segunda-feira, 29 de fevereiro de 2016

Sailing to Nowhere: Navegando em Busca do Seu Espaço



Algo que me chamou atenção logo de início neste debut dos italianos do Sailing to Nowhere, foi o trabalho das guitarras, tanto nos riffs como nos solos, assim como a pegada da bateria e baixo, pois muitas bandas de Power Metal ou Symphonic Metal acabam dando muito ênfase nas orquestrações e acabam aliviando demais no peso que o Metal precisa, e da importância das guitarras para este estilo musical. (Read This Review in English)

Com influências que passam por Avantasia, Edguy e Gamma Ray, além de elementos do Hard Rock e Metal Tradicional, a banda traz um interessante trabalho de estreia, destacando o trabalho da dupla de guitarristas, sempre apresentando bons riffs e solos, além de bases sólidas e que garantem o peso.

Os teclados também são bem colocados, nunca exagerando, oferecendo climas e melodias agradáveis, além de alguns solos e duetos com as guitarras. A sessão rítmica é competente e cumpre seu papel, valendo-se de peso, mas também de velocidade quando preciso. E a dupla de vocalistas proporciona duetos bem interessantes, com o timbre mais "rasgado" de Marco fazendo contra ponto a voz melodiosa de Veronica (que deixou a banda,dando lugar a Federica Garenna).


"No Dreams in My Night" (gostei bastante das guitarras e teclados aqui) e "Big Fire" (mesclando partes bem melodiosas a partes mais pesadas e Power) abrem o álbum muito bem, onde o ouvinte pode notar o que destaquei de início, o trabalho bem destacado das guitarras, com riffs marcantes, e são músicas que trazem mais evidentes o seu lado Power Metal e as influências do Metal Tradicional, principalmente nas "twin" guitars; "Fallen Angel" dá uma acalmada, sendo uma balada com teclado climático, melodias acústicas nas guitarras, mas que depois cresce, ganhando também velocidade.

"Lovers on Planet Earth" é muito legal, uma "power ballad", com melodias pegajosas ao teclado e guitarras, e aqui os duetos vocais tem um momento muito bom, com Veronica soltando mais sua voz. Destaco também o refrão, meu preferido do álbum. 

"You Wont Dare" traz um andamento mais épico, e acredito que traz à tona as influências mais tradicionais da banda; "Strange Dimension", com seu andamento mais lento, também tem riffs e guitarras gêmeas que remetem ao lado mais tradicional do Metal.

"Sailing to Nowhere", faixa homônima ao nome da banda, também é um dos destaques, com uma boa mescla de melodia e peso, andamento bem empolgante e ótimos riffs, com as guitarras e a voz de Veronica se sobressaindo, e mais um grande refrão. Temos aqui mais um "earworm".


"Sweet Rain" é uma bela balada, destacando o teclado e doces vocais de Veronica, e fecham com uma versão para "Left Outside Alone" (Anastacia), e embora não ser novidade bandas de Power Metal e Metal Melódico fazer versões para músicas pop ou power pop, achei bem legal a versão.

Um boa estreia, com momentos ótimos (como em "No Dreams...", "Lovers..." e "Sailing..."), e parabenizo o grupo por não descuidar de manter o peso e a pegada que o Metal precisa, inclusive dando bastante ênfase aos riffs. Um banda com potencial, que com alguns ajustes e experiência vão chegar a uma uniformidade maior e criar uma personalidade mais forte para sua sonoridade.


Resenha: Carlos Garcia

Ficha Técnica:
Banda: Sailing to Nowhere
Álbum: To the Unknow
País: Itália
Estilo: Melodic Power Metal
Selo: Bakerteam




Banda:
Marco Palazzi - Vocals
Veronica Bultrini - Vocals (atualmente Federica Garenna ocupa os vocais)
Andrea Lanzillo - Guitar
Valentina De Iuliis - Keyboards
Carlo Cruciani - Bass
Giovanni Noe' - Drums

Track List
1. No Dreams In My Night

2. Big Fire
3. Fallen Angel
4. Lovers On Planet Earth
5. You Won't Dare
6. Strange Dimension
7. Sailing To Nowhere
8. Sweet Rain
9. Left Outside Alone (Anastacia Cover)


Line up já com Federica, frontwoman loiraça!


Sailing to Nowhere: Sailing in the Search of Their Space




Something that caught my attention early on this debut of the Italian band Sailing to Nowhere, was the work of the guitars both in riffs and in solos, as well as the weight on drums and bass lines, a very good point, in times that many Power Metal or Symphonic Metal bands end up giving much emphasis on orchestrations and being too "economic" in the weight that Heavy Metal needs, and the importance of the guitars for this musical style.

With influences that pass through Avantasia, Edguy and Gamma Ray, as well as elements of Hard Rock and Traditional Metal, the band brings an interesting debut work, highlighting the duo's work of guitarists, always showing good riffs and solos, solid bases and guarantee weight.


Keyboards are also well placed, without exaggeration, offering climates and pleasant tunes, plus some solos and duets with the guitars. The rhythm section is competent and fulfills its role, drawing on weight, but also using the speed when necessary. And the duo of singers provides very interesting duets with the drive of Marco's voice doing to point the melodious voice of Veronica (who was replaced by Federica Garenna). 

New line up, with Federica Garenna on vocals
"In Dreams in My Night" (quite liked the guitars and keyboards here) and "Big Fire" (well done mix of melody and heavier parts) open the album very well, where the listener can notice what I emphasized at the beginning, the very good job at the guitars, with striking riffs, and are songs that bring more obvious their side Power Metal and influences of traditional Metal, especially in the "twin" guitars; "Fallen Angel" gives us a calm moment, being a ballad with climate keyboard, acoustic melodies on guitars, but then grows also gaining speed.

