sexta-feira, 28 de setembro de 2018

Dee Snider: Uma Declaração de Amor ao Heavy Metal




Mudanças e novidades trazem apreensões naturais, e podem vir independente da classe ou patamar que uma determinada banda ou artista se encontra. Afinal, a música não para de trazer surpresas, mas quando se trata de alguém renomado e com o qual crescemos ouvindo suas canções, o nível de expectativa é totalmente diferente de qualquer outro. Essas referencias cabem em um artista lendário como o vocalista Dee Snider (Twisted Sister), que está lançando seu terceiro disco solo (ou quarto, se contarmos o inusitado "Dee Does Broadway"), “For The Love Of Metal”.

Conhecemos este grande ícone do Hard Rock e do Heavy Metal por grandes hinos da década de 80, como “We’re Not Gonna Take It” e “I Wanna Rock”, os quais trouxeram o sucesso comercial mundial do  Twisted Sister. Só que, nos últimos anos, foram aparecendo novos desafios que, às vezes, iam contra a sua identidade, mas neste novo álbum ele coloca pra fora toda sua agressividade, com um disco de Heavy Metal intenso, pesado e de canções que são verdadeiros hinos.


Todos os votos acima se devem também a produção, que com a ajuda do vocalista Jamey Jasta (Hatebreed), entregou uma sonoridade resistente, com timbres bem escolhidos e um aspecto moderno, não faltando peso na sonoridade do disco. E a sensação que dá ao ouvir o disco é que a banda parece estar tocando ao vivo, o que torna o trabalho bastante puro.
A arte, criada pelo brasileiro Marcelo Vasco, mostra a atitude harmônica do disco, ficando explicito na postura do vocalista e no clima tenso em sua volta.

Que o fim chega pra todo mundo isso todos nós sabemos, mas enquanto uns vão parando, Dee Snider mostra que continua cada vez mais jovem e pronto pra tudo! Os backing-vocals pulsantes e os riffs ganchudos fazem de “For The Love Of Metal” o álbum mais consistente da carreira solo dele, e provavelmente o mais "Metal", diferenciando-se de outros trabalhos do vocalista. Pra chamar um pouco a atenção, Mark Morton (Lamb Of God) e Joel Grind (Toxic Holocaust) preenchem a seleção de convidados.


As faixas são uma melhor que a outra, o que dificulta a escolher a melhor de todas. Pra quem gosta de deixar o pescoço dolorido de tanto bater cabeça, indico as rápidas “Lies Are a Business” e “I’m Ready” (que solos de guitarra!), os riffs contundentes de “Tomorrow’s No Concern”, a junção de melodia e peso na “I am The Hurricane” e a pegada Rock N’ Roll de “America Made” evidencia a identidade da obra em todos os detalhes. 

O groove de “Roll Over You” e a densidade da “Running Mazes” colocam ainda mais vigor no disco, flertando pontos de Hard ‘n’ Heavy na enérgica “Become The Storm”. Outros que emprestam suas colaborações são os vocalistas Howard Jones (ex-Killswitch Engage), na agressiva “The Hardest Way”, e Alissa White-Gluz (Arch Enemy), na balada “Dead Hearts (Love Thy Enemy)”. Pra terminar, não podia deixar de citar a faixa-título, que faz jus ao seu nome, e que poderia ser facilmente a música de abertura.


Pra você que passou boa parte da vida gritando “I Wanna Rock”, chegou a hora de mudar isso para “For The Love Of Metal”.

Texto: Gabriel Arruda
Edição/Revisão: Carlos Garcia
Fotos: Divulgação

Ficha Técnica
Banda: Dee Snider
Álbum: For The Love Of Metal
Ano: 2018
Estilo: Heavy Metal
País: Estados Unidos
Gravadora: Hellion Records (Nac.) / Napalm Records (Imp.)

