segunda-feira, 30 de setembro de 2019

Vakan: quando as águas ferventes do Heavy Metal cruzam com o rio límpido da música regional


Resenha por: Renato Sanson


Os gaúchos da Vakan enfim nos apresentam o seu Debut, sob a tutela de “Vagabond” (19) trazendo o peso do Heavy Metal aliado a passagens Folks e regionalistas da música gaúcha, o que de fato só engrandeceu a sua sonoridade.

Não é fácil inserir essas mesclas sonoras, mas o quarteto de Santa Maria conseguiu com maestria, onde dividiu o álbum em dois momentos. Já que na primeira metade temos o peso e melodias do Heavy Metal com ótimas estruturas e linhas vocais de encher os ouvidos. Para a segunda metade temos as inserções regionalistas que trazem um certo frescor ao estilo, deixando sua musicalidade marcante, onde as composições ganham ainda mais complexidade e diversificação.

A produção de “Vagabond” está na medida certa, com todos instrumentos bem dosados e sem perder o peso, onde soa cristalino, mas agressivo o suficiente para manter o equilíbrio de sua gama musical.

Uma estreia em alto nível mostrando todo o potencial desta promessa do Heavy Metal nacional. 

Guardem este nome, pois se continuarem nesta linha, você certamente terá em suas prateleiras os discos da Vakan.


Links:

Tracklist:
01 Orbis
02 Beyond Mankind
03 Russian Roulette
04 Moving On
05 Euphoria
06 Diary of P. Stuart
07 Interlude: Eremita
08 The Flow of Matter
09 Presumption of Guilt
10 Vagabond Pt. I – Princes and Principles
11 Vagabond Pt. II – Utopia
12 Vagabond Pt. III – 1st Law: Chaos
13 Vagabond Pt. IV – Epitome, Epitaph

Formação:
Matheus Oliveira (vocal)
Alexandre Marinho (guitarra)
Natanael Couto (baixo)
Lucas Oliveira (bateria)



segunda-feira, 23 de setembro de 2019

A Donzela desembarca pela 3° vez na capital gaúcha!


1992, 2008 e agora 2019! Sim, Porto Alegre receberá pela terceira vez a maior banda de Heavy Metal do planeta, os britânicos do IRON MAIDEN!

É verdade que o grande espaço entre os anos que vieram é extremamente grande, mas quem não se lembra dos shows memoráveis que presenciaram em 92 e 08 (ambos no Gigantinho)?

Sob a produção da Move Concerts a “Legacy Of The Beast Tour” chega a capital gaúcha no dia 09/10 (quarta-feira) na Arena do Grêmio, em mais um grande show recheado de clássicos memoráveis que moldaram o estilo que tanto amamos, como: “The Number of the Beast”, “2 Minutes to Midnight”, “Fear of the Dark” dentre outros.

Ainda é possível encontrar ingressos para este que será o maior espetáculo que POA receberá em anos!

Acesse e confira:


Aproveite e confirme sua presença no evento:

https://www.facebook.com/events/379429812662633/

domingo, 8 de setembro de 2019

Fifth Angel: Retorno Contundente de Veteranos do "US Metal"



O Fifht Angel, nobre representante do chamado "US Metal", surgiu em Seattle nos anos 80, ao lado de outros nomes de destaque no cenário Metal daquela região, como o Queensrÿche e o Metal Church, este último também representante do mesmo nicho, que como diferença do Metal europeu, trazia mais agressividade em seu som, apesar de também ter o cuidado com as melodias e riffs marcantes.

O Fifth Angel lançou dois álbuns nos anos 80, para depois encerrar precocemente suas atividades, retornando com membros originais para o tradicional festival Keep It True em 2010 e novamente em 2017 na Alemanha - o festival costuma trazer algumas bandas de volta a ativa, seja somente para o festival, ou até em definitivo - e após essa segunda aparição, ocorreu o convite da Nuclear Blast.

