sábado, 29 de dezembro de 2018

The Three Tremors: Projeto Matador Com Três Grandes Vozes do Metal




E a lenda urbana dos “The Three Tremors” se transforma em realidade em uma nova versão. O projeto, que foi cogitado alguns anos atrás reunindo três grandes vocalistas do Metal, nada menos que Bruce Dickinson, Rob Halford e Geoff Tate (o nome de Dio também fez parte das especulações), não saiu do papel. Mas a lenda agora ressurgiu, e partindo da vontade de Sean "The Hell Destroyer" Peck (Cage, Denner/Shermann) em colocar em prática um projeto naqueles moldes, buscou os outros nomes para completar o trio. (English Version)

Sean então contatou Tim “Ripper” Owens (Judas Priest, Iced Earth) e Harry “The Tyrant” Conklin (Jag Panzer, Titan Force), reunindo-se assim 3 vocalistas que também seguem a linha dos clássicos vocais do projeto original, possuindo uma bagagem de cerca de 3 décadas e elogiáveis serviços prestados ao cenário metálico.


Após um ano de árduo trabalho, que resultou na forja de 12 canções poderosas, algumas nasceram já com aquele jeito de hino, onde os vocalistas se revezam ou cantam em uníssono durante as faixas, não só em meros malabarismos vocais para mostrar o poder e extensão de suas gargantas, mas para interpretar de forma agressiva, técnica e explosiva os petardos que mixam o Heavy Metal tradicional e o Speed Metal, envoltos em uma produção atual, mas com a essência intacta.

São 12 faixas empolgantes para bater cabeça e cantar de punho cerrado! Já fico imaginando esse projeto ao vivo! Algo que deverá ser bem ensaiado e contar com uma produção muito boa para dar suporte à esse trem-bala que tem a data de 18 de janeiro de 2019 marcada para o lançamento do autointitulado debut, e depois se seguirá a tour mundial. A capa do álbum segue também o estilo clássico, com um desenho dos três vocalista lutando com lobisomens em um mundo caótico. A arte foi assinada por Marc Sasso (Dio, Adrenaline Mob, Halford)


Reza a lenda que o projeto original falhou, não só provavelmente devido a agenda daqueles monstros, mas de como conceber cada canção tendo as três potentes vozes de forma balanceada. Neste quesito o projeto atual teve êxito, com uma ou outra ressalva a alguns exageros vocais, mas nada que comprometa. As faixas alternam momentos mais velozes, sem descanso, com outros mais cadenciados e épicos, e é onde parece que tudo funciona ainda melhor. Mesmo em um álbum bem homogêneo, há algumas que se sobressaem.

Temos as velozes e explosivas “Fly or Die”, com certeza um dos destaques, uma paulada sem chance para descanso, com um grande refrão. Há até um certo link com algo da “Aces High”, tanto pelo andamento, como no tema tratando de guerra (Inclusive há uma intro com um discurso de Franklin Roosevelt, na clássica canção do Iron Maiden há o discurso de Churchill); e “The Cause”, outro Speed Metal que não tem dó de nossos pescoços!


Nas faixas onde os andamentos mais pesados e moderados se sobressaem, residem alguns dos melhores momentos, onde as raízes da NWOBHM e Metal 80’s em geral estão mais pulsantes do que nunca. Além disso, parece que favoreceram à uma melhor coesão e destaque às três vozes.

Você vai vibrar com certeza em canções como em “Sonic Suicide” e seu ritmo perfeito para bater cabeça; e a épica “Wrath of Asgard”, tendo mais ênfase nas melodias da guitarra, riffs e refrãos extremamente empolgantes, daqueles de realmente cantar junto e com punhos cerrados! Deuses do Metal, preciso ouvir essa ao vivo!


Estão entre minhas favoritas também o peso e dramaticidade de “When the Last Scream Fades”, que alterna trechos mais cadenciados a outros mais rápidos, destacando os grandes riffs,  bateria massacrante, além do solo com melodia e velocidade, e “Speed to Burn”, com seu início cadenciado, melodioso e riffs galopantes, alternando para trechos mais agressivos e velozes, e claro, vocais altíssimos .

São 12 petardos de Heavy Metal/Speed Metal onde esses três monstros, juntos à uma excelente banda, proporcionam um ataque feroz e empolgante, recheado de tudo o que grandes canções de Heavy Metal não podem prescindir, ou seja, riffs e refrãos fortes, cozinha trovejante, solos épicos e vocais poderosos. Não costumamos dar nota aqui, mas este petardo merece um 10, nota máxima no que se propuseram. Mal posso esperar para ver ao vivo!

Texto: Carlos Garcia

Ficha Técnica
Banda: The Three Tremors
Álbum: self-titled (2019)
Estilo: Heavy Metal, Speed Metal, NWOBHM
Selo: Steel Cartel
Assessoria: CMM Music Consulting


Line-Up:
Sean Peck: Vocals
Tim Owens: Vocals
Harry Conklin: Vocals
Dave Conan Garcia: Guitars
Casey Trask: Guitars
Alex Pickard: Baixo
Sean Elg: Bateria


Tracklist:
01. Invaders From the Sky
02. Bullets for the Damned
03. When the Last Scream Fades
04. Wrath of Asgard
05. The Cause
06. King of the Monsters
07. The Pit Shows No Mercy
08. Sonic Suicide
09. Fly or Die
10. Lust of the Blade
11. Speed to Burn
12. The Three Tremors [Bonus Track]

       


       




The Three Tremors: Killer Project With Three Great Metal Singers



And the urban legend of "The Three Tremors" becomes reality in a new version. The project, which was coined years ago bringing together three great metal vocalists, none other than Bruce Dickinson, Rob Halford and Geoff Tate (the name of Dio was also part of the speculation), did not leave the paper. But the legend now resurfaced, and starting from Sean "The Hell Destroyer" Peck's (Cage, Denner/Shermann) desire to put into practice a project in those molds, he sought the other names to complete the trio. (versão em português)

Sean then contacted Tim "Ripper" Owens (Judas Priest, Iced Earth) and Harry "The Tyrant" Conklin (Jag Panzer), bringing together 3 vocalists who also follow the vocal classics of the original project, of 3 decades and praiseworthy services rendered to the metallic scene. 

