sexta-feira, 30 de agosto de 2024

Cobertura de Show: Kiko Loureiro – 10/08/2024 – Tokio Marine Hall/SP

O icônico guitarrista Kiko Loureiro retornou a São Paulo no último dia 10 de agosto (sábado) para celebrar seus trinta e cinco anos de carreira no Tokio Marine Hall, que recebeu um expressivo público para aplaudir seus sucessos em uma noite marcada pelo frio intenso da cidade. A noite contou também com os shows dos guitarristas Luiz Toffoli e Gustavo Di Padua, que prepararam o terreno antes da atração principal. 

O curitibano Luiz, que esteve recentemente no mesmo local abrindo para os americanos do Symphony X, foi o primeiro a iniciar os trabalhos. Sua técnica irreverente e habilidade nas sete cordas foram admiradas e elogiadas pelos poucos sortudos que puderam testemunhar esse show.

O repertório curto contou com os principais momentos do seu álbum de estreia, “Enigma Garden”, que traz toda influência do prog metal moderno, com destaque para “Human”, o primeiro single desse trabalho, além da nova “Gates of Underworld”, que deve ser lançada em breve. Um dos pontos altos foi a execução de “As I Am”, clássico do Dream Theater, que fez a plateia balançar os pescoços com os seus riffs vibrantes. Ao final, Luiz expressou sua gratidão pela presença de todos e apresentou a sua banda, composta por Pedro Tinello (bateria), Marcos Janowitz (baixo), Léo Carvalho (teclado) e Cássio Marcos (vocal).

Logo em seguida foi a vez do Gustavo Di Padua, que entrou no palco com dez minutos de antecedência. Conhecido por suas colaborações com o saudoso Erasmo Carlos e por ter feito parte das bandas Aquaria, Glory Opera e Almah, o guitarrista carioca agitou o público com suas qualificadas composições, entre elas “Second Floor”, “Insight”, “The Stairs” e “Spiritual Lesson”, todas apresentando uma sonoridade mais roqueira e incorporando elementos da música pop, eletrônica e até da MPB. A apresentação ficou marcada pela apresentação de duas novas músicas que farão parte do próximo álbum: “Welcome to the Next Stage” e “Elephant” (título do futuro novo disco), que foram muito bem recebidas. 

Houve também uma bela homenagem às lendas do Rock com versões mais guitarristicas de “Paranoid” (Black Sabbath) e “Wasted Years” (Iron Maiden), onde uma parte do público participou ativamente fazendo os vocais enquanto Gustavo e sua banda as tocavam. Falando na banda, os músicos Marcus Filipe (guitarra), Thiago Fernandes (baixo) e Gabriel Triani (bateria) merecem destaque pelo incrível trabalho, tornando o show encantador, porém quem roubou a cena foi o Gabriel, que foi rapidamente confundido com o Dave Grohl (Nirvana, Foo Fighters). Mas a mensagem na sua camiseta, “Not Dave Grohl”, deixou claro que não era ele.

Finalmente, Kiko Loureiro fez sua entrada no palco, contagiando a plateia com sua alegria. Ele foi acompanhado por Luiz Rodrigues (guitarra), Luigi Paraventi (bateria) e Thiago Baumgarten (baixo, Hibria), que substituíram o baterista Bruno Valverde e o baixista Felipe Andreoli, impossibilitados de comparecer por conta de compromissos com o Angra. 

Nos momentos iniciais, Kiko destacou temas de sua carreira solo, especialmente o mais o seu mais recente álbum, "Open Source" (2020), que foi lançado durante a pandemia. E nada melhor do que começar o show de maneira intensa com “Overflow”, que também é a faixa que abre o último trabalho. Kiko também relembrou músicas dos seus antigos álbuns, como “Pau-de-Arara”, famosa pela sua combinação de Rock com a música brasileira, a não tão lembrada “Reflective”, do álbum “Sounds of Innocence” (2012), e a clássica “No Gravity”, responsável pelo início de sua trajetória solo e uma das mais apreciadas nesse começo, assim como “Vital Signs”, que fez o Kiko descer do palco para tocar mais perto do público. 

