terça-feira, 27 de fevereiro de 2024

Cobertura de Show: Men at Work – 21/02/2024 – Vibra/SP

Energia australiana inunda o Brasil: Men at Work deixa fãs em êxtase em espetacular show em São Paulo

O lendário grupo australiano Men at Work fez uma parada histórica no Brasil, presenteando os fãs com um espetáculo inesquecível no Vibra, em São Paulo.

Desde o início, a atmosfera estava eletricamente carregada de antecipação, com os fãs ansiosos esperando para testemunhar a magia musical que catapultou a banda para o estrelato nas décadas de 1980 e 1990.

O palco foi adornado com uma produção visual deslumbrante, enquanto as luzes suaves e o som impecável preparavam o terreno para a entrada triunfal da banda. O vocalista Colin Hay, icônico com seu violão, não perdeu tempo, arriscando um português – “agradeço muito por terem vindo ao nosso show” – e começou a noite com um dos maiores sucessos, "Touching The Untouchables".

A plateia, composta por fãs de todas as idades, rendeu-se à energia contagiante dos integrantes. Os clássicos como "Who Can It Be Now?" e "Overkill" foram recebidos com entusiasmo, mas nada se compara com o momento de “Down the Sea”.

Enquanto Hay demonstrava uma incrível vitalidade, com sua voz marcante e inconfundível que ecoava pela sala, sendo coincidência ou não, uma linda borboleta amarela roubou a atenção de todos os presentes sobrevoando o palco e nossas cabeças, que veio embalado por um solo espetacular de bateria, fazendo os olhos de muitos ali brilharem.

Quando a banda mergulhou em algumas músicas menos conhecidas, proporcionou aos fãs mais ardentes uma experiência única. A habilidade musical de cada membro estava em exibição, destacando porque o Men at Work continua sendo uma das bandas mais queridas de sua geração.

Muitos se emocionaram quando Hay dedicou músicas a todos os fãs  brasileiros que acompanharam a banda ao longo dos anos. A conexão entre o público foi palpável, criando uma atmosfera de celebração compartilhada.

Os músicos – San Miguel Perez (guitarra), Yosmel Montejo (baixo), Jimmy Branly (bateria) e a dupla feminina formada por Scheila Gonzalez (saxofone, flauta, teclado) e a inquieta Cecilia Noël (backing vocal) – exibiram virtuosismo em cada nota, solos de guitarra envolventes, ritmos pulsantes da bateria e harmonias precisas, elementos chave que elevaram a performance a um nível superior. A maestria instrumental foi evidente, destacando não apenas o legado da banda, mas também sua relevância contemporânea.

Em resumo, o show do Men at Work no Brasil não foi simplesmente uma apresentação musical, foi uma experiência completa, onde cada detalhe foi cuidadosamente pensado para imergir os fãs em uma atmosfera única.

Uma noite mágica e inesquecível que solidificou a posição duradoura do Men at Work no coração de seus admiradores brasileiros.

O bis final deixou os fãs extasiados, culminando com uma performance arrebatadora de "It's a Mistake". A casa ecoava com aplausos enquanto a banda se despediu do público brasileiro com gratidão e promessas de voltar.

O show do Men at Work no Brasil não foi apenas um concerto, foi uma jornada nostálgica e uma celebração vibrante da música que transcende gerações. A energia australiana ressoou nos corações dos fãs brasileiros, deixando uma lembrança duradoura de uma noite verdadeiramente especial.

Texto: Mayara Dantas

Fotos: Giuliana Peramezza

Edição/Revisao: Gabriel Arruda

 

Realização: MCA Concerts

Mídia Press: Midiorama

 

Men At Work

Touching the Untouchables

No Restrictions

Come Tumblin’ Down

Can’t Take This Town

Down by the Sea

Everything I Need

Blue for You

I Can See It in Your Eyes

Dr. Heckyll & Mr. Jive

No Signo of Yesterday

Who Can It Be Now?

Underground

Catch a Star

Upstairs in My House

Overkill

It’s a Mistake

Down Under

***Encore***

Into My Life

Be Good Johnny

terça-feira, 20 de fevereiro de 2024

Resenha: Tropa de Shock - The Circle of Spells

 

Por Denis A. Lacerda

Nota: 08.0/10.0

Não dá pra ser brasileiro, curtir Metal e, ao menos uma vez, não ter ouvido falar do TROPA DE SHOCK. Estes caras já estão na cena desde os anos oitenta, sem quaisquer tipo de interrupções, trazendo sempre um Heavy Metal de muito bom gosto pra gente. Conheci os caras quando entraram para o cast da MS Metal, e "Quantum" era o meu álbum favorito, até a chegada deste "The Circle of Spells".

