Esta é a primeira postagem da seção “Lendas do Metal”. Em cada postagem, será referido algum nome de músico ou pessoas envolvidas (produtores, repórteres, etc) do Metal mundial e que merecem um espaço dedicado à homenagens aqui no Road to Metal.
Talvez poucos saibam da importância gigantesca do baterista Pete Sandoval (Morbid Angel, Terrorizer) para o Death Metal.
Ele foi o responsável pela criação do “Blast Beat” ou “Metranca”, ou seja, trata-se do famoso padrão rítmico de bateria em que se forma uma “parede sonora” devido à alta velocidade das baquetadas alternadas ou coincidentes na caixa e no chimbal, enquanto o bumbo é tocado entre eles para criar um efeito mais brutal ainda.
Esta técnica nos dias de hoje já é comum entre os bateristas do estilo, tanto no Death Metal, Black Metal, Grindcore, Goregrind... entre outros.
Mesmo que em meados dos anos 80 bateristas como o do Napalm Death executassem técnica similar, foi Pete Sandoval que desenvolveu e foi mais longe no estilo. Infelizmente, devido à uma cirurgia pela qual passou recentemente, o baterista não gravará o nono disco da banda Morbid Angel, agora pela primeira vez com outro baterista. O álbum deve sair ainda este ano ou inicio de 2011.
Segue agora, trechos de uma entrevista do baterista em 2009:
Roadie Crew: Pete, você mencionou talentos e, de fato, o Death Metal é um estilo musical que requer grande técnica dos integrantes. Mas o baterista é sempre um dos mais exigidos, justamente pela complexidade e velocidade dele requeridas. E, neste caso, você ainda é o inventor do formato original dos 'blast beats', usando um dos pés, fato ocorrido em meados dos anos 80. Este elemento acabou se tornando uma das marcas registradas do Death Metal. Como foi esta criação?
Pete: Isso aconteceu quando eu estava tocando em Los Angeles, California (EUA), antes de entrar no Morbid Angel. Nessa época, quanto integrava o Terrorizer ao lado do Jesse Pintado e Oscar Garcia, só tinha um pedal no bumbo. Então, acabei criando isso com apenas um pé, pois era a forma que dava pra fazer naqueles dias, no começo de tudo. Como era o recurso disponível, eu depositava muita velocidade no pé do bumbo e me acostumei com aquilo... Era uma época em que não se falava em 'blast beats', Death Metal ou Grindcore. Em meados dos anos 80 era apenas Thrash Metal e Speed Metal. Ninguém pensava que o Death Metal ou o Black Metal ficariam grandes. Eu estava apenas experimentando algo, me adaptando como podia à velocidade das músicas do Terrorizer. Quando cheguei ao Morbid Angel ainda carregava as características dos 'blast beats' com apenas um dos pés e tive que me adaptar ao pedal duplo, isso em 1988. Naquela época quase fiquei louco com isso, pois foi um processo muito difícil. Esta é a história de como comecei o chamado 'one foot blast' em 1986, 87. Antes disso era aquele sentimento de levadas contínuas, "ta-ta-ta-ta-ta-ta-ta-ta", através dos riffs que o Terrorizer fazia. Hoje em dia nem todos fazem isso certo e não sabem quem começou, quem realmente criou. Eu gostaria de fazer em breve um video de instrução para poder mostrar a minha técnica. Afinal são muitos bateristas que já tem um (risos).
Roadie Crew: E quais são os seus bateristas favoritos, além daqueles que foram influências na sua forma de tocar?
Pete: Quando comecei a tocar em Los Angeles eu meio que me virava na raça, mas confesso que gostava muito do Clive Burr, do Iron Maiden. Ele foi uma das minhas grandes influências para fazer coisas diferentes de bumbo com apenas um dos pés. Um pedal de bumbo era e continuou sendo uma característica constante do Iron Maiden, mas aprendi muito com aquele baterista. Além dele me influenciaram os mais velozes como o Dave Lombardo no Show No Mercy, Hauting The Chapel e Reign In Blood... Aquilo era tão extremo na época! Sempre fui mais ligado à velocidade, nunca quis realmente tocar Rock and Roll ou Heavy Metal. Outro que costumava ver muito nos meus dias de juventude era o Gene Hoglan do Dark Angel que é claro, foi outra influência. Além desse não foram muitos os outros, pois eu queria fazer algo próprio, diferente. Ninguém fazia ' blast beats' e eu estava desenvolvendo aquilo. Era isso que eu buscava naqueles dias de Terrorizer. O Death Metal existia mas ainda não era grande assim como o Grindcore. Eu fazia o que sentia e aqui estou agora.