Track-List
1.    Lies Are a Business
2.    Tomorrow’s No Concern
3.    I Am The Hurricane
4.    American Made
5.    Roll Over You
6.    I’m Ready
7.    Running Mazes
8.    Mask
9.    Become The Storm
10. The Hardest Way
11. Dead Hearts (Love Thy Enemy)
12. For The Love Of Metal

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domingo, 23 de setembro de 2018

Cobertura de Show: Sepultura e Project46 - Porto Alegre RS (09/09/2018)



Feriado de Independência, finalizado com um domingo de sol e grenal para acirrar ânimos, no bar opinião, a noite prometia mais uma grande apresentação do Sepultura.
Desta vez, desembarcam em terras gaúchas acompanhados pela banda Project46, grupo paulistano que está na estrada desde 2008.



Project46 Mostra Seu Poder de Fogo

Às 20h em ponto, o baile tem início no palco do Opinião. A casa já com um bom público para prestigiar o Project46 que abre seu show de forma enérgica e furiosa, com letras sobre o cenário político brasileiro e cotidiano.


Riffs pesados embalaram o público de forma primorosa, músicas como "Erro + 55", "Violência Gratuita", "Acorda para a Vida" e "Foda-Se (se depender de nós)", foram cantadas por boa parte dos espectadores.


Finalizam o show deixando uma ótima impressão, e ainda colocaram o público em 220 volts para o que viria a seguir.


É Hora de Mais uma Destruição do Sepultura do Brasil!



A ansiedade e expectativa pela espera explodem quando o Sepultura já manda a pesada "I Am The Enemy" de cara. Logo a seguir, "Phanton Self " e "Kairos" mantêm a energia em alta culminando em "Territory", a qual fez o Opinião tremer.


O set list segue envolvente com "Inner Self" e "Sworn Oath". Andreas fala que estava completando 20 anos de Derrick Green a frente do Sepultura, então, "Against", faixa do primeiro disco com Derrick é executada, seguidas de "Choke" e "Boycott" do mesmo álbum.


O espetáculo segue com as músicas novas, dentre elas "Machine Messiah" e "Iceberg Dances". Com a química entre público e banda alcançada de forma homogênea, desde o primeiro acorde, as estruturas do Opinião foram testadas, pois, sem piedade "Desperate Cry", "Refuse/Resist", "Arise" e "Dead Embryonic Cells" são executadas, garantindo torcicolos para semana toda.


Finalizando com o bis que mais parecia um gancho no queixo, "Slave New World", "Resistant Parasites", "Ratamahatta" e "Roots Bloody Roots" encerram mais uma grande apresentação do Sepultura em terras gaúchas, sendo considerada daquelas, como diria Toninho Sepultura: “falar de Sepultura é como falar do Pelé e da Amazônia, é uma bandeira brasileira!”
Sepultura do Brasil!


Produtoras : Pisca Produtora e Opinião Produtora
Resenha e fotos : Diogo Nunes Saratt
Edição e Revisão: Carlos Garcia

Acesse os sites oficiais:  





quinta-feira, 20 de setembro de 2018

The Night Flight Orchestra: Merecendo uma Boa Fatia do Mundo



Pouco mais de um ano depois de seu terceiro álbum, "Amber Galactic" (que inclusive lhes valeu uma nominação no Grammy sueco), eles estão de volta com mais um disco, "Sometimes the World is Ain't Enough", The Night Flight Orchestra, provavelmente uma das bandas mais legais da atualidade. Nascido da paixão em comum de Björn Strid e David Andersson (ambos do Soilwork) pelo Classic Rock,a dupla percebeu que havia um vazio a ser explorado na cena musical de hoje em dia, resolveram então colocar pra fora, sem grandes pretensões comerciais. 

Com sua sonoridade cativante, trazendo as influências do que era feito a partir da metade dos anos 70 e na década de 80, os suecos colocam no seu caldeirão musical o Classic Rock, AOR, Progressivo e até Disco, Black Music e Pop Rock. Em "SWAE" eles praticamente seguem a mesma fórmula bem sucedida do álbum anterior, onde parecem ter encontrado o balanço perfeito para sua sonoridade.