A arte da capa já é de extremo bom gosto, enigmática e que deixa implícito o seu real direcionamento. Ao ouvir as músicas e pescar as letras online, já que este trabalho apenas saiu em versão digital, dá pra ter noção da trama, que gira em torno de uma mulher, que é taxada como uma espécie de bruxa. Algo muito comum na era medieval, e que aqui ganha contornos dignos de roteiros de filmes B.

Já o som, nada de novidade, é aquele bom e velho Heavy Metal tradicional, que a banda já pratica por muitos e muitos anos. Mas percebi alguma evolução?! Sinceramente?! 

Acredito que disco a disco os caras vêm evoluindo e conquistando, mais do que nunca, respeitabilidade necessária, para serem um dos patrimônios vivos do nosso underground. Muita gente vem apontando por aí que "The Forest Blair” e “The Evil Queen” são as melhores, e devo me juntar a eles! Essas duas são de cair o queixo, e refletem o que dá pra encontrar nas demais.

"The Circle of Spells" chegou um pouco tarde pra gente e, de tão tarde, já soubemos que o TROPA DE SHOCK está em vias de lançar o seu novo álbum. A história pelo que eu já li, é bem surrealista e ficcional.

Detalhes só saberemos daqui a alguns meses, então, enquanto isso, continuarei ouvindo este aqui, que me desceu muito mais redondo do que o próprio "Quantum".




Cobertura de Show: Kool Metal Fest 2024 – 11/02/2024 – Carioca Club/SP

Bandas: Vio-Lence, Exhorder, Ratos de Porão (abertura: Damn Youth, Escalpo, Cerberus Attack e Santa Muerte)

Desde o anúncio do Kool Metal Fest ano passado dizendo que seria no feriado de carnaval, muita gente se preparou para esse evento prometendo lotar o Carioca Club - tudo certo! Tanto na logística do lugar, horário e bandas, o público não perdeu oportunidade de sair de casa no primeiro encontro de thrashers de 2024 com Vio--lence, Exhorder (primeira vez no Brasil), Ratos de Porão, Damn Youth, Escalpo, Cerberus Attack e Santa Muerte.

Abertura da casa ficou por conta do thrash/crossover Santa Muerte, o trio estava apresentando prévias do seu primeiro álbum quando consegui entrar, aparentemente foi um show curto mas ouvia-se muita energia enquanto estava na fila (ouvia-se também para regularem os retornos de palco, algo que aconteceu durante o evento todo).

Em seguida, Cerberus Attack fez um repertório curto, mas uma pancada atrás da outra. O quarteto com duas guitarras liderado por Jhon França (vocal/guitarra) já tem uma estrada longa no underground, fizeram um show demolidor no festival, entretanto, os retornos de palco que não foram resolvidos na abertura com duas guitarras, saturou tudo.

O Escalpo, banda de Metal Punk aproveitou a casa ganhando público e tocou logo em seguida, faz um show consistente, direto, sem dar voltas, tudo na cara e com letras claras tratando questões sociais. Deixou o recado e marcou o evento de forma digna na íntegra.

No Damn Youth os excessos foram corrigidos (mas que voltaram depois) o quarteto teve a oportunidade para executarem o melhor som das bandas de abertura até o Vio-lence. Soltaram músicas do primeiro disco “Breathing Insanity” e focaram no lançamento “Descends into Disorder”. Aproveitaram o role em SP após o show em Santo André na sexta-feira (09/02), sábado em Americana e chegaram no Carioca Club arregaçando tudo. Realmente foi o destaque da noite com Thrash altamente técnico, marcante, postura de palco, som impecável e circle pit no set-list inteiro. É a revelação do nosso underground nordestino na linha do Violator, e os eventos daqui estão sendo um termômetro para a banda alcançar voos maiores com uma turnê sul-americana e europeia nos próximos tempos.

Em seguida, a apresentação que carrega uma frase comum pra todos que curtem os caras: “ah mano, Ratos é Ratos cara!”. É uma expressão que não deixa a desejar quando a banda se impõe sonoramente, liricamente, e o público corresponde à altura.

Em turnê do disco “Necropolítica”, assistir o Ratos de Porão é sentir que a banda não vai parar tão cedo; João Gordo colocou um vocal cuidadoso que tem lenha para mais alguns discos de estúdio, muitos shows, renovação de público, surgimento de novas bandas e contestação garantida. Transitaram por todas as fases da discografia, todos tocando em alto nível e colocando todo mundo na roda. Somente os técnicos de som pisaram na bola na guitarra do Jão numa parte do show, duplicaram a Gibson dele nas caixas de frente para o público e o som lá embaixo estava extremamente alto, atropelando os outros instrumentos. Muita gente foi para o fundo para ver se melhorava, mas não foi o que aconteceu.

