sexta-feira, 30 de julho de 2021

Braia: Diversidade Ainda Maior no Segundo Álbum

 


Braia é um projeto solo do multi-instrumentista Bruno Maia (Tuatha de Danann), cujo primeiro álbum, "Braia... e o Mundo de Lá", foi lançado em 2008, e também teve um DVD, gravado em 2009 no Teatro Marista em Varginha (MG).

Neste 2021 o músico retorna com o segundo trabalho do projeto, "Braia...e o Mundo de Cá", trazendo ainda mais diversidade musical, além de ser totalmente instrumental. Nas palavras do próprio Bruno Maia "Tem baião, tem samba, ijexá, uns arrancado de viola caipira, tem muita mineiridade bucólica em alguns acordes típicos do Clube da Esquina; enfim tem muito do Brasil, do mundo de cá, mas sem desprender do fantasma céltico irlandês que sempre me assombrou."


Este segundo disco foi nascendo quando Bruno criou seu próprio estúdio, batizado de "Braia", e foi compondo músicas com esses ritmos brasileiros misturados às inspirações celtas e progressivas, e depois percebeu que o que estava sendo criado era um novo disco do Braia, o qual foi finalizado através de financiamento coletivo e por incentivo da Lei Aldir Blanc.

Essa mistura de ritmos e temas que abordam fatos históricos de nosso Brasil, principalmente das Minas Gerais, soa perfeitamente coeso, cheio de criatividade e livre de rótulos, e de brinde, instiga a curiosidade do ouvinte a saber mais sobre os temas.

A abertura com "Sabarabuçu Set" (nome que os indígenas davam a uma suposta montanha repleta de esmeraldas) já é um excelente cartão de apresentação para essa diversidade musical, que funde de forma coesa ritmos brasileiros, celtas e certas nuances progressivas.

E que tal um "samba celta"? É o que ouvimos em "Trem do Rio", cujo tema foi utilizado na música "Turn", do Tuatha de Danann; o forte acento celta "mineirês" típico de Bruno, está sempre presente, como em "Puizé Celta, Uai!" (O músico conta que o título foi inspirado no tanto de vezes que teve de responder que tipo de música tocava).

E tem baião com banjo e violino, num ritmo contagiante e até dançante em "Diadorina"; e a beleza e certa melancolia nos acordes e melodias de "Quebranto Cataguá".

O progressivo é o tom principal em "Um Besouro na Esquina", que, segundo os autores, homenageia duas grandes influências: Beatles e O Clube da Esquina (grupo de músicos surgido em Minas nos anos 60, tendo como membros Milton Nascimento, Beto Guedes e Flávio Venturini entre outros). Interessante que é possível notar passagens que remetem aos dois grupos citados.

São só alguns pequenos recortes do que você vai ouvir nesse trem musical do Braia, onde cada vagão, cada estação, traz coisas novas.

Braia é musicalidade, entretenimento, arte, história...é cultura, música que voa livre e bate agradável no ouvido, proporcionando uma viagem musical  repleta de surpresas.

O álbum pode ser adquirido no site oficial da banda e também está disponível nas principais plataformas. O primeiro CD também foi relançado, em digipack e contendo faixas bônus.

Texto: Carlos Garcia

Banda: Braia
Álbum: "Braia...e o Mundo de Cá" 2021
Estilo: Folk Rock, Celta, Progressivo
País: Brasil
Produção: Bruno Maia

Site Oficial

Spotify

TRACK LIST:
1. Sabarabuçu Set
2. Rio das Mortes
3. Diadorina
4. Trem do Rio
5. Quebranto Cataguá
6. Capão da Traição
7. Pai Ambrósio
8. Puizé celta, uai!
9. Tira-couro
10. Um Besouro na Esquina
Bonus Track:
11. Tempos Idos 2021
12. Tumbero





quarta-feira, 28 de julho de 2021

Blackmore's Night: A Magia da Natureza e da Música da Dupla Candice/Ritchie



Fundada em 1997 pelo lendário guitarrista Ritchie Blackmore (Rainbow, Deep Purple) e sua esposa Candice Night, o Blackmore's Night é onde a dupla explora suas influências e inspirações na música Folk e Medieval europeia.

Depois de um período em que Blackmore retornou com um reformulado Rainbow para algumas tours e álbuns ao vivo, o casal agora entra novamente na máquina do tempo e retoma a atenção para seu Blackmore's Night.

