segunda-feira, 29 de dezembro de 2014

Tellus Terror: Jornada Sonora Sem Amarras



Partindo da concepção de que todos os estilos e sub-divisões do Rock e Metal são um só, que devemos juntar forças, o Tellus Terror (Tellus, é terra em latim) trabalhou sua sonoridade transitando por todas as nuances que compõem a "música pesada", e apresenta em "Ez Life DV8" (leia-se "Easy Life Deviate") o seu Mixed Metal Styles.

Um trabalho que surpreende desde a bela e bem cuidada concepção gráfica, um bem elaborado conceito lírico, onde tratam sobre o complexo tema de como a vida na terra começou, como a terra tomou forma, a adaptação do ser humano no planeta, enfim também, o quão pouco ainda sabemos, e, a parte sonora, que também, numa primeira audição pode não ser digerida de imediato, mas já vai ser notada a qualidade da produção e execução. 


Pesado, complexo, climático, extremo...melodioso. O Tellus vai de um extremo ao outro, alternando vocais rasgados, guturais, limpos, momentos cadenciados, rápidos e "meio tempo", em variações que passeiam pelo Black Metal Sinfônico, Thrash, Death, Hardcore....bom....Mixed Metal Styles.

Recomendo audições atentas, são muitos detalhes, e o álbum vai "viciando", levando o ouvinte numa verdadeira jornada sonora, e em meio a tantas bandas que querem apresentar um som "original", "moderno" ou "atual", com músicas que soam iguais umas às outras, soam clones de outras bandas, poucas acertam, e nada trazem de novidade, simplesmente soando "plásticas", felizmente, temos grupos como o Tellus Terror, uma dessas exceções, entrando no rol das poucas que acertam a mão, sendo uma das que realmente empolgam, pois não basta uma capa bem feita e uma produção cara e sonoridade "estourando", se a música apresentada não faz o sangue ferver.

Para citar destaques, vou de "Terraformer", "3rd Rock From the Sun" e "I.C.U. in Hell", que acredito, representam bem o MMS do Tellus Terror, apesar de que tudo soa melhor se degustado como um todo.


Abaixo, reproduzo as palavras do letrista e vocalista Felipe Borges, sobre o conceito do álbum:

“EZ Life DV8 (Lê-se – Easy Life Deviate), conta um pouco sobre como nossa vida começou, como tudo começou a ser formado (de acordo com o que nossa espécie conhece atualmente), sobre como Tellus (Tellus significa Planeta Terra em Latim), tomou forma, sobre o posicionamento do nosso planeta em nossa galáxia, falando um pouco também sobre fenômenos naturais, a adaptação do ser Humano na Terra, e de como somos capazes de gerar grandes conflitos por poder, em que na verdade onde nós vivemos é o verdadeiro inferno, refletindo sobre como seria o nosso definitivo Panorama do Fim dos Tempos, e finalmente a conclusão de que nós não sabemos nada, e que tudo que possamos imaginar sobre o fim do mundo ou a continuação da nossa espécie é um Erro.”


Texto/Edição: Carlos Garcia
Fotos/Vídeos: Divulgação

Ficha Técnica:
Banda: Tellus Terror
Álbum: "Ez Life DV8"
País: Brasil
Estilo: Mixed Metal Styles
Mixagem e Masterização: Fredrik Nordström
Produção: Felipe Borges, Tellus Terror e Fernando Campos
Assessoria: Metal Media


Line-Up:
Felipe Borges: Vocais
Alvaro Faria: Guitarras
Wederson Félix: Guitarras
Arthur Chebec: Baixo
Ramon Montenegro: Teclados e sintetizadores
Rafael Lobato: Bateria e percussão
Convidada especial: Larissa Frade - Vocais femininos

Track List:
Stardust
Terraformer
3rd Rock From the Sun
Bloody Vision
Equinox
Civil Carnage
I.C.U. (International Chaos United)
Brain Technology Pt. 1 (This is where its starts)
EndTime Panorama
Error

Canais Oficiais da Banda:
Site Oficial
Facebook
Reverbnation





sexta-feira, 26 de dezembro de 2014

Cobertura de Show: Matanza Fest - Estilos Diferentes, Mesma Paixão Pelo Metal (13/12/14, Pepsi On Stage)


No dia 13/12, o Pepsi On Stage foi o palco de mais uma edição do já tradicional Matanza Fest na cidade de Porto Alegre. Com um cast totalmente pesado, a festa esse ano contou com as bandas FINALLY DOOMSDAY (RS), BRUJERIA (USA), BIOHAZARD (USA) e os anfitriões e donos da festa, MATANZA!

Pontualmente ás 20h30min, conforme o cronograma, o Grindcore da FINALLY DOOMSDAY sobe ao palco pra dar inicio aos trabalhos. E a banda está cada vez melhor! Mais entrosada e tocando com sangue “no zóio”, a banda formada por Sebastian Carsin (guitarra e vocal), Rafael Giovanolli (guitarra), Felipe Nienow (baixo) e Márcio Jameson Kerber (bateria), trouxe toda garra e fúria do Grindcore pra uma galera que já preenchia um bom espaço do local.


Após a introdução, Rise Again, seguida de Raven’s Circle mostrou que a banda não está pra brincadeira e que, já passou da hora de um full lenght! Kamikaze Attack e na seqüência, a “desgraceira” Subhumans Conditions continuaram o ataque sonoro. Os já tradicionais covers do Ratos de Porão, Vida Animal, e Napalm Death, From Enslavement to Obliteration (nem parece que essa porrada já tem mais de 25 anos) antecederam a saidera e  já clássica Post Nuclear Armaggedom. Grande de show de uma grande banda! O Heavy Metal do RS vai muito bem, obrigado!