Roadie Crew: Como você se sente sendo um dos que contribuíram significativamente para o desenvolvimento do Death Metal?
Pete:Sinto-me honrado e feliz, orgulhoso por ter ajudado de uma forma ou outra. Creio que além dos ' blast beats', ajudei a estabelecer um novo padrão de velocidade e resistência. Hoje em dia muitos bateristas mais jovens me perguntam muita coisa sobre isso. Mas o fato de ter contribuído para o estilo não faz com que e eu me sinta especial, ou como um deus. Não! Apenas sinto satisfação e felicidade por ter ajudado tantos bateristas, que quando mais jovens olharam para mim e por causa disso melhoraram a aprenderam a fazer os 'blast beats' da forma correta. Não penso muito nisso mas quando acontece fico satisfeito por ter criado algo que tantos fazem hoje em dia e que torna esse tipo de música tão mais bombástica, excitante e veloz.
Introdução: Andrey Pietrowski
Entrevista concedida à Roadie Crew em 2009
sexta-feira, 30 de julho de 2010
Lendas do Metal: Pete Sandoval (Morbid Angel) e a Sua Importância Para o Death Metal
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quinta-feira, 29 de julho de 2010
Paul Di’Anno Volta em Extensa Turnê Comemorando 30 Anos de “Iron Maiden”
Mais uma vez o lendário primeiro vocalista do Iron Maiden (pelo menos o primeiro a gravar com a banda, ainda em 1979), retorna após um ano ao Brasil para realizar mais uma de suas extensas turnês.
Porém, ao contrário da tour de 2009, que foi de cerca de 10 shows, todos nas regiões sul e sudeste do país, desta vez ela abarcará todas as regiões do país e num total de 20 apresentações.
A exemplo do ano anterior, em que a banda de apoio foi a gaúcha Scelerata, este ano o grupo volta a abrir os shows do vocalista e acompanhá-lo na execução completa do primeiro disco do Iron Maiden, álbum homônimo lançado há exatos 30 anos.
A Scelerata novamente foi selecionada para acompanhar Di’Anno, mas desta vez apresentando seu novo vocalista fixo (em 2009 estavam com um “emprestado”) Fabio Juan. Completam a banda os guitarristas Renato Osório e Magnus Wichmann, o baixista Gustavo Strapazon e o baterista Francis Cassol.
Vale lembrar que o blog Road to Metal realizou entrevista com a banda após turnê no ano anterior e também foi possível acompanhar a apresentação da banda com o Di’Anno em Frederico Westphallen (confira entrevista e resenha do show aqui no blog).
Os caras estão preparando seu terceiro disco, ainda para este ano, marcando essa nova fase da banda que passa a ser muito conhecida por todo o Brasil por estar tocando ao lado de Di’anno e pelo seu som de qualidade dos dois trabalhos “Darknes ans Light” (2006) e “Skeletons Domination” (2008).
Infelizmente, com essa turnê especial objetivando levar os shows à outras regiões do Brasil, o interior dos estados de Rio Grande do Sul e Santa Catarina ficaram sem shows, o que dificulta o deslocamento até suas capitais. Mas quem foi sabe que, embora Di’Anno muitos quilos a mais, sua voz continua potente (arriscando até uns “urros”) e que os fãs de Maiden podem esperar o álbum primário na integra, assim como clássicos do disco “Killers” (1981) e outros da carreira do vocalista.