O grupo lançou este ano seu décimo álbum de estúdio, "Nature's Light", e a dupla central explica que o conceito é sobre a simplicidade e magia que a natureza proporciona, com pequenos milagres diários que acontecem diante de nossos olhos, como a mudança das folhas nas estações, a nova vida na primavera, a neve cristalina caindo do céu e o encanto da lua e estrelas.


A tríade inicial, "Once Upon December", "Four Winds" e "Feather in the Wind",   já transportam o ouvinte imediatamente através do tempo, com as  melodias cativantes e os vocais etéreos e doces de Candice. Os instrumentos de época, que são elo importante para a criação da atmosfera da música da banda, também estão maravilhosamente encaixados nos arranjos.

Mas nem só de instrumentos acústicos está composto o mundo musical do Blackmore's Night, pois Ritchie coloca sua Fender para trabalhar em inspirados solos e melodias, como na mística instrumental "Darker Shade of Black".

Destaco ainda a beleza e frescor da faixa título "Nature's Light", em um clima medieval perfeito,  suas melodias soam como uma verdadeira saudação a rainha natureza, levando-nos a imaginar uma recepção real; a alegria contagiante de "Going to the Faire", que traz os filhos de Candice e Ritchie participando nos backing vocals.


E fechando o disco, uma agradável releitura de "Second Element", de Sarah Brightman, que eu coloquei no repeat algumas vezes!! Destaque para o solo de Ritchie, que remete aos seus momentos no Rainbow. 

"Nature's Light" pode até não estar no patamar dos melhores álbuns do banda, mas é um belo retorno, após mais de 5 anos sem um full-lenght traz ótimos momentos, aquela magia musical, agradável, cativante e única está intacta. Candice continua encantando com sua voz, e Ritchie, bom, é uma lenda, uma referência.

Aceite o convite de Candice, e tenha agradáveis momentos: "Viaje de volta no tempo conosco, para um tempo mais simples e mágico, onde a música entra em seu coração e alma."

O disco está disponível no Brasil via Shinigami Records em uma caprichosa edição digipack.

Texto: Carlos Garcia

Banda: Blackmore's Night
Álbum: "Nature's Light" 2021
Estilo: Folk Rock, Música Medieval, Celta
País: Inglaterra/USA
Selo: earMusic/Shinigami Records


Adquira o álbum na Shinigami

Ritchie Blackmore – guitarra acústica e elétrica
Candice Night – Vocals, flauta, pandeiro
Bard David of Larchmont –  Teclados, Background Vocals
Earl Grey of Chimay – Baixo
Troubadour of Aberdeen – Percussião
Scarlet Fiddler – Violino
Lady Lynn – Background Vocals


Tracklist
Once Upon December
Four Winds
Feather in the Wind
Darker Shade of Black (instrumental)
The Twisted Oak
Nature’s Light
Der Letzte Musketier (instrumental)
Wish You Were Here (2021)
Going to the Faire
Second Element




segunda-feira, 26 de julho de 2021

Saeko: Retorno Com Brilho em Novo Álbum

Em 2002, uma jovem japonesa decidiu sair de sua terra natal, deixando para trás família, amigos e namorado, para correr atrás de seu sonho de apresentar suas músicas pela Europa.

Essa jovem era Saeko Kitamae, que certo dia conheceu Lars Ratz (produtor e mentor da banda METALIUM), esse era oficialmente o início da carreira solo de Saeko, que já tinha certa experiência cantando na banda Fairy Mirror do Japão.

De lá para cá a cantora fez importantes parcerias com nomes como Michael Ehre (Metalium, Gamma Ray), Sven Luedke (Mob Rules), Herman Frank (Accept), entre outros.



Em 21 de Agosto de 2021, será lançado seu terceiro trabalho solo, intitulado “Holy Are We Alone” via Pride and Joy.  O álbum traz conexão com os anteriores,  e no conceito central o personagem principal reencarna nos corpos de muitas pessoas ao redor do mundo, Japão, Rússia, Brasil, Índia, Alemanha ...

O álbum começa com a introdução “Circle of Life” que nos prepara para uma verdadeira jornada,  Em seguida “Japan - In My Dream”, que apesar de ser cantada em japonês, está longe de parecer com uma abertura de anime e mais próximo de parecer um Heavy Metal com elementos tradicionais do Japão. Em seguida, “Syria - Music My Love”, tem um refrão bem marcante e solos de guitarra bem marcantes.