Quase a meio do set, os fãs do Angra foram surpreendidos por um medley que incluiu “Carry On”, “Spread Your Fire”, “Nova Era”, “Morning Star”, “Evil Warning” e “Speed”. Este momento trouxe uma dose extra de adrenalina ao show, embora logo tenha sido abaixado quando chegou a vez de "Du Monde", introduzidas por lindas melodias de violão clássico. Para recordar a passagem do Megadeth, foram executadas a inspiradora “Conquer or Die!” e a poderosa “Killing Time”. Nesta última, Kiko assumiu os vocais e teve um desempenho satisfatório. Se fizesse uma leve torção nos lábios ou colocasse um palito entre os dentes, poderia até conseguir cantar como o seu antigo chefe, Dave Mustaine.

Ao contrário dos shows anteriores, o show de São Paulo teve a honra de receber convidados especiais. O primeiro a dar as caras foi o Lobão, renomado por sua irreverência no Rock nacional e uma grande influência na carreira musical do Kiko, conforme ele mesmo disse antes de executar o clássico "Mais Uma Vez", do álbum "A Vida É Doce" (1999), que ganhou uma nova roupagem ao vivo. 

Embora se tratasse de um espetáculo instrumental focado na guitarra, Kiko quebrou os padrões desse tipo de formato se movimentando constantemente de um lado para o outro do palco, interagia com o público, compartilhava pequenas histórias e recebia com muito carinho e bom humor o apelido de Tesouro, que foi ecoado várias vezes. Essa brincadeira resultou em um presente inusitado por parte de um fã: uma caricatura do Kiko com uma guitarra quadrada. Assim como no show em Curitiba e em outros shows, Kiko convidou uma pessoa da plateia para tocar na sua guitarra, e o escolhido foi Felipe Zarza, que, apesar do nervosismo, não fez feio diante do púbico, recebendo muitos aplausos e elogios do dono da festa.

Após a execução de “Dream Like" (a favorita deste que vos escreve), foi a vez de Alírio Netto, um dos vocalistas mais admirados da atualidade, entusiasmar o público com a sua performance em “Rebirth”. Ele ainda voltou, após a enérgica “Dilemma”, em “Nothing To Say”, que teve a emocionante participação do baixista Luis Mariutti, que não dividia o palco com o Kiko há exatos vinte e cinco anos. 

Quase no fim, Kiko apresentou uma sequência de duas músicas do seu álbum inaugural, “No Gravity” (2005), e as escolhidas foram “Enfermo” e “Escaping”, esta última com a colaboração do guitarrista norte-americano Ron “Bumblefoot” Thal. A grande surpresa da noite foi o cover de “Stormbringer”, do Deep Purple, onde Kiko brilhou novamente ao cantar e chamar todos os convidados da noite ao palco, concluindo o show de uma maneira emblemática e descontraída.

Ao longo de seus trinta e cinco anos de trajetória, Kiko tem demonstrado ser um músico à frente do seu tempo. Suas destrezas com a guitarra, seu carisma e sua paixão pela música seguem impactando inúmeras pessoas, além de intensificar a admiração de todos que o acompanham há tantos anos. Em resumo, a apresentação se revelou uma verdadeira masterclass musical.


Texto: Gabriel Arruda 

Fotos: Dener Ariani 


Realização: Top Link Music


Luiz Toffoli

Grand Opening 

Human

I’m Alive 

Both Worlds 

As I Am (Dream Theater cover)


Gustavo Di Padua

Second Floor

Insight

The Stairs

Spiritual Lesson

Paranoid (Black Sabbath cover)

Wasted Years (Iron Maiden cover)

Welcome to the Next Stage

Elephant

2008


Kiko Loureiro

Overflow

Pau-de-Arara

Reflective

No Gravity

Vital Signs

Carry On / Spread Your Fire / Nova Era / Morning Star / Evil Warning / Speed

Du Monde

Mais uma vez (feat. Lobão)

Conquer or Die!