O problema se estendeu no Exhorder com duas guitarras. Sendo a primeira vez no Brasil, fizeram um set-list bem curto focados no álbum de 1990, “Slaughter in the Vatican”, inclusive já abriram com esse som; apenas “Forever and Beyobd Despair” do álbum “Defectum Omnium” (2024) foi tocada. A saturação das guitarras esfriou o público que preferiu naquele momento assistir mais atentamente, bater cabeça, aplaudir, para gastar energia na última banda, porque na saideira o técnico de som não podia dar bola fora. O guitarrista Waldemar Sorychta saiu para ajustar o instrumento, tudo certo porque problemas com a guitarra acontecem, porém, fizeram uma apresentação muito honesta, bem concentrados, tudo bem executado nos instrumentais, sempre com vocalista e guitarrista Kyle Thomas agradecendo ao público.

Para fechar, Vio-lence mostrou a que veio; escalou os clássicos para garantir o show de ponta a ponta começando a festa com “Eternal Nightmare” e mantiveram a pegada até o fim. Incrível como tocaram igual aos discos de estúdio, parecia que a banda estava usando metrônomo para não sair do tempo. O vocalista Sean Killian ainda carrega o mesmo timbre, fôlego e potência após três décadas no front do microfone. A energia guardada para os caras foi refletida no público, que aproveitou da primeira à última música os mosh-pits e subidas no palco, mas que logo Sean fazia questão de empurrar de volta para pista (isso mesmo, ele empurrou todos que subiram no palco). Puxaram um cover de “California Über Alles” do Dead Kennedys com Kyle Thomas (Exhorder); fecharam com “World in a World”. Os olhos estavam voltados também para o espetacular guitarrista Phil Demmel, último show dele antes de integrar o novo projeto do Kerry King. E o som dos caras agora? Estava tudo certo!

No geral, deu para sentir o público aproveitando muito bem o feriado com as bandas fazendo sua parte nas apresentações à altura do festival, que já é tradicional em SP e está indo para outras cidades. As saturações dos instrumentos são ajustes que na passagem de som pode ser corrigido (que pelo visto não teve). Já assisti o Kool Metal Fest no Teatro Mars e foi arrebatador, porém, a estrutura do Carioca Club, que traz um espetáculo de iluminação, acomodação do público e som de primeira, infelizmente pesaram a mão na hora de regular o som das guitarras de todas as bandas (exceto Damn Youth e o Vio-lence, que foram as bandas que tiveram a melhor qualidade sonora do evento). Não foi só o público que sentiu, as bandas no palco pediram no microfone uma atenção dos técnicos. Por ser um festival, os excessos sonoros podem tirar o foco da apresentação, mas no final, as bandas conseguiram inverter e sobressaíram muito bem.


Texto: Robeto “Bertz” Oliveira

Fotos: André Tedim para o Metal na Lata

Vídeos: Loudness Vídeo Cast, Fernando Curi

Edição/Revisão: Gabriel Arruda

 

Realização: Agência Sob Controle, Loja 255 e Cospe Fogo

Mídia Press: Tedesco Comunicação & Mídia

 

Vio-Lence

Eternal Nightmare

Serial Killer

Phobophobia

Kill On Command

Calling in the Coroner

I Profit

Officer Nice

Upon Their Cross

California Über Alles (Dead Kennedys cover)

World in a World

 

Exhorder

Slaughter in the Vatican

Legions of Death

My Time

Year of the Goat

Forever and Beyond Despair

Exhorder

Desecrator

 

domingo, 18 de fevereiro de 2024

Resenha: Evil Sense - Drink from Hell

 

Por Denis A. Lacerda

Nota: 08.5/10.0

É com imenso orgulho que nós, da Road to Metal, recebemos a versão digital da batalhadora EVIL SENSE. Já conheço estes maníacos há muitos anos, e eu bem sei como eles dão o sangue, para manterem esta banda em atividade, em um país que parece não valorizar muito os seus artistas. Então, dentro desta perspectiva, venho quebrá-la, elevando este "Drink from Hell" neste portal, com uma excelente nota e uma também excelente menção.

O Thrash e o Speed Metal se aliam para gerar um material muito superior, ao já ótimo "Fight for Freedom" de 2017. Acredito que a ideia tenha sido não mexer em time que está ganhando. E a escolha não poderia ser mais do que acertada. Eu digo e reafirmo isso, porque o trio já está nessa por muito tempo, fazendo e consumindo este tipo de música por também muito tempo. Então, pra que se meter em algo que poderia ser um tiro no próprio pé?! Não faz nenhum sentido pra mim e, pelo visto, para os músicos aqui também não.

Com uma capa bem anos oitenta, uma produção que remete aos lançamentos do mesmo período e uma musicalidade que é saudosista até o talo, a EVIL SENSE agrada muito em cada detalhe deste álbum. “Bargain with the Devil” é simplesmente do caralho, e me remontou aos temos que o "Kill 'Em All" do Metallica ditava regra na cena norte-americana. Se a percepção de que estamos diante de um mero clone for a sua, devo lhe informar que és um completo idiota! Temos é que dar graças a satã, por ainda existirem bandas que bebem das fontes prolíficas do Metal, em sua fase de ouro.