Em “UK - Never Say Never” apesar de ter gostado da introdução, não foi uma música que me empolgou, apesar de uma ambientação medieval e um coro no meio da música, não é ruim, só não me conquistou.


Em “Germany - Rebellion Mission”, Saeko aposta alto fazendo vocais líricos, ousando fazer um trecho da “Queen of the Night” de Mozart. “India - Farewell to You I” é uma boa música, claro que na proposta de usar elementos mais tradicionais não poderiam faltar alguns toques de instrumentos indianos.

Eu estava curiosa pra saber o que me aguardava na sétima faixa chamada “Brazil - Splinters Of The Sun”, até metade da música, a sonoridade parecia um power metal clássico, até que um solo me surpreendeu com certa influência de baião.

Em seguida, a balada “Hawaii - Farewell to you II”, eu diria que é o momento mais tranquilo e emocional do álbum. “Russia - Heroes” é o primeiro single de divulgação do álbum e considero uma escolha certa, pois essa é uma das músicas mais poderosas do álbum.

Finalmente, “Holy Are We Alone” é um encerramento na mesma ambientação da introdução, como se um livro se fechasse e concluísse a jornada épica proposta por Saeko.

Holy Are We Alone” certamente tem um toque exótico, mas ao mesmo tempo está bem enraizado nos elementos clássicos do Power Metal, e com interpretações muito boas de Saeko, mostrando sua experiência e competência. Vale a pena conferir.

Texto: Raquel de Avelar Laureto

Banda: Saeko
Álbum: "Holy Are We Alone" 2021
Estilo: Power Metal, Heavy Metal
Produção: Saeko Kitamae, Guido Benedetti e V. Santura
Selo: Pride & Joy Music
Assessoria: GerMusica PR


Saeko is: Saeko Kitamae - vocals & keys; Guido Benedetti (Trick Or Treat) guitars & keys, Alessandro Sala (Rhapsody Of Fire) – bass, Michael Ehré – drums (Primal Fear, Gamma Ray, The Unity etc)  






sábado, 24 de julho de 2021

Jinjer: Expectativas do Novo Álbum e Tour Latina Agendada!

Dentre os novos nomes que surgiram no cenário mundial, os ucranianos do Jinjer certamente são um dos que mais vêm crescendo. Fundado em 2009, o grupo faz um Metal Progressivo que mescla elementos dos sub-gêneros mais contemporâneos do estilo - apresentando também nuances do lado mais extremo, como o Death Metal - e surpreendendo com misturas inusitadas, com peso, técnica e melodia.

Mas além da sonoridade original, o quarteto tem como destaque a vocalista Tatiana Shmailyuk, com seu estilo visual e versatilidade nos vocais, praticamente algo como um Jekyll-and-Hyde (o médico e o monstro), usando com maestria um estilo gutural e agressivo, típico do Metal mais extremo, com timbres suaves e limpos.


O Jinjer começou tendo destaque em sua terra natal, lançando dois trabalhos independentes, e depois através do youtube foi ganhando fãs pelo mundo, com seus vídeos viralizando e recebendo números expressivos de visualizações. 

Esse sucesso chamou a atenção da gravadora austríaca Napalm Records, que ofereceu contrato e distribuição mundial, com a banda crescendo ainda mais, indo tocar em grandes festivais de Metal e passando por diversos países, inclusive Brasil em 2018. 

Uma prova do crescimento do Jinjer podemos conferir com o  vídeo de "Pisces", do álbum "King of Everything" (2016), por exemplo, o primeiro pela gravadora austríaca,  o qual já ultrapassou os 52 milhões de views no youtube!

Em 2018 a gravadora relançou o álbum "Cloud Factory", lançado de forma independente em 2014, e em 2019 lançaram "Macro", também sendo muito bem recebido por crítica e público. E as expectativas são grandes quanto ao próximo passo do Jinjer, que liberou dia 17 de junho último, o vídeo para a música "Vortex", que estará no seu novo álbum, "Wallflowers" (que sairá dia 27 de agosto). O vídeo chegou a quase 1 milhão de visualizações em uma semana, excelentes números para uma banda de Metal.


Já considerado um dos álbuns de Metal mais esperados do ano, com “Wallflowers”, o JINJER prova mais uma vez seu talento excepcional para misturar groove, progressão, influências alternativas e experimentais para criar um som diferente de tudo que já existiu antes.