Killing Time

Dreamlike

Rebirth (feat. Alirio Netto)

Dilemma

Nothing to Say (feat. Alírio Netto, Luis Mariutti)

Enfermo

Escaping (feat. Ron “Bumblefoot” Thal)

Stormbringer (Deep Purple cover, feat. Alírio Netto, Ron "Bumblefoot" Thal, Luis Mariutti, Lobão)

domingo, 25 de agosto de 2024

Cobertura de Show: Clutch – 18/07/2024 – Fabrique Club/SP

O Fabrique Club foi cenário de um evento há tempos aguardado e com muitas expectativas (atendidas, obviamente): o retorno dos norte-americanos do Clutch ao Brasil. Após um período de quatro anos desde o lançamento de seu último álbum, Book of Bad Decisions, e com uma pandemia que forçou o cancelamento de sua última turnê no país, o quarteto de Maryland voltou aos palcos brasileiros com a energia renovada. O que era pra ser uma quinta-feira comum, tornou-se um deleite para os fãs que ali estavam.

O show, que faz parte da turnê do álbum Sunrise on Slaughter Beach, contou com a abertura da Fuzz Sagrado, banda liderada por Chris Peters, ex-membro do icônico Samsara Blues Experiment. Formada em 2021 como um projeto solo de estúdio, a Fuzz Sagrado evoluiu em 2024 para uma banda completa, contando com Guilherme Bordin no baixo e Lucas Fursy na bateria. Mesmo que o público ainda estivesse chegando e a casa estivesse longe de sua capacidade total, a banda cativou com sua mistura de blues psicodélico e stoner rock, fortemente presentes em suas músicas.

Um momento divertido durante a apresentação da Fuzz foi quando o vocalista interagiu com a plateia pronunciando a palavra "gambiarra", referindo-se ao ajuste de cabos que estava sendo realizado pelo baixista durante a troca de faixas. Interação esta que aproximou a banda do público, pois mostrou um pouco da adaptação de Peters ao nosso país, logo que emigrou para cá ao fim de sua antiga banda. Embora o set tenha sido curto, foi suficiente para comprovar o talento dos músicos, entregando um show de abertura competente e virtuoso.

Logo que a Fuzz Sagrado finalizou seu show, houve um intervalo considerável enquanto o palco era preparado para o show principal pela equipe técnica. Diria que foi mais longo do que o normal, uma vez que os fãs, extremamente agitados, ansiavam pela entrada do Clutch. 

Quando finalmente o Clutch subiu ao palco, a energia atingiu outro patamar. A banda, que já provou ao longo de treze álbuns estar em sua potência máxima, não decepcionou em absolutamente nada. O Fabrique Club, agora completamente lotado, exalava a essência do Clutch: aquela ironia com uma verdadeira expressão de força e vitalidade, algo que poucas bandas conseguem manter após tantos anos na estrada. 

O vocalista Neil Fallon, com sua onipresença no palco foi um show à parte, comandando a plateia com maestria. A banda performou de maneira vigorosa, músicas de seu mais recente álbum, como "Slaughter Beach" e "We Strive for Excellence".  Quanto aos hits, sons como "A Shogun Named Marcus", "The Regulator" e "X-Ray Visions" levaram o público, eufórico, à loucura, assim como os encores, que foram escolhidos à dedo. As músicas "Eletric Worry" e o cover digníssimo de "Fortunate Son", concederam um desfecho épico e de tirar o fôlego.