UP THE IRONS
Texto: EddieHead
Myspace Scelerata: http://www.myspace.com/scelerataband
Site de Di’Anno: http://www.pauldianno.com
Abstratti
http://www.abstratti.com.br
Informações com a produtora:
(51) 3026-3602
abstratti@abstratti.com.br
twitter.com/abstratti
AGOSTO
05 (quinta-feira) - Florianópolis/SC no John Bull
06 (sexta-feira) - Curitiba/PR no John Bull
07(sábado) - Londrina/PR no Strettos Pub
08 (domingo) - Porto Alegre/RS no Porão do Beco
13 (sexta-feira) - Manaus/AM no Porão do Alemão
14 (sábado) - Fortaleza/CE no Ceara in Rock (com Hangar)
19 (quinta-feira) - Goiânia/GO no Bolshoi Club
20 (sexta-feira) - Brasília/DF no America Rock Club
21 (sábado) - Teresina/PI no Bueiro do Rock
22 (domingo) - Belém/PA no Lux
26 (quinta-feira) - Rio de Janeiro/RJ no Hard Rock Café
27 (sexta-feira) - Pouso Alegre/MG no Clube de Campo Fernão Dias ("Triumph of Metal Fest")
28 (sábado) - Cachoeiro do Itapemirim/ES no Pavilhão de Eventos Ilha da Luz
29 (domingo) - Juiz de Fora/MG no Cultural Bar
SETEMBRO
02 (quinta-feira) - São Paulo/SP no Manifesto Bar
03 (sexta-feira) - Leme/SP
04 (sábado) - Novo Horizonte/SP no Experience Rock Bar
05 (domingo) - Sorocaba/SP no Plaza Hall
06 (segunda-feira) - Santos/SP (com Velhas Virgens)
07 (terça-feira) - Guarulhos/SP no Rancho (com Shaman e Bittencourt Project)
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quarta-feira, 28 de julho de 2010
Danzig de Volta ao Sucesso
Glenn Danzig é mais uma daquelas figuras características do Heavy Metal que muita gente não conhece ou não tenta levar a sério o trabalho do cara. Ex-membro da clássica banda de Punk The Misfits (1977 – 1983) e, depois, da banda Samhain (1983 – 1987), ele retorna e em troca alcança um sucesso interessante.
Com o inicio de uma carreira solo desacreditada, lançou vários discos ao longo dos anos 90 e 2000, tendo como sempre clássico o álbum de estréia, “Danzig” (1988), disco que conta com seu maior clássico, “Mother”.
Faziam cerca de seis anos que Danzig não lançava um disco inédito, até que “Deth Red Sabaoth” (2010) sai há algumas semanas e, até o momento, alcançou a almejada posição de 35º na parada Billboard, a principal dos Estados Unidos, país de origem do vocalista. Aliás, seu single para a ótima faixa “On a Wicked Night” chegou à 6º posição da mesma parada, o que é muito digno de nota e demonstra que o cara lá está indo muito bem.
Tendo constituído uma formação inédita em estúdio, o novo trabalho é muito interessante, mesclando o clássico estilo de Heavy Rock com Doom Metal, da forma que só esse cara conseguiu fazer.
Além da faixa single, os pontos altos do disco ficam à cargo de “Hammer of the Gods”, que inicia o disco. “Rebel Spirits” agrade muito, pelo seu ritmo cadenciante, seguido por uma bateria simples, mas marcante, sem falar no vocal de Glenn. Além dessas, merece atenção especial “Deth Red Moon”, “Night Star Hel” (com um “l” mesmo) que tem os dois pés no Doom (ficou perfeita). Por fim, merece nota as duas partes da música “Pyre of Souls”.
Mesmo não sendo um disco que o coloque como um dos maiores nomes do Rock e Metal, este novo trabalho do velho Danzig pelo menos, logo de cara, conseguiu trazê-lo à vida. De volta aos palcos e estúdio, Glenn e companhia prometem mostrar que sabem dar vida à um estilo bastante singular de se fazer música.
Stay on the Road
Texto: EddieHead
Ficha Técnica
Banda: Danzig
Álbum: Deth Red Sabaoth
Ano: 2010
País: EUA
Tipo: Heavy Rock/Doom Metal
Formação
Glenn Danzig (Vocal – Guitarra e Teclados)
Tommy Victor (Guitarra)
Steve Zing (Baixo e Vocal)
Johnny Kelly (Bateria)
Tracklist
1. Hammer of the Gods
2. The Revengeful
3. Rebel Spirits
4. Black Candy
5. On a Wicked Night
6. Deth Red Moon
7. Ju Ju Bone
8. Night Star Hel
9. Pyre of Souls: Infanticle
10. Pyre of Souls: Seasons of Pain
11. Left Hand Rise Above
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terça-feira, 27 de julho de 2010
4º Nightfall in South Festival Prima Pelo Metal Extremo de Qualidade
O já tradicional festival do interior do Rio Grande do Sul, que anualmente se realiza na cidade de Ijuí, tem na sua 4º edição nomes do Metal nacional, especialmente do underground.
