domingo, 30 de outubro de 2016

Hard:On: Excelente Estreia e Hard Rock de pegada


Sabe aquele Hard com pegada, até meio cru, de álbuns como "Under the Blade" do Twisted Sister, e do "Too Fast For Love" do Mötley Crüe? E de bandas como Ratt, e seu "Ratt and Roll", ou o L.A. Guns. Maravilhosos, certo? Tenho certeza que esses álbuns que citei, além muitos dos primeiros trabalhos das demais bandas mencionadas, são os favoritos de muitos até hoje, antes de muitas bandas de Hard passarem por aquela fase mais "comercial" ou "farofa" (que também produziu muita coisa legal, e outras nem tanto). 

Pois o Hard:On é uma excelente opção para quem curte um Hard de pegada firme, na linha dessa época aí, dos primórdios de várias referências do estilo. Formada em 2013, a banda lança seu full-lenght de estreia pela Shinigami Records, produzido pela própria banda e com  mixagem e masterização pelo experiente José "Heavy" Luís.


Só pelo nome da banda e pela capa (detalhe que na contracapa há aquele selinho da "Parental Advisory", uma referência legal, deixando a capa ainda com mais cara de anos 80, muitas bandas da época foram obrigadas a colocar aquele selo, e o que era pra ser uma coisa restritiva, até acabou ajudando na promoção e despertando mais curiosidade), certamente já se imagina o que encontrar, então isso foi uma sacada bem legal para o grupo chamar a atenção dos seguidores do estilo, que encontrarão uma sonoridade onde estão imputadas aquelas características que citei acima, com riffs e refrãos marcantes, melodias e levadas cativantes, em 9 faixas muito boas, carregadas de energia e aquela dose de "crueza".

"We're Not Going Home Tonight" já dá o tom, com um riff pegajoso, muita pegada e letra mais tradicional Hard Rock impossível: "We're not going home tonight, lock your doors, we'll rock all night..."; logo em seguida "Pole Dance", que também foi o clipe de divulgação, traz muita pegada, melodia e malícia, algo que não pode faltar em um bom álbum de Hard. Temos que destacar o detalhe que todos fazem vocais de apoio, o que com certeza ao vivo fica bem mais fácil reproduzir os refrãos e coros com fidelidade, outra característica bem tradicional do estilo.

Making off do vídeo "Pole Dance"
Temos faixas também numa pegada mais acelerada, como "Devil Inside" e "Adrenaline", que me lembrou a pegada da "Live Wire", do Mötley, muito vibrante e pesada; destaque também para o balanço e melodia de "Liv It Up" (The Festival Song), outra que me lembrou bastante o Mötley lá do primeiro disco. Esta tem uns samples no fim, como se fosse ao vivo, e "Here I Am", uma balada pesada, numa veia bem Kiss, tendo o refrão e melodias mais pegajosos do álbum, disparada minha preferida ao lado da faixa de abertura.

Ótima estreia, o Brasil tem revelado excelentes bandas na linha, e o Hard:On se candidata com louvores como um dos grandes representantes do Hard Rock nacional. Altamente indicado para fãs do estilo, principalmente quem ama aquelas características que citei no início da resenha, daqueles primeiros grandes álbuns do Hard oitentista, onde, além da melodia, a sonoridade era carregada de energia, e até uma certa inocência, o que tornava aqueles discos tão espontâneos e tão especiais.

Texto: Carlos Garcia
Fotos: Divulgação

Ficha Técnica:
Banda: Hard:On
Álbum: Hard:On 2016
País: Brasil
Estilo: Hard Rock
Produção: Hard:On
Mixagem e Masterização: José "Heavy" Luís
Selo: Shinigami Records

Adquira o álbum na Shinigami


Canais Oficiais
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Youtube

Clique no Link e Assista ao Vídeo "Pole Dance"  (estrelando: Maruska)



Line Up:
Chris Hoff: Vocais
Alex Hoff: Guitarra, Teclados e Vocais
HP Elliot: Guitarra e Vocais
Ricardo Bolão: Baixo e Vocais
Daniel Gohn: Bateria e Vocais

Track-List
We're Not Going Home Tonight
Pole Dance
Jungle Girl
Devil Inside
Are You Afraid of the Dark?
Adrenaline
Liv it Up (The Festival Song)
Here I Am
Between the Weed and Whiskey


sábado, 29 de outubro de 2016

MX: Revisitando os clássicos de uma época dourada


Quando se fala em Thrash Metal nacional impossível não lembrar do MX, pois o que esses paulistas fizeram no final dos anos 80 e começo dos 90, ficaram marcados na história do Thrash, pois os álbuns “Simoniacal” (88) e “Mental Slavery” (90) são clássicos absolutos do estilo.

E para abrilhantar está chama criada lá no começo da carreira, o MX teve uma grande e desafiadora ideia, pois “Re-Lapse” (2015) são nada mais nada menos que regravações dos dois primeiros álbuns, com as faixas sendo escolhidas pelos fãs em uma votação na internet, além é claro de marcar sua volta em definitivo ao cenário.