Há algumas diferenças, já que neste novo disco as composições estão, digamos, um pouco mais leves e ainda mais pegajosas. Destaque para a dupla fundadora, Björn Strid, que se mostrou um grande vocalista no estilo, e David Andersson, sendo que este compôs a grande maioria do material.

São 12 faixas e mais uma bônus track nesta edição nacional, todas repletas de melodias e refrãos grudentos e irresistíveis. Os backing vocals femininos, adicionados desde o álbum anterior, tornaram-se parte essencial. Os teclados com arranjos orquestrais e melodias pop e dançantes estão mais presentes também, como já podemos perceber na vibrante abertura com "This Time", que tem um comecinho que lembra a abertura de "Space Truckin'". "Turn to Miami" tem um refrão pra lá de grudento, mesclando o AOR com batida dançante; as influências da Disco aparecem bem nítidas em  "Paralyzed", que é coberta de suingue. É simplesmente tudo muito legal!


São vários hits instantâneos, como as duas primeiras faixas, já citadas acima, e algumas outras que também se sobressaem, ressaltando que é um álbum que dá vontade de ouvir sem pular nenhuma, mas preciso destacar "Lovers in the Rain", Melodic Rock absolutamente contagiante, com grande potencial "radiofônico', e além dela, as também ótimas "Can't Be That Bad", "Barcelona" e a progressiva "Last of the Independet Romantics", que tem uma certa veia de Kansas. Realmente, eles encontraram o ponto perfeito, e possuem talento inegável para forjar excelentes melodias, e fazem com criatividade e entusiasmo.

Encerrando esta matéria, transcrevo aqui trecho da entrevista de David Andersson para o Decibel Magazine, onde ele, entre outras coisas, falou sobre o conceito dos dois últimos álbuns (que seriam uma espécie de Sci-Fi Feminist Space Opera), e também sobre algo bem preocupante na sociedade atual, que inclusive estamos vivenciando aqui no Brasil, que é a intolerância. Confira abaixo:

"Há um conceito por trás de Amber Galactic e Sometimes the World Ain’t Enough”, que é uma ópera espacial com uma agenda feminista. Eu sempre sonhei em fazer álbuns baseados no espaço e ficção científica, e mesmo que não seja um álbum conceitual no verdadeiro sentido da palavra, é baseado em um conceito ideológico com sci-fi e conotações futuristas.

Eu sempre acreditei que as mulheres são um gênero superior e espero que, eventualmente, elas, juntamente com a comunidade HBTQ (também conhecida como LGBT), sejam as líderes do mundo. O livro The Spirit Level, de Wilkinson and Pickett, de 2009, onde mostram estudos bastante convincentes sobre como os níveis de igualdade em uma sociedade são um fator preditivo independente quando se trata de como a sociedade prospera em vários níveis, meio que confirmou o que eu suspeitava há muito tempo. 

David Andersson
E se você olhar para universidades na Suécia e em muitos outros lugares, hoje em dia há uma maioria de mulheres nos programas de alto status, como direito, medicina, etc. Ao mesmo tempo, há forças poderosas no mundo atualmente que querem regressar a um paradigma masculino heterossexual branco, muito conservador e intolerante."

Extremamente cativante e bem feito, a banda transforma sua influências e inspirações em uma sonoridade bem própria. O mundo talvez não seja o bastante, mas eles já merecem pelo menos uma boa fatia dele! 