Esperei muitos anos para ter em mãos outro lançamento da EVIL SENSE, e não decepcionou! Metal para bangers de verdade e que, aos posers e desavisados, poderá causar até diarreia! Altamente indicado para fãs do verdadeiro Metal, na época que era forjado com fogo, álcool e muito sangue! Hail!

quinta-feira, 15 de fevereiro de 2024

Cobertura de Show - Apocalyptica - Porto Alegre RS 16/01/24

 


Formada em 1993 em Helsinque (Finlândia), o Apocalyptica era inicialmente um tributo à música do Metallica, reproduzida por Cellos. Porém a banda foi além, e com seu estilo bem próprio de fazer música pesada, foi lapidando e explorando seu estilo, compondo músicas próprias.

A vinda do Apocalyptica em terras Gaúchas acabou sendo marcada não só pelo excelente show que entregaram, mas também, apelando para o trocadilho inevitável, por uma noite "apocalíptica" na cidade e região, que foi acometida por um intenso temporal, o qual provocou muitos danos e prejuízos, inclusive com boa parte da cidade ficando sem luz, algumas localidades por mais de 3 dias.

O lugar escolhido para o show foi o Bourbon Country, e foi uma excelente escolha. Para a abertura, também foi escalada uma banda condizente com o espetáculo, o Atomic Elephant.

Com seu som instrumental que mistura jazz, prog, psicodelia, com muito Groove, criatividade e ótimas variações, arrancou elogios e boa aceitação do público que chegou mais cedo, e teve uma boa surpresa.


Preparado o terreno, casa com muito bom público, era a hora dos finlandeses subirem ao palco. Atualmente, a formação é Eicca Toppinen, Perttu Kivilaakso e Paavo Lötjönen (o trio de violoncelistas) e Mikko Sirén (bateria).



O trabalho mais recente é “Cell-0” (2020) que, conforme Eicca Toppinen – (violoncelista e membro fundador) “representa o núcleo de tudo”, e nessa tour de divulgação desse trabalho, eles logicamente incluíram várias composições já conhecidas dos fãs.


A abertura foi com uma faixa desse último álbum, "Ashes of The Modern World", e que foi seguida pela versão de "For Whom The Bells Toll" (Metallica), que foi recebida com enorme entusiasmo.



Intercalando faixas instrumentais com outras com vocais, a cargo do vocalista mexicano Eric Canales (Allison), que está acompanhando a banda nesta tour, a banda e público não se abateram com algumas interrupções com queda da energia devido ao temporal que caiu sobre Porto Alegre. Durante as interrupções inclusive o músicos ficaram no palco, e interagiam com os fãs.



Outros destaques desta noite inesquecível sob vários aspectos, foram as versões para "Refuse Resist" (Sepultura), "Nothing Else Matters" (Metallica), e as sempre esperadas músicas autorais "Shadowmaker" e "I Don't Care". Destaque ainda para a fabulosa "Hall of The Mountain King" fechando o set.



É difícil alguém que não conheça o trabalho dos caras, acreditar na intensidade e poder da banda no palco e o peso e beleza da sonoridade produzida, e nem o temporal estragou a alegria dos presentes, que ainda tiveram a notícia, dada pela própria banda, que um novo disco vem aí e que eles querem voltar a Porto Alegre.


Cobertura e Fotos : Zé Carlos Andrade

Edição e Revisão: Carlos Garcia


Produtora: Abstratti










quarta-feira, 14 de fevereiro de 2024

Cobertura de Show: Slash Ft. Myles Kennedy & The Conspirators – 31/01/2024 – Espaço Unimed/SP


Depois de dois anos de turnês extensas, o Guns N’ Roses pretende ficar afastado dos palcos durante esse ano de 2024. Enquanto rola essa pausa, o guitarrista Slash coloca suas atenções para a sua banda solo, Slash ft. Myles Kennedy & The Conspirators, que voltou a São Paulo, depois de cinco anos, no último dia de janeiro. A tour, que promove a divulgação do último álbum lançado em 2022, “4”, também passou por Belo Horizonte, Rio de Janeiro e Porto Alegre.

Apesar da chuva que castigou a capital durante o início da tarde e começo de noite, o Espaço Unimed, situada no bairro da Barra Funda, recebeu um grande público para ver a lenda em pleno meio de semana. Bem antes da abertura dos portões, aberta pontualmente às 19hrs, os fãs – a maioria com camisetas do GNR – já se aglomeravam formando uma fila quilométrica, que se estendeu até a rua que dá acesso à Francisco Matarazzo.