Após um intervalo relativamente curto, eis que um dos shows mais aguardados do festival se iniciava: BRUJERIA! E que grande show! A banda, sempre cercada de polêmicas trouxe pro Matanza Fest um set recheado de clássicos. Contando com Hongo Jr. (Nicholas Barker, - Cradle of Filth, Dimmu Borgir, Lock Up, entre outros) na bateria,  El Cynico (Jeff Walker - Carcass) no baixo, AA Kuerno na guitarra ( segundo informações que obtive, ele trabalha como técnico de som do Carcass e tem uma banda juntamente com Shane Embury, que atende por Hongo e é o guitarrista “titular” do grupo), El Sangron, que divide os vocais com o líder Juan Brujo, o grupo, em uma hora e cinco minutos, despejou toda a “fuerza” da súa música.

Falando em espanhol durante quase todo o tempo (exceção feita a alguns “motherfucker”, “fuck”) porradas como El Desmadre, No Aceptan Imitaciones, Marcha de Ódio, La Migra, Cuiden a los Niños e Brujerizmo fizeram com que rodas se abrissem no meio do público.

Um dos destaques do show, além é claro das performances sempre destruidoras de Nicholas Barker e Jeff Walker, foi o guitarrista AA Kuerno. Muito bem “mezclado” ao grupo, o músico substituiu o grande Shane Embury a altura. “Saludos!”, Juan Brujo e El Sangron mandavam a todo instante, enquanto mais e mais clássicos nos eram oferecidos.

         
Consejos Narcos e La Ley de Plomo também foram muito bem recebidas, assim como Matando Gueros, talvez a mais esperada, e oriunda do homônimo álbum, lançado em 1993, provou que, muitos que ali estavam, era por causa do grupo. Ao término, enquanto os músicos deixavam o palco, Juan Brujo interagiu com a galera ao som de Marijuana. Sim, uma versão politicamente incorreta da medonha Macarena. E teve banger fazendo aquela conhecida coreografia... Sem dúvida, um grande show!


Mais um intervalo, e era a hora da lenda do Hardcore nova-iorquino. O BIOHAZARD estava de volta á capital gaúcha! Sem muita conversa, Billy Graziadei (vocal e guitarra), Scott Roberts (baixo e vocal), Bobby Hambel (guitarra) e Danny Schuler (bateria) entram no palco detonando aquela mistura de Hardcore, Metal e porque não dizer, de Rap, como só eles sabem fazer! Dona de uma performance simplesmente destruidora, a banda mostra a que veio detonando clássicos como Shades of Grey, Urban Discipline e Wrong Side of the Tracks, na qual, Billy, literalmente, vai pra galera! O guitarrista desce do palco, pula a grade e fica de pé, sendo segurando pelo público, tocando e agitando como se estivesse no palco! Simplesmente matador!

Scott Roberts, que substituiu Evan Seinfeld também não fica atrás. Sem parar um minuto e também cantando de forma correta, o baixista provou que sua escolha foi acertada. E tome mais Hardcore! Tales From the Hard Side e Victory também se destacaram. O batera Danny Schuler tem uma pegada bem característica ao Hardcore, pois além da velocidade, tem a “mão pesada”, e com isso, consegue deixar essa mistura bem homogênea.


Mas o grande destaque da banda é Bobby Hambel! Na boa, o cara entra ligado em 220 volts e sai em 380!!!! Seja pesando a mão no riffs, dando aqueles pulos tão comuns ao estilo Biohazard, ou mesmo com aqueles giros enquanto toca, o guitarrista é o grande destaque da banda. Não que Billy Graziadei fique muito atrás (afinal, na maior parte do tempo, o guitarrista se comunicava em um “bom” português com a galera), mas essa dupla, com certeza é uma das melhores do mundo, no estilo, ao vivo.


Punishment não poderia faltar e leva Billy novamente ao meio do público. Com um show que durou cerca de uma hora, o Biohazard fez, na minha opinião, o melhor show da noite! Uma grande banda que precisa voltar a Porto Alegre para um novo show!
         
E era chegada a hora dos donos da festa! Passava da meia noite quando o MATANZA entrou no palco com seu Countrycore! E os anfitriões não deixaram por menos! Jimmy London (vocal), Mauricio Nogueira (guitarra), China (baixo) e Jonas (bateria) já chegaram com a galera na mão, sendo que um dos grandes destaques do show seria a execução na íntegra do álbum Santa Madre Cassino com a participação do ex-guitarrista Donida.


O grupo tocou vários de seus clássicos, como O Último Bar, Remédios Demais, Pé na Porta, Soco na Cara, Odiosa Natureza Humana, Não Gosto de Ninguém, Maldito Hippie Sujo... Um dos grandes destaques da banda é o guitarrista Mauricio Nogueira. Tendo tocado com nomes como Krisiun e Torture Squad, ele imprime ao som do Matanza um peso, mesmo a banda tendo apenas uma guitarra ao vivo. Algo que irá mudar, conforme anunciado logo mais...

Com a palavra, Jimmy volta e meia tecia seus comentários. Em um dos tantos irônicos, ele agradeceu a todas as bandas que estavam participando do festival, elogiando a performance de cada uma. E no final disse: e depois de tanta banda foda, agora vocês tem que aturar a merda do Matanza... Precisa dizer que tomou uma vaia sem tamanho????

Mais algumas músicas e então Jimmy chama ao palco DonidaMaestro Vareta” pra executar o álbum de estréia da banda. E as músicas ficaram bem melhor! Com duas guitarras, houve um acréscimo de peso e sons como Ela Roubou Meu caminhão, Eu Não Bebo Mais, E Tudo Vai Ficar Pior, As Melhores Putas do Alabama e Santa Madre Cassino ficaram muito mais encorpados!


