Nascida em 2001, na cidade de Bariri (SP), a Vandroya começou como tantas outras bandas, ou seja, apenas alguns "moleques" fãs de Heavy Metal, que formaram um grupo para tocar covers de seus ídolos. (TO READ ENGLISH VERSION, CLICK HERE)
Com o tempo passando, logo sentiram a necessidade de criar suas próprias músicas, lançando o EP "Within the Shadows", em 2005. Porém, devido a indefinições, trocas na formação, falta de condições de investir na banda e outras dificuldades, fizeram o grupo quase desistir. Porém, para o bem da cena Metálica, felizmente as coisas começaram a tomar novo rumo, e com uma formação reformulada, e também graças a boa visibilidade que a talentosa Daísa Munhoz ganhou com seu trabalho junto a Soulspell Metal Opera, de Heleno Vale, mais olhos se voltaram ao potencial e talento da Vandroya.
Finalmente dado mais um grande passo, que foi o lançamento do debut "One", distribuído no exterior pelas gravadores Inner Wound Recordings e Spiritual Beast, e no Brasil pela Hellion Records, a banda vem colhendo os frutos, sempre, como Marco comenta nesta entrevista, mantendo os pés no chão e celebrando cada conquista, tendo excelentes resenhas e notas na mídia especializada. Conversamos com Daísa Munhoz e Marco Lambert para falar um pouco mais a respeito desse momento, e, claro, sobre o álbum "One".
RtM: Gostaria que vocês descrevessem o
sentimento de, finalmente, ter o seu
“debut” lançado. Lembro que a Daísa, em
entrevista para o Road em 2010, chegou a dizer que era o “Chinese Democracy” de
vocês, fazendo uma brincadeira, um tipo de paralelo, com o álbum dos Guns, que
ficou tempos naquele sai –não-sai!
Marco Lambert: Essa analogia foi
perfeita (risos). Hoje mais do que nunca eu acredito que as coisas aconteceram
no momento certo. Quando lançamos nosso Ep “Within Shadows” em 2005, não
estávamos preparados para gravar um disco inteiro. Nós já conversamos muito
sobre esse assunto e chegamos à conclusão que se tivéssemos lançado um disco em
2007 ou 2008, é bem provável que ele seria apenas mais um disco de Metal mal
gravado e mal produzido.
É evidente que 11 anos é muito tempo para lançar um
álbum, mas esse tempo foi fundamental pra adquirirmos maturidade musical e
pessoal. Estamos muito contentes com o resultado que “ONE” tem alcançado, tanto
no Brasil quanto no exterior. Sinceramente, não esperávamos tudo que está
acontecendo, pois temos os pés no chão e sabemos que é um mercado muito
difícil.
RtM: O álbum vem recebendo muitos elogios,
sendo que foi lançado no Japão primeiramente, e já temos agora a edição
nacional. Contem pra gente como foram surgindo essas oportunidades e o
interesse dos selos do exterior.
Daísa Munhoz: Posso dizer que tudo
começou a partir do momento que meu nome ganhou mais visibilidade, é claro.
Nossos vídeos começaram a ser mais acessados e a Inner Wound, mesma gravadora
da Soulspell, entrou em contato. Eles sabiam que estávamos em estúdio e pediram pra ouvir o material. Eles gostaram tanto que batalharam por um selo na Ásia
também.
Acabamos assinando com a Spiritual Beast do Japão, que fez a melhor proposta. Isso tudo foi uma enorme surpresa pra gente, e comemoramos cada conquista. Já quanto ao selo brasileiro, o contato aconteceu enquanto mixávamos o disco em São Paulo.
Acabamos assinando com a Spiritual Beast do Japão, que fez a melhor proposta. Isso tudo foi uma enorme surpresa pra gente, e comemoramos cada conquista. Já quanto ao selo brasileiro, o contato aconteceu enquanto mixávamos o disco em São Paulo.
RtM: E ainda quanto esta excelente
receptividade, como vocês estão vendo? Está tendo o retorno que vocês
esperavam?
Marco Lambert: Sem dúvida é muito
gratificante ler as resenhas positivas, com ótimas notas, vindas de todas as
partes do mundo, ver que os fãs estão gostando de "ONE", e que a espera por esse
disco valeu a pena. Mas como eu já disse, não esperávamos absolutamente nada,
está tudo sendo novidade pra gente. Hoje em dia a cena do Metal vive uma
realidade muito diferente da cena vivida nos anos 80 e 90, existem muitas
bandas, muitos lançamentos e o mercado de hoje é extremamente exigente.
Preferimos trabalhar sem criar expectativas com relação a nada dentro da
Vandroya, queremos nos surpreender com cada coisa que possa acontecer, a cada
dia. Nós conseguimos separar expectativas de sonhos. Eu acredito que sonhar faz
você trabalhar muito em prol de algo que você deseja, mostra diversos caminhos
pra você tentar realizar seus objetivos. Mas quando você confunde sonhos com
expectativas, só existe um caminho, o da frustração.