Faltando cinco minutos para às 20hrs, o Velvet Chains, banda de apoio durante os shows do Brasil, fez as honras da noite. Formada em Las Vegas, o quinteto colheu uma pequena notabilidade por ter aberto apresentações de nomes pujantes como Stone Temple Pilots, The Winery Dogs, L.A. Guns e entre outros. A sua última vinda ao país, até então, tinha sido no ano passado na primeira edição do festival Summer Breeze Open Air.

O som, voltado mais para o alternativo do que para o Hard Rock, agradou a maioria do público, que já era considerável e que foi aumentando até o final da sua participação. O vocalista RA Viper, em bom português, se comunicava bastante após as músicas com frases do tipo "Fala galera" e "Vai ser do caralho". A dupla de guitarristas, formada por Von Boldt e Johnny Mayo, chamava atenção pela presença de palco e visual, principalmente Johnny, que tirando da cartola, tinha o mesmo trejeito da atração principal.

O repertório contou com os singles que estão disponíveis nas plataformas digitais com um som estridente e sem nenhuma falha. O maior destaque ficou para o cover pesado de “Suspicious Mind”, do saudoso e eterno rei do Rock Elvis Presley.

Os últimos trinta minutos para o momento mais seduzam-te da noite, que entrou pontualmente no horário, às 21hrs, deixaram todos agitados para ver os clássicos do SFM&C e as músicas novas ao vivo. Com o grande backdrop da capa do mais recente disco, a banda já entrou mandando ver com a faixa mais relevante do trabalho, “The River Is Rising”, seguida das conhecidas “Driving Rain”, “Halo” e “Too Far Gone” (trocada por “Apocalyptic Love”), que levantou o público aos poucos.

A maioria ficou mais contida e focada em ver a performance de cada membro, a euforia apareceu com tremor mesmo em “Back From Cali”, que foi carregado por um arrepiante ‘Oh, Oh, Oh’ antes de partir para o segundo verso, tendo uma alteração na letra: “And I can’t deny this place ain’t got no heart” para “And I can’t deny this São Paulo ain’t got fucking heart”. 

A trinca com“Whatever Gets You By”, “C’est La Vie” e “Actions Speak Louder Than Words” canções do último álbum e com Slash exibindo modelos de guitarras que não costuma usar ao vivo – “preparou o terreno para as antiguidades que iriam vir a seguir, são elas “Always on the Run”, do Lenny Kravitz, e “Don’t Damn Me”, única do GNR no set. As duas teve os vocais do baixista canadense Todd [KERNS], que as cantou com total eminencia e com uma excelente performance dos demais. Mas a que mais animou mesmo dentre elas foi a pesada “Speed Parade”, presente no segundo álbum do Slash’s Snakepit, “Ain’t Life Grand” (2000). E vale a pena, principalmente a molecada mais nova, ouvir os dois álbuns desse projeto, que é muito pouco lembrado.


A banda, mais uma vez, não deixou a desejar em nada! Seja dentro ou fora dela, eles continuam cada vez mais plenos do que fazem, principalmente o vocalista Myles Kennedy, que mais uma vez cativou todo mundo com sua voz e carisma. (N.T.: há menos de três meses, Myles esteve no mesmo palco se apresentando com sua outra banda, Alter Bridge). Das poucas vezes em que se comunicou foi para agradecer a presença de todos, da Velvet Chains e perguntando quem gostou do “4”.

A cozinha formada pelo citado Todd e o baterista Brent Fitz, que fez o show todo com a camiseta da Seleção Brasileira, mostrou mais uma vez sua eficiência. Todd foi o que mais se inflamou durante a exibição de duas horas ao lado do seu patrão. E por falar nele, ano após ano ele continua conquistando novos fãs: a cada riff, solos e até os tradicionais movimentos – entre eles o giro de 360º graus e andamento com o joelho esquerdo dobrado igual que o Chuck Berry fazia – era motivo para que as câmeras dos celulares fossem apontadas a ele para registrar cada detalhe. O guitarrista Frank Sidoris, responsável por comandar as bases, completa este time incrível.

O restante do set foi ocupado por clássicos e mais clássicos. A climática “Starlight” proporcionou outra calorosa (e impressionante) entoação dos espectadores que chegou a ecoar o Espaço Unimed; a swingada “Wicked Stone” reservou um momento só para o Slash mandando um solo matador de cinco minutos; “Doctor Alibi” contou novamente com a voz de Todd (fazendo as linhas do saudoso Lemmy Kilmister) e Slash cantando timidamente o refrão, enquanto “You’re a Lie” e “World on Fire” (com mais um solo estendido e o Myles apresentando a banda enquanto os músicos tocavam) incendiou o quase final de noite antes de entrar o bis. Antes delas ainda executaram mais duas do “4”, “April Fool” e a balada “Fill My Word”, que para mim, é a melhor do mais recente álbum.

