Os gaúchos da Vakan enfim nos
apresentam o seu Debut, sob a tutela de “Vagabond” (19) trazendo o peso do
Heavy Metal aliado a passagens Folks e regionalistas da música gaúcha, o que de
fato só engrandeceu a sua sonoridade.
Não é fácil inserir essas mesclas
sonoras, mas o quarteto de Santa Maria conseguiu com maestria, onde dividiu o
álbum em dois momentos. Já que na primeira metade temos o peso e melodias do
Heavy Metal com ótimas estruturas e linhas vocais de encher os ouvidos. Para a
segunda metade temos as inserções regionalistas que trazem um certo frescor ao
estilo, deixando sua musicalidade marcante, onde as composições ganham ainda
mais complexidade e diversificação.
A produção de “Vagabond” está na
medida certa, com todos instrumentos bem dosados e sem perder o peso, onde soa
cristalino, mas agressivo o suficiente para manter o equilíbrio de sua gama
musical.
Uma estreia em alto nível
mostrando todo o potencial desta promessa do Heavy Metal nacional.
Guardem este
nome, pois se continuarem nesta linha, você certamente terá em suas prateleiras
os discos da Vakan.
1992, 2008 e agora 2019! Sim,
Porto Alegre receberá pela terceira vez a maior banda de Heavy Metal do
planeta, os britânicos do IRON MAIDEN!
É verdade que o grande espaço
entre os anos que vieram é extremamente grande, mas quem não se lembra dos
shows memoráveis que presenciaram em 92 e 08 (ambos no Gigantinho)?
Sob a produção da Move Concerts a
“Legacy Of The Beast Tour” chega a capital gaúcha no dia 09/10 (quarta-feira)
na Arena do Grêmio, em mais um grande show recheado de clássicos memoráveis que
moldaram o estilo que tanto amamos, como: “The Number of the Beast”, “2 Minutes
to Midnight”, “Fear of the Dark” dentre outros.
Ainda é possível encontrar
ingressos para este que será o maior espetáculo que POA receberá em anos!
O Fifht Angel, nobre representante do chamado "US Metal", surgiu em Seattle nos anos 80, ao lado de outros nomes de destaque no cenário Metal daquela região, como o Queensrÿche e o Metal Church, este último também representante do mesmo nicho, que como diferença do Metal europeu, trazia mais agressividade em seu som, apesar de também ter o cuidado com as melodias e riffs marcantes.
O Fifth Angel lançou dois álbuns nos anos 80, para depois encerrar precocemente suas atividades, retornando com membros originais para o tradicional festival Keep It True em 2010 e novamente em 2017 na Alemanha - o festival costuma trazer algumas bandas de volta a ativa, seja somente para o festival, ou até em definitivo - e após essa segunda aparição, ocorreu o convite da Nuclear Blast.
Então, sem poder contar com Ted Pilot e Ed Archer, uma reformulada banda com Ken Mary, Kendall Bechtel, assumindo também os vocais, e John Macko, partiram gravar um novo trabalho depois de longo hiato.
"The Third Secret" traz elementos tradicionais do US Metal, além do balanço muito bem executado entre o Heavy e o Hard, com algumas nuances mais atuais, mas prevalecendo a essência da banda. Com um trabalho destacado de guitarras e melodias certeiras, o álbum possui 10 faixas com um Metal impactante e poderoso, surpreendendo a quem poderia esperar algo um pouco datado.
Kendall tem atuação destacada, com uma voz de imposição forte e marcante, e o trabalho consistente da cozinha e as camadas de teclado, ajudam a preencher a sonoridade, que teve a produção assinada pelo membro fundador Ken K. Mary.
"Stars are Falling" abre o álbum mostrando que o Fifth Angel não retornou somente para tirar proveito de um certo saudosismo dos fãs, mas para recuperar o tempo perdido, com uma música com ótimo equilíbrio entre peso e melodia, destacando os vocais altos de Kendall. Faixa dinâmica, com nuances Hard Rock, refrão cativante, algo que a banda trabalha bem em suas músicas, e lembra algo de Dio, seja no estilo da música como nos vocais de Kendall.
"We Will Rise" mantém o pique no alto, com grande trabalho de guitarras e excelente refrão; as canções possuem um nível muito bom, e embora algumas tenham menos brilho, digamos assim, como "Queen of Thieves", que envereda por nuances mais modernas e do Melodic Power, temos outros grandes atos, como a pesadíssima "This is War" e a pegada 80's de "Hearts of Stone" e seus riffs galopantes.
