Formado em meados de 2010 e 2011,
os cariocas do Klinsh seguem firmes trazendo às influencias do Hard e do
Classic Rock. Após quatros anos do EP de estreia, a banda finalmente soltou no
começo desse ano o mais novo trabalho, “Siga Em Frente”, para consolidar de vez
a atual formação. Para falar um pouco sobre esse trabalho, o guitarrista Lucas
Coelho teve o prazer de conversar com a gente para falar como foi o processo de
criação entre outras coisas.
O mundo parou entre 2020/2021, o que impossibilitou das bandas e
músicos se apresentarem ao vivo. Essa parada os forjou a compor o que é hoje o
“Siga em Frente”?
Com certeza! No meio daquele caos
tivemos que adaptar a forma de compor e, também, escrever as letras, pois não
poderíamos nos reunir fisicamente, mas o ponto positivo dessa situação foi que
tivemos a oportunidade de nos focar inteiramente nesse processo, sem agenda de
shows, e, com isso, trabalhar nesse novo EP e mais algumas músicas que ainda
virão.
Quatro anos separam do EP de estreia “Siga Em Frente” ao “A Soma de
Todos os Dias”. Há muita diferença ouvindo os dois, onde o trabalho caçula soa
mais vigorante. Essa evolução é sentida pela banda e, se sim, por quê?
Nossos dois EPs são a fotografia
da banda no momento de suas gravações. Além, é claro, da maturidade que veio
naturalmente com o tempo de intervalo entre ambos, bem como a troca da formação
trazendo por consequência alterações de influências musicais e até no modo de
pensar e abordar as composições. Acredito, também, que a pausa forçada por
conta da pandemia nos ajudou a trabalharmos melhor e com mais calma nossas
músicas.
Lucas, você é o único membro original após a reformulação ocorrida em
2018. A sensação de carregar esse fardo traz uma certa pressão ou a colaboração
dos demais membros tira esse peso?
Sendo bem sincero contigo e não
querendo parecer egocêntrico nem nada disso, mas foi pressão zero, pois esse
pensamento nem passa pela minha cabeça. Eu sou o único membro fundador, mas
nosso vocalista Lito Ferreira está na banda desde antes dessa reformulação, já
que ele só passou de baterista para vocalista (risos). Então, mesmo durante a
reformulação, eu o tive sempre ao meu lado como um irmão. Hoje todos somos um
novo time, onde ganhamos juntos, perdemos juntos e é assim que seguiremos.
Falando ainda sobre o mais recente EP, os singles “Será Que Ela Vai
Voltar” e “Danica” antecederam o lançamento do trabalho de forma primorosa. A
última é dedicada a pilota de Stock Car americana, Danica Sue Patrick. O que os
motivaram a compor uma música sobre ela?
Várias coisas. A mais importante
delas foi a posição e a força que a Danica mostrou em um ambiente
majoritariamente masculino. Ela não só conquistou seu espaço na história, como,
também, conseguiu o respeito pelo que fez como 'pilota' e não só pela sua
beleza.
Refletido na pergunta anterior, as músicas possuem temas ligados ao
cotidiano de forma bem divertida, sensação essa sentida no clipe que dá nome a
faixa título. Mas também há momentos de emoção e feeling, como é o caso da
“Será Que Ela Vai Voltar”. O DNA da banda vem dessas características apontadas?
A música é uma forma de arte e
acredito que a arte se torna muito mais verdadeira, tocando mais pessoas,
quando traz o que sentimos e o que vivemos no momento. Nosso maior mérito nesse
EP foi conseguir passar e transmitir esses vários sentimentos de felicidade,
tristeza, perda, superação, força, dor e paixão em forma de músicas. O
resultado foi exatamente isso que você acabou de perceber, pois em algumas
músicas você vai conseguir sorrir, em outras chorar, mas, de uma forma ou de
outra, você vai se conectar com elas.