After a year of hard work, which resulted in the forging of 12 powerful songs, some were already born with that hymn style, where the vocalists take turns or sing in unison during the tracks, not only in mere vocal juggling to show the power and extension of their throats, but to interpret in an aggressive, technical and explosive way the firecrackers that mix traditional Heavy Metal and Speed ​​Metal, wrapped in a current production, but with the essence intact.

There are 12 exciting tracks to hit your head and sing with your fist in the air! I can already imagine this project live! Something that should be well rehearsed and have a very good production to support this bullet train that has the date of January 18, 2019 marked for the launch of the self-titled debut, and then will follow the world tour. The cover of the album also follows the classic style, with a drawing of the three vocalist fighting with werewolves in a chaotic world. The art was signed by Marc Sasso (Dio, Adrenaline Mob, Halford)


Legend has it that the original design failed, not only probably because of the schedule of those monsters, but how to conceive each song having the three powerful voices in a balanced way. In this regard the current project was successful, with one or other caveat to some vocal exaggerations, but nothing to compromise. The tracks alternate times faster, without rest, with other more cadenciados and epics, and it is where everything seems to work even better. Even in a very homogeneous album, there are some that stand out.

We have the fast and explosive "Fly or Die", certainly one of the highlights, a blast with no chance to rest, with a great refrain. There is even a link to something of "Aces High", both in progress and in warfare. (Including an intro with a speech by Franklin Roosevelt, in the classic Iron Maiden song there is Churchill's speech); and "The Cause", another Speed ​​Metal that has no pity of our necks!


In the tracks where the heaviest and moderate tempos stand out, there are some of the best moments where the roots of NWOBHM and Metal 80's are in general more pulsating than ever. In addition, it seems that they favored a better cohesion and highlighted the three voices.

You will vibrate with certainty in songs like "Sonic Suicide" and its perfect rhythm to beat head; and the epic "Wrath of Asgard," with more emphasis on guitar melodies, extremely exciting riffs and refrains, from actually singing along with clenched fists! Metal Gods, I need to hear this live!


Among my favorites are also the weight and dramaticity of "When the Last Scream Fades", which alternates between more rhythmic stretches and faster ones, highlighting the great riffs, drone, and the ground with melody and speed, and "Speed ​​to Burn" , with its rhythmic beginning, melodious and riffing riffs, alternating to more aggressive and fast passages, and of course, very high vocals. 

There are 12 Heavy Metal/Speed ​​Metal firecrackers where these three monsters, together with an excellent band, provide a fierce and exciting attack, stuffed with everything that great Heavy Metal songs must to have, killer riffs and strong choruses, thundering bass and drums, epic solos and powerful vocals. We do not usually use rate music here, but this firecracker deserves a 10, maximum mark on what they set out. Can't wait to see T3 live! (interview soon here on Road to Metal)
RATE: 10/10
Text: Carlos Garcia

Datasheet:
Band: The Three Tremors
Album: self-titled (2019)
Style: Heavy Metal, Speed ​​Metal, NWOBHM
Label: Steel Cartel/Soul Food
Media: CMM Music Consulting


Line-Up:
Sean Peck: Vocals
Tim Owens: Vocals
Harry Conklin: Vocals
Dave Conan Garcia: Guitars
Casey Trask: Guitars
Alex Pickard: Baixo
Sean Elg: Bateria


Tracklist:
01. Invaders From the Sky
02. Bullets for the Damned
03. When the Last Scream Fades
04. Wrath of Asgard
05. The Cause
06. King of the Monsters
07. The Pit Shows No Mercy
08. Sonic Suicide
09. Fly or Die
10. Lust of the Blade
11. Speed to Burn
12. The Three Tremors [Bonus Track]

       


     




sábado, 22 de dezembro de 2018

Maestrick: Um Outro Patamar em Uma Obra Ímpar


O tempo que a banda levou para produzir seu segundo full-lenght, a primeira parte de um trabalho duplo, "Espresso Della Vita: Solare", está plenamente justificado pela qualidade das músicas e da produção excelente deste álbum. Pensei até em simplificar esta resenha, simplesmente recomendá-los que adquiram e ouçam esta belíssima e inspirada obra do Rock/Metal Progressivo. (Check out the English Version)

Pensei em parodiar os históricos comentários da atriz Glória Pires durante a transmissão do Oscar, e dizer que "não sou capaz de opinar". Ha ha ha! Brincadeiras à parte, "Espresso Della Vita: Solare" é um álbum maravilhoso, transportando o ouvinte numa verdadeira viagem musical, carregada de emoções.


O álbum é conceitual, e resumindo (em breve teremos entrevista com o Fábio Caldeira, vocalista e compositor, e falaremos mais detalhadamente), é a primeira parte de um trabalho conceitual, que conta a história de uma vida, passando pelas suas diversas fases, sob a perspectiva de uma viagem de trem. A ideia nasceu de forma simples, Fábio conta que durante uma conversa com sua mãe, esta fez uma analogia de que a vida é como uma viagem de trem.

A produção deste álbum vinha sendo desenvolvida já há algum tempo, e contou com Adair Daufenbach (Hangar, Project46, John Wayne) na produção, o qual também gravou as guitarras. Um trabalho complexo, com cuidado e capricho nos detalhes, mas mesmo assim, é muito rápido de assimilar, graças ao feeling das composições e a maneira como os elementos diversos se completam e transmitem a emoção aos ouvintes. É como um musical, uma trilha sonora. 