Com o final batendo na porta, a banda voltou ao palco para revisitar o maior hit do Elton John com “Rocket Man (I Think It’s Going to Be a Long, Long Time)”. As lanternas dos celulares e o som da guitarra havaiana, comandada por Slash, claro, deram brilho aos minutos finais. Na ocasião, Brent comandou o piano digital, passando as baquetas para o seu técnico de bateria; “Anastasia” encerrou o show de forma perfeita, antecedida por rápidas palavras e um breve solo de triangulo do Myles. De forma bem-humorada, Slash esticou bem os dedos para introduzir as melodias iniciais dela.

Depois de um dia que começou com sol e muita água caindo do céu, nada do que ser recompensado com um show sensacional de uma das maiores personificações da guitarra e do Rock em geral. Apesar da demora em retornarem – já que a extensa agenda de shows do GNR o impede de se concentrar mais na sua banda solo – sempre vale a pena esperar.   


Texto: Gabriel Arruda

Fotos: Jéssica Marinho para o Wikimetal

 

Realização: 30ebr

Mídia Press: Trovoa Comunicação

 

Slash Ft. Myles Kennedy & The Conspirators

The River Is Rising

Driving Rain

Halo

Too Far Gone

Back From Cali

Whatever Gets You By

C’est la vie

Actions Speak Louder Than Words

Always on the Run (Lenny Kravitz cover)

Bent to Fly

Sugar Cane

Spirit Love

Speed Parade (Slash’s Snakepit cover)

We Will Roam

Don’t Damn Me (Guns N’ Roses cover)

Starlight

Wicked Stone

April Fool

Fill My World

Doctor Alibi

You’re a Lie

World on Fire

***Encore***

Rocket Man (I Think It’s Going to Be a Long, Long Time)

Anastasia

segunda-feira, 5 de fevereiro de 2024

Resenha: Quantum Noctem - Utopia

 

Por Denis A. Lacerda

Nota: 08.5/10.0

Com uma arte de capa avassaladora e músicas complexas, a QUANTUM NOCTEM abre as portas do seu mundo fantasioso, para a nossa equipe da Road to Metal. "Utopia" é um álbum lindo, repleto de momentos que provocam catarse, algo muito difícil nos dias de hoje! Eu sinceramente amei cada momento, cada passagem, cada detalhe neste material. Apenas o fator "digital" prejudicou minha experiência, porque eu acredito que um CD ajudaria muito na sua apreciação.

A própria banda produziu o trabalho e deve ter sido por isso que ele soa tão diferente do que temos por aí. "Utopia" tem uma sonoridade bem particular, mesmo, e pode até causar estranheza em alguns. Eu mesmo demorei um pouco para entender algumas escolhas aqui, principalmente por deixarem as cordas mais agudas, abrindo mão de maior peso, consequentemente. 

Mas quando você entende e procura assimilar tais escolhas, tudo se torna mais fácil e a aceitação das composições acaba por acontecer meio que de forma espontânea. A faixa título foi a que mais demorei para digerir, mas quando percebi o nível de detalhes contido nela, acabou por se tornar a minha preferida dentre todas.

As linhas de voz ajudam muito para deixar tudo mais "torto", complexo! Contudo, acredito que foi parte fundamental para que "Utopia" se destaque, não apenas no Brasil, como também no exterior. Não sei ao certo como tem sido a sua recepção, por parte dos fãs, porque ele não é um disco fácil, de verdade! 

O meu medo é que ele seja incompreendido, diante dessa turma que ouve música mexendo nas redes sociais ao mesmo tempo. Torço por eles! Que se mantenham firmes e nos entregando músicas tão peculiares quanto estas aqui.

Resenha: Bruthus - Comigo Não

 

Por Denis A. Lacerda

Nota: 08.5/10.0

Sem ter certeza do que iria encontrar neste "Comigo Não", da banda carioca BRUTHUS, resolvi cair de cabeça sem medo e, principalmente, sem me preocupar com o seu conteúdo. Queria escutar o material sem amarras, sem expectativas e também sem pré- julgamentos, que poderiam ser infundados, e caírem por terra da maneira mais leviana possível. Após o meu primeiro contato, percebi que este caminho que resolvi seguir, foi de fato o mais acertado.

O BRUTHUS abraça uma junção que foi muito comum na metade nos anos 2010, que nada mais é que a estrutura e elementos Thrash, com afinação baixa e groove, extraídos do Modern Metal. Com letras em português, fica difícil, depois desta salada toda, dissociá-los do que o Matanza Ritual vem fazendo desde os primórdios! Até aquele jeitão despojado está presente aqui em cada uma das faixas, o que pode ser um chamariz para uma fan base que tem muito adeptos no Brasil. Tantos, que arrisco a dizer que rompem até a bolha do underground, partindo para algo de maior gosto popular. "Fumada", "Sem Noção", "Dança" e "Desabafo" são ótimos exemplos q de que, com um pouco mais de perseverança, da até pra chegarem na programação de melhor horário da KISS FM! Por que não?! Aliás, o BRUTHUS é até muito melhor do que aqueles enlatados, que bebem de fontes como Detonautas e NX Zero.