Ao término, Jimmy revela que a banda está em estúdio e que devemos ter um novo trabalho do grupo no próximo ano. E que a partir de agora, Donida estava de volta à banda! E como amostra do que vem por aí, tocam Matadouro 18, música que fará parte do disco a ser lançado! Uma música que revela que essa nova dupla, tem muito a acrescentar ao som do Matanza! Após mais algumas músicas, o show chegou ao seu final.

Chegava ao fim, mais um Matanza Fest! Quatro grandes bandas que fizeram grandes shows. Que em 2015, tenhamos mais uma edição aqui no RS!


Cobertura por: Sergiomar Menezes
Fotos: Uillian Vargas
Edição/revisão: Renato Sanson


          

terça-feira, 23 de dezembro de 2014

2014, Uma Retrospectiva, Pela Visão dos Redatores do Road - Parte I (Fernanda Vidotto)

2014, O Ano das Máscaras Caírem.



Em suma, o ser humano no geral tem como regra “natural” o amadurecimento. Impreterivelmente ao término de cada ciclo percorrido, nos voltamos para uma retrospectiva sobre os acontecimentos internos e externos que ocorreram. E não seria diferente dentro da música pesada.

Creio que o ano de 2014, assim como  escancarado pelo título, foi o ano das máscaras caírem, o que é positivo e negativo.

Positivo, pois podemos ver realmente a sujeira e consertamos até mesmo nossas próprias faltas. (Lembre se sempre : Ao apontar um dedo na "ferida de alguém", esteja ciente de que não tem a mesma falha.)

E negativo:  Nunca vi tanta ignorância, preconceito, xenofobia, e mais alguns déspotas desfilando dentro e fora das redes sociais e eventos suas “verdades absurdas e ABSOLUTAS”.

Nunca senti tanto o peso da letra de “Metal Desunido” nas minhas costas moídas.
Estamos entrando em colapso.


Grandes ícones da música pesada nacional distribuindo farpas por NENHUMA RAZÃO, ofendendo as pessoas por simples “DISCORDÂNCIA” Política.

Ódio gratuito contra regiões, misoginia, racismo.
Não que tenhamos que ser “a família feliz”, afinal todos temos nossas restrições e coisas que não agradam (Seria utópico dizer que se GOSTA DE TUDO), porém esse ano passou dos limites aceitáveis.

Senti repulsa, vergonha de ser headbanger ao lado desse antro de podridão.
Onde não existe respeito mútuo, ali haverá caos. E não meu amigo, o caos e sua teoria só se fez boa ao Lendário Dissection (R.I.P Jon – MESTRE) e nada mais.

Quem fala o que quer, infelizmente pode ouvir o que não quer. Não é na base do quanto  pior, melhor. Não é na base do puxa saquismo, nem de puxar o tapete dos outros que a coisa funciona.

Em uma guerra TODOS PERDEM.

Outro fator à ser citado foi a picaretagem e falta de compromisso dos rip offs, vulgo “promotores” e “produtores”, que deixaram a imagem do Brasil manchada. E não é no “VAMO QUE VAMO” que a coisa funciona. Não é empurrando com a barriga até ver aonde chegará, não é falando uma coisa e vivenciando outra. O que você faz atinge uma pessoa, e o que você se propõe à fazer (e não faz com o mínimo de senso atinge, dez, vinte outras).


E eu quero esquecer o fracasso da espera de mais de uma década para assistir ao Carcass e ao Venom. Em contrapartida, vi o fortalecimento de várias bandas que realmente estão batalhando e acrescentando e muito ao mundo "metal".

Quero "não esquecer”, alertar que ninguém é cego e todos nós vemos quem luta do nosso lado e quem, ao contrário, faz ameaças contra as bandas e tenta calar a realidade. O grito das pessoas afetadas é maior do que o silêncio comprado de alguns. Pode se enganar todos por algum tempo mas não todos por todo o tempo do mundo. E mais, mentir para si mesmo é pior do que mentir para todos.

Devemos ter a responsabilidade de procurarmos a realidade, com frieza e discernir sempre o que realmente é legítimo do que é um jogo de interesses de uma minoria, que só quer ver o circo pegar fogo. Minoria essa, que depois de “pintar e bordar” some com a mesma rapidez que surgiu.

Sinto extrema falta dos  tempos das cartas, aonde podíamos criar vínculos um com o outro, sinto falta daquela amistosa demora para recebermos uma fita k7, que era muitas vezes regravada e passada aos diversos amigos e amigas que tivessem interesse em conhecer o material, e sem um questionamento. Se você tinha interesse, era bem-vindo.



Acho que devemos nos voltar nesse ano que termina às nossas raízes, ao tempo que não existia tanta necessidade de uma ostentação exacerbada.
Devemos voltar sim ao tempo que éramos mais "SER" e não "TER".
Devemos voltar a SER mais coração, a TER mais irmandade dentro do Metal e fora dele (Ou seja, respeito).

Não sei em qual região, ou mesmo país você estará lendo esse texto agora, eu não sei o que você está passando no momento, mas se você acredita que o Metal é algo que nos torna pessoas mais conscientes, iconoclastas e anti dogmas, mediante ao mundo a cada dia mais alienado... você é meu irmão, você é minha irmã.

Que o Metal seja mais do que música, que ele seja a nossa vida, nossa ideologia, fonte inesgotável de força.  E que com isso brindemos ao próximo ano.

Saúdo à todos os meus irmãos e irmãs do Metal!