Balanço perfeito, pois esse feeling transparece e se destaca, mesmo em trechos mais complexos. É uma satisfação ouvir um trabalho assim dentre tanta música "de plástico" feita hoje em dia.

O Rock/Metal Progressivo é encorpado com elementos diversos, que envolvem o ouvinte nas melodias e emoções da história. Deixo claro que é um álbum em que as músicas podem ser ouvidas avulsas, mas é quase impossível não querer ouvir todo a cada vez que coloco para rodar.

Além dos elementos tradicionais do Rock/Metal Progressivo, vamos encontrar arranjos orquestrais, vocais gospel, Classic Rock, country, viola caipira, ritmos brasileiros e até Metal extremo. 

Ouça, ouça já e viaje por estas intrincadas, límpidas, belas e inspiradas canções. Praticamente impossível descrever precisamente ou apontar destaques, vou falar só um pouquinho do que o álbum oferece, como o colorido e emoção de "I A.M. Living", que começa com o timbre destacado do baixo, suas memoráveis melodias de teclado e guitarra, adjetivo que também cabe aos arranjos vocais e refrão; e o que dizer desses arranjos acústicos e o feeling nos vocais em "Across the River". Canção que vai crescendo em emoção, destacando ainda os lindos corais gospel.


Temos a suavidade e beleza em "Water Birds" e  também o peso e elementos folclóricos de "Penitência", que é cantada em português, e até lembra algo do Sepultura de "Roots", e a universal "Hijos de la Tierra", Prog Metal com suavidade e técnica, que contou com convidados  de bandas de diversos países Sul Americanos, sendo cantada em inglês e espanhol.

Em "Rooster Race", viola caipira, sanfona e ritmos folclóricos se misturam ao instrumental límpido, pesado e intrincado do Prog Metal; como não sair assoviando com as melodias de "Keep Trying", que também possui belos backing vocals e orquestrações cativantes. Impressão minha, coincidência ou há pelo disco alguns "easter eggs" homenageando algumas das inspirações do grupo? Tipo, nestas duas últimas canções que citei, há títulos de músicas do Rush em algumas frases.

Música é arte, para a arte não há limites, não há regras, e o Maestrick concebeu e nos entregou uma obra para apreciar, vivenciar, sentir e nos encher de orgulho. "Se queres ser universal, começa por pintar a tua aldeia". Com certeza com "Espresso Della Vita: Solare" o Maestrick irá além do que conquistou com seus surpreendentes trabalhos anteriores. Um dos álbuns do ano!

Texto: Carlos Garcia

Ficha Técnica:
Banda: Maestrick
Álbum: "Espresso Della Vita: Solare" 2018
País: Brasil
Estilo: Progressive Rock, Progressive Metal
Produção: Maestrick e Adair Daufembach
Assessoria: Som do Darma

Facebook
Youtube
Spotify

Line-up:
Fabio Caldeira: vocal/piano
Renato “Montanha” Somera: baixo e vocais
Heitor Matos: bateria e percussão
Adair Daufembach: guitarras (músico convidado)

Tracklist
“Origami”
“I a.m. Living”
“Rooster Race”
“Daily View”
“Water Birds”
“Keep Trying”
“The Seed”
“Far West”
“Across The River”
“Penitência”
“Hijos De La Tierra”
“Trainsition”


       


       

       


Maestrick: Stunning Prog Rock/Metal From Brazil




Formed in 2006 at São José do Rio Preto, São Paulo, Maestrick is one of the most impressive new bands from Brazil. With two EPs, "H.U.C. (2010) and "The Trick Side of Some Songs" (2016), and one Full-Lenght, "Unpuzzle" (2011), the band now present their new and daring album, the first part of a double CD, "Espresso Della Vita: Solare".  (Confira a versão em português)

The time the band took to produce their second full-lenght, the first part of the double work, "Espresso Della Vita: Solare", is fully justified by the quality of the songs and the excellent production of this album. I even thought to simplify this review, simply to recommend them to acquire and listen to this beautiful and inspired work of Rock/Metal Progressive.

I thought about parodying the historical comments of the brazilian actress Gloria Pires, in a TV channel from here, during the Oscar broadcast in 2016, and saying that "I can not comment". hahaha! Jokes aside, "Espresso Della Vita: Solare" is a wonderful album, transporting the listener on a true musical journey, full of emotions.


The album is conceptual, and summarizing (soon we will have an interview with Fabio Caldeira, vocalist and composer, and we'll talk more in details), is the first part of the conceptual work, which tells the story of a life, through its various phases, from the perspective of a train trip. The idea was born simple, Fabio tolds that during a conversation with his mother, she made an analogy that life is like a train trip.

The production of this album had been developed for some time, and counted with Adair Daufenbach (Hangar, Project46, John Wayne) in the production, which also recorded the guitars. A complex work, with care and whimsy in the details, but still, is very fast to assimilate, thanks to the feeling of the compositions and the way the various elements complete and transmit the emotion to the listeners. It's like a musical, a soundtrack.

Perfect balance, because this feeling transpires and stands out, even in more complex stretches. It is a pleasure to hear such work among so much "plastic" music made it nowadays.

Rock/Progressive Metal is full-bodied with various elements that envelop the listener in the melodies and emotions of the story. I make it clear that it's an album where the songs can be heard singly, but it's almost impossible not to want to hear everything every time I put it to play.


In addition to the traditional elements of Rock/Progressive Metal, we will find orchestral arrangements, gospel vocals, classic rock, country, brazilian rhythms and even extreme metal. Some of the band's inspiration are Queen, Rainbow, Yes, Rush, Jethro Tull and Dream Theater.