Texto: Carlos Garcia

Ficha Técnica:
Banda: The Night Flight Orchestra
Álbum: "Sometimes the World Ain't Enough" (2018)
País: Suécia
Estilo: Classic Rock/Melodic Rock
Produção: The Night Flight Orchestra
Selo: Nuclear Blast/Shinigami Records

Adquira o álbum na Shinigami

Line-up:
Björn Strid – Vocal
Sharlee D’Angelo – Baixo
David Andersson – Guitarra
Richard Larsson – Teclado
Jonas Källsbäck – Bateria
Sebastian Forslund – Guitarra, Percussão
Anna-Mia Bonde – Backing Vocals
Anna Brygård – Backing Vocals

Tracklist:
01. This Time
02. Turn To Miami
03. Paralyzed
04. Sometimes The World Ain't Enough
05. Moments Of Thunder
06. Speedwagon
07. Lovers In The Rain
08. Can't Be That Bad
09. Pretty Thing Closing In
10. Barcelona
11. Winged And Serpentine
12. The Last Of The Independent Romantics
13. Marjorie (bônus track)

       

         

segunda-feira, 17 de setembro de 2018

Barros: Hard/AOR de Técnica e Bom Gosto




O experiente guitarrista português Paulo Barros, conhecido por seu trabalho com o Tarantula (uma das mais tradicionais bandas do Metal português, fundada em 1981 em Porto), lança, com seu novo projeto, intitulado "Barros", o álbum "More Humanity Please", via RockShots Records, e traz aqui Hard Rock e AOR, mesclando as influências tradicionais à nuances mais modernas, numa sonoridade cativante e de refinada técnica.

Recrutou ao seu redor um time de músicos muito competente, destacando o vocalista Ray Van D, que possui um vocal perfeito para o estilo. Barros contou também com a produção de Harry Hess, do Harem Scarem.

O Hard Rock clássico nos riffs e levadas, e casa muito bem com pitadas mais modernas e os licks e solos de melodia e técnica de Barros na ótima, e com jeitão de hit, "My Everything", que abre o álbum; "Disconnected" tem uma levada com muito groove e destaca as linhas pulsantes do baixo de Vera Sá, que aliás, aparece com destaque durante o álbum. Traz um tema bem atual, falando sobre o tempo que as pessoas passam envolvidas em frente à uma tela;"Kingdom for a Day", tem riffs mais encorpados e boas variações;


"Take Me as I Am" tem arranjos e levada moderados e suaves. Teclados dão um colorido a mais nesta melodiosa canção. Quase impossível não ter uma balada em um álbum de Hard Rock, e "Tearing Us Apart" traz arranjos acústicos e orquestrais, destacando o belíssimo solo melódico e cheio de técnica de Paulo Barros.

"When it Rain It Pours"é um Hard com muita técnica, melodia e groove, me lembrando algo de Mr. Big. Barros mais uma vez dá um show de técnica, aliada às melodias cativantes e de bom gosto; na sequência temos mais um momento "Power-Ballad", com "Live Before We Die", a qual tem algumas batidas eletrônicas, destacando novamente o baixo técnico e pulsante de Vera Sá. As melodias seguem um caminho simples, mas agradável; em a "A Love That Shines" o Hard Rock vigoroso retorna, destacando os ótimos vocais de Ray e os riffs carregados de punch.


A faixa título, "More Humanity Please" é uma música carregada de emoção, com trechos mais melodiosos e acústicos, crescendo no refrão. As belas e cativantes melodias, os grandes vocais e o trabalho irrepreensível das guitarras, mesclando peso, melodia e técnica, fazem dela o grande destaque, justificando ser a faixa título; a acelerada e vibrante "How does it Feel" fecha o álbum.