Agradecimentos especiais:

À Equipe Road to Metal, por ser a primeira "casa" que me abriu portas, e acreditou no meu potencial.
Aos integrantes e amigos e suas respectivas hordas, bandas, produtoras, selos, zines e webzines do grupo“Laudo Extreme Bullying”
Aos integrantes e amigos da Page “Female Metalheads United “
Aos assessores, zines, revistas, rádios, e bandas que tenho contato dentro e fora do Brasil.
Aos amigos e amigas que me ensinam tanto dentro do Metal e fora.
A todos que passaram por minha vida, e independente dos motivos por não estarem mais presentes, sabem a importância que tiveram.
E aos meus familiares, em especial à minha amada avó. (R.I.P)


"Quem deixar de ser, NUNCA foi. A essência é algo que transpassa o tempo." - Nanda



Texto: Fernanda Vidotto
Revisão: Caco Garcia
Edição: Caco/Nanda

segunda-feira, 22 de dezembro de 2014

Cobertura de Show - Krisiun, Carniça, Malévola e Syphilitic Abortion Juntos em Novo Hamburgo/RS (Rock And Roll Sinuca Bar 3, 12/12/14)


Um pouco mais de quinze anos se passaram desde a primeira passagem do Krisiun por Novo Hamburgo/RS, sendo que a quinze anos atrás a banda estaria conquistando seu nome entre os grandes, e passado esse tempo retornam como um dos grandes nomes do Death Metal mundial.

O local escolhido para destruição foi o Rock And Roll Sinuca Bar 3, até então desconhecido pelo público das redondezas (Porto Alegre, Canoas e etc), mas que se demonstrou uma grata surpresa e uma ótima opção para shows undergrounds.

Para completar esta festa em mais um sábado quente no Sul (12/12) as bandas Carniça, Malévola e Syphilitic Abortion se encarregariam da abertura, abrindo de vez os portais do inferno.


Começando a destruição a primeira banda a subir ao palco foi os veteranos da Malévola, que retornam a cena depois de quinze anos inativos. Sendo aquele o primeiro show oficial desde o retorno, porém o que vimos foi uma banda muito bem entrosada e disposta a causar muito headbanging.

Seu som é calcado num Thrash/Crossover no melhor estilo norte-americano, empolgante, visceral e enérgico, com composições curtas, mas na medida certa que agradaram em cheio o público que ainda chegava ao local.


Seguindo o baile era hora dos pútridos do Syphilitic Abortion entrarem em cena com seu Goregrind de extrema violência. Letras românticas e canções progressivas, além de um vocal lírico belíssimo. Brincadeiras a parte a banda mais parecia um rolo compressor sonoro, onde gerou as primeiras rodas da noite, para um público que já tomava boa parte da casa.


Passados da meia noite o Carniça toma seu lugar ao palco e quebra pescoços com seu Thrash/Death Metal de primeira, onde continuam a divulgação de seu mais recente disco “Nations of Few”. A banda destilou sons de todos os seus discos, e encerrou aquela apresentação emblemática com “Midnight Queen” do Sarcofago, levando o público ao êxtase, e mostrando que sim, temos uma das melhores bandas de Thrash/Death do país.

Após uma rápida troca de palco era hora da lenda do Death Metal nacional entrar em cena e deixar os bangers ensandecidos, agora com a casa totalmente tomada pelos deathbangers, o Krisiun fez um show competentíssimo, seja pela individualidade musical de cada um ou pelo conjunto, que esbanjam simpatia, humildade e muito amor ao Metal.


Seguindo a tour de divulgação do aclamado “The Great Execution” o Krisiun mesclou seu set com clássicos e sons mais novos (sendo que muitos também se tornaram clássicos), do disco mais recente tivemos “The Will To Potency” e “Blood Of Lions”, já dos clássicos mais antigos “Vengeance's Revelation” e “Descending Abomination”.

Também figuraram em seu set vasto clássicos atuais como “Combustion Inferno” e “Bloodcraft”. O Krisiun também nos brindou com a excelente versão de “Black Metal” do Venom, assim como a matadora e indispensável “Black Force Domain”.


Uma verdadeira aula de Metal Extremo seja na parte musical ou pessoal, pois Alex, Moyses e Max são a prova viva que se pode ganhar o mundo sem deixar de ser underground.

Fica os parabéns a Ablaze Productions pela produção e organização, e claro pela bela escolha do local. E que venham muitos outros!


Cobertura por: Renato Sanson
Fotos: Felipe Pacheco



  

sexta-feira, 19 de dezembro de 2014

Machine Head: Evolução Constante!


Desde The Blackening (2007), o Machine Head vem mantendo um nível de qualidade excelente em seus trabalhos. Claro que, se olharmos pros primórdios da banda, Burn My Eyes (1994) foi uma estréia em grande estilo, seguido pelo bom The More Things Change (1997). Mas depois disso, parecia que a banda havia perdido o rumo. Troca de integrantes, inovações na parte musical, trouxeram desconfiança aos fãs.
               
Em The Blackening, o grupo voltou à boa forma e na seqüência, mais um trabalho excepcional, Unto the Locust (2011). E a questão que ficou na mente dos fãs, foi: Teria como a banda melhorar ainda mais? Resposta: Bloodstone & Diamonds! Um álbum que mantém a genialidade da banda no ápice.


Um Metal denso, pesado, e por que não dizer, inteligente. Assim pode ser descrito o oitavo álbum de estúdio do grupo. Abrindo com a magistral "Now We Die", cujo clipe teve partes censuradas, a banda mantém aquela pegada carregada por um riff pesado e com refrão no melhor estilo Machine Head. Vale um registro para a técnica do baterista Dave Mclain. Nem sempre lembrado, o músico é um dos grandes bateristas da atualidade. "Killers & Kings" é dona de um forte refrão e traz todas as características do Thrash vigoroso e moderno praticado pela banda; Com belos riffs, "Ghosts Will Haunt My Bones" mantém o alto nível do trabalho. Destaque para o vocal de Robb Flynn.