"Lovers on Planet Earth" is very cool, "a power ballad," with sticky melodies on keyboard and guitars, and here the vocal duets have a very good time with Veronica dropping over her voice. I also emphasize the chorus, my favorite of the album.

"You Wont Dare" brings a more epic progress, and I believe that brings up the most traditional influences of the band; "Strange Dimension" with its slower tempo also has riffs and twin guitars that recall again the more traditional side of the metal.


"Sailing to Nowhere", eponymous to band's name, is also a highlight, with a good mix of melody and weight, very exciting progress and great riffs, with the guitars and the voice of Veronica jutting, and another great chorus. We have here a "earworm".

"Sweet Rain" is a beautiful ballad, highlighting the keyboard, a beautiful guitar solo (with technic and melody) and Veronica's sweet vocals, and close with a version of "Left Outside Alone" (Anastacia), and although nothing new bands of Power Metal and Melodic Metal make versions of pop songs or power pop, is a cool way to close the album.

"To The Unknown" is good debut, with great moments (as in "In Dreams ...", "Lovers..." and "Sailing..."), and I congratulate the group for not neglecting to keep the weight and the power that the Metal needs, including giving emphasis to the riffs. A band with potential, and with a few tweaks and experience will come to a greater uniformity and create a stronger personality to their sound.

Review by: Carlos Garcia

Band: Sailing to Nowhere
Album: To the Unknow
Country: Italy
Style: Melodic Power Metal
Label: Bakerteam



Band:
Marco Palazzi - Vocals
Federica Garenna - Vocals (*the album was recorded by former singer Veronica Bultrini)
Andrea Lanzillo - Guitar
Valentina De Iuliis - Keyboards
Carlo Cruciani - Bass
Giovanni Noe' - Drums 



Track List
1. No Dreams In My Night

2. Big Fire

3. Fallen Angel

4. Lovers On Planet Earth

5. You Won't Dare
6. Strange Dimension
7. Sailing To Nowhere
8. Sweet Rain
9. Left Outside Alone (Anastacia Cover)






sexta-feira, 26 de fevereiro de 2016

Serenity: Da Vinci, Conspirações, Ciência, Arte e Symphonic Metal Monumental


Em seu quinto álbum de estúdio os austríacos do Serenity, encabeçado pelo seu "mastermind" Georg Neuhauser (que tem um timbre vocal que sempre me lembra Tony Kakko, do Sonata Arctica), leva o ouvinte a uma jornada interessante, regada a Symphonic Metal, uma verdadeira trilha sonora, que atingirá em cheio os fãs desse estilo, bastante, digamos, "melódico e pomposo", e além dos elementos que são imprescindíveis ao Symphonic, como arranjos orquestrais bem feitos e melodias e refrãos competentes, e o único porém é que pude notar que foi dada muita ênfase nos arranjos "cinematográficos" e introduções dos teclados, do que ao peso das guitarras e bateria, etando esses em evidência em apenas algumas faixas.

Certamente esse clima mais cinematográfico, com mais ênfase nos arranjos orquestrais se deva a buscar em "Codex Atlanticus" uma relação próxima com a parte lírica, onde o grupo aborda temas instigantes, tendo como centro Leonardo da Vinci, mas também abordando temas como teorias da conspiração, illuminati e afins.



Conforme falei acima, predomina a melodia e os arranjos de orquestra e piano, mas o peso se faz presente, com as guitarras bem evidentes em "Sprouts of Terror", apresentando também andamentos mais velozes e com Greg também com mais agressividade nos vocais, assim como em "Fate of Light" temos esses momentos mais heavy (detalhe para um trechinho da ópera "Phantom of the Opera" em meio a música), "Reason" segue o caminho melodioso, intro com orquestrações bombásticas, seguindo após com um andamento mais moderado e agradável, além do marcante refrão.

Mais um destaque para quem curte a música produzida pela banda, com toda a sua "pompa", está em "Perfect Woman", com uma incrível e épica abertura, grandes arranjos e teclados, espécie de Power Ballad sinfônica liderada pelo piano, trazendo um ar de trilha sonora mesmo; "The Oder" fecha o álbum também nessa linha, ênfase nas orquestrações, seguindo esse clima cinematográfico/Brodway do álbum.


Um álbum que agradará fãs deste estilo, apesar de alguns seguidores da banda talvez venham a sentir falta de mais punch, além de composições menos calcadas nos arranjos orquestrais, naquele estilo mais dark dos primeiros trabalhos, mas "Codex Atlanticus" é muito bem produzido, possui momentos bons, e, embora tenham, talvez, "suavizado" demais a sonoridade, depende do que você curte ouvir dentro dessa área do Symphonic Metal. Vale conferir.

Rate 8/10
Resenha por: Carlos Garcia

Ficha Técnica:
Banda: Serenity
Álbum: Codex Atlanticus (2016)
País: Austria
Estilo: Symphonic Power Metal
Selo: Napalm Records


Assista AQUI vídeo oficial para a faixa "Follow Me"






Line Up:
Georg Neuhauser – Vocals
Cris Hermsdörfer – Guitars, Backing Vocals
Fabio D’Amore – Bass, Backing Vocals
Andreas Schipflinger – Drums, Backing Vocals

Tracklist:
1. Codex Atlanticus
2. Follow Me
3. Sprouts of Terror
4. Iniquity
5. Reason
6. My Final Chapter
7. Caught in a Myth
8. Fate of Light
9. The Perfect Woman
10. Spirit in the Flesh
11. The Order