O primeiro vídeo de JINJER e o single "Vortex" deixarão todos de boca aberta, trazendo um visual forte e muito groove!

Jinjer declara: "Vortex' é a primeira. A primeira música que gravamos e o primeiro single que tocamos ao vivo (no Hellfest From Home 2021). Esta é uma música perfeitamente equilibrada em nossa opinião. Uma história contada através da música e que merecia um vídeo para combinar perfeitamente! 

O vídeo é uma incrível jornada, dando ao único uma outra camada, outra mensagem, enquanto Tatiana canta sobre a carga de pensamentos pesados e como isso pode ser devastador, o vídeo espelha o que o mundo infelizmente se tornou para muitos de nós".


Segundo o release liberado pela assessoria da banda: “ 'Wallflowers' não apenas apresenta um próximo passo metódico e premeditado na já imponente carreira da banda, mas, além disso, reflete as adversidades pessoais que eles enfrentaram devido aos eventos mundiais no último ano. 

Este novo trabalho não é somente uma atualização do groove metal progressivo que todos os fãs de JINJER desejam, mas também uma panela de pressão sônica de musicalidade técnica, fúria emocional e uma trilha sonora intensa condizente com o estado angustiante do mundo hoje."

Vindo da região ucraniana de Donetsk, dominada pelo conflito, mas agora chamando Kiev de sua base principal, o JINJER realmente não mediu palavras - ou riffs - em “Wallflowers”, e a banda vem afirmando em entrevistas que esse é seu trabalho mais pesado!

Com quase todos os lançamentos do JINJER compostos entre vans, salas de backstage e turnês constantes, “Wallflowers” continua de onde seu antecessor “Macro” parou, só que desta vez com menos distração e mais tempo para a banda se concentrar na composição do novo álbum.


E para a tour de divulgação  a América Latina já está na rota do Jinjer! A turnê latina, organizada pela empresa IDL Entertainment tinha sido planejada para 2020, onde aconteceram apenas 5 shows nas cidades de El Salvador, Guatemala, Guadalajara, Monterrey e Cidade do México, sendo as demais datas suspensas devido à pandemia. 

Aqui um vídeo com um resume dos último 5 shows que foram realizados na América Latina


A turnê foi reagendada duas vezes, primeiro para dezembro de 2020 e depois para Abril e maio de 2021, mas finalmente, tudo indica que o Jinjer poderá novamente tocar para seus fãs no Brasil e demais países da América Latina, com a tour novamente a organizada pela IDL Entertainment.

Ian Di Leo, diretor de IDL Entertainment, nos conta: "Logo após de 2 postergações em um momento  tão difícil a nível mundial, reconheço o amor dos fãs pela banda, assim como também o especial afeto que Jinjer tem com os fãs Latinoamericanos, tem sido os motores para que esta turnê não morra. E assim que com muito sacrifício, orgulho e esperança é que anunciamos esta reprogramação tão importante para todos nós."

Para mais informações clique AQUI

Todos os ingressos comprados para os shows que aconteceriam em 2020 e 2021 serão aceitos nos shows de 2022, salvo casos em que os promotores locais   prefiram efetuar a troca dos ingressos. 

Aguarde o anúncio oficial dos shows ou entre em contato com o promotor local do show da sua cidade para saber como proceder.

Confira abaixo as datas e as cidades onde o JINJER se apresentará:

5 Mai: Foro Independencia, Guadalajara, Mexico
6 Mai: Cafe Iguana, Monterrey, Mexico
8 Mai: Venue TBA, Mexico City, Mexico
10 Mai: Peppers Club, San Jose, Costa Rica
12 Mai: Yield Bar, Lima, Peru
13 Mai: La Cupula, Santiago, Chile
14 Mai: El Teatro Flores, Buenos Aires, Argentina
15 Mai: Complejo Sala Show, Montevideo, Uruguay
17 Mai: Venue TBA, Porto Alegre, Brazil
18 mai: Venue TBA, Curitiba, Brazil
20 Mai: Mirage, Limeira, Brazil
21 Mai: Carioca Club, Sao Paulo, Brazil
22 Mai: Broken Tattoo Fest, Bogota, Colombia
25 Mai: Hangar 18, Panama City, Panama
27 Mai: Teatro Cas Di Cultura, Oranjestad, Aruba


O álbum também estará disponível no Brasil, em edição Digipack, via Liberation Music, e a pré-venda está disponível nos canais da Liberation: Acesse Aqui