Em um álbum bastante homogêneo fica complicado citar destaques, mas um dos grandes momentos do trabalho é "Sail Into The Black", uma faixa “difícil”, mas que traz á tona toda a capacidade de composição do grupo, em especial de Robb Flynn. Com seus mais de 8 minutos, a música é a prova viva de que o MH não é apenas mais um grupo comum dentro do Heavy Metal; "Eyes Of The Dead" recheada de riffs e solos tipicamente Thrash, é uma porrada na boca do estômago. " In Comes the Flood", mais cadenciada e com um pé na velha escola do Metal (leia-se Black Sabbath), também merece ser citada.


"Game Over" é outro grande momento, com um vocal carregado de sentimento, um dos diferenciais de Robb Flynn, um convite ao headbanging, a faixa tem um excelente trabalho de guitarras, onde o guitarrista Phil Demmel demonstra que é parte fundamental da banda. Cabe também destacar o trabalho do baixista Jared MacEachern, que substituiu Adam Duce, que deixou o grupo em 2013. O álbum encerra com "Take Me To The Fire", que fecha o trabalho de forma grandiosa.


Sem nenhuma dúvida, um dos grandes álbuns lançados em 2014. Produzido pelo próprio Robb Flynn em parceria com Juan Urteaga, "Bloodstone & Diamonds" vem ratificar e consolidar o nome da banda como um dos gigantes do Heavy Metal atual. Longa vida ao MACHINE HEAD!


Resenha por: Sergiomar Menezes
Edição/revisão: Renato Sanson
Fotos: Divulgação

Tracklist:

01 Now We Die        
02 Killers & Kings    
03 Ghosts Will Haunt My Bones     
04 Night of Long Knives      
05 Sail into the Black            
06 Eyes of the Dead             
07 Beneath the Silt    
08 In Comes the Flood         
09 Damage Inside     
10 Game Over           
11 Imaginal Cells (Instrumental)                 
12 Take Me Through the Fire


Conheça mais a banda:

 



quinta-feira, 18 de dezembro de 2014

Cobertura de Show - Ratos de Porão Quebrando Tudo na Capital Gaúcha em Plena Segunda-Feira (08/12/14, Bar Opinião)


Show de banda nacional que já tocou na capital muitas vezes em uma segunda- feira às 22 horas, essa receita tinha tudo para dar em casa vazia, mas quem achou que isso aconteceria se enganou e muito feio, no último dia 08/12 estava marcado na casa de shows mais tradicional de Porto Alegre e quem sabe do RS, a festa “Segunda Maluca”, onde a atração principal era nada mais nada menos do que os veteranos do Ratos de Porão, liderada pela figura carismática e ao mesmo tempo polemica de João Gordo. É uma das únicas bandas nacionais que conseguem juntar o público do HC e do Metal para o mesmo objetivo, curtir um som feito com ódio e muito peso e se destruir no mosh.

Xamorx
A casa abriu as 21h00min em ponto, estava marcada para banda de abertura subir no palco ás 22 horas e o cronograma foi cumprido a risca, a banda escolhida para abertura foi a Xamorx da capital gaúcha, banda está com alguns anos de estrada deixou claro em seu show que não estavam ali apenas para fazer música e sim para levar sua mensagem, por várias vezes fizeram discursos contra a exploração animal, e deixaram bem claro que não estavam ali para agradar ninguém, foi um show curto cerca de 30 minutos, mas com toda certeza cumpriram o objetivo de passar a mensagem que queriam. “Negando Valores”, “O que Importa para as Empresas”, “Dinheiro”, “O Tempo Se Foi”, “Mas a Canção Não Terminou” e “Straight Edge Revenge” (cover do Project X) fizeram parte do setlist.

O Ratos de Porão veio para divulgar seu novo trabalho, “Século Sinistro”, álbum que está sendo muito elogiado pela critica especializada e pelos fãs. Um dia antes tocaram em Pelotas e havia rumores de que João Gordo não terminou o show, pois passou mal devido ao calor insuportável no local, então ninguém sabia o que esperar, mas as 22:40 a banda invadiu o palco, e  João Gordo sorrindo e muito expressivo mostrou que estava bem para destruir sonoramente o Opinião.


Começaram o show com “Conflito Violento” e seguiram com “Viciado Digital” duas músicas do novo trabalho, Gordo deu boa noite e conversou um pouco com o público, começou então “Ascensão e Queda” do álbum “Anarkophobia” e sem pausa nem para respirar começou “VCDMSA”, então João foi conversar novamente com a galera, dessa vez o assunto era futebol, perguntou quem era gremista e quem era colorado, encarou os presentes e largou um “foda-se” todos riram e começaram a gritar em coro “Gordo, Gordo, Gordo”.

Dois clássicos seguiram “Anarkophobia” e “Vida Animal”, que com toda certeza foi o auge do show, o público enlouqueceu e a roda era gigante, toda a pista do Opinião participava insanamente.


O show seguiu e a banda muito bem entrosada, voavam literalmente no palco, exceto João Gordo  que apenas ensaiava uma “dancinha”, batia cabeça e fazia gestos com as mãos, depois de uma passagem por vários álbuns da carreira Gordo dedicou a música “Igreja Universal” para seu ex chefe, obviamente era um deboche, todos sabemos que ele trabalhava na Record e que o dono é um dos donos da Igreja Universal.

O show já se estendia para o final, já aparentemente cansados anunciaram “Amazônia Nunca Mais” com todos presentes cantando junto e no fim João Gordo agradeceu a recepção e anunciou o encerramento com “Terra do Carnaval”.


Foi um show longo que viajou por toda a história da banda, certamente os fãs saíram contentes e com gosto de quero mais, Gordo prometeu voltar, vamos aguardar a próxima.