A conexão do público com o quarteto transformou a apresentação em uma experiência inesquecível para fã nenhum botar defeito. Fallon, com sua entrega e voz poderosa , foi o destaque da noite, mas a banda como um todo mostrou porque é tão venerada por quem os acompanha em cada uma de suas fases.

Ficou evidente que cada minuto de espera havia valido a pena. O Clutch conseguiu, novamente, entregar um espetáculo à altura das expectativas, comprovando que a banda ainda tem muito a oferecer.


Texto & Fotos: Amanda Vasconcelos

Edição/Revisão: Gabriel Arruda


Realização: Agência Powerline

Mídia Press: Tedesco Comunicação & Mídia


Clutch

The Mob Goes Wild

Earth Rocker

A Shogun Named Marcus

Sucker for the Witch

Cypress Grove

Subtle Hustle

D.C. Sound Attack!

Escape From the Prison Planet

Spacegrass

Binge and Purge

A Quick Death in Texas

X-Ray Visions

Firebirds!

Slaughter Beach

We Strive for Excellence

The Regulator

***Encore***

Electric Worry

Fortunate Son (Creedence Clearwater Revival Cover)

sábado, 24 de agosto de 2024

Richie Onori: Mantendo Vivo o Legado do Sweet e Steve Priest

 


A banda britânica  “The Sweet” ganhou fama mundial na década de 1970 como um dos três principais nomes do Glam Rock de sua era, influenciando inúmeras bandas mas décadas seguintes, como Kiss, Poison, Guns & Roses e muitos outros.


A banda alcançou enorme sucesso com 39 singles #1 ao redor do mundo, incluindo "Ballroom Blitz", "Fox On the Run", "Love Is Like Oxygen", "Little Willy", "No You Don't", "Blockbuster", "Action", "Teenage Rampage" e "AC/DC".


Mas ao fim dos anos 70, os quatro integrantes originais, Connoly, Tucker, Andy e Priest,  acabaram seguindo caminhos separados, e com exceção de Tucker, se mantiveram ativos em períodos distintos com suas versões do Sweet e esporádicas reuniões entre os quatro.


Connoly faleceu em 1997, Tucker em 2002, Priest em 2020, restando do quarteto original somente o guitarrista Andy Scott, que prossegue com sua versão da banda.


STEVE PRIEST montou sua versão de como ele queria que seu legado fosse apresentado e preservado no futuro.


De 2007 até seu falecimento o baixista contou com o baterista Richie Onori e o tecladista Stevie Stewart, e ambos, com a benção da família de Steve e seguindo a ideia e vontade do lendário baixista, decidiram manter o legado vivo.


A atual formação conta com Richie na bateria, Stevie no baixo, o vocalista Patrick Alan Stone, o guitarrista Jimmy Burkard e o tecladista Dave Schulz e o The Sweet retornou apresentando o novo single “Little Miracle” e agendando shows para seguir levando uma experiência mágica e explosiva, mantendo a essência desse clássico nome do Glam Rock.


Conversamos com RICHIE ONORI, que nos contou um pouco mais sobre a continuidade do legado, e também sobre sua incrível carreira na música, inspirações e boas histórias!

English Version

RtM: Richie, aqui é Carlos Garcia do site Road to Metal (Brasil), obrigado por reservar um tempo para responder a esta entrevista.

Para começar, conte-nos um pouco sobre como surgiu essa ideia de continuar o legado do Sweet após a morte de Steve Priest em 2020. E acredito que a morte de Steve deve ter sido um duro golpe para você.

Richie Onori: Steve Priest estava orgulhoso da banda que montamos - Independentemente dos músicos que mudavam de tempos em tempos, havia um padrão. Ele nos chamava de perigosos! Após sua morte e com a benção de sua viúva e filhas, todos nós decidimos manter o legado vivo conforme a visão de Steve.


RtM: E como você sentiu a aceitação dos fãs? Já que há uma versão do Sweet também ativa com Andy Scott, e vocês estão continuando sem Steve, vocês já receberam ou sentiram alguma reação contrária a essa continuidade?