Com uma produção digna, músicas divertidas e, ao mesmo tempo, extremamente pesadas, a BRUTHUS aposta em altas doses de bom humor para ganhar os seus novos fãs. Sei que pode parecer uma estratégia já batida, que teve o seu auge com os Mamonas Assassinas, mas eu sinceramente acho que aqui pode vir a funcionar, por conseguirem mesclar com o Metal. Interessante...

domingo, 4 de fevereiro de 2024

Setlists Summer Breeze Brasil - 24 - Parte 01

Por: Renato Sanson



Sabemos da correira do dia a dia dos tempos atuais e devido a isso, resolvemos trazer aqui os possíveis setlists dos shows da aguardada 2ª edição do festival SUMMER BREEZE BRASIL! E você confere a primeira parte deste especial agora mesmo! Podendo salvar e ouvir os sets das suas bandas preferidas \\m// Stay On The Road!


sexta-feira, 2 de fevereiro de 2024

Cobertura de Show: Edu Falaschi – 27/01/2024 – Tokio Marine Hall/SP


A sombra do sucesso vem sendo o melhor amigo do Edu Falaschi. A sua carreira, com a proposta de revisitar os clássicos de sua fase com o Angra, rendeu não só shows com ingressos esgotados, mas também dois grandes álbuns (“Vera Cruz” e o novato “Eldorado”) e dois DVDs (“Temple Of Shadows In Concert” e o “Vera Cruz – Live In São Paulo”) marcados na história do Heavy Metal nacional.

Quem já teve a experiência de assisti-lo ao vivo nos últimos 2/3 anos sabe que os shows vão muito mais além do que a própria música. O vocalista, que não se contenta com o simples, traz uma produção visual que nenhum artista/banda do gênero jamais fez aqui no Brasil, e não foi diferente no último dia 27 de janeiro, que proporcionou mais um mega espetáculo que ficou marcado pela nostalgia, participações especiais e gravação de vídeo clip.

A abertura dos portões, prevista para abrir às 20hrs, teve um pequeno atraso de cinco minutos. O setor que teve maior recepção foi a pista premium, que teve os ingressos esgotados faltando poucas semanas para o show. A pista comum, que tinha poucos ingressos disponíveis, também recebeu uma ótima quantidade de pessoas.

Não bastou somente a presença massiva do público (a maioria vindo de longe) como também de grandes ícones do Rock e Metal nacional, entre eles Guilherme Isnardi, vocalista de uma das bandas que fez muito sucesso nos anos 80, Zero, e de Guilherme Hirose e Bill Hudson, ambos vocalista e guitarrista da NorthTale, e do Victor Emeka, atual voz do Hibria.

Assim como nas últimas vezes, Edu e seu staff não colocaram banda de abertura. Porém, no lobby da casa, a Santíssima Trindade, conhecida por tocar nos principais bares de São Paulo, aqueceu o público com os clássicos do Black Sabbath, Deep Purple, Led Zeppelin e de projetos que vieram dessas bandas, como Rainbow, Whitesnake e Dio. 

A banda tem como vocalista o respeitado Nando Fernandes (Sinistra), que recebeu muitos elogios pelo seu timbre impressionante – a formação é completada por Fernando Piu (guitarra, Virus), Fabio Guedes (baixo) e Ivan Scartezini (bateria).

Edu e banda entraram no palco, às 22h05, a todo vapor com “Live And Learn”, do EP “Hunters And Prey (2002), que foi antecedido pelos gritos de “Edu, Edu, Edu”. Logo de começo demos de cara com duas mudanças, a primeira do Victor Franco, que cobriu a ausência do Roberto Barros no seu primeiro “grande show” da carreira. Com apenas 23 anos, o ainda moleque (ovacionado em vários momentos) tirou de letra as linhas do Kiko Loureiro e do Roberto em apenas 20 dias.

Em vídeo exibido no telão da casa, Barros falou que um pequeno furúnculo surgiu no seu joelho na virada do ano, que acabou causando uma infecção séria. O guitarrista, que está internado desde o dia 2, começou o tratamento de recuperação faltando uma semana para o show, o que descartou qualquer possibilidade de ele estar presente. Mas, felizmente, o pior já passou e vamos torcer para que ele se recupere logo.

A segunda baixa foi da cantora Raissa Ramos, que anunciou seu desligamento da função de backing-vocal faltando poucos dias para a apresentação por motivos, segundo ela, pessoais. 