Cobertura por: Marlon Mitnel
Fotos: Billy Valdez
Revisão/edição: Renato Sanson

Setlist:
01 Conflito Violento
02 Viciado Digital
03 Ascensão e Queda
04 V.C. D.M. S.A
05 Crucificados Pelo Sistema
06 Anarkophobia
07 Vida Animal
08 Grande Bosta
09 Morrer
10 Não me Importo
11 Cérebros Atômicos
12 Difícil Entender
13 Arranca Toco
14 Atitude Zero
15 Stress Pós Traumático
16 Diet Paranoia
17 Crocodila
18 Igreja Universal
19 Beber Até Morrer
20 AIDS, Pop, Repressão
21 Plano Furado
22 Amazônia Nunca Mais
23 Terra do Carnaval



  

Republique du Salém: Rock Clássico em 6 Lições



Apesar de uma experiência no cenário musical, foi apenas em 2013 que os músicos da Republique Du Salém nos presentearam com um lançamento oficial no formato de um EP, contendo 6 canções cantadas em português que dão uma aula de como se fazer Rock Clássico no Brasil.

Chamado “O Fim da Linha Não é o Bastante” (2013), o álbum recebeu duas pré-indicações ao Grammy Latino (Melhor Disco de Rock Brasileiro e Melhor Novo Artista) e de lá pra cá só levantou bons elogios ao então quarteto que gravou o álbum.

Quarteto que gravou o EP (confira a formação abaixo)

Apesar da banda vir com o álbum de estreia em 2015 totalmente em inglês (produzido por Marc Ford, ex-Black Crowes), este registro traz músicas totalmente em português (exceto um trecho de uma delas), o que sempre considero um ponto forte de uma banda, que é a coragem e ousadia de não cantar somente em inglês (uma pena que o álbum de estreia vá abandonar esse formato).

“Cidadão Kane” e “Corpo Achado, Bala Perdida” são faixas com uma pegada clássica, com bastante groove, mostrando a união do versátil com a simplicidade. Na mesma linha e com boa aceitação está “Sem Hora para Voltar”, single que recebeu um vídeo clipe oficial (confira abaixo).



Porém, o ponto alto fica com “Apenas Uma Canção de Amor”, trazendo bastante elementos acústicos, grande melodia, com grande destaque para a bela voz de Davi Stracci com participações de Rachael Billman. O grupo caprichou na emoção e ofertou uma das mais belas faixas que ouvi nos últimos tempos.

Merece menção “Os Homens”, talvez a faixa com as letras mais poéticas, o que prova que nossa língua é muito bela e não deveria ser deixada de lado. Pura poesia. Grande faixa.

Com letras inteligentes, instrumental sem abusos, mas demonstrando ótima habilidade de composição, este EP deveria estar na prateleira de todo amante do Rock, pois é uma aula em 6 lições de como compor um trabalho digno e à altura.

Stay on the Road

Texto/edição: Eduardo Cadore
Fotos: Divulgação
Assessoria: Island Press

Ficha Técnica
Banda: Republique du Salem
EP: O Fim da Linha Não é o Bastante
Ano: 2013 
País: Brasil
Tipo: Rock Clássico/Rock Nacional

Formação
Davi Stracci (Vocal)
Marcio Algano (Baixo)
Guido Lopes (Guitarra, Violão e Piano)
Raul Lino (Bateria)



Tracklist
01 – Cidadão Kane
02 – Corpo Achado, Bala Perdida
03 – Apenas uma Canção de Amor
04 – Sem Hora pra Voltar
05 – Os Homens
06 – Expresso 212

Acesse e conheça mais sobre a banda

quarta-feira, 17 de dezembro de 2014

Deep Purple: "Machine Head Facts", 20 Curiosidades/Fatos do Clássico

Capa do Disco "Machine Head"

Hoje em dia são inúmeros os recursos disponíveis em termos de equipamentos para produção de um álbum, porém, nada adianta sem o tal feeling, e o abuso da tecnologia, que inclusive serve para mascarar defeitos e limitações, muitas vezes é utilizado tão exageradamente que torna a música plástica, sem vida, e ainda faz parecer que muitos soem praticamente iguais, mesmos timbres...clones!

Certeza absoluta que muitos que gravam CDs hoje, não sairiam "das caixas" em tempos em que os dinossauros começavam a dominar a terra! Sim, gravar álbuns em condições adversas, praticamente ao vivo, com pegada, alma, música orgânica, com feeling, por gente que realmente sabia tocar seus instrumentos.

Será que tinham em mente o clássico absoluto que gravariam?
Alguns dos grandes clássicos do Rock e Metal, foram gravados assim, com alma, e por isso são clássicos, sentimos a música. E um desses clássicos, aproveitando também a passagem do Purple pelo Brasil no mês passado, é "Machine Head", que possui ali uma coleção de faixas definitivas. Pois bem, em conversa com amigos, acabamos lembrando algumas particularidades desta obra, e aí relembro algumas, que muitos de vocês que estão lendo, devem saber, ou já devem ter lido, mas talvez encontrem algo de novo, e também há os mais jovens, que possam aqui descobrir um pouco mais, as o intuito principal, é fazer uma matéria estilo bate papo com amigos, e incentivar uma divertida discussão, assim como nasceu esta matéria!


 Vamos lá, aos fatos:

- Em Dezembro de 1971, o Deep Purple partiu rumo a Suíça, para gravar o seu sexto álbum de estúdio, sucessor de "Fireball", e o terceiro com a MK II. Por que na Suíça? Por recomendação dos seus contadores e advogados, a fim de ter menos despesas com impostos, resolveram então gravar fora da Inglaterra;

E o som não pode parar...

-  O Purple faria shows nos EUA no final de 71, porém, devido a Ian Gillan ter contraído hepatite, os shows foram cancelados, então, tudo conspirou para Montreaux;

- Enquanto esperava a recuperação de Gillan, e aproveitando tempo disponibilizado pelo cancelamento dos shows nos EUA, Ritchie Blackmore começou a escrever alguma coisa, e foram nascendo "Space Truckin'" e "Smoke on the Water";

- Martin Birch, foi escolhido para ser o engenheiro de som. Nome que virou lenda, produzindo e trabalhando como engenheiro de som, além do Purple, grandes álbuns de bandas como Blue Öyster Cult, Black Sabbath, Jeff Beck, Faces, Iron Maiden, Rainbow e Fleetwood Mac, pra citar alguns;

Ruínas do Mountreaux Casino
- "Machine Head" seria então gravado no Montreaux Casino, e o trabalho começaria após uma apresentação de Frank Zappa lá, e, bom, todo mundo lembra o que aconteceu, alguém disparou um sinalizador e o teto suspenso do casino pegou fogo, fato esse que inspirou a letra e foi devidamente relatado em "Smoke on the Water";

- O famoso estúdio móvel dos Rolling Stones, que foi locado pelo Purple para utilização do equipamento, também estava estacionado no local;

- A banda e mais alguns amigos e membros da equipe, terminaram aquela noite do show de Zappa, à beira de um lago próximo, assistindo o casino queimar, e preocupados com o  estúdio móvel dos Stones, que estava estacionado perto do casino, que acabou sendo "tostado";

- Sem condições de usar o Casino, e após o insucesso no teatro local "The |Pavillion", devido a reclamação dos vizinhos, o que levou a polícia a tirá-los do lugar, a solução foi o Grand Hotel, pelo distância de qualquer vizinho, e em pleno inverno, o que facilitou de estar meio deserto, então a banda se enfurnou nos corredores, utilizando colchões e cobertores como isolação, até conseguir o som ideal nas sessões;

- Tudo foi feito ao vivo, sem overdubs, o que se ouviu no álbum, não foi retocado posteriormente;

- "Never Before", foi a faixa que a banda apostou que seria a ideal para o primeiro single, sentindo que teria um apelo comercial, porém, não foi o que ocorreu, e provavelmente é uma das menos lembradas;

- Por outro lado, "When a Blind Man Cries", faixa adorada pelos fãs, e muito presente nas apresentações ao vivo, não entrou no álbum, e é porque Blackmore não gostava dela, simplesmente;

- E "Smoke on the Water" não estava prevista para entrar no álbum, mas após mostrarem para Claude Nobs (fundador do festival de Montreaux), este disse que aquilo era incrível e tinha que estar no álbum, e se não bastasse (veja que interessante, como estava escrita a história desse clássico), os Warners (donos da gravadora do Purple na época) convenceram a banda que "Smoke on the Water" deveria ser o single, e que  "Never Before", que era a escolhida pela banda, não teria o mesmo potencial. Foram lançados singles com as duas faixas, e sabemos que os Warners entendiam de negócios!;

- Em "Space Truckin'", Gillan lembra que a banda pensou que seria moderno viver na era espacial, então a ideia de ser um "caminhoneiro espacial", como oposto de um caminhoneiro terreno, era interessante;

- E  sobre o riff de "Space Truckin'", Blackmore disse que o lembrava o tema da série "Batman", dos anos 60;


Estúdio Móvel dos Stones

- Ainda sobre "Smoke on the Water", o título surgiu quando Roger Glover acordou com as palavras, alguns dias após o incêndio no Casino, contando que simplesmente veio aquela frase à sua mente, e levou a ideia para Ian Gillan, e das mãos dos dois, nasceu a letra toda, nascendo também o modo que até hoje trabalham, co-escrevendo as músicas;

- A grande abertura, com "Highway Star", e seu famoso solo, já impressionam de cara, e é uma das melhores aberturas de todos os tempos, e sobre o solo, Blackmore confessa que talvez tenha sido o único solo que ele trabalhou em cima, pois sempre foi muito espontâneo com seus solos;

- A banda levou três semanas para concluir as gravações, fazendo praticamente tudo em um take...menos Ian Paice, que perfeccionista, conforme relatou Blackmore em documentário, tocava 10 takes ou mais...e quando Ritchie e Lord largavam seus instrumentos, Paice ainda ficava insistindo por só mais um take!

- Em 25 de março de 1972, "Machine Head" foi lançado, atingindo o primeiro lugar nas paradas britânicas na primeira semana, permanecendo no top 40 por cerca de 20 semanas;

- Nos EUA, chegou ao sétimo lugar, ficando nas paradas por cerca de dois anos;

- Estima-se que o álbum, nos seus 40 anos de vida, já ganhou mais de 50 versões em vinil;

Um pouquinho de uma história cheia de curiosidades, desde o inusitado "estúdio" nos corredores do Grand Hotel de Montreaux, até a história das faixas que o compõe e todos os personagens envolvidos. Para saber mais, recomendo o documentário "Deep Purple - The Making of Machine Head (Eagle Rock DVD - 2002) e  Deu vontade de ouvir o álbum agora!


Um pouco de ar puro após a correria.


Texto: Carlos "Caco" Garcia
Edição, Revisão e Pitacos: Nanda Vidotto
Fontes: Memória, "DVD The Making Of Machine Head", "Classic Rock Magazine Archives"



Track list do vinil original:

Side one             
  
1.            "Highway Star"               6:05
2.            "Maybe I'm a Leo"          4:51
3.            "Pictures of Home"         5:03
4.            "Never Before"               3:56

Side two             

5.            "Smoke on the Water"    5:40
6.            "Lazy"                            7:19
7.            "Space Truckin'"             4:31








segunda-feira, 15 de dezembro de 2014

Carro Bomba - Pragas Urbanas, Pragas de Thrash n' Roll!