RO: Claro que recebemos reações e emoções variadas de fãs dedicados. Nós amamos fãs apaixonados. O que é incrível é que, quando um fã ou cético vai a um dos nossos shows, ele nos agradece efusivamente depois de nos ver e que apreciamos manter o legado dos "Sweets" vivo. A maré virou e é tudo sobre entregar um show emocionante e divertido.



RtM: Com tantas bandas clássicas encerrando suas carreiras, ou quase parando em definitivo, como você vê o futuro do Classic Rock e o que podemos fazer para manter seus legados?

RO: Bem, isso é verdade, a era de ouro dos anos 60 e 70 está diminuindo. Quando você vê bandas cover agora assumindo o controle para entregar as músicas clássicas que mudaram o mundo, percebe-se que as demandas estão lá.


Quando Steve reformou a banda conosco em 2007, fomos parceiros como parte da marca e da banda, e vivemos e respiramos a música como temos feito por quase duas décadas. Tocamos centenas e centenas de shows ao redor do mundo, que incluíram uma turnê pela América do Sul com o Journey em 2011, sim, São Paulo, Chile, Argentina e Peru... Ótima turnê!


RtM: E nos anos em que tivemos as duas versões do Sweet, com você com Steve e Andy com sua banda, pelo que pude ver não houve atrito algum. Conte-nos um pouco sobre essa coexistência, se houve algum acordo sobre em quais países tocar e como você se sentiu sobre a reação dos fãs a isso.

RO: Sim, sem atrito porque é tudo sobre manter o legado vivo,  com a música que mudou o mundo e influenciou as maiores bandas do mundo, do Rock ao Punk, do Glam ao Hair Metal.


Steve Priest e o quarteto fundador do Sweet 


RtM: O Sweet com Steve Priest estava ativo desde 2007, mas nunca lançou um álbum com novas músicas. Por que vocês não lançaram canções inéditas?

RO: Na verdade, estávamos no meio de finalmente chegar a isso antes de Steve falecer.


RtM: A banda agora lançou um single e um vídeo, "Little Miracle" - que eu pessoalmente gostei muito - e tem muitas características do som clássico do Sweet. Conte-nos um pouco sobre essa música e como tem sido o feedback dos fãs?

RO: O feedback dos fãs e das estações de rádio tem sido simplesmente incrível, para dizer o mínimo. Todos na nossa banda escrevem e temos um ótimo material, mas Stevie e eu sabíamos que precisávamos da música certa para começar a festa. Nosso produtor Dave Jenkins co-escreveu "Little Miracle" e sabíamos que essa seria a música para continuar o legado no século XXI.


RtM: Esse novo single é um sinal de que vocês pretendem agora lançar um novo álbum em um futuro próximo?

RO: Sim, uma série de singles saindo a cada 6 a 10 semanas é o plano.


RTM: O lançamento do álbum vai depender de como as novas músicas serão recebidas? E até mesmo da demanda por seus shows?

RO: Estamos com muita demanda por shows ao vivo... e agora "Little Miracle" é um sucesso retumbante e está crescendo a cada dia!



RtM: E para o repertório dos shows, quais músicas vocês acham que não podem ficar de fora do set list, caso contrário os fãs ficariam decepcionados? E você tem planos de incluir músicas que não foram tocadas com tanta frequência pelo Sweet ao vivo? Há alguma em particular que você gostaria de incluir nos sets?

RO: Fazemos de tudo, um fã nunca sai decepcionado - nosso objetivo é agradar enquanto arrasamos no local!


RtM: Acredito que um novo público está surgindo, novas bandas inspiradas no rock clássico dos anos 70, e também vimos um aumento nas vendas de vinil e um interesse crescente de pessoas mais jovens que "descobriram" ou redescobriram o rock clássico. Você também sente que há um momento de crescimento e percebe novos fãs nos shows?