RtM: A banda esteve parada por um tempo,
mas depois foi reunindo forças e está aí com um grande álbum nas mãos. Gostaria
que vocês falassem sobre os momentos difíceis, e de como a banda foi buscando
forças para retornar a cena até chegar no momento atual.
Daísa Munhoz: ficamos parados por um
bom tempo. Basicamente, nosso maior problema foi a entrada e saída de
integrantes, pois cada vez que se muda a formação é como se você estivesse
começando do zero. Éramos moleques, muitos sem saber ainda se ia pra faculdade,
se não ia, o que queriam fazer da vida, outros se casando e desistindo da cena,
essas coisas. Fora a falta de dinheiro pra injetar na banda. Também acredito
que a falta de maturidade pra lidar com esses problemas afetou nossa decisão de
dar um tempo com as atividades da Vandroya, mas como o Marco disse, ainda bem
que aconteceu dessa forma, pois tenho certeza que essa mesma falta de
maturidade ia contribuir e muito para o lançamento de um péssimo disco.
RtM: Sobre as composições em “One”, vocês
poderiam falar a respeito de como foi a escolha das músicas para o álbum? Pois,
a banda iniciou as atividades em 2001, teve o EP “Within The Shadows”, então,
provavelmente vocês já tinham também outras ideias e composições, muitas devem
ter sido descartadas, outras rearranjadas e algumas novas compostas. E ficou
algum material já para um próximo lançamento?
Marco Lambert: Essa foi uma tarefa bem
difícil, pois quando decidimos que gravaríamos “ONE”, nós tínhamos apenas
quatro músicas prontas, sendo que duas delas faziam parte do EP de 2005. Também
tínhamos muitos fragmentos. Eu gosto muito de compor dessa forma, ir anotando
tudo e depois avaliando as ideias.
Decidimos então regravar as músicas do EP, com pequenas mudanças, principalmente nos teclados. A partir daí a missão foi juntar os fragmentos e transformar tudo aquilo em música. Vamos começar a trabalhar no novo álbum em breve, mas não temos nada de concreto ainda, apenas algumas coisas que sobraram, e que precisam passar por uma nova avaliação.
Decidimos então regravar as músicas do EP, com pequenas mudanças, principalmente nos teclados. A partir daí a missão foi juntar os fragmentos e transformar tudo aquilo em música. Vamos começar a trabalhar no novo álbum em breve, mas não temos nada de concreto ainda, apenas algumas coisas que sobraram, e que precisam passar por uma nova avaliação.
RtM: E sobre a faixa “Change the Tide”, que
aparece também no “Hollow’s Gathering”, do Soulspell. Ela teve a letra
reescrita para encaixar na história desse álbum (Hollow’s)? E teve algum
estranhamento por parte dos fãs por essa música ter sido lançada nos dois
álbuns, e num espaço de tempo bem curto entre eles?
Daísa Munhoz: Essa música é de Daniel
Manso, nosso ex-guitarrista , e sim, ela tinha outra letra, uma letra minha.
Gravamos e engavetamos, pois naquele momento não tínhamos intenção de lançar um
disco. Acontece que Heleno Vale se interessou pela música e na época das
gravações de Hollow’s Gathering ele propôs usar a música no disco da Soulspell
mudando a letra para que esta se encaixasse na história, de modo que a musica
passaria a ser de ambas as bandas.
Somente os vocais foram regravados (N. do R.: na versão de que está no "One", há a participação de Leandro Caçoilo), o instrumental é o mesmo nos dois discos. Os fãs gostaram, eles só talvez ainda não saibam o porquê disso (risos). Por causa de tramites de gravadoras e outros empecilhos, que são normais, ambos os discos sofreram alterações em suas datas de lançamento, por isso a proximidade.
Somente os vocais foram regravados (N. do R.: na versão de que está no "One", há a participação de Leandro Caçoilo), o instrumental é o mesmo nos dois discos. Os fãs gostaram, eles só talvez ainda não saibam o porquê disso (risos). Por causa de tramites de gravadoras e outros empecilhos, que são normais, ambos os discos sofreram alterações em suas datas de lançamento, por isso a proximidade.
RtM: E sobre esse time maravilhoso de
músicos que compõem a Banda? Como vocês foram se reunindo através destes anos?
Influências que acabam compondo a personalidade e sonoridade do Vandroya
certamente!
Daísa Munhoz: Esta banda começou com um
grupo de moleques que se reunia no domingo pra tocar Metal, pra praticarmos,
sem a menor intenção de ir além disso. Porém, as coisas foram mudando, a
vontade de compor apareceu, muitos acabaram saindo, voltando, saindo de novo, e
dos fundadores da banda, só sobramos Marco, Rodolfo e eu. Mas tivemos a grande
sorte de achar em uma cidade vizinha um baita baterista que conhecia um baita
baixista, e que estavam muito a fim de levar a banda a sério. O Otávio é muito
importante nessa banda. Quando tudo estava desmoronando, anos atrás, ele não
esmoreceu e nos deu muita força pra reerguermos a banda e também é meu parceiro
em algumas letras. O Giovanni também é um cara sensacional. Somos todos muito
amigos e os nossos encontros são sempre muito divertidos.