Então, sem poder contar com Ted Pilot e Ed Archer, uma reformulada banda com Ken Mary, Kendall Bechtel, assumindo também os vocais, e John Macko, partiram gravar um novo trabalho depois de longo hiato.


"The Third Secret" traz elementos tradicionais do US Metal, além do balanço muito bem executado entre o Heavy e o Hard, com algumas nuances mais atuais, mas prevalecendo a essência da banda. Com um trabalho destacado de guitarras e melodias certeiras, o álbum possui 10 faixas com um Metal impactante e poderoso, surpreendendo a quem poderia esperar algo um pouco datado.

Kendall tem atuação destacada, com uma voz de imposição forte e marcante, e o trabalho consistente da cozinha e as camadas de teclado, ajudam a preencher a sonoridade, que teve a produção assinada pelo membro fundador Ken K. Mary.

"Stars are Falling" abre o álbum mostrando que o Fifth Angel não retornou somente para tirar proveito de um certo saudosismo dos fãs, mas para recuperar o tempo perdido, com uma música com ótimo equilíbrio entre peso e melodia, destacando os vocais altos de Kendall. Faixa dinâmica, com nuances Hard Rock, refrão cativante, algo que a banda trabalha bem em suas músicas, e lembra algo de Dio, seja no estilo da música como nos vocais de Kendall.


"We Will Rise" mantém o pique no alto, com grande trabalho de guitarras e excelente refrão; as canções possuem um nível muito bom, e embora algumas tenham menos brilho, digamos assim, como "Queen of Thieves", que envereda por nuances mais modernas e do Melodic Power, temos outros grandes atos, como a pesadíssima "This is War" e a pegada 80's de "Hearts of Stone" e seus riffs galopantes.

Destaque também para a balada "Can you Hear Me" e a faixa título, "The Third Secret", com seu andamento cadenciado, baixo bem marcado, teclados dando um clima tenso. Lembrou-me algo do Sabbath era Tony Martin.

Fifth Angel: Line-up atual
O Fifth Angel a despeito de tudo que ocorreu durante esses longos anos, retorna com um álbum forte e atual, com ótimo trabalho de guitarras, tendo composições que se destacam, e embora seja uma pena a saída de Kendall Bechtel, sem dúvida um fator determinante no excelente resultado deste álbum, a banda está com a moral elevada e com um grande material em mãos, tendo ótimas possibilidades de, desta vez, ter uma continuidade e melhor sorte na sua caminhada. 

Texto: Carlos Garcia
Fotos: Divulgação

Ficha Técnica:
Banda: Fifth Angel
Álbum: "The Third Secret" 2019
Estilo: Heavy Metal, Hard/Heavy, US Metal
País: USA
Selo: Nuclear Blast/Shinigami Records


Line-up (gravação do álbum)
Kendall Bechtel: Vocal, Guitarra e Teclados
John Macko: Baixo
Ken K. Mary: Bateria, Teclados

Line-Up Atual:
Ed Archer: Guitarra
John Macko: Baixo
Ken Mary: Bateria
Steve Carlson: Vocais
Ethan Brosh: Guitarra

Tracklist:

1. Stars are Falling
2. We Will Rise
3. Queen of Thieves
4. Dust to Dust
5. Can You Hear Me
6. This is War
7. Fatima
8. The Third Secret
9. Shame on You
10. Hearts of Stone


       

       

domingo, 1 de setembro de 2019

Eluveitie: Celtic Folk Metal em Constante Evolução




O Eluveitie nasceu em 2002 sob a imponência e misticismo dos Alpes suíços, e sua música inspirada na mitologia celta, história gaulesa e a cultura protoindo-europeia. O grupo foi se tornando um dos grandes nomes do Folk Metal, sub-estilo do Heavy Metal que, naturalmente, mixa as nuances tradicionais do gênero, além do Melodic Death Metal às influências folclóricas, utilizando sonoridades e instrumentos típicos da cultura celta e gaulesa. 