Um belo trabalho deste grande guitarrista, não tendo a pretensão de inventar algo novo, somente trazer Hard Rock agradável de ouvir, com canções apresentando técnica, feeling e bom gosto.
Texto: Carlos Garcia

Rockshots Records
Paulo Barros Site

Line-up
Paulo Barros – guitar
Ray Van D – vocals
Pico Moreira – drums
Vera Sà – bass

Tracklist

01. My Everything
02. Disconnect
03. Kingdom For A Day
04. Take Me As I Am
05. Tearing Us Apart
06. When It rains It pours
07. Live Before We Die
08. A Love That Shines
09. More Humanity Please
10. How Does It Feel



       

sábado, 8 de setembro de 2018

AURI: Beleza e Atmosferas Mágicas na Nova Empreitada de Tuomas



O trio AURI, formado por Tuomas Holopainen (Nightwish), sua esposa Johanna Kurkela,  e o inglês multi-instrumentista e também parceiro de Nightwish, Troy Donockley, é a  mais nova empreitada paralela à sua banda principal, e a exemplo de seu trabalho solo "The Life and Times of Scrooge" (que também contou com Johanna), segue, naturalmente, por um caminho bem diferente do que faz no Nightwish.

O AURI é um álbum para quem gosta da música produzida por Holopainen, um disco para apreciar de mente aberta, sem esperar algo ligado ao Metal ou o Sympho Metal do Nightwish. O que temos aqui são atmosferas mágicas, belas e muitas vezes introspectivas, banhadas por música Folk, alguns momentos estilo "soundtrack", e lindos arranjos de teclados, violinos, flautas, percussões e muitos outros instrumentos que vão dando um colorido a cada momento do trabalho.


As parcerias são perfeitas, pois Troy já mostrou sua capacidade criativa ao mundo, após juntar-se ao Nightwish, e Johanna tem uma voz doce e com um lindo timbre, criando linhas que encaixaram muito bem às canções. Um trabalho praticamente "em família", o que certamente contribuiu no entrosamento e cumplicidade, resultando em um álbum com muito bom gosto e emoção. O AURI tem seus temas inspirados nos livros de Patrick Rothfuss (a faixa "The Name of the Wind" é inspirada no nome do primeiro livro do escritor), e o nome "AURI" deriva do latim "Aurora".

Excelente para momentos de reflexão e paz. Simplesmente coloque para ouvir e deixe a música lhe envolver. Vou tentar passar um pouco do clima de alguns momentos do álbum, como na abertura com "The Space Between", que soa, digamos, como um Pop/Folk moderno, mixando algo de música eletrônica na batida e teclados, além de um belo e grandiosos refrão; após, temos uma mudança de direção, com a dramática e sinfônica "I Hope Your World is Kind"; a música folk e pesada é o tom em "Skeleton Tree" e nos belíssimos arranjos de piano, violino e cordas na acústica e introspectiva "Desert Flower".


Deixe-se envolver nas percussões, quase que tribais, o som da água, e os belíssimos arranjos de teclado e violino de "Aphrodite's Rising", os quais são uma trilha perfeita para a bela voz de Johanna e suas tocantes linhas vocais. Que música bela e cativante! Viaje nos climas e na aura etérea da quase totalmente instrumental "Savant" ou na melancolicamente bela "Underthing Solstice".

Recomendo sem medo para os fãs de Tuomas, e quem gosta de ouvir uma música cheia de atmosferas folk, mágicas e introspectivas. Excelente produção, belas composições e bom gosto do trio Tuomas, Troy e Johanna. Algo me diz que no futuro teremos mais.

Texto: Carlos Garcia
Fotos: Divulgação

Ficha Técnica:
Banda: AURI
Álbum: AURI (2018)
País: Finlândia
Estilo: Folk/Sinfônico
Produção: Auri
Logo: Johanna Kurkela
Selo: Nuclear Blast/Shinigami Records


Track-list
1. The Space Between
2. I Hope Your World is Kind
3. Skeleton Tree
4. Desert Flower
5. Night 13
6. See
7. The Name of The Wind
8. Aphrodite Rising
9. Savant
10. Underthing Solstice
11. Them Thar Chanterelles (feat Liquor in the Well)


       


       

sábado, 1 de setembro de 2018

Entrevista - Bloodwork: Death/Splatter Metal Insano!