Aguarde resenha e entrevista em breve aqui no Road. 🤘

Texto/edição: Carlos Garcia

"Wallflowers" tracklisting:
 
1    Call Me a Symbol
2    Colossus
3    Vortex
4    Disclosure!
5    Copycat
6    Pearls and Swine
7    Sleep of the Righteous
8    Wallflower
9    Dead Hands Feel No Pain
10   As I Boil Ice
11   Mediator

JINJER
Tatiana Shmayluk - Vocal
Roman Ibramkhalilov - Guitarra
Eugene Abdukhanov - Baixo
Vlad Ulasevich - Bateria





sábado, 17 de julho de 2021

Anadom: Músico do Orquídea Negra em Álbum Solo


Robson Anadom é um dos membros mais antigos de uma das mais tradicionais bandas de Heavy Metal brasileiras, a lendária Orquídea Negra, formada em 1986 em Lages (SC).

Baixista e multi-instrumentista, Róbson tem uma longa história na cena do Metal nacional e também do Rock catarinense, com o Orquídea e com outros projetos, e agora lança seu primeiro trabalho solo, "...and a New Story Begins...".

A ideia do projeto surgiu no ano passado e a partir de algumas ideias já iniciadas, Anadom começou a pré-produção das músicas. O músico conta que sentiu aquele frio na barriga e um certo medo, imaginando se conseguiria fazer tudo sozinho. 


Mas a experiência foi de muito êxito, e 13 faixas instrumentais foram compostas. O álbum foi gravado também com apoio dos fãs, através de campanha de crowdfunding no site Vakinha Virtual.

O trabalho traz uma belíssima arte gráfica,  criada por Neto Santos, figura conhecida na cena Heavy Metal catarinense, tendo já feito a capa do último disco do Orquídea Negra, "Blood of the Gods", e outros trabalhos.

No encarte, cada faixa recebeu uma arte inspirada na música e um texto idem, escritos por Róbson e Neto e também por alguns convidados. Dessa forma, quem ouve a música, pode ter uma ilustração do que a inspirou. Além disso, há a visão dos convidados sobre determinadas músicas, e claro, as composições vão despertar emoções pessoais aos ouvintes.

Detalhes das artes do encarte

Robson resume a inspiração do disco: "A inspiração  principal é o ser humano, a forma como ele tem tratado o mundo em que vive, tanto na  essência  dele quanto no que vem fazendo fisicamente e como tudo isso impactará nas gerações futuras."

No álbum o ouvinte vai encontrar desde composições que passam pelo Heavy Metal tradicional, com muitos riffs, guitarras dobradas, passando pelo Power Metal, com peso e velocidade, além de suaves baladas, passeios progressivos e trechos acústicos. 

Não vou dar muitos "spoilers" aqui de outros detalhes das músicas e do trabalho em geral, pois conversamos com Robson,  e em uma entrevista muito bacana, ele nos contou detalhes muito legais e curiosos, e ainda neste mês de julho a publicaremos.


Resumindo um pouco mais sobre as músicas, cito aqui alguns destaques, de um trabalho diversificado, feito com paixão e que tem momentos para o gosto de qualquer ouvinte, e para qualquer ocasião. 

Temos o melodioso Heavy de "I Saw the Future", com sua linha marcante de guitarra e teclados de fundo, os quais a preenchem muito bem; o Metal acelerado e com guitarras dobradas de "Wake up to the World", que remetem ao Heavy tradicional e ao Maiden, naturalmente; "The Amazing Jango's Death", com pegada Power Metal, naquela linha Helloween clássico.

Os momentos de calmaria e clima mais baladeiro, são de muito bom gosto, e com melodias que dão vontade de assoviar e ficam na mente, como as "baladas" Hard/Heavy de melodias agradáveis e cativantes de "Águas de Inverno" e "Living on a Fairy Tale".


E ainda "Dreams Are Not Untouchable", que mescla bom gosto nas melodias com doses de virtuosismo e o peso beirando o Thrash de "People From the Otherside".


Um álbum instrumental que não é voltado a um público específico ou somente para músicos, pois é como se as composições tivessem versos e refrãos, a música fala com o ouvinte, e isso se explica pela espontaneidade, sentimento e dinamismo que o Anadom colocou em cada uma das 13 pequenas histórias, partes de uma nova que se inicia para este grande músico, que possui uma louvável carreira no cenário Heavy Metal brasileiro.