Listen, listen already and travel through these intricate, clear, beautiful and inspired songs. It's almost impossible to describe precisely or point out highlights, I'll speak only a little bit of what the album offers, such as the color and emotion of "I AM Living", which begins with the bass's timbre, his memorable keyboard melodies and melodious guitars, an adjective that also fits the vocal arrangements and refrain; and what about those acoustic arrangements and the feeling on vocals on "Across the River." Song that is growing in emotion, highlighting also the beautiful gospel choirs.

We have the softness and beauty in "Water Birds" and also the weight and folk elements of "Penitence", which is sung in Portuguese, and even recalls something of the Sepultura of "Roots", and the universal "Hijos de La Tierra" (Sons of the Earth)", Prog Metal with softness and technique, that counted on guests of bands of diverse South American countries, being sung in English and Spanish. 



In "Rooster Race", acoustick flok guitars, accordion and folk rhythms mix with the limpid, heavy and intricate instruments of Prog Metal; how not to go whistling with the melodies of "Keep Trying", which also has beautiful backing vocals and captivating orchestrations. My impression, coincidence or are there by the disk some "easter eggs" honoring some of the group's inspirations? Like, in these last two songs that I mentioned, there are titles of Rush songs in some sentences.

Music is art, for art there are no limits, there are no rules, and Maestrick conceived and gave us a work to enjoy, experience, feel and fill us with pride. "If you want to be universal, start by painting your village". Certainly with "Espresso Della Vita: Solare" the Maestrick will go beyond what it has conquered with its surprising previous works.

Text: Carlos Garcia

Datasheet:
Band: Maestrick
Album: "Espresso Della Vita: Solare" 2018
Country Brazil
Style: Progressive Rock, Progressive Metal
Production: Maestrick and Adair Daufembach
Management: Som do Darma

Facebook
Youtube
Spotify

Line-up:
Fabio Caldeira: vocal/piano
Renato “Montanha” Somera: baixo e vocais
Heitor Matos: bateria e percussão
Adair Daufembach: guitarras (músico convidado)

Tracklist
“Origami”
“I a.m. Living”
“Rooster Race”
“Daily View”
“Water Birds”
“Keep Trying”
“The Seed”
“Far West”
“Across The River”
“Penitência”
“Hijos De La Tierra”
“Trainsition”

       

       

        

sexta-feira, 21 de dezembro de 2018

Epica: Mangás, Animes e Metal Sinfônico



Os holandeses do Epica, enquanto não lançam um novo álbum de músicas inéditas, surpreenderam os seus fãs, e certamente também os aficionados por mangás e animes, com um disco trazendo versões dos temas de abertura do anime baseado no mangá “Attack on Titan” (Shingeki no Kyojin, nome original em japonês). O EP possui 8 faixas, sendo que as últimas 4 são os mesmos temas, mas em versões instrumentais. O trabalho recebeu o título de “Epica vs Attack on Titan Songs”, e teve até um show especial no Japão.

O mangá “Attack on Titan” foi lançado em 2009, e depois teve sua versão anime, estando disponível em plataformas de streaming. Resumindo, a história se passa em um mundo onde os habitantes vivem cercados por enormes muralhas, as quais os protegem de gigantes, chamados titãs.


A união desses dois mundos deu muito certo, e a adaptação da trilha sonora do anime recebeu arranjos com a personalidade e marca do Epica, o peso e grandiosidade da sua música, os elementos de corais e orquestra (características que também marcas as canções originais), além dos belos vocais de Simone e o contraponto dos “grunhidos” de Mark nos trechos mais pesados.

As canções originais foram compostas por Revo, da banda Japonesa Linked Horizon, o qual também é fã do Epica. Revo sugeriu que o grupo holandês fizesse versões para as músicas, e eles, fãs do anime, gostaram da ideia que virou realidade. Primeiramente disponível somente no Japão, depois o EP foi lançado para o resto do mundo, inclusive também no Brasil pela gravadora paulista Shinigami Records.

Ficou realmente muito bom, com passagens muito agradáveis e belas, além do peso e energia do Power/Symphonic Metal, destacando "Wings of Freedom" e a grandiosidade de "Crimson Bow and Arrow", estando estas duas um pouco acima das demais. 


Não é a primeira vez que o Heavy Metal e o mundo dos animes se encontram, e inclusive os brasileiros do Angra foram responsáveis por fazer a versão da música “Pegasus Fantasy”, para a trilha da série Cavaleiros do Zodíaco veiculada aqui no Brasil. 

“Epica vs Attack on Titan Songs” vale, e muito, uma conferida, tanto para os fãs do Metal Sinfônico do grupo, como para os seguidores do anime, e claro, para quem quiser ouvir a bela voz de Simone Simons e a explosiva e bem-feita música do Epica!

Texto: Carlos Garcia

Curtiu? Adquira o material no site do selo Shinigami

Line-Up:
Simone Simons - vocal (mezzo-soprano)
Mark Jansen - guitarra e vocal gutural
Rob Van der Loo - baixo I
Isaac Delahaye - guitarra
Ariën Van Weesenbeek - bateria
Coen Janssen - Teclado e Piano

Tracklist:
01. 紅蓮の弓矢 / Crimson Bow And Arrow
02. 自由の翼 / Wings Of Freedom
03. もしこの壁の中が一軒の家だとしたら / If Inside These Walls Was A House
04. 心臓を捧げよ! / Dedicate Your Heart! 

Versões Instrumentais:
05. 紅蓮の弓矢 / Crimson Bow And Arrow
06. 自由の翼 / Wings Of Freedom
07. もしこの壁の中が一軒の家だとしたら / If Inside These Walls Was A House 
08. 心臓を捧げよ! / Dedicate Your Heart!

       

       

domingo, 9 de dezembro de 2018

Soulfly: Fôlego Novo e de Volta ao Jogo!