O festival acontecerá nessa cidade no dia 14 de agosto deste ano, no Hangar Paranhos, mesmo local onde recentemente foi realizado o festival de Ijuí Rock'n Roll de três dias de duração (vide matéria aqui no blog). Tendo como realizador o Metal Army, promotor de eventos de Metal de São Paulo, além do apoio do Hangar Paranhos e da idealizadora do festival, Débora Reoly.
A principal atração dessa edição é a banda paulista Vulture (que recentemente completou 15 anos), que com seu Death Metal nos brindará com composições próprias de seus dois álbuns, assim como das várias demos. A banda é bastante experiente, tendo surgido em 1995. De lá pra cá, várias mudanças na formação e muitas demos, levaram os caras a assinarem com a Die Hard e lançarem o seu debut “Test of Fire” (2005) e, após shows até mesmo fora de São Paulo, lançam “Through the Eyes of Vulture” (2007), tendo aberto os shows de banda sinternacionais como Belphegor, Incantation e Dark Funeral.
Ou seja, a banda é de alto gabarito. Finalmente teremos na região um show de Death Metal digno de fazer comparecer todos os Headbangers das proximidades, inclusive quem não curte muito o gênero, mas pela qualidade, podem ter certeza que os paulistas detonarão no festival.
Outro nome esperado é a banda da capital gaúcha Losna. Trata-se de um trio formado por duas irmãs, as belas Débora (Vocal e Guitarra) e Fernanda (Vocal e Baixo), além do baterista Marcelo, também membro do Steel Grinder. O grupo caracteriza-se pelo Thrash Metal que executa, em músicas que incrementam com elementos do Death Metal. O trio possui material próprio também, o debut “Wild Hallucinations”(2009).
Da mesma cidade, a Indulgence, formada por Carlos Oliveira (Vocal e Guitarra),Anderson Zubrzycki (Guitarra), Regis Bordin (Bateria) e Pedro Webster (Baixo), apostam no Death Metal mais brutal possível, tendo lançados já em 2007 (um ano após sua fundação) a demo "Eternal Damnation”, que com cinco músicas chamou bastante a atenção da capital.
Do vizinho estado de Santa Catarina, mais especificamente de Chapecó, a banda Mass of Shit se apresentará no Nightfall com seu som Gore/Splatter, sendo montada em 2007 na junção de membros das bandas Gore Obsessed (conhecida da região há alguns anos atrás) e Endoscopyc Hemorrhage. O grupo possui uma EP “Fragmentos da Decomposição” lançada virtualmente em 2008. Você pode baixar a mesma na comunidade do site de relacionamento Orkut. Banda nada indicada aos fracos de estômago e de ouvido.
Representando a cidade de Ijuí, a tradicional e respeitada banda Iron Maiden Cover irá desfilar os maiores clássicos da Donzela de Ferro, que já provou ser a banda favorita dos Headbangers desta região. Também da região (cidade de Ibirubá), a banda Infinty retorna depois de mais de um ano inativa. O grupo ficou conhecido regionalmente por tocar com muita habilidade covers de bandas de Power Metal e Metal Progressivo, dentre elas Helloween e Dream Theater.
Fechando este grande cast, a banda CAAIS, de Santiago, vem mostrar que se pode fazer músicas cantadas em português. Os caras que são de Santiago prometem um show arrebatador, tocando suas músicas próprias que se caracterizam pela mescla de peso e melodia, em algo próximo ao Metalcore, mas com pegadas pop e progressivas. Só ouvindo para entender. Os caras já lançaram o debut chamado “Trilha Sonora”, com direito à vídeo clip, e preparam para setembro deste ano seu segundo disco, “Coração maldito”.
Por fim, de São Borja/RS, Entherror marcará sua passagem por Ijuí com sua mescla de Thrash/Death/Black Metal. A formação conta com Marcello (Vocal), Douglas (Guitarra), Flavio (Bateria) e Rafael (Baixo).
Então é isso aí. A quarta edição promete ser a maior de todas, fortalecendo ainda mais a cidade de Ijuí como referência em termos de grandes festivais e shows de Rock e Metal.
Os ingressos estarão à venda a partir do dia 1° de agosto na loja Cartolla, Cdlandia e no SP Tattoo, em ijuí/RS.
O blog Road to metal apóia e acompanhará mais essa edição desse grande festival.