RO: Sim, semelhante à invasão do blues britânico, onde os jovens vasculharam o passado em busca das lendas do blues que criaram o gênero. Os jovens precisam da nossa música, não apenas para elevá-los, mas também para inspirá-los a criar música de verdade que ajude a guiar a sociedade com mensagens positivas.


RtM: Falando um pouco sobre sua grande história na música e gostos pessoais, conte-nos como você começou essa jornada, quem o encorajou e o inspirou quando você começou na música.

RO: Minha família italiana amava música, minha mãe dançava com Judy Garland e Mickey Rooney. Ela sabia que eu nasci para ser um artista. Meu irmão era guitarrista e meu pai era como um musicólogo. Então veio a era das bandas de garagem e não havia como olhar para trás.



RtM: Se você tivesse que  listar 5 álbuns que considera essenciais na história do Classic Rock, quais escolheria e por quê?

RO: The Beatles "White album" - Meu primeiro álbum duplo; Jethro Tull “Stand Up” - Baterista Clive Bunker * Ian Anderson. Originalidade fora das paradas;  Freddy Hubbard “Red Clay” trouxe uma nova audição para o Jazz; Jimi Hendrix "Are you Experienced" Explosivo!! ;The Mahavishnu Orchestra "Inner Mounting Flame" de outro planeta! e Cream "Wheels of Fire", uma jornada de como tocar!


RtM: Você tocou com muitos grandes músicos em sua carreira, como Steve Lukather, Ronnie Dio, Keith Emerson, Paul Rodgers, Slash e muitos outros. Conte-nos alguns fatos interessantes sobre como foi trabalhar com algumas dessas lendas e o que você diria que foi seu maior desafio.

RO: Por causa da minha educação musical e dedicação ao meu ofício, nunca me senti particularmente desafiado, mas recebi uma ligação do cantor do Toto, Bobby Kimball. Ele me perguntou se eu conseguiria aprender um set completo de músicas do Toto em três dias.


Eu disse: “claro, mas quando é o ensaio?” Bobby disse “sem ensaio.” Fiquei pensando comigo mesmo "Caramba!”

Nós voamos para um show de 10.000 lugares em Illinois.

Eu consegui sem problemas, mas sim, eu estava nervoso pra caramba, pode apostar que sim!



RtM: Sobre sua carreira solo, gostaria que você comentasse sobre seus álbuns "Days of Innocence" e "Three Wishes", onde você também mostra seus talentos como vocalista e guitarrista, para que nossos fãs no Brasil possam conhecer um pouco sobre esses trabalhos. E claro, sobre Heaven and Earth e seu incrível som dos anos 70.

RO: Obrigado! E meus dois esforços solo lançarei em breve. O Blues Angel está vivo e forte e mal posso esperar para mostrar ao público todos os meus trabalhos. Eu coloquei meu coração e alma para criar tudo e estou muito orgulhoso.


O Heaven & Earth foi uma jornada por si só e eu adoro as faixas que toquei com Richie Sambora e Joe Lynn Turner, que realmente se destacam.


RtM: Richie, obrigado mais uma vez pela entrevista, e esperamos ter a oportunidade de vê-lo na América do Sul e no Brasil.

RO: Eu amo meus irmãos e irmãs da América latina e temos tempo de sobra para poder agitar com vocês.



Entrevista: Carlos Garcia

Agradecimentos: Richie Onori; Chip Ruggieri - Chipster P.R & Consulting, Inc.


The Sweet







Interview - Richie Onori: Keeping The Sweet Legacy Alive


The British band “The Sweet” gained worldwide fame in the 1970s as one of the three main names in Glam Rock of their era, influencing countless bands in the following decades, such as Kiss, Poison, Guns & Roses and many others.