Há quatro anos, dentro de uma roda de amigos, me recordo de alguns assuntos referentes a novidades que surgiam dentro do Heavy Metal, e em meio a todos os comentários e troca de informações, um dos meus amigos apresentou o Carro Bomba, que apesar de ter 10 anos de estrada, contabilizando o ano de 2014, parecia ser uma banda nova, pela questão do nome e de nunca ter ouvido ou escutado alguma música. Mas eu, curioso, fui logo procurar material da banda, que na época foi o “Nervoso” (2008), pra poder avaliar a sonoridade. Logo de cara, pelas primeiras audições, fiquei surpreso pelo som pesado de guitarra, influenciado principalmente pelo Black Sabbath e, claro, das letras compostas e cantadas em português, características essas que me fizeram adquirir grande respeito pelos Bombers.

Em 2011, quando lançaram o “Carcaça”, os paulistanos quiseram ousar e abusar ainda mais no que diz respeito a peso, gana essa que os levou a arriscar o incremento de arranjos de Thrash Metal, tudo dentro da sua proposta de fazer Heavy Metal com uma veia Rock N’ Roll, o que acabou dando certo, tanto que, em passagem pelo Chile, o público local denominou a banda de Thrash N’ Roll, e que também soou fortemente aqui no Brasil, pois tem tudo a ver com a personalidade sonora da banda. E o “Carcaça”, em si, foi um sucesso tanto em vendas, criticas e aceitações, culminando a ser o que é hoje, uma das principais bandas de Heavy Metal do Brasil.


Passados quatros anos após o lançamento do 4º disco (citado acima), Rogério Fernandes (vocal), Marcello Schevano (guitarrista e único membro original), Heitor Shewchenko (bateria) e Ricardo “Soneca” Schevano (baixo), que vem comandando o posto deixado por Fabrizio Michelloni, segue adiante com o seu mais novo trabalho, o intitulado “Pragas Urbanas”, que não apresenta nenhum tipo de diferença ou segredo, apenas mantém o mesmo comportamento dos seus dois últimos trabalhos, que é, como eles dizem, fazer "MPB" (Música Pesada Brasileira) com qualidade, sendo, até então, o disco mais pesado de sua discografia.

Neste 5º disco também não há novidades nas partes de produção e arte gráfica, a cargo do Mr. Som estúdio, com a produção feita pelas mãos de Marcello Pompeu/Heros Trench (ambos do Korzus), também tendo o Ricardo dando suporte, e do quadrinhista André Kitagawa, que novamente se responsabilizou a ilustrar a capa e desenvolver o novo logotipo da banda. E mantém também, claro, as letras, que abordam os principais problemas sociais e urbanos, como o próprio título do álbum sugere.


Não há momentos ruins ou medianos que possam ser apontados, muito pelo contrário, todas as faixas soam perfeitas, com cada faixa seguindo num andamento diferente, mas não poupando o peso, agressividade e, por que não, algumas melodias? Porque não é só peso que a banda propõe para os nossos sensíveis ouvidos.

O play inicia com a faixa “Máquina”, que já começa com os dois pés no peito, de forma certeira e cheia, com riffs que são uma verdadeira tijolada saindo da Gibson SG de Marcelo Schevano, que depois do saudoso Hélcio Aguirra ter nos deixado no início deste ano, vem sendo o principal guitarrista no aspecto de criar riffs poderosos, destacando também o ótimo entrosamento do baixista e irmão, Ricardo Schevano, que caiu como uma luva para os Bombers;

“Fuga” prossegue mais cadenciada, e ganha um swing no decorrer da música, tendo pegada e reforçada pela habilidade nas baquetas de Heitor Shewchenko; a curta e direta “Esporro” possui dosagem mais agressiva, sendo rápida em todos os sentidos, com vocais bem ríspidos de Rogério; “Arrastando Correntes” mergulha nas influências"Sabbathicas" da banda, com uma melodia saliente e o vocal cheio de drives de Rogério Fernandes, já conhecido por possuir uma forte semelhança com o timbre do mestre Ronnie James Dio.



O momento mais especial do disco está em “Mojo”, apresentando a atmosfera e o lado mais Rock N’ Roll da banda, tendo a participação do gaitista Sérgio Duarte; “Let’s Blow” possui uma ótima letra e um refrão que incita sair cantando por ai, com Marcello Pompeu participando: “Let’s Blow/Ondas de Choque/Let’s Blow/Explode Tudo e Vem pro Rock”; completa o disco com “Thrash N’ Roll” (não poderia faltar uma dedicatória) e “Fantasma”, que encerra o petardo de forma digna.


Da mesma forma que falo que não há nenhuma banda que possa superar o Black Sabbath, Deep Purple, Iron Maiden, Judas Priest e outros tantos dinossauros que estão ainda na ativa, a mesma coisa é com o Carro Bomba. Acho que, dificilmente, alguma banda nacional irá alcançar os Bombers, porque tirando o Golpe de Estado e a banda que eu vos falo neste review, não tem nenhuma que faz algo parecido.
E parafraseando o editor-chefe da revista Roadie Crew, Ricardo Batalha: “É a Melhor Banda de Heavy Metal que Canta em Português”.

Texto: Gabriel Arruda
Revisão: 002
Fotos: Divulgação/Ricardo Girardi

Ficha Técnica
Banda: Carro Bomba
Álbum: Pragas Urbanas
Ano: 2014
País: Brasil
Estilo: Heavy Metal/Rock N’ Roll
Produção: Marcello Pompeu/Heros Trench
Gravadora: Independente

Line-Up
Rogério Fernandes (vocal)
Marcello Schevano (guitarra)
Ricardo “Soneca” Schevano (baixo)
Heitor Schewchenco (bateria)

Track-List
1.    Máquina
2.    Fuga
3.    Pragas Urbanas
4.    Esporro
5.    Arrastando Correntes
6.    Mojo
7.    Let’s Blow
8.    Thrash N’ Roll
9.    Fantasma