Desde sua estreia com o álbum “Spirit” (2006) a banda começou a criar uma identidade musical bem própria, trazendo letras também bem profundas, abordando temas históricos, filosóficos e folclóricos.

O sucesso e reconhecimento mundial chegaram com o álbum “Slania” (2008), o qual foi considerado o trabalho que consolidou o estilo da banda, e até então, o auge de sua maturidade. Inclusive o álbum recebeu uma nova versão comemorando os 10 anos de seu lançamento.


E agora em 2019, a banda apresentou seu novo trabalho, “Ategnatos”, que é a palavra gaulesa para “renascer”. Um álbum místico e filosófico, onde o Eluveitie traz a mitologia, a crença pagã e a espiritualidade para o nosso mundo moderno. Mudança e renovação. Isto, naturalmente, tem um preço.

Sempre há sofrimento antes da felicidade. E sempre há escuridão antes da luz. Obscuro e sério em sua atmosfera e carisma, e também oculto, arcano e elitista, o álbum em si é um manifesto, um trabalho altamente dramático e embelezado no qual a sociedade de hoje se vê no espelho da antiga mitologia e cultura celta.

A banda retornou ao Fascination Studios, onde também mixaram "Slania". A sonoridade, cada vez mais lapidada e trabalhada, muitas vezes com composições melodiosas e limpas, como “Ambiramus”, que segue aquela linha de músicas como "A Rose For Epona", por exemplo, com belas melodias, vocais femininos e um folk mais contemporâneo, canções que são capazes de agradar ouvidos menos acostumados ao estilo e aos momentos de mais peso.


E o peso e densidade sonora são também adjetivos do som dos suíços, pois as músicas são preenchidas por esses elementos folk, que se juntam ao peso e agressividade nas  peças mais voltadas ao Melodic Death e Folk Metal mais direto, como podemos perceber na própria faixa título.

O peso do Eluveitie é diferente, principalmente onde as canções trazem atmosferas místicas, quase com ar de trilha sonora de série ou filme épico, casando perfeitas com o conceito lírico como por exemplo em “The Raven Hill”. 

São 16 faixas, mas o grupo soube dosar com equilíbrio as músicas, mantendo o álbum sempre interessante, intercalando momentos mais pesados e agressivos, com essas peças mais melodiosas, com atmosferas mágicas, por vezes melancólicas, como a já citada "Ambiramus" e também em "Breathe", onde mais uma vez se destacam os vocais femininos, os instrumentos étnicos e os violinos.

Chrigel Glanzmann
Os arranjos orquestrais preenchidos pelo colorido dos instrumentos étnicos é destaque também, como em "The Slumber", onde os vocais limpos femininos e guturais se contrapõem, gerando uma atmosfera bela, pesada e mágica.

A banda destaca que compôs o álbum enquanto estava na Universidade de Artes de Zurique e consideram o processo um produto de toda a banda, espontâneo, resultado das ideias dos nove membros, onde as canções foram sofrendo modificações enquanto ainda estavam em desenvolvimento.

O Eluveitie é uma banda diferente, merece o reconhecimento mundial, e mesmo com as diversas trocas de formações, seu líder Chrigel Glanzmann tem o mérito de guiar a formação da personalidade da banda, mantendo-a, mas sem abrir mão da evolução, e "Ategnatos" é a prova.

O álbum está disponível no Brasil pela gravadora Shinigami Records, trazendo uma edição com faixas bônus.

Texto: Carlos Garcia
Fotos: Divulgação


Tracklist:
1. Ategnatos
2. Ancus
3. Deathwalker
4. Black Water Down
5. A Cry In The Wilderness
6. The Raven Hill
7. The Silvern Glow
8. Ambiramus
9. Mine Is The Fury
10. The Slumber
11. Worship
12. Trinoxtion
13. Threefold Death
14. Breathe
15. Rebirth
16. Eclipse
Bonus:
17. Ategnatos (Acoustic Version)
18. Ambiramus (Acoustic Version)
19. Threefold Rebirth (Acoustic Folk Medley)

Canais Oficiais da banda: