, foi o chamado Black Metal Sinfônico que unia a agressividade e peso tanto instrumental quanto lírico do Black Metal original, com a presença de melodias de teclados, com orquestras e efeitos sinfônicos, tendo em bandas como Dimmu Borgir um dos representantes máximos.

Comparações a parte, a verdade é que pipocam bandas do estilo, muitas vezes sem causar grande impacto no ouvinte, especialmente aquele já acostumado com a sonoridade.

Aqui no Brasil, uma das tentativas mais bem sucedidas é “Exemption” (2011), primeiro registro completo da banda de Brasília/DF, Mork, que já chamou atenção pelo seu EP de estreia em 2008 e que com seu debut álbum coloca-se como uma das gratas exceções positivas do estilo.

Contando com 14 faixas, incluído aí a introdução que te coloca no clima, “Exemption” é recheado de boas composições, com bastantes variações, não dando aquela impressão de que todas as faixas são parecidas. Além disso, a produção, que ficou à cargo da própria banda e Ricardo Araújo, nos estúdios Sgt. Pepper na sua terra natal, fazem do disco uma escuta prazerosa, já que os instrumentos estão audíveis e cada um mostra a importância da sua presença no conjunto total da obra. Também a arte é muito bela e sombria, méritos de Diego Moscardini.

Músicas como “Alastor”, “Unholy Inquisition” e “Prophecy of Infidel's Course” devem agradar na primeira audição ao mais extremo dos bangers, pois são mostras de que Black Metal Sinfônico não é justificativa para pouco peso.

Atual formação, com Glauber nos teclados

Embora todas as faixas mostrem um lado bastante pesado, aliado com trechos mais cadenciados, é notório os teclados de Leonardo (que foi substituído este ano por Glauber), sobretudo em “Make Them Suffer”, grande destaque, assim como “Zeitgeist”, num tom sombrio que lembra Mustis (ex-Dimmu Borgir) no seu auge. Aliás, a Mork começou como banda cover dos noruegueses.

As canções, de modo geral, possuem ótimos riffs de Rafael e Pedro, inspiradíssimos, levando ao headbnaging facilmente. Os vocais de Samuel são impressionantes (quando você vê a foto do cara, pensa “é possível?!”), assim como a agilidade e criatividade da cozinha formada pelo baixista Guilherme e o baterista Gabriel, que também se destaca, mostrando que o sexteto, na verdade, está em perfeita sintonia, cada membro destacando-se, sem ninguém soar por demais exaltado ou apagado.

"Exemption" marca uma estreia em álbum completo digna de banda grande

“Exemption”, embora tenha sido lançado em 2011, merece maior atenção da mídia e fãs do estilo, mesmo que tenha obtido ótimas críticas, ainda é um disco merecedor dos mais altos elogios e item obrigatório nas coleções de qualquer headbanger (extremo ou não) que se preze.

Stay on the Road

Fotos: Divulgação

Ficha Técnica
Banda: Mork
Álbum: Exemption
Ano: 2011 
País: Brasil
Tipo: Black Metal Sinfônico
Selo: Eternal Hatred Records
Assessoria: Ms Metal Press



Formação (do álbum)
Samuel (Vocal)
Rafael (Guitarra)
Pedro (Guitarra e Backing Vocals)
Guilherme (Baixo)
Gabriel (Bateria)
Leonardo (Teclados/Sintetizadores)




Tracklist
1. Exemption (intro)
2. Alastor
3. God Beneath My Glory
4. Unholy Inquisitor
5. Vatican XIII
6. Ego Boundaries
7. Interlude of Purification
8. Make Them Suffer
9. Zeitgeist
10. Prophecy of Infidels Curse
11. Insolence
12. Annihilation of Existence
13. Hate Eternal
14. Spiritual Extortion

Acesse e conheça mais sobre a banda

Compre o álbum clicando aqui.

quarta-feira, 24 de outubro de 2012

Arandu Arakuaa: Em Busca de Seu Caminho



Não é nenhuma novidade bandas de Heavy Metal usarem em seu som elementos da nossa cultura indígena, porém é uma ideia louvável e interessante, pois tudo que venha agregar e falar de nossa cultura é muito bem vindo. Formado em 2008, os brasilienses do Arandu Arakuaa embarcam nesta proposta sonora, mas com um grande diferencial: as músicas são cantadas na língua tupi antiga, e não pense que a faceta utilizada é o Metal melódico, mas sim o Folk/Black Metal, em um clima que trazem toda aura indígena a tona, mantendo total sintonia com a proposta sonora.

O EP autointitulado apresenta apenas quatro composições, mas são bem estruturadas, com boas variações e uma boa qualidade de gravação, que poderia ser mais polida, mas que não compromete o material. O EP abre com “Tupinambá” mostrando a faceta mais extrema, com bons vocais guturais, mesclando com os vocais líricos (que poderiam ser melhor trabalhados), apresentando ótimos riffs. “Auê!” vem na sequência e mostra o lado mais folclórico, mas a unica ressalva fica por conta da vocalista Nájila, que mostra pouco feeling, parecendo não se encaixar com a composição.


As demais faixas seguem na mesma linha, porém “Moxy pe~e Supé Anhangá” é o grande destaque do trabalho, a faixa mais extrema do EP com boas variações, dando maior dinamismo a mesma, mostrando que o caminho certo a percorrer é realmente o Metal extremo. Vale destacar a parte gráfica que envolve o material, simples, mas eficaz e muito bela por sinal.

O Arandu Arakuaa não inova, porém mostra estar procurando seu caminho. Não deixe de conferir, vale a pena dar uma ouvida e tirar suas próprias conclusões.


Resenha por: Renato Sanson
Edição: Renato Sanson
Revisão: Eduardo Cadore/Renato Sanson
Fotos: Divulgação

Ficha Técnica
Banda: Arandu Arakuaa 
EP:  Arandu Arakuaa  
Ano: 2012
País: Brasil 
Tipo: Folk/Black Metal

Formação
Nájila Cristina (vocal)
Saulo Lucena (baixo/vocal)
Zândhio Aquino (guitarra/teclado/vocal)
Adriano Ferreira (bateria)



Tracklist

01 Tupinambá
02 Auê!
03 Kunhâmuku' ~i
04 Moxy pe~e Supé Anhangá


Acesse e conheça mais a banda


Assessoria: MS Metal Press


terça-feira, 23 de outubro de 2012

Entrevista: Save Our Souls





Bandas com vocalistas femininas tendem a gerar um certo pré-conceito, com algumas pessoas esperando uma sonoridade já rotulada como Gothic ou Symphonic Metal, deixando pouco espaço para a inovação.

A banda gaúcha Save Our Souls não caiu nesse papo e, desde seu EP “Find the Way”, tenta mostrar uma mescla entre o Metal Progressivo e o Metal Sinfônico, mesmo que rotular a banda acabe limitando a dimensão do grupo formado por Melissa Ironn (vocal e teclados), Marlon Lago (guitarra), Andrêss Fontanella (bateria) e Jackson Harvelle (baixo).

Para contar um pouco sobre sua história, as aberturas para nomes importantes como Soulspell Metal Opera e Paul Di’anno, além do futuro show como open act do Nightwish na capital gaúcha (evento da Urânio Produtora) que acontece dia 09 de dezembro, falamos com a vocalista e o guitarrista do grupo, num papo que você confere agora.

Banda em busca de visibilidade

Road to Metal: Ao apresentar uma banda com uma frontwoman, logo o rótulo “Gothic Metal” é o mais evidente, entretanto, ao ouvir a sonoridade da banda, é possível identificar outros elementos como Prog, Heavy e até mesmo Thrash Metal. Como vocês definem a sonoridade da Save Our Souls?

Melissa Ironn: Realmente as pessoas costumam rotular bandas com vocal feminino, principalmente com a presença de teclados mais melódicos. Mas a Save Our Souls busca um diferencial através do equilíbrio de tudo o que cada um de nós tem dentro de si. Todos nós temos nossas influências e cada integrante tem suas particularidades e é isso que nos diferencia de outras bandas, afinal não somos um grupo de fãs de determinado estilo, mas cada um tem seu estilo e juntos conseguimos mesclar tudo isso numa medida que não evidencia nem mais isso nem mais aquilo, formando uma atmosfera única da banda, a identidade da Save Our Souls. Em geral nosso som se tem influências nesses estilos heavy e trash metal, prog e uma linha mais melódica também em função dos vocais e teclados, mas sem perder a força e o peso de riffs mais crus e ousados que não encontramos todo dia em bandas com uma frontwoman, de fato.

Marlon Lago: É bem o que a melissa falou. Nós procuramos sempre pegar a melhor intenção de cada um, e fazer esta mescla de sonoridades este é o nosso diferencial, cada um com suas influências em estilos que podemos dizer totalmente diferentes e que juntos formam o som da S.O.S, o rótulo não adianta, vai ter sempre, não estou lembrando quem nos falou este rótulo uma vez, mas sei que ficou “Gothic Prog Metal”.

A tecladista/vocalista Melissa
RtM: Abertura de shows não é uma novidade para a banda, afinal de contas, vocês já tem no currículo grandes nomes como Hangar, Souslpell e Paul Di’anno, porém sabemos que a missão de uma banda de abertura nunca é fácil pois parte do público esta lá pela banda principal. Como vocês trabalham essa questão?

Melissa Ironn: Ser banda de abertura é algo muito intenso, pois envolve um grande trabalho de preparação para que a gente possa oferecer o melhor. Mas o fato é que ser banda de abertura não é fácil porque na verdade quando você é uma banda de abertura, você está aproveitando um espaço extremamente reservado onde as pessoas estão lá para ver seus ídolos. Por isso nem sempre você pode contar que vai tocar pra tantas pessoas quantas as que compraram os seus ingressos, porque muitas costumam ir ao local do show pouco tempo antes da banda principal, e nem podemos ter tantas expectativas quanto à receptividade do público, pois a galera nem sempre agita tanto quanto todo mundo enquanto banda gostaria, porque é lógico que as pessoas que estão lá, guardam suas energias para a atração principal.

O mais importante de tudo é ser profissional, no sentido de manter o foco no trabalho, na qualidade e nunca exagerar nas expectativas, afinal a vida não é um Guitar Hero (risos), a gente não pode achar que vai subir no palco e imediatamente cativar as pessoas como num passe de mágica e se tornar um ídolo. A banda de abertura tem que ser profissional, segura e realista para enfrentar tudo o que envolve esse momento.




Marlon Lago: Tentamos sempre manter o foco no trabalho, não pensando em sair de lá grandes e reconhecidos na rua (apesar de já ter acontecido e ter sido muito legal), o próprio show do Paul Di’anno tinha uma expectativa bem grande pelo menos de minha parte, pois iriamos tocar para um público que foi lá ver o primeiro vocal do Iron [Maiden], Heavy Metal! E chega uma gurizada tocando uma mistura de vários estilos com uma mulher no vocal, mas no fim foi ótimo, foi o primeiro show de abertura da banda e podemos considerar que foi muito boa a receptividade do público.  

RtM: Ainda citando aberturas, a SOS será open act do Nightwish em Porto Alegre/RS (evento da Urânio Produtora). Qual a expectativa para esse show e atual formação da banda finlandesa agrada vocês?

Melissa Ironn: Já fazem alguns meses que nós estamos bastante ansiosos por isso (risos), principalmente agora com a nova formação, nós acreditamos que isso vai acabar trazendo um público ainda maior para o show. E isso com certeza vai nos beneficiar, pois lá nós teremos um grande e importante espaço para mostrar o nosso trabalho, estamos trabalhando muito pra isso.

Somos muito gratos por essa oportunidade concedida pela Urânio Produtora e estamos fazendo de tudo pra tornar esse momento único e especial.

Banda durante show de abertura para o Kamelot

Marlon Lago: Nervosiiiismo!!!! (risos) Mas é um frio na barriga bom, sabe. Podemos dizer que vai ser a maior abertura que fizemos até agora, e de todos os shows que fizemos creio que seja o público que mais tem a ver conosco.

RtM: A banda possui certo reconhecimento dentro da cena underground gaúcha, sobretudo, especialmente por terem tocado no interior. O grupo se apresentou em Ijuí/RS em 2010, sendo uma total novidade para a região, mas arrancou bons elogios. Como moradores da capital, o que podem dizer da cena e público do interior? Na ocasião, tivemos um público reduzido, devido ao período do ano e ao local onde foi realizado o evento ao lado de Soulspell e Tierramystica.

Melissa Ironn: Bom, eu preciso ser bem franca nessa resposta... Foi notável a diferença entre o público que nós encontramos no interior do estado e o público aqui da capital. As pessoas lá em Ijuí, e acredito que em outro locais no interior, elas valorizam muito mais as atrações que lá ocorrem, afinal não é todo dia que acontecem shows de rock e metal por lá. Em Ijuí nós fomos muito bem recebidos, conquistamos alguns fãs que imediatamente nos procuram para nos cumprimentar, elogiar e tirar fotos, e foi uma sensação incrível de missão cumprida, sabe? Isso não acontece todo dias aqui na capital. É claro que não estou desmerecendo o reconhecimento que nós já tivemos aqui na capital, como na abertura do Kamelot, por exemplo, aquela foi uma noite incrível, vendemos muitas cópias do nosso EP, muito mais do que esperávamos (risos) e as pessoas demonstraram carinho e respeito por nós. Mas aqui na capital ainda existe um certo distanciamento, principalmente com bandas como a nossa que ainda estão percorrendo um longo caminho pelo reconhecimento, e isso fica mais evidente nos shows de abertura e de bandas nacionais, como foi naquele caso, é sempre um grande desafio esse tipo de evento. As casas de show realmente lotam aqui na capital por atrações internacionais e o foco do público é principalmente nelas.

Marlon Lago: O show de Ijui foi muito... é... show! (risos), descemos do palco, pessoal pedindo para tirar foto e durante o show do Tierra e da Soulspell também pessoal continuava querendo tirar fotos... nossa! Público muito louco (no bom sentido). 

RtM: Ouvindo as músicas da SOS, é fácil a identificação de todo um cuidado com a composição e arranjos. Poderiam comentar um pouco como é o processo de composição da banda?

Melissa Ironn: Bah, isso é até meio difícil de explicar (risos)! Bom, na nossa formação, desde o início estivemos presentes eu, o Andrêss Fontanella (baterista) e Marlon Lago (guitarrista e back vocals). Quando começamos a compor nossas primeiras músicas, éramos muito jovens e ainda não tínhamos noção do que realmente queríamos e nem de onde estávamos nos metendo (risos)! 

Não é fácil compor uma boa música, na verdade convivemos o tempo todo com dúvidas a respeito disso, pois não escrevemos somente para nossa satisfação, mas também para as pessoas, um público alvo. E na hora de compor colocamos as cartas na mesa e se inicia o jogo! Geralmente algum de nós traz alguma ideia, seja de letra, um riff de guitarra, uma melodia de voz, etc. Não existe fórmula de compor! Na Save Our Souls tudo acontece muito naturalmente. A partir do primeiro “esboço” mantemos o foco em cima do que esperamos daquela nova música e assim começamos a trabalhar e dar forma a ela até a hora de todo mundo tocar, olhar nos olhos um do outro e dizer “essa música tá ficando foda, cara!” (risos). É simples assim, compor pra nós trata-se de colocar pra fora a música que toca dentro da gente, só que num trabalho em equipe e devo dizer até que é um trabalho em família, pois é assim que nos sentimos hoje e isso facilita muito essa conexão que nós temos uns com os outros na hora de compor.

Marlon lago: Isso é bem estranho mesmo. Já tentamos em uma ocasião, sentar e todos dentro de uma sala tentar bolar um riff e iniciar ou dar continuidade a uma musica... mas não adianta, é em estúdio, no ensaio que acontece... temos certo pelo menos duas musicas que eu e o batera estamos tocando algo por tocar e simplesmente acabou virando uma música, mas como a Melissa falou, muitas vezes é trazido uma letra uma melodia no teclado e a partir dali começa o trabalho.

Primeiro registro da banda em EP

RtM: Já fazem três anos que saiu o EP “Find the Way”. Visto hoje, como vocês avaliam esse trabalho e o mesmo atingiu o resultado na mídia que vocês esperavam?

Melissa Ironn: Exatamente, já faz um tempinho... Na verdade aquele foi o nosso primeiro trabalho de estúdio, a gente não sabia nada (risos)! Foi realmente uma experiência, mas no final nos rendeu bons frutos. É claro que hoje nós pensamos que temos músicas muito melhores do que aquelas, e acho que a cada novo trabalho nós vamos pensar a mesma coisa, isso é normal! Mas todo trabalho vale a pena, e apesar de ter sido um trabalho tão inexperiente, conseguimos expor nosso trabalho em diversos blogs e sites e inclusive tivemos boas oportunidade de execução ao vivo, como as aberturas que fizemos, por exemplo, e que nos renderam boas críticas e excelentes releases.

RtM: Melissa Ironn divide os vocais e os teclados na formação da banda. Vocês já pensaram em anexar um tecladista para deixar Melissa mais livre nos vocais? E a propósito, a banda está com formação estabilizada e fixa?

Melissa Ironn: Na verdade eu sou tecladista muito antes de ser vocalista! Toco desde muito pequena, tinha apenas 5 anos de idade quando toquei minhas primeiras melodias no teclado, o canto surgiu mais tarde... Mas eu só me sinto completa na Save Our Souls fazendo as duas coisas, porque essa sou eu, entende? Não consigo me ver sendo apenas mais uma com um microfone na mão e tão pouco deixar de me expressar através do canto. A Save Our Souls já nasceu assim com uma vocalista/tecladista e mesmo com vários comentários sobre isso, não temos pretensão de colocar um tecladista na banda para que eu possa cantar livremente, mesmo porque é exatamente assim que eu me sinto livre.

Quanto à formação da banda, nós tivemos a grande felicidade de encontrar nosso mais novo integrante no início deste ano, que é o nosso baixista Jackson Harvelle e devo dizer que agora nos sentimos realmente completos. Não que outros que integraram a Save Our Souls não tenham feito um bom trabalho, pois é claro que fizeram e somos muito gratos por isso! Mas agora a sensação que nós temos em relação a essa nova formação é que a banda nunca esteve tão completa e tão forte.

Marlon Lago: Quanto a teclado/voz, já recebemos este tipo de “crítica” por pessoas que nos apoiam e nos ajudam exatamente pelo que você citou, a liberdade da Melissa nos vocais... e tenho que admitir que há alguns anos atrás cheguei a pensar nisso e concordar com as pessoas, porém hoje já mudei este conceito.....velho, a guria toca teclado que é um diabo!(risos) até de olhos vendados treinamento ala Daniel Sam já rolou (risos)! E não vejo outra vocalista no lugar dela em qualquer uma das situações, seja o teclado ou a voz.... já não seria mais a S.O.S, quanto a formação está firme e forte.

RtM: Quais são os planos para esta reta final de 2012? Teremos um debut álbum completo da SOS?

Melissa Ironn: Temos um show marcado para o dia 03 de novembro em São Leopoldo, será uma espécie de aquecimento para a abertura do Nightwish que faremos dia 09 de dezembro. Nesse show vamos apresentar nosso trabalho além de alguns covers pra animar a galera!

Passados os dois shows, cairemos direto no estúdio no iniciozinho de 2013 para iniciar a gravação do nosso debut álbum, que inclusive já tem todas as composições e já estamos trabalhando na arte da capa. A previsão de lançamento é ainda no primeiro semestre de 2013, mas vai depender do andamento do trabalho, por questões de produção, mixagem, masterização e burocracias a parte.

RtM: Obrigado pela entrevista, boa sorte no show com o Nightwish e gostaríamos que deixassem algum recado para os leitores do Road to Metal.

Melissa Ironn: Nós que agradecemos o convite, é sempre bom ter um excelente espaço como esse pra mostrar um pouco mais da gente que as pessoas às vezes não conseguem ver.

E aos leitores da Road to Metal, estão todos convidados ao show do dia 03 de novembro na Embaixada do Rock em São Leopoldo, e também não percam o show de abertura que faremos dia 09 de dezembro junto ao Nightwish, não deixem de conferir que com certeza vai valer a pena! Contamos com a presença de todos nesses shows!

Abraços a todos! 

Entrevista: Luiz Harley
Edição/revisão: Eduardo Cadore
Fotos: Divulgação

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segunda-feira, 22 de outubro de 2012

Resenha de Show: 8º Na Mira do Rock Festival (Frederico Westphalen/RS)

8º edição marcou pela diversidade sonora da música pesada underground


Num verdadeiro encontro de estilos de bandas, a oitava edição deste já tradicional festival do interior do estado, fez do Na Mira do Rock 8 mais um sucesso na noite de 12 de outubro, feriado nacional.

Embora pudéssemos ter esperado mais pessoas, as mais de 200 pessoas que compareceram no Les Paul Pub puderam conferir grandes bandas da cena underground.

Banda local Datavenia fez bem o dever de casa e esquentou o público que ainda chegava

Com o clima propício para muita cerveja, as 23 horas, a banda local Datavenia subia ao palco, para além de apresentar covers, agitar o público com as duas conhecidas composições próprias (“Strange Zone” e a arrasa-quarteirões “Bang Your Head”), mostrando que não venceram a seletiva (na qual este redator foi jurado) a toa, pois a energia do quarteto fica clara em cima do palco, com o guitarrista e vocalista Guilherme fazendo um ótimo trabalho vocal, cantando coisas como Black Label Society, Metallica e Pantera, cuja versão para “Dominion” arrepiou a todos que lamentam ainda a morte de Dimebag Darrel (guitarrista do Pantera) e o fim prematuro do grupo.

Eternal Flame estreia com show recheado de clássicos do Metal mundial


Com a galera mais que já aquecida, a Eternal Flame, banda de Ijuí/RS, fazia sua estreia ao vivo. “Estreia” entre aspas, na verdade, pois a banda tocou músicas focadas na carreira do Iron Maiden e Bruce Dickinson solo, já que o vocalista Alex Finckler possui um vocal que lembra o frontman da Donzela.

O show foi bem recebido, embora várias pessoas tenham comentado que esperavam novidades. A verdade é que a banda deixou a desejar no set list em não apresentar nenhuma composição própria, embora tenha detonado (positivamente) nos clássicos como “Fear of the Dark” (Iron Maiden  e “Chemical Wedding” (Bruce Dickinson). Ao término, ficou aquele gostinho de “quero mais”, mas o grupo mostrou ser competente no palco com as básicas canções que todos já estão acostumados a ouvir. Fica a dica para a banda se concentrar em composições próprias e deixar de lado tantos covers.

Rinoceronte levou-nos ao mundo da poesia do Rock & Roll progressivo setentista

Seguiu-se Rinoceronte, de Santa Maria/RS, numa sonoridade setentista e sempre cantando em português, o power trio foi a grande surpresa da noite, já que poucas pessoas conheciam o trabalho e, de modo geral, saíram mais que satisfeitos, pois o trabalho dos caras é um trabalho maduro, com espírito de Rock & Roll, muita poesia nas letras e ótimos momentos instrumentais.

Tudo isso fruto de anos de história e discos lançados, além da experiência de ter tocado no Festival Psicodália, provavelmente o mais em termos de música underground do Brasil.

Para fechar a noite, após terem viajado milhares de KMs, e iniciando sua turnê pelo sul e sudeste do Brasil, a banda cearense Encéfalo trouxe seu Thrash/Death Metal abalando as estruturas do Les Paul. Embora o avançado da hora e a saída de uma parte do público, quem ficou presenciou um massacre sonoro em forma do Thrash Metal do álbum “Slaves of Pain”, que estava sendo divulgado e que tem obtido ótimas críticas Brasil afora.

Além das músicas do álbum, ainda valeu covers de bandas como Sepultura e Venom, desta sendo executada a seminal “Black Metal”. Vale destacar a empolgação do público em todos os shows, com muitos mosh pits, o que durou desde a primeira banda até Encéfalo, onde as últimas energias do público foram investidas à porrada sonora do competente quarteto.

Atração principal da noite, Encéfalo destruiu no palco do Les Paul

Também ficou marcado, nos intervalos durante a troca das bandas, o sorteio de CDs do Metal nacional, patrocínio Road to Metal, muito bem realizado pelo organizador Fuga, que faz de Fred West, a cada evento que organiza, uma referência no interior do Rio Grande do Sul. Agora é aguardar o próximo, que trará as 4 melhores bandas ainda em ativa que já participaram do festival. Com certeza, superará as demais edições.

Fotos: Road to Metal e Letícia Antunes

Agradecimentos: Ao Fuga pela receptividade, amigos que fizemos durante as várias festas que estivemos e à pequena Letícia Antunes, pelas fotos da banda Encéfalo.

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