"....and a New Story Begins..." está já disponível nas plataformas digitais, e o CD físico, em belíssima embalagem digipack 3 paineis e libreto com 28 páginas, através do site robsonanadom.com

Texto: Carlos Garcia




Track-list
1. Prelude
2. I Saw the Future
3. Wake up to the World
4. The Amazing Jango´s Death
5. Águas de Inverno
6. Dreams are not Untouchble
7. Da Costa ao Oeste
8. Living on a Fairy Tale
9. People From the Other Side
10. Emancipation of the Soul
11. Returning to Myself
12. The Myth Behind the Waterfall Cave
13. Réquiem 




quarta-feira, 14 de julho de 2021

Helloween: As Abóboras Uniram-se e Criaram Seu Melhor Álbum em Anos


Um dos discos mais esperados do ano. Depois de um período de lapso criativo, o novo fôlego que a banda buscava surgiu com a reunião com Kai Hansen e Michael Kiske para a tour Pumpkins United, para alegria dos fãs, que há muito esperavam algo do tipo. 

As tours foram sucesso absoluto, mas muitas questões com certeza pairavam na cabeça do fã e comunidade Metal.  Um novo álbum funcionaria? Será que não haveria uma guerra de egos e tudo se arruinaria? A ótima recepção dos fãs e sucesso da tour daria a energia necessária para criarem um trabalho de qualidade? Ou somente largariam um produto burocrático e simples caça-níqueis para aproveitar o sucesso das tours?

Bom, "Helloween" está aí, e nós não poderíamos deixar de fazer uma audição cuidadosa, e expressar nossa opinião em uma matéria especial, com a visão dos nossos editores Caco Garcia e Renato Sanson sobre o álbum. Confira a seguir:



"Helloween" - Resenha por Caco Garcia

Creio que "Helloween" é o melhor trabalho da banda em anos, e se não chega a um patamar próximo dos melhores momentos da banda em sua totalidade, o álbum traz vacilos, mas muitos mais pontos positivos, e com momentos memoráveis.

Era o mínimo a se esperar, e seria decepcionante se este novo disco do Helloween não fosse o melhor trabalho da banda em anos. Pessoalmente, "Dark Ride" foi o último álbum que gostei, os seguintes foram bem irregulares, e a banda sofreu com um lapso de criatividade.

Não vou falar muito dos "vacilos", que aparecem em alguns momentos em que pecam pelos excessos, algumas músicas ficando longas demais e poluídas, nem sempre funcionando bem a utilização das 3 guitarras e das 3 vozes.

Os pontos positivos se sobressaem, e tenho certeza que a grande maioria dos fãs aprovou o álbum, assim como a crítica em geral.

A começar pela belíssima capa, temos também vários dos elementos clássicos da sonoridade da banda, que aparecem nos refrãos, andamentos fast-tempo, temas longos e épicos - elementos daquela fase dos 3 primeiros discos - e que se mesclam com os melhores anos da era Deris e ainda algumas pitadas de novidades. 

A sonoridade do Helloween contemporâneo, digamos assim, que soa mais Hard, e com menos elementos da primeira fase, é o que se sobressai, e aí está o principal: nada soou datado ou forçado em minha opinião, com exceção da "Skyfall", que me pareceu que eles criaram uma faixa longa meio como obrigação de ter uma música épica de longa duração, tipo "Halloween" ou "Keeper of the Seven Keys".

Andi e Kiske funcionam muito bem nos duetos e se intercalando, sendo que por vezes, Kai também aparece, mas muito menos acionado que os outros dois. As 3 vozes, claro, dão muito brilho aos refrãos e coros.

O disco inicia com "Out for the Glory", naquele estilo veloz e cheia de melodias pegajosas, coros e solos de guitarra, típico Helloween, um bom início, mas as que mais se destacam em minha opinião são "Fear of the Fallen", com Andi nos vocais principais,  tem peso nos riffs e grandes melodias, mesclando trechos velozes e melodiosos; "Best Time", que já inicia com uma melodia marcante nas guitarras, flerta com o Hard e AOR, lembrando faixas naquele estilo "If I Could Fly" e até algo de Unisonic. Ótimas e pegajosas melodias, o refrão gruda de imediato.

"Mass Polution", que também tem essa pegada mais pesada, Helloween contemporâneo de riffs bem Hard; "Angels", que também traz essa pegada mais Hard, com ótima performance de Kiske, e alguns flertes com o prog.