Texto: EddieHead
4° Nightfall in South Festival - Dia 14/08/2010, em Ijuí-RS
Vulture - Itapetininga/SP
http://www.myspace.com/vulturebr
Losna - Porto Alegre/RS
http://www.myspace.com/losnathrash
CAAIS - Santiago/RS
http://www.myspace.com/caais
Indulgence - Porto Alegre/RS
http://www.myspace.com/indulgence666
Entherror - São Borja/RS
http://www.myspace.com/entherrormetal
Mass of Shit - Chapecó/SC
http://www.myspace.com/massofshit
Infinity - Ibirubá
http://il.youtube.com/user/InfinityRS
Local: Hangar Paranhos, em Ijuí
Ingressos: 10,00 antecipado e excursões (na hora 15,00)
Realização: Metal Army
http://www.myspace.com/metalarmybr
Perfil no Orkut do festival para mais informações: http://www.orkut.com.br/Main#Profile?uid=6582139082423800133
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segunda-feira, 26 de julho de 2010
Clássicos: Obituary Com "The End Complete"
A Flórida é berço de bandas que solidificaram o Death Metal no fim dos anos 80, tais como Death, Deicide e Morbid Angel.
O Obituary está entre estes grandes nomes também deixando sua marca na cena. Do mesmo modo que as outras, a banda desenvolveu o seu estilo próprio de tocar ao longo de sua discografia.
O espaço aqui fica por conta do álbum The End Complete lançado em 1992, num momento em que o Death Metal passava por uma boa fase.
Este álbum é sucessor do aclamado Cause Of Death (1990), um divisor de águas para o Obituary.
Mas neste trabalho a banda não tira o pé da tábua, sempre demonstrando ser uma banda de muita pegada e vigor nas suas composições. O vocalista John Tardy é uma das marcas registradas no som dos caras, seus vocais urrados apenas fazem salientar o peso das guitarras, aliás, peso é algo que nunca faltou para o Obituary.
A temática lírica do álbum é o caos e a desolação da alma, cantados (ou urrados) de maneira caótica pelo excelente vocalista, que desde o primeiro álbum demonstrou muita energia e competência.
Uma das características que particularmente sempre me agradaram nos trabalhos deles, e que se apresenta aqui de modo inspiradíssimo são os riff cadenciados e pesadíssimos, no caso aqui efetuados pela dupla de guitarristas Allen West e Trevor Peres, que alternam bons solos com os riffs matadores e certeiros.
Donald Tardy não é nenhum velocista na bateria, mas faz o seu trabalho muito bem dentro de suas próprias características, indo de encontro ao som que a banda se propõe a tocar.
Os destaques ficam por conta de "I´m In Pain", "In The End Of Life" e a faixa-título "The End Complete". Mas o trabalho deve ser apreciado do começo ao fim, pois o som executado é muito estável e consistente, sendo que em nenhum momento senti vontade de pular de faixa.
Enfim, para quem procura um Death Metal da velha escola, com riff diretos, pesados e certeiros, somados a um vocal urrado. Este álbum é uma ótima pedida, pois em se tratando de Obituary não tem erro.
Texto: Andrey Pietrowski
Ficha Técnica
Banda: Obituary
Álbum: The End Complete
País: EUA
Ano: 1992
Tipo: Death Metal
Duração: 35:17 min
Formação
John Tardy - Vocal
Allen West - Guitarra
Trevor Peres - Guitarra
Frank Watkins - Baixo
Donald Tardy – Bateria
Trakclist
01 - I'm in Pain
02 - Back to One
03 - Dead Silence
04 - In the End of Life
05 - Sickness
06 - Corrosive
07 - Killing Time
08 - The End Complete
09 - Rotting Ways
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sábado, 24 de julho de 2010
O Jeito Texano de Se Fazer Metal
A nova banda do grande baterista Vinnie Paul (Pantera, Damage Plan) traz novamente ao Metal todo aquele lance que sua primeira banda oriunda do Texas trouxe. Nos anos 1990, especialmente, o Pantera tomou o mundo nas mãos, saído de Texas e num som calcado no Thrash Metal, ou ainda, Groove Metal.
Porém, a banda encerrou as atividades, os irmãos Vinnie Paul (Bateria) e Dimebag Darrel (Guitarra) montaram o grupo Damage Plan, e em 2004 Dimebag foi assassinado em pleno palco.
Deixando de lado essa trágica morte, o cara se uniu aos integrantes das bandas Mudvayne e Nothinface e montou um nova empreitada, o grupo Hellyeah, que neste ano lança o segundo disco, “Stampede” (2010).