Fundada em Dois Irmãos (RS) em 2004,  inicialmente chamada Putrid Splatterred, a a banda teve um hiato até 2007, quando retornam com nova formação e adotam o nome Bloodwork.
O Bloodwork  carrega consigo o peso e a tradição Gaúcha de gerar excelentes bandas de Metal Extremo, e não vem decepcionando. Chega agora ao seu segundo full-lenght, "Feed On The Dead", com seu Death/Splatter recebendo uma resposta muito positiva de crítica e público.

Conversamos com o vocalista e fundador Fabiano, para trazer à vocês um pouco mais sobre eles, o novo álbum e os planos para expandir o nome do Bloodwork. Confira!


RtM-Após o lançamento de “Feed On The Dead”, como tem sido a receptividade do público e mídia?
Muito positiva Marcello! A resposta do público com o novo álbum tem sido extremamente gratificante...que na real, é o que move a máquina! É o que faz a coisa ter sentido, sabe? Nos passando detalhes os quais temos certeza que gostaram sim do álbum! O retorno da mídia também tem sido muito positivo! Todos os veículos de comunicação gostaram do álbum, o que nos deixa muito orgulhosos do trampo!

RtM-Quais as principais diferenças entre “Just Left Me Rot” e “Feed On The Dead”, tanto na parte musical como produção? Os objetivos foram alcançados?
Cara...acho que houve uma evolução natural nesses dois aspectos (Musical e Produção), assim como haverá no próximo álbum, entende? A parte de composição ficou mais madura (músicas e letras), no que se refere à organização, saca? Tudo no seu devido lugar e tal...na produção, no nosso entendimento e na resposta que estamos tendo, houve um salto de qualidade, o que deixou a banda tranquila, pois ficou tudo exatamente como queríamos! Sim, os objetivos foram alcançados!

"...Uma boa produção destaca o trabalho da banda e entrega qualidade ao público. ..vários álbuns clássicos não tiveram a produção merecida."
RtM-Nota-se uma excelente produção no álbum. Vocês acham que o Death Metal tem que apresentar essa produção limpa em detrimento de produções mais cruas à moda antiga?
Olha, eu pessoalmente prefiro a coisa bem produzida, mas isso vai de cada um e da proposta da banda! Acho que com uma boa produção você destaca o trabalho da banda e entrega qualidade ao público. Mas respeito quem pensa diferente...vários álbuns clássicos não tiveram a produção merecida...talvez pelos recursos à época ou por opção mesmo. Hoje, os recursos e os conhecimentos avançaram muito e acredito que precisam ser explorados!

RtM-O conteúdo das letras da BLOODWORK é extremamente escatológico e insano. E em “Feed On The Dead” segue a linha: quanto mais doentio, melhor. A intenção da banda é realmente chocar o ouvinte com tanta poesia gore? Quem é o responsável por essa sanguinolência??
Exatamente! Quanto mais doentio, melhor! Gostamos disso! Nos divertimos assim! Sim, queremos que as pessoas sintam nojo e fiquem desconfortáveis quando pegarem o CD na mão e olharem a capa, abrirem o encarte e lerem os títulos e as letras...se possível chorem e não durmam a noite (HAHAHAHAHAHAHAHA). O Rafael Lubini (guitarra) é a mente doentia por trás das letras (já falamos para ele procurar ajuda...), exceto “MAYHEM HYSTERIA” e “CHAINSAW MASTURBATION” que são minhas e “KEEP MY MEAL ALIVE” que é do Henrique Joner (baixo).

RtM-Com o lançamento do debut a banda teve uma boa exposição e notou-se uma boa exposição no Underground, angariando bons shows pra si. A ideia é alavancar ainda mais essa exposição com o novo álbum? De que forma?
Sim! Com certeza! Queremos tocar cada vez mais e onde for possível! Tocamos bastante aqui no estado e os planos são que “FEED ON THE DEAD” nos abra novas oportunidades aqui e fora do RS! Queremos muito tocar em SC, PR, Sudeste...Região Nordeste que são lugares com cenas incríveis também...galeras que curtem o som extremo e pelo que observamos, valorizam bandas que vão até lá para lhes entregar esse som extremo! Para isso, estamos nos organizando para ter um Booking a nos ajudar com agenda de shows e tal. Acreditamos que 2018 será tão bom ou melhor que 2017 foi para a banda!