The band achieved enormous success with 39 #1 singles around the world, including "Ballroom Blitz", "Fox On the Run", "Love Is Like Oxygen", "Little Willy", "No You Don't", "Blockbuster", "Action", "Teenage Rampage" and "AC/DC".


But at the end of the 70s and in The beginning of the 80’s, the four original members, Connolly, Tucker, Andy and Priest, ended up going their separate ways, and with the exception of Tucker, they remained active in different periods with their versions of Sweet and sporadic reunions between the four.


Connoly passed away in 1997, Tucker in 2002, Priest in 2020, leaving only guitarist Andy Scott, who continues with his version of the band, from the original quartet.


STEVE PRIEST put together his version of how he wanted his legacy to be presented and preserved in the future.


From 2007 until his death, the bassist was joined by drummer Richie Onori, keyboardist Stevie Stewart and other great musicians who brought the chemistry he wanted.


After Steve passed away, Richie and Stevie with the blessing of Steve's family and following the idea and will of the legendary bassist, decided to keep the legacy alive.


The current lineup features Richie on drums, Stevie on bass, vocalist Patrick Alan Stone, guitarist Jimmy Burkard and keyboardist Dave Schulz, and The Sweet returned presenting the new single “Little Miracle” and scheduling shows to continue bringing a magical and explosive experience, maintaining the essence of this classic Glam Rock name.


We spoke with RICHIE ONORI, who told us a little more about the continuity of the legacy, and also about his incredible career in music, inspirations and good stories!

(Versão em Português


RtM: Richie, this is Carlos Garcia from the Road to Metal website (Brazil), thank you for taking the time to answer this interview.

To start, tell us a little about how this idea of ​​continuing the Sweet legacy came about after Steve Priest's passing in 2020. And I believe that Steve's passing must have been a hard blow for you.

Richie Onori: Steve Priest was proud of the band we put together- Regardless of the players that changed from time to time, there was a standard.. He called us dangerous… After his passing and with the blessing of his widow & daughters we all decided to keep the legacy alive per Steve’s vision.


RtM:And how have you felt the acceptance from the fans? Since there is a Sweet version also active with Andy Scott, and you are continuing without Steve, have you ever received or felt any reactions against this continuity?

RO: Of course we receive a varied reaction and emotions from dedicated fans. We love passionate fans. What’s amazing, once a fan or doubter comes to one of our shows, they thank us effusively after they see us appreciate we are keeping the “Sweets” legacy alive. The tide has turned and it’s all about delivering a thrilling and fun show. 




RtM: With so many classic bands ending their careers, or getting close to stopping for good, how do you see the future of Classic Rock and what can we do to maintain their legacies?

RO: Well that’s true, the golden age of the 60’s and 70’s are dithering down. When you see tribute bands now taking over in order to deliver the classic songs that changed the world, one realizes that the demands is there. 


When Steve reformed the band with us in 2007 we were partnered in as being part of the brand and band and we live and breath it the music as we have for close to two decades. Playing hundreds upon hundreds of shows across the globe which included a South America tour with Journey in 2011, yes San Paulo,   Chile, Argentina and Peru… Great tour…



RtM: And in the years when we had the two versions of Sweet, with you with Steve, and Andy with his band, from what I could see there was no friction whatsoever. Tell us a little about this coexistence, if there was any agreement about which countries to play in, and how you felt about the fans' reaction to this.

RO: Yes no friction because it’s all about keeping the legacy alive with the music that changed the world and influenced the worlds biggest bands, from Rock to Punk to Glam to Hair Metal.


Steve Priest and Sweet on 70's


RtM: Sweet with Steve Priest was active since 2008, but never released an album with new songs. Why didn't you release new songs? 

RO:Actually we were in the midst of finally getting around to it right before Steve passed.


RtM:The band has now released a single and video, “Little Miracle” - which I personally liked a lot - and it has many characteristics of the classic Sweet sound. Tell us a little about this song, and what has the feedback from fans been like?