A banda está aparecendo bastante nas últimas semanas por ter disponibilizado o disco inteiro para audição no seu site oficial, e por estar em uma bem sucedida turnê pelos EUA.
Mas, devo alertar, que você não encontrará um som parecido com Pantera. Aqui embora ainda um pouco sujo e com aquela levada gritada do vocalista (lembrando superficialmente Anselmo), a banda pisa mais nos freios, focando em letras mais emocionais, mas sem deixar o peso de lado, fazendo com que o disco possa ser considerado um disco de Heavy Metal, sem frescuras.
Hellyeah foca a atenção em todos os músicos, muito mais do que Damage Plan, que privilegiava os irmãos ex-Pantera. Aqui, o vocalista Chad Gray (Mudvayne), os guitarristas Tom Maxwell (Nothinface) e Greg Tribbett (Mudvayne), o baixista Bob Zilla (Damage Plan) e o já citado batera Vinnie Paul (Pantera e Damage Plan), demonstram que Hellyeah já se tornou uma banda de verdade e o principal projeto de vida do lendário batera.
O disco traz 12 faixas, a última uma versão ao vivo. Posso, de cara, destacar “Cowboy Way”, que não é uma “Cowboys From Hell” (maior clássico do Pantera), mas marca muito bem a proposta do grupo de não ser apenas uma banda de Metal, mas de Rock, misturando os elementos do Heavy, Hard e Thrash, montando isso que se chama Groove Metal.
Minha favorita é “It’s On!”, a mais pesada do disco e com uma bateria de Paul detonando. O refrão gritado ficou de deixar saudade de Anselmo. Baita som. “Hell of a Time” é uma música diferente, ótima para tocar nas rádios, misturando um pouco de peso e muita melodia. As demais são ótimas músicas, sendo o disco um trabalho que demarca a evolução do grupo desde seu debut homônimo de 2007.
Não é um disco revolucionário, embora o som da banda seje único. Mas com certeza um trabalho que te faz entrar no espírito do Rock, com muita bebida e sexo, o que, afinal, casa bem com essa veia Rock’n Roll que todos temos. Além disso, é muito bom ver Vinnie Paul na sua bateria mais uma vez.
Stay on the Road
Texto: EddieHead
Ficha Técnica
Banda: Hellyeah
Álbum: Stampede
Ano: 2010
País: EUA
Tipo: Groove Metal/Heavy Metal
Site Oficial: http://www.hellyeahband.com/
Formação
Vinnie Paul (Bateria)
Chad Gray (Mudvayne)
Tom Maxwell (Guitarra)
Greg Tribbett (Guitarra)
Bob Zilla (Baixo)
Tracklist
01. Cowboy Way
02. Debt That All Men Pay
03. Hell Of A Time
04. Stampede
05. Better Man
06. It's On!
07. Pole Rider
08. Cold As A Stone
09. Stand Or Walk Away
10. Alive And Well
11. Order The Sun
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quinta-feira, 22 de julho de 2010
Anaxes: Banda Gaúcha em Debut Perfeito
Já havia um tempo em que ouvia falar da banda gaúcha de Metal Progressivo Anaxes, mas acabei não indo conferir o som dos caras, até agora.
Eles recentemente lançaram seu primeiro disco, “Antithesis” (2010), inclusive com o show de lançamento da cidade de Caxias do sul, da onde vieram.
Ouvindo o disco, me dei conta e estar diante de um dos melhores trabalhos de Metal Progressivo que já ouvi. Não é exagero dizer que, até agora, o melhor disco do ano das bandas nacionais (entre todos os trabalhos que venho ouvindo).
Os caras não são crianças, já possuindo uma trajetória de respeito. Por exemplo, o vocalista Gui Antoniolli, também canta na banda Tierramystica, que está chamando muita atenção este ano, especialmente pelo som único e por estarem abrindo shows de bandas como Épica e Scorpions (ainda não rolaram os shows da banda alemã). Aliás, o cara também participara do Soulspell Metal Opera, no “Ato 2”, trabalho que logo sairá e que contará com os maiores nomes do Metal Nacional, bem como Blaze Bayley (ex-Iron Maiden), TIM Owens (ex-Judas Prieste, Iced Earth), Jon Oliva (ex-Savatage), etc.