Resumindo, não espere um novo clássico, ou um retorno a eras anteriores, mas sim um álbum com boas e ótimas músicas, a banda em sua melhor versão desde o início dos anos 2000, e traz o Helloween de volta a um patamar elevado. Que essa formação prossiga para mais álbuns!🎃



"Helloween" -  resenha por Renato Sanson

Após a fantástica “Pumpkins United Tour” muito se falou de um novo trabalho de estúdio com essa mega formação, já que o Helloween conseguiu uma proeza para poucos, unir três diferentes fases em uma mega tour deixando os fãs fervorosos e ansioso pelos próximos passos.

Eis então que nasce “Helloween” o 16° álbum dos alemãos carregado de expectativa. E não seria para menos, pois ter os três vocalistas da história da banda a sua disposição e mais o guitarrista original e responsável por clássicos memoráveis não é todo o dia, e essa sintonia se mostrou muito afiada ao vivo e o mesmo se transcendeu para o estúdio.

Poderia discorrer uma opinião bem “fanboy” sobre o álbum, já que sou muito fã dos germânicos, mas certamente vocês teriam nojo da matéria (risos), então não venho aqui tecer elogios exagerados ou até mesmo chamar o disco de clássico, mas após ouvi-lo por uma semana inteira e entender sua dinâmica, posso dizer que “Helloween” é um grande trabalho que uniu tempos diferentes, mas com certa homogeneidade, mas é latente as influências de Gamma Ray e Unisonic (porque será né?!).

O retorno de Kai Hansen as guitarras deu um novo gás aos solos e riffs criados, já fazia um certo tempo que o Helloween soava demasiadamente pesado, mas sem melodia e feeling, pouca coisa dos últimos lançamentos soam marcantes. E nesse quesito riffs e solos marcantes Kai é um especialista.

É claro que com o retorno de Kiske o mesmo seria o protagonista do álbum, e acaba fazendo sentido, pois para muitos a fase “Keepers...” é o auge das aboboras e também sua voz casa perfeitamente com o Power Metal simples e melodioso aqui apresentado. 

O dueto com Deris em algumas faixas soam na medida certa, e as composições individuais de cada um, casam com suas respectivas épocas, com um certo adendo, já que a influência do Unisonic é gritante em Kiske e se reflete em algumas composições. Kai participa cantando em algumas faixas, soa mais como um vocal de apoio, mas que traz mais dinâmica e variações.

Seria um clássico? Penso que não. É o melhor trabalho desde “The Dark Ride” (00)? Quem sabe. Só o tempo poderá responder, a única certeza que tenho é que “Helloween” é um ótimo disco de Power Metal e traz a junção de diversos momentos da banda em um formato coeso e natural.

Um adendo a se fazer é a bela capa criada pelo artista Eliran Kantor, enigmática e remetendo aos diversos momentos da banda. Trazendo muitos detalhes que interligam desde “Walls of Jericho” à “Keeper Of The Seven Keys – The Legacy”. Nos deixando curiosos e descobrindo novos elementos a cada observação.🎃

Textos: Caco Garcia e Renato Sanson
Edição: Caco Garcia

Banda: Helloween 
Álbum: "Helloween" 2021
País: Alemanha
Estilo: Heavy Metal, Power Metal
Produção: Charlie Bauerfeind/Dennis Ward
Selo: Nuclear Blast - Edição nacional Shinigami Records (Adquira Aqui)

Curiosidades sobre "Helloween", o álbum:

A base deste álbum começou a ser erguida em estúdio com o uso do kit de bateria original de Ingo Schwichtenberg e gravando com os mesmos moduladores do estúdio caseiro da banda em Hamburgo, onde foram gravados os clássicos "Master Of The Rings", "The Time Of The Oath" e "Better Than Raw". Completamente analógico, o álbum contou com o trabalho do grande produtor Charlie Bauerfeind e com a coprodução de Dennis Ward antes de ser enviado a Nova York para a mixagem final no Valhalla Studios de Ronald Prent, que já trabalhou com bandas como Iron Maiden, Def Leppard e Rammstein.


TRACKLIST

Out For The Glory
Fear Of The Fallen
Best Time.
Mass Pollution
Angels
Rise Without Chains
Indestructible
Robot King
Cyanide
Down In The Dumps
Orbit
Skyfall