Há pouco tempo atrás, Max Cavalera e o produtor Josh Wilbur anunciavam um álbum nos moldes do Tribal Thrash do primeiro  trabalho do Soulfly, lançado em 1998. A belíssima gravura da capa (novamente a cargo de Eliran Kantor, que fez a capa do "Archangel") e o título, "Ritual", sugerem os predicados anunciados, abrindo a expectativa pelo que Max mostrou de melhor aos ouvidos dos fãs.

Se no trabalho anterior, "Archangel" (2015), o Soulfly voltava a mostrar um trabalho consistente e que chamou novamente a atenção de muitos, me incluo aí, que haviam perdido um pouco de interesse no trabalho de Max e seu Soulfly, "Ritual" consolida esse "renascimento", salvando a banda de se tornar apenas um trabalho paralelo, com aquela sonoridade "genérica" comum, dentre tantas outras bandas desse Thrash mais atual.


Os elementos prometidos dão as caras na abertura, com "Ritual", Thrash carregado de groove e com cânticos tribais, remetendo aos tempos de Max no Sepultura fase "Roots" e aos primórdios do Soulfly. Riffs e refrão marcantes, solos furiosos de Rizzo, mais a pegada da cozinha formada por Zyon Cavalera e Mike Leon fazem com que a abertura seja um ótimo prenúncio do que vem pela frente.

Felizmente, o álbum não fica só na primeira impressão, e mesmo que os prometidos elementos tribais não estejam tão presentes no restante do álbum, temos um ótimo apanhado de Thrash/Death que alterna doses de groove, peso, fúria e técnica, aliados a grandes refrãos. Peso e técnica que encontramos em "Dead Behind the Eyes", destacando a destreza e doses de melodia na guitarra de Marc Rizzo, além de alguns elementos tribais mais tímidos.

O álbum empolga, e arrisco dizer que é o melhor da banda em muito tempo. Para o fã do trabalho de Max Cavalera, realmente é um álbum para comemorar, acredito que um dos principais ícones do Metal brasileiro novamente se mostra focado e criativo. 

Dentre o nível elevado das faixas, cito também como destaques a excelente "Demonized", que inicia com guitarras acústicas, para em seguida se transformar em um turbilhão de peso, agressividade e técnica, destacando novamente o trabalho de Zyon na bateria; "Blood on the Streets", onde alguns elementos diferentes surgem, trazendo um pouco mais das nuances tribais na percussão, além de flautas na intro.


Destaque ainda para "Bite the Bulett", ao lado da faixa título dividindo o título de melhor momento do álbum. Groove, peso e doses de criatividade em uma faixa empolgante. E fechando o disco, a instrumental "Soulfly XI", bem surpreendente, com elementos acústicos e saxofone. Calmaria após a tempestade. 

"Ritual" representa o retorno definitivo de Max e do Soulfly ao jogo, remetendo novamente àquela sonoridade característica, continuidade do que Max tinha em mente desde "Roots" (com o Sepultura) e com seu álbum de estreia do Soulfly. Sendo direto, um grande álbum de Thrash/Groove Metal contemporâneo. Max rules again!

Texto: Carlos Garcia
Fotos: Divulgação

Ficha Técnica:
Banda: Soulfly
Álbum: "Ritual" 2018
Estilo: Thrash/Death/Groove Metal
Produção: Josh Wilbur
Arte de Capa: Eliran Kantor
Selo: Nuclear Blast/Shinigami Records


Line-Up:
Max Cavalera: Guitarra e Vocais
Zyon Cavalera: Bateria
Marc Rizzo: Guitarras
Mike Leon: Baixo

Tracklist:
1. Ritual
2. Dead Behind The Eyes
3. The Summoning
4. Evil Empowered
5. Under Rapture
6. Demonized
7. Blood On The Street
8. Bite The Bullet
9. Feedback!
10. Soulfly XI


           

           

sábado, 1 de dezembro de 2018

Entrevista: Luís Mariutti - A Reunião do Shaman, Um Pouco de História e Planos Futuros



Luís Mariutti é uma das figuras mais queridas e expressivas do Metal brasileiro, reconhecido mundialmente pelo seu trabalho principalmente como o Angra e depois Shaman, André Matos Band, e claro,  outras bandas relevantes como Henceforth, About 2 Crash e Motorguts. A nova empreitada, o Sinistra, e também a mais festejada novidade, a reunião do SHAMAN, são os principais acontecimentos da carreira do baixista neste 2018. (English Version)

São mais de 3 décadas de carreira, onde além dos grupos citados acima, Mariutti gravou com alguns dos principais nomes em termos de produção no cenário Metal, como Chris Tsangarides, Roy Z, Charlie Bauerfiend e Sascha Paeth. Reconhecidos por diversas publicações como um dos melhores baixistas do Heavy Metal mundial, como na japonesa Burrn, e no Brasil chegou a ser escolhido o melhor baixista por 12 anos consecutivos. Além do Metal, Luís também é um aficcionado por esportes, como futebol e artes marciais. Falando em futebol, quem não lembra do apelido "jesus", que recebeu no saudoso programa MTV Rock e Gol, onde Mariutti mostrava seus dotes como zagueirão!

Agora em 2018 os fãs receberam uma notícia esperada há tempos, o retorno do Shaman. E o que seria apenas um concerts, foi ganhando proporções maiores, com a reunião transformando-se praticamente numa tour e abrindo a possibilidade de um retorno definitivo, com álbum novo e tudo! Conversamos com Mariutti para falar sobre essa reunião, o futuro do Shaman, um pouco de história e outras novidades! Confira:              


"Os shows estão sendo incríveis, o que torna a convivência cada vez melhor, e é daí que saem as decisões futuras."
RtM: Olá Luís, obrigado por arrumar um tempinho pra nos responder! Sobre esse retorno com a formação original do Shaman, algo que muitos fãs esperavam e pediam. Conte um pouco para nós como foi surgindo e amadurecendo essa ideia?
Luís Mariutti: Eu já tinha conversado separadamente com todos os outros integrantes, sobre essa possibilidade, mas só com a ajuda dos fãs as coisas se desenrolaram. Acho que isso fez com que tivéssemos a dimensão do quanto eles queriam essa reunião, dando um sentido pra tudo isso.