Juliana Rossi, que fez participação no ShamAngra há pouco tempo, foi recrutada para unir forças ao lado do gênio Fabio Caldeira, do Maestrick. De resto é a mesma formação de sempre com os lendários Aquiles Priester (bateria), Fabio Laguna (teclados) e os já veteranos Diogo Mafra (guitarra) e o Raphael Dafras (baixo), que sempre dispensam comentários.

O repertório focou mais nas músicas dos álbuns “Rebirth” (2001), “Temple Of Shadows” (2004) e intercalando com algumas de sua carreira solo, principalmente do mais recente disco, “Eldorado”. “Acid Rain”, “Waiting Silence”, “Millennium Sun”, “The Temple Of Hate” e entre outras perolas do passado deixaram os fãs enleios, como sempre.

A primeira do “Eldorado” foi “Sacrifice”. Nela o Edu deixou todos à vontade para cantar (com muita força) o refrão que dá título à música; “Land Ahoy”, a única do “Vera Cruz” e um dos ‘high-light’ do álbum, teve como destaque a participação do renomado violinista Fábio Lima e dos jatos de faísca e de fumaça que eram ejetados na parte frontal do palco durante o épico refrão.

O palco teve os mesmos elementos da turnê passada, com os dois soldados de seis metros e meio de altura, dois canhões em volta da bateria e outros itens que faz referência a uma caravela, mas as ilustrações referentes ao álbum mais recente, que retrata sobre o México antigo, surgiram na rápida “Tenochtitlán” com uma estátua asteca se inflamando atrás do Aquiles, lembrando muito ao que a Donzela faz quando o Eddie aparece na música Iron Maiden.

Antes de mandar mais duas do “Eldorado”, Edu pediu, como de costume, para ascender a lanterna dos celulares em “Bleeding Heart”, que virou hit nacional graças a releitura do Calcinha Preta (em português) e da saudosa Marilia Mendonça. Há pouco tempo, ele cantou ela para trinta mil pessoas na gravação do novo DVD da banda de forró cearense.

Em “Señores Del Mar (Wield the Sword)” contou novamente com a presença do Fabio Lima, que a introduziu da mesma forma como está no disco. O público fez muito bem em puxar ‘Oh, Oh, Oh’ após os versos cantados em espanhol. A intenção, desde que foi feito o anuncio, era ter a participação do José Andrëa, do Mägo de Oz, nessa parte. Mas, infelizmente, ele anunciou que também não poderia estar presente na véspera do show em suas redes sociais.

A tão aguardada gravação do vídeo clip, conforme mencionado no começo, veio na “Eldorado”, tocada pela primeira vez ao vivo.  E para o futuro material ficar bonito, Edu, junto com o Aquiles, pediu para que todos aplaudissem durante as batidas que introduz a melhor música da carreira solo do Edu. O gesto, rapidamente atendido, remeteu a icônica “We Will Rock You”, do Queen.

A participação mais aguardada da noite apareceu em “Heroes Of Sand” com o Roy Khan, ex-vocalista do Kamelot, que a cantou perfeitamente bem. Edu não poupou elogios ao cantor, que declarou ser uma de suas influencias nos drives. 

E ele, claro, não poderia deixar de cantar uma música da banda que popularizou seu nome para o mundo, e a escolhida foi a clássica “Center of the Universe”, a qual não cantava desde que se desligou da banda há quatorze anos. Antes dela teve uma palinha de “Cry” para galera sentir como serão os shows do Conception, que estará aqui no Brasil na primeira semana de março.

As derradeiras ficaram por conta das tradicionais “Spread Your Fire”, “Rebirth” e “Nova Era”. Mas não acabou por ai! Alguns, como este que escreve, acabou se retirando do local após a trinca. Quem ficou por mais alguns minutinhos teve a oportunidade de ver um medley acústico entre Fabio e o Edu com “Wish You Were Here” (Pink Floyd) e “Pegasus Fantasy” (Os Cavaleiros do Zodíaco).

Mais uma noite e mais um show histórico em que os fãs e o próprio Edu não vão esquecer nem tão cedo e alimentando a expectativa para a próxima turnê, onde o vocalista irá “voltar no tempo”. Vamos aguardar pelas novidades, que promete surpreender todos.


Texto: Gabriel Arruda

Fotos: Caike Scheffer

 

Produção/Realização: Agência Artística

Assessoria de Imprensa: TRM Press

 

Edu Falaschi

Live and Learn

Acid Rain

Waiting Silence

Sacrifice

Millennium Sun

Land Ahoy

The Temple of Hate

Tenochtitlán

Bleeding Heart

Señores Del Mar (Wield The Sword)

Eldorado

Heroes of Sand (feat. Roy Khan)

Cry / Center of the Universe (feat. Roy Khan)

Spread Your Fire

Rebirth

Nova Era

***Encore***

Wish You Were Here (by Pink Floyd)

Pegasus Fantasy (by Cavaleiros do Zodíaco)