Também o baixista Benhur Lima, além de tocar no Ynis Vitrin, recentemente foi efetivado como baixista da banda Hibria, substituindo Marco Panichi, que deixa a banda para se dedicar à produção de bandas nacionais no exterior.
O guitarrista e fundador Bruno Machado lançou disco chamado “Colagem” junto ao tecladista Gabriel Lopes. Assim também o baterista Thiago Caurio também toca na banda Astafix (confira resenha aqui no blog).
Segundo o Myspace dos caras, a banda surgiu em 2005, fundada por Bruno Pinheiro Machado (Guitarra) e Thiago Caurio (Bateria), na cidade de Caxias do Sul, próximo à capital gaúcha.
Completaram o time o já citado vocalista, o baixista Benhur Veira Lima e o Cassio Vianna na outra guitarra e também teclados. Com esse time, realizaram shows pelo sul do país que já foram pavimentando caminho para este trabalho inicial, mas antes lança em 2006, uma demo.
O álbum conta com 10 faixas que misturam a habilidade técnica de cada músico, mais a melodia marcada especialmente pelos voais e guitarras, peso na medida certa e muito feeling, sendo que todas as faixas ao mesmo tempo em que são diferentes uma das outras, são também parte de um todo que caracteriza o som da Anaxes.
Teria que falar de canção em canção, mas posso destacar de cara as perfeitas “Cause/Consequence” que abre o disco, “Flux” que com mais melodia, estoura em certos momentos com peso semelhante ao que encontramos nos novos trabalhos dos mestres do Metal Progressivo Dream Theater.
Também é demais “Tell Me Your Lies”,uma das minhas favoritas, com muito groove, teclados clássicos que caíram como uma luva, baixo de Benhur marcando muito bem as levadas. Isso também ocorre com “Evoking”, que inicia com a cozinha da banda em perfeita conexão, para estourar em pesados riffs da dupla de guitarristas e o vocal de Antonioli mais agressivo que de costume.
Porém, para mim foi “Wait For the Dawn” que cativou na primeira audição, sendo difícil ficar sem ouvi-la. Simplesmente perfeita! Uma obra prima e forte candidata a clássico da banda. A bela balada “Stuck in This World” também é demais, mostrando toda a veia sensível do grupo.
A banda conta com a participação da cantora Patrícia Vianna na faixa “To Believe”, que é bastante interessante.
Enfim, chega de falar. Adquira o disco dos caras por apenas R$15,00. Posso dar certeza de se tratar de um trabalho simplesmente perfeito, em todos os sentidos (produção à cargo do holandês Marcel Van der Zwam). Mais uma grande banda aqui do sul para o mundo todo ver e ouvir.
Stay on the Road
Texto: EddieHead
Ficha Técnica
Banda: Anaxes
Álbum: Antithesis
Ano: 2010
País: Brasil
Tipo: Metal Progressivo
Conheça a banda em seu Myspace http://www.myspace.com/anaxesprogComunidade no Orkut: http://www.orkut.com.br/Main#Community?cmm=3876938
Formação
Bruno Pinheiro Machado (Guitarra)
Thiago Caurio (Bateria)
Gui Antoniolli (Vocal)
Benhur Veira Lima (Baixo)
Cassio Vianna (Guitarra e Teclados)
Tracklist
01 – Cause/Consequence
02 – To Believe
03 – Flux
04 – Tell Me Your Lies
05 - Alcoholic Amnesia
06 – Evoking
07 – Wait For the Dawn
08 – Stuck in This World
09 – Wishing Highers Skies
10 – Crying Alone
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Metal Progressivo
terça-feira, 20 de julho de 2010
Black Metal Norueguês Como Deve Ser
Não é a primeira vez que aviso à galera que acompanha o Road to Metal de que não sou a melhor pessoa para resenhar discos de Black metal. Falo isso por dois motivos: não é um gênero que eu conheça muito bem, nem que eu ouça direto. Em segundo lugar, há muitas bandas, mas pouca originalidade, até onde minha limitada audição permite pensar.
Porém, desta banda o blog precisa tocar no nome. Falo dos noruegueses do 1349. A banda, formada por Archaon (Guitarra), Frost (Bateria, também do Stirycon e Ov Hell), Seidemann (Baixo) e Ravn (Vocal), lança este ano o quinto disco, chamado “Domonoir” (2010), sucessor do recente e muito bem aceito Revelations of the Black Flame (2009).
A banda traz, em todas as faixas, muitos climas sombrios, peso e brutalidade. É um absurdo como quatro caras conseguem produzir um disco de tamanha violência, sem se tornar repetitivo e, ainda por cima, mantendo a bandeira da Noruega tremulando quando o assunto é Black Metal.
Não irei destacar nenhuma das 13 faixas que compõem o disco. Várias delas são instrumentais, que promovem um clima quase que hipnótico ao som da banda. Além dos caras, há a participação do guitarrista da banda de Hard Rock TNT (Ronni Le Tekro) que também foi produtor da banda nos dois álbuns anteriores. Ele toca o solo na faixa “Psalm 7:77”.
Indicado aos que acompanham a banda, esta que promete ser a nova referência do Black Metal Norueguês. Também para quem quer ouvir um som que talvez só fique atrás de Marduk, em termos de brutalidade.
Stay on the Road
Texto: EddieHead
Ficha Técnica
Banda: 1349
Álbum: Demonoir
Ano: 2010
País: Noruega
Tipo: Black Metal
Formação
Archaon (Guitarra)
Frost (Bateria)
Seidemann (Baixo)
Ravn (Vocal)
Tracklist
1. Tunnel Of Set XI
2. Atomic Chapel
3. Tunnel Of Set XII
4. When I Was Flesh
5. Tunnel Of Set XIII
6. Psalm 7:77
7. Tunnel Of Set XIV
8. Pandemonium War Bells
9. Tunnel Of Set XV
10. The Devil Of The Desert
11. Tunnel Of Set XVI
12. Demonoir
13. Tunnel Of Set XVII
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domingo, 18 de julho de 2010
O Retorno da Uma Lenda: Ratt Após 11 Anos
Fazem exatamente 11 anos desde que a banda norte-americana Ratt lançava seu último trabalho inédito, o álbum “Ratt” (1999).
Antes disso, a banda tomou em assalto o mundo com seu Hard Rock (ou Glam Metal, como alguns preferem), ainda nos anos 80. Na década de 90 dão uma parada, para retornar com muitas brigas entre os membros, e pouco sucesso, até que a banda volta com material inédito este ano.
Tendo na sua formação Stephen Pearcy (Vocal), Warren DeMartini (Guitarra), Carlos Cavazo (Guitarra), Robbie Crane (Baixo) e Bobby Blotzer (Bateria), o novo disco marca a volta dessa lenda do Hard Rock.
Com o nome de “Infestation” (2010) e 11 faixas, o disco mostra ao mundo o que esse quinteto ainda pode oferecer. Atualamente, é dificil bandas tocarem o bom e velho Hard Rock oitentista, exemplo disso são bandas como Kiss e Aerosmith (duas influências do Ratt) que não conseguem emplacar bons álbuns nos últimos anos.
Mas com o Ratt está sendo difrente. “Infestation” é puro Hard Rock. Se não fosse pela produção impecável, poderíamos dizer que estaríamos ouvindo um álbum do grupo remasterizado.
Músicas como “Best of Me”, “A Little Too Much” e “As Good As It Gets” são a prova mais de que a banda está mantendo a chama acessa. Outros destaques também para “Eat Me Alive”, “Take A Big Bite” e “Don’t Let Go”.
Em termos de shows, os caras estarão tocando junto ao Scorpions na turnê norte-americana e tocarão no Loud Park 10 (o Angra é a banda nacional que tocará esta edição, na edição passada fora Hibria), maior festival de Rock do Japão.
Um grande retorno do grupo, em meio à brigas e morte (o guitarrita Robbin Crosby que morreu em 2002 por overdose de heroína), para marcar o inicio de uma nova fase para a banda.
Stay on the Road
Texto: EddieHead
Ficha Técnica
Banda: Ratt
Álbum: Infestation
Ano: 2010
País: EUA
Tipo: Hard Rock
Formação
Stephen Pearcy (Vocal)
Warren DeMartini (Guitarra)
Carlos Cavazo (Guitarra)
Robbie Crane (Baixo)
Bobby Blotzer (Bateria)
Tracklist
01 - Eat Me Up Alive
02 - Best of Me
03 - A Little Too Much
04 - Look Out Below
05 - Last Call
06 - Lost Weekend
07 - As Good As It Gets
08 - Garden Of Eden
09 - Take A Big Bite
10 - Take Me Home
11 - Don't Let Go
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