RtM: E como vocês estão se sentindo atualmente? Para muitos, o rompimento da banda deixou um vazio, uma obra inacabada, pois se esperava uma longevidade do grupo. Você sente que é possível vocês voltarem a fazer músicas novas juntos, e quem sabe seguir de onde pararam e lançar um trabalho novo com essa formação?
LM: As coisas estão acontecendo naturalmente. A primeira ideia era um show, que viraram oito e, na minha cabeça eu gostaria de fazer bem mais. Se esses outros shows se concretizarem, teremos muito tempo juntos para pensar em um futuro para a banda.

"A ajuda dos fãs fez sentirmos a dimensão, dando um sentido para tudo isso"
RtM: Quando uma banda como o Shaman anuncia um retorno, criam-se muitas expectativas. Como tem sido o feedback dos fãs? E a demanda por shows? O que era para ser um show, se transformou numa tour praticamente. Isto pode se tornar algo maior? Acredito, inclusive, que tenha chamado a atenção de selos e gravadoras.
LM: Como disse anteriormente as coisas estão acontecendo naturalmente e de uma forma muito positiva. Temos a FreePass trabalhando conosco, e tenho a total confiança que tudo está sendo planejado da melhor maneira para todos.  Os shows estão sendo incríveis, o que torna a convivência cada vez melhor, e é daí que saem as decisões futuras.

RtM: “Ritual” foi lançado pela Universal, e inclusive emplacou um sucesso comercial que atingiu um público fora do Metal, com a balada “Fairy Tale”, que virou até tema de novela. A banda lançou um DVD e também teve uma extensa tour.  Mas apesar desses resultados houve rompimento com a Universal, e também era sinalizada uma mudança de direcionamento na sonoridade. Conte pra gente o porquê dessas mudanças e a troca de gravadora?
LM: O direcionamento musical foi uma mudança natural, foi o que saiu da banda naquele momento, não teve nada a ver com troca de gravadora. Que por sua vez foi feita, pensando em ter uma gravadora que estivesse mais próxima do Rock.

RtM: Gostaria que você comentasse um pouco sobre o “Ritual”, que foi a estreia de vocês. Luís, Ricardo e André, após a saída do Angra, e contrariando algumas expectativas, pois para muitos seria até mais confortável seguir por um caminho parecido ao da sua banda anterior, mas vocês buscaram uma sonoridade e uma cara bem própria.
LM: É um disco que me orgulha muito. Penso sempre nos discos que gravei como uma continuidade natural da minha música. Naquela época apostamos nos climas, no peso, sem esquecer das características que nos levaram ao sucesso com o Angra, inovamos. O Shaman tem muito disso, sempre buscamos dar o melhor de nós, sem fórmulas, apenas permitindo as ideias fluírem.


RtM: O “Reason” foi um disco que dividiu, e ainda divide, muitas opiniões (eu achei e acho uma baita disco! Soa mais pesado e mais “dark”, trazendo novos elementos ao som da banda). Como você avalia e vê esse trabalho agora, 13 anos depois do seu lançamento? Provavelmente muitas pessoas demoraram um pouco a entender esse disco, e mudaram de opinião.
LM: O "Reason" é um disco muito bom de tocar, eu particularmente gosto muito e, acho que as execuções nos shows tem sido surpreendentes, acho também, que isso ajuda a quem tem uma certa dificuldade em compreende-lo.

RtM: Lembro de um músico, inclusive de uma banda bem conhecida de vocês, que em uma entrevista criticou o “Reason”, dizendo que era um álbum aquém do que vocês poderiam ter feito, e que o fato de declararem ter partido para um direcionamento mais direto e pesado, era uma desculpa porque vocês haviam se transformado em músicos desleixados. Na época me pareceu também haver sido criada, por parte de imprensa e até fãs, uma certa “disputa” entre Angra e Shaman.
LM: Acho que ele deve ter ficado com inveja de termos gravando um ótimo disco com poucas notas! (risos)

RtM: De “Reason”, quais as suas faixas preferidas e as que você acha mais fortes?
LM: A "Reason" é a minha preferida, apesar de gostar de todas as composições desse disco.

RtM: Lembro que antes da separação, a banda chegou a anunciar que estaria preparando um EP com músicas novas. Existem composições que ficaram prontas? Vocês chegaram a definir o direcionamento do que seria o trabalho seguinte?
LM: As músicas que ficaram prontas saíram no disco do Andre Matos "Time to Be Free" (2007), uma delas é a "RIO".

"No Shaman sempre buscamos dar o melhor de nós, sem fórmulas, apenas permitindo as ideias fluírem."

RtM: Do alto de sua experiência, como músico, se pudesse voltar no tempo, que conselhos você daria ao jovem e iniciante Luís?
LM: Nenhum. As coisas aconteceram naturalmente na minha carreira e, tive grandes pessoas que me deram conselhos que me fizeram chegar até aqui. Consegui tudo na minha carreira através de muito esforço pessoal, me orgulho disso e não mudaria nada.

RtM: Além desses shows com o Shaman, sobre seus projetos pessoais em bandas, o que você tem de novidades para adiantar aos fãs?
LM: Estou gravando para a banda Sinistra (foto abaixo) que conta com Edu Ardanuy (guitarra), Nando Fernandes (vocal), Rafael Rosa (bateria), e é uma banda com uma pegada Sabbath, cantado em português. Está ficando muito bom e, será lançado ano que vem, fiquem ligados! Mantenho também a banda Dirty Dogz com o atual vocalista do Viper, o Leandro caçoilo, onde fazemos clássicos do Metal e hard rock. Fora o meu canal no youtube que tem quase 20000 inscritos e tenho me dedicado semanalmente a ele.