Destaque também para a balada "Can you Hear Me" e a faixa título, "The Third Secret", com seu andamento cadenciado, baixo bem marcado, teclados dando um clima tenso. Lembrou-me algo do Sabbath era Tony Martin.
Fifth Angel: Line-up atual
O Fifth Angel a despeito de tudo que ocorreu durante esses longos anos, retorna com um álbum forte e atual, com ótimo trabalho de guitarras, tendo composições que se destacam, e embora seja uma pena a saída de Kendall Bechtel, sem dúvida um fator determinante no excelente resultado deste álbum, a banda está com a moral elevada e com um grande material em mãos, tendo ótimas possibilidades de, desta vez, ter uma continuidade e melhor sorte na sua caminhada.
O Eluveitie nasceu em 2002 sob a
imponência e misticismo dos Alpes suíços, e sua música inspirada na mitologia
celta, história gaulesa e a cultura protoindo-europeia. O grupo foi se tornando
um dos grandes nomes do Folk Metal, sub-estilo do Heavy Metal que,
naturalmente, mixa as nuances tradicionais do gênero, além do Melodic Death
Metal às influências folclóricas, utilizando sonoridades e instrumentos típicos
da cultura celta e gaulesa.
Desde sua estreia com o álbum “Spirit” (2006)
a banda começou a criar uma identidade musical bem própria, trazendo letras
também bem profundas, abordando temas históricos, filosóficos e folclóricos.
O sucesso e reconhecimento
mundial chegaram com o álbum “Slania” (2008), o qual foi considerado o trabalho
que consolidou o estilo da banda, e até então, o auge de sua maturidade. Inclusive o álbum recebeu uma nova versão comemorando os 10 anos de seu lançamento.
E agora em 2019, a banda
apresentou seu novo trabalho, “Ategnatos”, que é a palavra gaulesa para
“renascer”. Um álbum místico e filosófico, onde o Eluveitie traz a mitologia, a
crença pagã e a espiritualidade para o nosso mundo moderno. Mudança e renovação.
Isto, naturalmente, tem um preço.
Sempre há sofrimento antes da felicidade. E sempre
há escuridão antes da luz. Obscuro e sério em sua atmosfera e carisma, e também
oculto, arcano e elitista, o álbum em si é um manifesto, um trabalho altamente
dramático e embelezado no qual a sociedade de hoje se vê no espelho da antiga
mitologia e cultura celta.
A banda retornou ao Fascination Studios, onde também mixaram "Slania". A sonoridade, cada vez mais
lapidada e trabalhada, muitas vezes com composições melodiosas e limpas, como
“Ambiramus”, que segue aquela linha de músicas como "A Rose For Epona", por exemplo, com belas melodias, vocais femininos e um folk mais contemporâneo, canções que são capazes de agradar ouvidos menos acostumados ao estilo e
aos momentos de mais peso.
E o peso e densidade sonora são também adjetivos do som dos suíços, pois as músicas são preenchidas por esses elementos folk, que se juntam ao peso e agressividade nas peças mais voltadas ao Melodic Death e Folk
Metal mais direto, como podemos perceber na própria faixa título.
O peso do Eluveitie é diferente, principalmente onde as canções trazem atmosferas místicas, quase com ar de trilha sonora de série ou filme épico, casando perfeitas com o conceito lírico como por exemplo em “The Raven
Hill”.
São 16 faixas, mas o grupo soube dosar com equilíbrio as músicas, mantendo o álbum sempre interessante, intercalando momentos mais pesados e agressivos, com essas peças mais melodiosas, com atmosferas mágicas, por vezes melancólicas, como a já citada "Ambiramus" e também em "Breathe", onde mais uma vez se destacam os vocais femininos, os instrumentos étnicos e os violinos.
Chrigel Glanzmann
Os arranjos orquestrais preenchidos pelo colorido dos instrumentos étnicos é destaque também, como em "The Slumber", onde os vocais limpos femininos e guturais se contrapõem, gerando uma atmosfera bela, pesada e mágica.
A banda destaca que compôs o
álbum enquanto estava na Universidade de Artes de Zurique e consideram o
processo um produto de toda a banda, espontâneo, resultado das ideias dos nove
membros, onde as canções foram sofrendo modificações enquanto ainda estavam em
desenvolvimento.
O Eluveitie é uma banda diferente, merece o reconhecimento mundial, e mesmo com as diversas trocas de formações, seu líder Chrigel Glanzmann tem o mérito de guiar a formação da personalidade da banda, mantendo-a, mas sem abrir mão da evolução, e "Ategnatos" é a prova.
O álbum está disponível no Brasil pela gravadora Shinigami Records, trazendo uma edição com faixas bônus.