RtM-Percebe-se que a BLOODWORK bebe diretamente da fonte do Death Metal americano. Seria esta a escola que mais serviu/serve de inspiração para vocês?
Olha...acho que essa sua afirmação deve-se diretamente aos vocais, porque sou muito influenciado por bandas como CANNIBAL CORPSE, MORBID ANGEL, SIX FEET UNDER, DEICIDE...influência esta que exploro sem pudor nenhum, pois são grandes bandas com excelentes vocalistas. Mas acredito que mesclamos bem o DEATH METAL AMERICANO com o DEATH METAL EUROPEU! Com certeza você encontrará também influências de BENEDICTON, ENTOMBED, EXHUMED e CARCASS que é uma banda que curtimos muito!!! Todos na banda gostam de DEATH METAL, seja ele Yankee ou do Velho Mundo! O Rafael Lubini (guitarra) e o Felipe Nienow (bateria), que são os principais compositores da banda, gostam bastante do DEATH METAL EUROPEU também.

RtM-A banda tem algo já em mente para lançar “Feed On The Dead” na gringa? Já receberam convites para gigs nos países da América do Sul ou sondagens de EUA/Europa?
O álbum “FEED ON THE DEAD” foi lançado pela Eternal Hatred Records e MS METALAGENCY BRASIL, que cuida de toda divulgação da banda. A distribuição é com a Voice Music e alguma coisa diretamente com a banda. Foram enviadas cópias para América do Sul, América do Norte, Europa, Ásia e Oceania, com retorno positivo! Sobre tocar “lá fora”, sempre foi um sonho pra gente cara, mas sabemos que não é tão simples assim...tudo envolve custos, organização, agenda, etc...mas estamos abertos a propostas sim, com certeza!!!

RtM-O que vocês podem nos adiantar sobre os próximos passos da banda nos próximos meses em relação a shows, enfim, a agenda da banda?
Retomamos os trabalhos em ABRIL/18, depois de um período de “férias mais longas”, pois da metade do ano passado até o final, tocamos bem...praticamente um show por mês. Estamos ensaiando para alguns shows marcados para o mês de JULHO/18. O restante do ano está em aberto e justamente isso vai de encontro à necessidade de organizarmos esse lado com um Booking!


RtM-Por favor, deixe-nos seu recado aos gore maníacos que apreciam a banda ou àqueles que não a conhecem e certamente ficarão curiosos por sacar o som da Bloodwork. Por fim, agradeço a menção no encarte do cd, com o Marcello Bacon (hahahahahaha!!!)
Bom, gostaríamos de agradecer ao apoio que recebemos de todos com o lançamento de “FEED ON THE DEAD”!!! É extremamente gratificante ver o reconhecimento do trabalho pelo público e mídia, que como mencionei antes é o que faz valer a pena! É por isso que a roda gira! Esse apoio tem sido constante desde as DEMOS e depois também com “JUST LET ME ROT” e isso só nos faz acreditar mais e mais! Estamos trabalhando em novas composições para o futuro, assim como novos “covers” que sempre agradam a galera! Os shows prometem! Em relação a menção no encarte do álbum (Marcello And Bacon), foi a forma que encontramos de agradecer a tua força e apoio com a gente! Amizade forte e sólida que carregaremos para o resto de nossas vidas...tipo o bacon, que gostamos bastante!!! (HAHAHA)

RtM-Obrigado pela entrevista.
Nós que agradecemos por mais essa oportunidade!!! Nos vemos nas podreiras por aí!!!


Entrevista: Marcello Camargo
Edição e revisão: Carlos Garcia

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