RO: The feedback from fans & radio stations has been simply amazing to say the least. Everyone in our band writes and we have great material however Stevie & I knew that we needed the right song to start the party. Our producer Dave Jenkins co-wrote “Little Miracle” and we knew that that was the one to carry on into the 21st century. 


RtM:Does this new single a signal that you intend to make an album in the near future?

RO: Yes, a series of singles dropping every 6 to ten weeks is the plan.


RtM:Does it all depend on how the song is received and even the demand for your shows?

RO: Plenty of demand for playing live shows… and now “Little Miracle” is a resounding success and is growing each & every day.



RtM: And for the repertoire of the shows, which songs do you think cannot be left out of the set list, otherwise the fans would feel disappointed? And do you have plans to include songs that have not been played so often by Sweet live? Is there any in particular that you would like to include in the sets? 

RO: We do it all, a fan never walks away disappointed-we aim to please while blowing the roof off the venue!


RtM: I believe that a new audience is emerging, new bands inspired by classic rock from the 70s, and we have also seen an increase in vinyl sales, and a growing interest from younger people who have "discovered" or rediscovered classic rock. Do you also feel that there is a moment of growth and do you notice new fans at the shows?

RO: Yes, similar to the british blues invasion where the youth scoured the past for the blues legends that created the genre…The youth need our music to not only lift them but also inspire them to create real music that helps guide society with positive messages.


RtM: Talking a little about your great history in music and personal tastes, tell us how you started this journey, who encouraged and inspired you when you started in music.

RO: My Italian family loved music, my mom danced with Judy Garland & Mickey Rooney. She knew I was born to be a performer. My brother was a guitarist and my Dad was like a musicologist. Then came the era of the garage bands and there was no looking back…



RtM: If you were to list 5 albums that you consider essential in the history of Classic Rock, which ones would you choose and why? 

The Beatles White album- My first double Album- Jethro Tull -Stand Up- Drummer Clive Bunker * Ian Anderson’s Originality off the charts- Freddy Hubbard “Red Clay” brought a new listening to Jazz; Jimi Hendrix “Are you Experienced” Explosive! The Mahavishnu Orchestra “Inner Mounting Flame” from another planet! And Cream “Wheels of Fire”. Exploration on the art of jamming.


RtM: You have played with many great musicians in your career, such as Steve Lukather, Ronnie Dio, Keith Emerson, Paul Rodgers, Slash and many others. Tell us some interesting facts about what it was like to work with some of these legends, and what you would say was your biggest challenge.

RO: Because of my musical upbringing and dedication to my craft I never felt particularly challenged however I got a call from Toto’s singer Bobby Kimball. He told me if I could learn a complete set of Toto’s songs in three days. I said sure but when’s rehearsal? Bobby said no rehearsal. I’m thinking to myself “Yikes” We flew out for a 10’000 seater show in Illinois.

I pulled it off without a hitch but yes was I fricking nervous, you betcha ya- 



RtM: Regarding your solo career, I would like you to give us a brief comment on your albums “Days of Innocence” and “Three Wishes”, where you also show your talents as a vocalist and guitarist, so that our fans in Brazil can get to know a little about these works. And sure, about Heaven and Earth and your amazing 70’s sound.

RO: Thank You and both my solo efforts I will release soon. The Blues Angel is alive and kicking and I can’t wait to show the public of all my works.


I put my heart and soul to create it all and I’m proud of it all. Heaven & Earth was a journey unto itself and I love the tracks I played with Richie Sambora and Joe Lynn Turner which reall stand out.


RtM: Richie, thank you once again for the interview, and we hope to have the opportunity to see you in South America and Brazil.

RO: I love my Latin Brother & Sisters out there and there plenty of time to rock you guys!


Interview by: Carlos Garcia

Thanks to: Richie Onori; Chip Ruggieri - Chipster P.R & Consulting, Inc.

The Sweet