Entrevista: Carlos Garcia
Fotos: Divulgação

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Interview: Shaman - Luís Mariutti talks about the group's reunion and future plans.



Luís Mariutti is one of the most beloved and expressive figures of Brazilian Metal, recognized worldwide for his work mainly as Angra and later Shaman, André Matos Band, and of course, other relevant bands like Henceforth, About 2 Crash and Motorguts. The new venture, the  brazilian supergroup Sinistra, and also the most celebrated novelty, the return of the band SHAMAN, are the main events of the bassist's career in this 2018.  (Versão em Português)

Mariutti has recorded with some of the top names in terms of production in the Metal scene, such as Chris Tsangarides, Roy Z, Charlie Bauerfiend and Sascha Paeth. Recognized by several publications as one of the best bassists of the world Heavy Metal, as in the Japanese Burrn, and in Brazil was named the best bass player for 12 consecutive years. In addition to Metal, Luís is also a sports fan, such as football and martial arts. Speaking of football, who does not remember the nickname "jesus", who received in the late program on MTV Brazil, the "MTV Rock and Gol" (a football tournament with musicians), where Mariutti showed his skills as a defender!

Now in 2018 fans finally had their prayers answered with the Shaman's reunion. And what would only be one concert, was gaining greater proportions, with the reunion turning almost into a tour and opening the possibility of a definitive return, with new album and everything! We talked to Mariutti to talk about this return, the future of the Shaman, a bit of history and other news! Check out:

"The shows are being incredible, which makes coexistence better and that's where future decisions come from."
RtM: Hello Luís, to start the interview, let's talk about this return of the Shaman's original lineup, something that many fans expected and asked for. Tell us a little bit about how this idea came out and maturing?
Luís Mariutti: I had talked separately with all the other members, about this possibility, but only with the help of the fans things unfolded. I think that made us measure the size of how much they wanted this return, giving a sense to all of this.

RtM: Great! And how are you feeling right now? For many, the breakup of the band left a void, an unfinished work, because they expected a longevity of the group. Do you feel that it is possible for you to start making new songs together, and maybe a new album?
LM: Things are happening naturally. The first idea was a show, which turned eight, and in my head I would like to do much more. If these other shows come to fruition, we'll have plenty of time together to think of a future for the band.

RtM; When a band like the Shaman announces a return, there are many expectations. How has feedback from fans been? And the demand for shows? What was meant to be one show, had turned in more dates. Can this become something bigger? I even believe he has caught the attention of labels and labels.
LM: As I said earlier things are happening naturally and in a very positive way. We have FreePass management working with us, and I have the complete confidence that everything is being planned in the best way for everyone. The shows are being incredible, which makes coexistence better and that's where future decisions come from.

"...The help of the fans made us measure the size of how much they wanted this reunion"
RtM: "Ritual" (2002), the first album, was released by Universal Music, and even had a commercial success that reached an audience outside of Metal, with the ballad "Fairy Tale", which turned to the theme of the novel. The band released a DVD and also had an extensive tour. But despite these results, there was a break with Universal, and a change of direction in sound was also signaled. Tell us why these changes and the change of record company?
LM: The musical direction was a natural change, it was what left the band at that time, had nothing to do with change of record. Which in turn was made, thinking of having a label that was closer to Rock.

RtM: I would like you to comment a little more about the album "Ritual", which was your debut. Luís, Ricardo and André, after the departure of the Angra, and contrary to some expectations, for many it would be even more comfortable to follow a path similar to that of his previous band, but you looked for a sound and a face of your own.
LM: It's a record that I'm very proud of. I always think that all the albums I recorded are a natural continuity of my music. At that time we bet on climates, weight, not forgetting the characteristics that led us to success with Angra, we innovate. The Shaman has a lot of it, we always try to give the best of ourselves, without formulas, just allowing ideas to flow.

RtM: The  album "Reason" (2005) was an album that divided, and still divides, many opinions (for mi it's a great album! It sounds heavier and more "dark", bringing new elements to the sound of the band). How do you rate and see this work now, 13 years after its release? Probably many people took a while to understand this album, and they changed their minds.
LM: "Reason" is a very good album to play, I particularly like it a lot and I think the performances at the shows have been surprising, I think, too, that this helps those who have a hard time understanding it.


RtM: I remember a musician, including a well-known band of yours, who in an interview criticized "Reason", saying that it was an album short of what you could have done, and that declaring that the reason you had departed for a more straight and heavy sound, it was an excuse because you had turned into sloppy musicians. At the time it seemed to me that a certain "dispute" between Angra and Shaman had also been created by the press and even some fans.
LM: I think he must have been envious of having recorded a great record with few notes! ha ha ha

RtM: From "Reason", which are your favorite tracks and which do you think are the strongest?
LM: The title-track "Reason" is my favorite, although I like all the compositions of this album.

"Shaman always try to give the best of , without formulas...
                        just allowing ideas to flow."
RtM: I remember that before the split, the band even announced that it would be preparing an EP with new songs. Are there compositions that are ready? Have you ever defined the direction of what would be the next album?
LM: The songs that were ready came out on the album of Andre Matos "Time to Be Free" (2007), one of them is the song "RIO".

RtM: From the height of your experience, as a musician, if you could go back in time, what advice would you give to young and novice musician Luis Mariutti?
LM: None. Things happened naturally in my career and I had great people who gave me advice that made me come here. I have achieved everything in my career through a lot of personal effort, I am proud of it and would not change anything.