Não é de hoje que a inspiração da banda vem do Rock dos anos 80,
principalmente do Rock nacional e carioca. Só que vocês não ficam somente nessa
essência, trazendo em determinados momentos influências de Hard e até mesmo de
Heavy Metal ouvindo “Garota 021”. O “Siga Em Frente” também impôs há não ficar
preso somente a um nicho sonoro e ser mais generalista?
Temos sempre como premissa
escrever e gravar aquilo que estamos sentindo e querendo naquele momento e o
resultado disso é a verdade nas músicas. Não nos prendemos a estilo musical, se
a música pede um blues, será, se outra pede Hard Rock assim será também.
Desenvolvemos a partir do que a letra e o tema pedem e não sobre o que o
"estilo musical" manda. Só ficamos sempre na linha de rock, pois é o
que temos mais afinidades e gostamos mais, como você disse no começo da
pergunta, nossa base é o rock anos 80.
Sei que é clichê perguntar isso, mas não há como negar que o que chama
atenção na banda são as letras cantadas em português, coisa que é sempre
observada, seja positivo ou negativo. A escolha por cantar em português é a
melhor maneira de passar a mensagem que vocês querem para o ouvinte?
Verdade seja dita, uma mensagem
bonita não tem idioma, país ou região. Você pode achar grandes músicas com
letras em inglês, francês ou em japonês. O importante é passar o sentimento que
você deseja da forma mais clara possível, com isso conseguir conectar ou
expressar algo que outras pessoas também sentem. Isso é o que acreditamos.
Sobre cantar em outro idioma, nunca passou pela nossa cabeça cantar fora do
português (risos).
Posso estar errado em dizer isso, mas acho que houve uma pequena
recaída no cenário Rock e suas vertentes no Rio de Janeiro, e talvez a
justificativa para isso é de não termos maiores shows internacionais pela
capital. Porém a presença do público é grande quando há shows de bandas
nacionais de renome nas poucas casas que ainda existem por aí. Isso não passa
de uma impressão despretensiosa ou o cenário carioca continua firme e forte?
Firme sim, já forte... nem tanto
(risos). Talvez o rock carioca, ou até no Brasil como um todo, seja como um
peixe fora d'água, pois a gente se debate o quanto pode para voltar (para o
mar), mas sabendo que o cenário não está nem sombra do que foi um dia.
Logicamente, isso é na minha visão esse tipo de assunto vale uma reflexão longa
e profunda sobre o porquê o cenário está como está, mas uma coisa é certa, não
é por falta de banda. Tem muita banda nova, ou nem tão nova assim, no cenário
underground com muita qualidade, porém não tem visibilidade e muitas vezes nem
sequer oportunidades. Acredito que o pessoal do rock não soube aproveitar tantas
décadas em alta e chegamos nessa situação. Outros gêneros musicais estão aí
para mostrar que é possível criar do zero uma cena que mantenha o gênero sempre
em alta. Acredito que todas as pessoas envolvidas de alguma forma com o rock
deveriam se reunir e conversar seriamente, deixando ego, estrelismo ou qualquer
outro tipo de vaidade de lado, para, assim, tentarmos recuperar o prestígio que
um dia já tivemos.
Chegando ao final da entrevista, quais os planos da Klinsh para o
restante de 2023?
Primeiramente, gostaria de
agradecer a vocês pela oportunidade, espaço em poder mostrar nosso trabalho.
Nossos planos são fazer muitos shows, e ao mesmo tempo estamos produzindo novas
músicas para, quem sabe, um vindouro novo EP ou até mesmo um álbum em CD físico
para o final do ano? Vamos ver o andamento das coisas, mas enquanto isso,
curtam nossos lançamentos nos streamings, inscrevam-se no nosso canal no
Youtube e sigam nossas redes sociais, pois compartilhando algo que gosta você
está ajudando, de alguma forma, o rock a voltar a crescer. Divulgue o que
gosta, não dê ibope ao que não gosta.
Um abraço a todos!
Entrevista: Gabriel Arruda
Edição/Revisão: Renato Sanson
Fotos: Divulgação
Agradecimentos: Johnny Z, da JZ Press e Metal
na Lata, por agendar está entrevista
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