A Vandroya em tempos idos. |
Marco Lambert: Tudo isso que está
acontecendo com o Metal, principalmente quando atinge a mídia que não é
especializada no assunto, é de extrema importância, mas ainda é muito pouco
para resolver o problema. Eu acho que hoje em dia, existe muito mais público de Metal, muito mais bandas, festivais e facilidade em adquirir produtos e
informações sobre as bandas, coisas que faltavam nos anos 80. A cena nunca foi
fácil, mas atualmente temos que suar mais ainda a camisa pra conseguir alguma
coisa, principalmente as bandas brasileiras.
O Brasil hoje é rota obrigatória
em turnês das bandas de fora, ou seja, mercado existe. Mas é claro, não adianta
ficar reclamando e não fazer nada. As bandas brasileiras precisam fazer sua
parte, que é gravar um material com qualidade, e trabalhar intensamente para
fazer shows com a mesma qualidade do disco. Obviamente, o público tem que
apoiar cada vez mais o Metal nacional, e os produtores organizarem shows em que
haja respeito com as bandas e principalmente com o público.
RtM: Marco, conte um pouco pra gente sobre
como começou a tocar, suas influências como guitarrista.
Marco Lambert: Comecei a tocar com 17
anos, e iniciei meus estudos sozinho, nunca tive aulas de guitarra ou violão. Pouco
tempo depois montei uma banda com uns amigos. Isso já faz um bom tempo
rsrsrsrrsrs. Passei por diversas bandas, e toquei diversos estilos musicais
antes de entrar de cabeça no Metal, apesar de sempre ter sido fã no estilo.
Em
2001 formamos a Vandroya, e foi um grande desafio pra mim, pois nunca havia
tocado Heavy Metal com uma banda. Em 2010 fui convidado a fazer parte da
Soulspell Metal Opera. Sobre minhas influencias, os guitarristas que eu mais
gosto de ouvir tocar são John Petrucci (Dream Theater), Paul Gilbert (Mr. Big),
Nuno Bettencourt (Extreme), Edu Ardanuy (Dr. Sin), Yngwie Malmsteen e Zakk
Wylde.
RtM: Para a Daísa, a gente já perguntou em
uma entrevista anterior (leia AQUI) a respeito das suas influências, então vou querer saber
quais vocalistas da nova geração você admira, e com quem gostaria de dividir os
vocais num próximo álbum, seja do Vandroya ou Soulspell?
Daísa Munhoz: Você sabe que eu só ouço
velharia, né? Meus heróis estão todos no passado e eu quase nunca sei o que
está rolando de novo para falar que eu admiro.
Mas sei que tem muita coisa boa acontecendo e eu destacaria a Fernanda
Lira, da Nervosa. Ela tem muita técnica, vocês precisam ouvi-la cantar outros
estilos que não só Thrash Metal.
A própria Fernanda também me apresentou uma
banda chamada Fire Strike, que tem uma vocalista com um alcance absurdo. É um
som bem oitentista; eu ficaria de olho neles. Mas quanto a dividir os vocais
numa possível gravação, os nomes continuam os mesmos desde a minha primeira
entrevista para o RtM: Anne Wilson e Russell Allen.
RtM: Lembro também que a Daísa estava
treinando boxe. Como estão os treinamentos? Continua ainda praticando? E Você
Marco? Tem treinado algo para o caso de ter de se defender? Heheheeheh!
Marco Lambert: Eu sempre tive muita
vontade de praticar alguma luta, mas o tempo foi passando e eu nunca fui atrás.
Admiro muito o Aikido e o Jiu Jitsu, mas infelizmente não tem como eu entrar para
uma academia, acho que é um tanto quanto arriscado se contundir e ter que ficar
parado sem tocar!!
Daísa Munhoz: Sim, eu continuo
treinando e muito mais pesado agora (risos). Já incorporei o boxe na minha vida
e não dá mais pra viver sem.
RtM: Obrigado a vocês pela entrevista, com certeza ainda virão muitas conquistas pela frente! Fica o espaço para sua mensagem final!
Marco Lambert: Agradecemos a vocês pelo espaço e aos amigos e fãs pelo apoio e receptividade ao nosso trabalho, estamos agendando vários shows e preparando também o clipe para a música "Why Should We Say Goodbye", que começara a ser gravado início de abril. Acompanhem os canais oficiais para novidades. Nos vemos na estrada!
Entrevista: Carlos "Caco" Garcia
Edição: Carlos Garcia
Revisão: Sir Allen
Fotos: Divulgação
Visite os canais oficiais da banda:
Site Oficial
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PROMOÇÃO EXCLUSIVA VANDROYA E ROAD TO METAL
Quer ganhar o álbum "One" autografado pela banda?
Curta a fanpage da Vandroya e do Road e acesse o álbum da promoção NESTE LINK e responda nos comentários: Qual o nome do primeiro EP do Vandroya? É Muito Fácil!
Sorteio dia 30/04/2013.
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Na Diehard
Edição: Carlos Garcia
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