Mariutti's new project in a Black Sabbath vein: with Rafael Rosa, Fernando Fernandes, Edu Ardanuy and, of course, Luís.
RtM: In addition to these shows with the Shaman, about their personal projects in bands, what you have of news to postpone
LM: I'm recording for the Sinistra band that counts with Edu Ardanuy (guitar), Nando Fernandes (vocal), Rafael Rosa (drums), and is a band with a Sabbath footprint, sung in Portuguese. It's getting really good and it will be released next year, stay tuned! I also keep the band Dirty Dogz with the current Viper vocalist, Leandro Caçoilo, where we do Metal Classics and Hard Rock. Out my channel on youtube that has almost 20,000 subscribers and I have devoted myself weekly to it.

Interview by: Carlos Garcia




Shaman are:
Andre Matos: Vocals
Luís Mariutti: Bass
Hugo Mariutti: Guitars
Ricardo Confessori: Drums
Fábio Ribeiro: Keyboards (guest musician)

       

       

       

 

domingo, 25 de novembro de 2018

Christian Vidal (Therion): Ecletismo e Feeling em Segundo Álbum Solo


O argentino Christian Vidal, nascido em 1972, em Zárate (província de Buenos Aires), começou muito cedo na música, e é o típico músico que no Rock e Heavy Metal tem todas as características do que podemos chamar de “guitar hero”, pela sua técnica diferenciada, feeling e carisma.

Além de ser guitarrista do Therion desde 2010, do trabalho solo e atuar como professor de música, já excursionou e participou de shows ao lado de músicos como Eric Martin e Paul Gilbert (Mr. Big), Russel Allen (Symphony X e Adrenaline MOb), além de projetos tributo a clássicos do Rock com diversos músicos acompanhados por orquestra, como Symphonic Rhapsody of Queen e Pink Floyd Symphonic Rhapsody entre outros.

Com a oportunidade de viver por um período na Suécia, além de tocar e excursionar com diversos músicos, o que lhe trouxe ainda mais bagagem musical, tem levado sua técnica e talento a muito mais países e pessoas. É um músico que merece alcançar um reconhecimento cada vez maior. Inclusive agora em novembro, dia 29, receberá do governo argentino o diploma Governador Enrique Tomás Cresto, importante título conferido a profissionais de trajetória destacada, e que elevam o nome e cultura do país.


Vidal lançou no final do ano passado seu segundo solo, "Home" (o primeiro, "El Viaje", é de 2005)disponível nas plataformas digitais primeiramente, e agora em 2018 também em formato físico. Neste segundo álbum, como esperado, demonstra toda sua técnica e personalidade, mesclando diversos ritmos nativos argentinos e música folclórica, ao Rock e Heavy Metal, mas desta vez contando com mais tempo para a produção, além de mais recursos, além de toda a experiência que agregou nestes anos que viveu na Suécia, viajou pelo mundo com o Therion e outros projetos, convivendo com muitos artistas.

Contou também com vários colaboradores e convidados de peso, como Thomas Vikström e Nalle (Therion), George Egg (Dynazty), Pontus Egberg (King Diamond), além da produção de Waldemar Sorychta.

Em um álbum de Christian Vidal, você poderá encontrar músicas com bases pesadas, solos intrincados e melodiosos, típicos do Metal e Rock pesado, mas também vai se deparar com surpresas, como passagens de tango e outros ritmos e melodias folclóricas, por exemplo, como em “Vals Rengo” e  “Enredadera”, onde entrelaça belas melodias na guitarra, solos de pura técnica, piano, bases mais pesadas e ritmos nativos. 


É um disco mais elétrico e voltado a guitarra, porém com muitos climas e variações, e, ao contrário de alguns álbuns predominantemente instrumentais, não é daquele tipo que agradará somente a outros músicos ou ao público aficcionado à álbuns de guitarristas. Vidal valoriza a composição acima da técnica, não temos um show de exibicionismo, e sim belas melodias, criatividade e música que agrada facilmente aos ouvidos.

Não há como se cansar ouvindo o álbum, devido a esse bom gosto, variedade e melodias marcantes. Temos faixas onde os ritmos regionais surgem naturalmente, como em "Enredadera", que citei anteriormente, faixas mais Metal e com mais peso, onde Vidal mostra também sua perícia em solos carregados de técnica, como em "Campanas de Gares", e momentos de pura emoção, como as baladas "Encuentros" e "Holy Smoking Kiss", sendo que nesta Vidal mostra sua evolução como vocalista, recebendo a ajuda de Linnéa Vikström (ex-Therion) como vocal-coach.

As melodias marcantes e técnica apurada da intrincada "Libertad de un Corazón Solitario" e os ritmos quebrados de "Hormigas", fazem o ouvinte viajar envoltos pelas notas da guitarra deste grande músico, assim como a variedade de "Ahi vá la Hostía" e a suavidade e bom gosto em "Manãnas de Ivan".


Realmente, um belíssimo álbum solo. Detalhe que os títulos são em espanhol e inglês, pois Vidal quis manter os nomes originais, como as músicas nasceram, mantendo a essência e ideia original. A "From the Woods", por exemplo, é referência ao local onde ensaiam com o Therion, na propriedade de Christofer Johnsson, que fica fora da zona urbana de Estocolmo e onde há um bosque.

Nos trabalhos com a mão de Vidal, o ouvinte terá sempre a certeza que encontrará técnica apurada, mas acima de tudo, de bom gosto e criatividade, com composições e melodias que facilmente cairão no gosto de qualquer apreciador da boa música.

Texto: Carlos Garcia

Tracklist:
Hormigas
From the Woods3
Encuentros
Campanas De Gares
Holy Smoking Kiss
La Vida Continúa
Enredadera
Aroma
Ahí Va La Ostia
Mañanas De Iván
Vals Rengo
The Elevator
Libertad De Un Corazón Solitario
El Sueño De Santi




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