É sempre complicado mexer novamente no que já foi criado, ainda mais com o status de clássico, mas o MX aceitou o próprio desafio e acertou em cheio, pois a única alteração que tivemos das composições originais para estas foi a qualidade de gravação, que em diversas entrevistas o baterista Alexandre Cunha sempre ressaltou que a única coisa que mudaria nos dois primeiros álbuns era a qualidade de produção.

Pois bem, é incrível ver o quanto a banda prezou pelos arranjos originais, mas mesmo assim dando uma roupagem melhor as faixas, como podemos perceber em “Dead World”, “Mental Slavery”, “No Violence”, “Jason” e “Fighting for the Bastards”, chuva de clássicos brutais e insanos.

A produção do álbum ficou a cargo da própria banda e dos produtores Roberto Toledo e Rafa. Qualidade de primeira, sem artificialismos, mas com timbres claros e pesados, dando a qualidade merecida para as composições. A arte gráfica ficou muito legal e com uma ilustração bem-humorada, com um encarte completo e com diversas imagens da banda de épocas distintas.

Não há muito o que dizer de um trabalho que conta a história do Thrash Metal nacional, simplesmente fantástico!

Antes de encerrar a matéria, vale ressaltar que fechando o disco temos novamente “Fighting for the Bastards”, mas cantada em português contando com a participação do icônico João Gordo, em uma versão bem legal.

Resenha por: Renato Sanson


Links de acesso:

Tracklist:
01. Dead World
02. Mental Slavery
03. Dark Dream
04. Behind His Glasses
05. Fighting for the Bastards
06. I'll Bring You With Me
07. No Violence
08. Jason
09. I'll Be Alive
10. The Guf
11. Dirty Bitch
12. Fighting for the Bastards (Feat. João Gordo)

Banda:
Morto - Vocais, baixo
Décio - Guitarras
Dumbo - Guitarras
Alexandre - Bateria



sexta-feira, 28 de outubro de 2016

Cobertura de Show: Golpe de Estado (23/10/2016 – Clash Club – SP)



Definir o que o Golpe de Estado representa ao Rock nacional é algo simplório e certeiro: "Lenda". A banda, que já perdura 30 anos de atividade, conseguiu unir diversos gêneros do Rock em uma só música, linkando os principais meios do Rock com o Heavy Metal, Punk Rock e até New Wave, circulando sempre na sua principal proposta que é o Hard Rock cantado em português, retratando sobre a urbanização e a metrópole de São Paulo nas suas letras.

Após superar dois anos da perda do saudoso guitarrista Hélcio Aguirra, a banda celebrou os seus 30 anos de carreira com um show especial e cheio de convidados, que entre eles, foi o tão aguardado reencontro do vocalista Catalau após 17 anos.

Uma fila imensa de fãs já tomava conta antes de abrir as portas da Clash Club. Os ingressos, com alguns meses de divulgação, já estavam praticamente esgotados. Afinal, pra quem é fã mais recente da banda, seria uma oportunidade (até então) única, ainda mais se tratando da participação da voz original do Golpe. E às 18h 30 em ponto, o público se adentrava dentro da casa aguardando ansiosamente pelo inicio show, programado para começar às 19h 30. E olha... tinha certeza que a casa prometia ser cheia, mas tinha momentos que não havia mais espaço pra tanta gente, tanto pista quanto camarote, que estavam completamente dominados.


Agora é Hora: Golpe de Estado no Palco!

Um pouquinho antes do quarteto subir ao palco pra entrar em ação, foi mostrado no telão, ao fundo, depoimentos do pessoal do fan-club, que acompanharam a trajetória da banda desde o começo, incluindo também cenas de shows raros. E aos solos e riffs de Hélcio Aguirra que Rogério Fernandes (vocal), Marcello Schevano (guitarra), Nelson Brito (baixo) e Rob Pontes (bateria), começaram o show, às 19h50, com o clássico “Nem Policia, Nem Bandido”, presente no disco de mesmo nome, tendo a capa do primeiro disco estampada no telão.


“Underground”, do disco homônimo, avivou, aos poucos, o quanto aquela noite seria especial. Além de o Rogério Fernandes mostrar excelência na sua voz, o mesmo conseguia interagir facilmente com o público através da sua carência, pedindo ao público mandar ver em cada verso da música, seguindo com “Feira do Rato”, do mais recente disco, “Direto do Fronte” (2012), ficando mais pesada ao vivo. E antes de prosseguir com ela, Rogério saudou a todos com uma boa noite, que num momento tão especial, celebrando 30 anos, entrou na casa se tremendo todo, porque é 30 anos de Golpe, resgatando e trazendo o Catalau pra fazer um som com a banda de novo.


Rogério Fernandes Relembra Sua Primeira Passagem no Golpe, e o Grande Hélcio.

Com um jeitão pra lá de bem humorado e jubiloso, Nelson Brito deu seu boa noite pra todos também, avançado de outro clássico pra balançar a casa toda com “Quantas Vão”. “Uma sorte na vida, foi ter sido convidado, pelo Hélcio Aguirra, a ser vocalista do Golpe de Estado. E graças a ele, eu passei a ser reconhecido no Rock do Brasil. Agradeço a Deus e ao Hélcio, que com certeza está muito feliz de ver a gente, e poder fazer parte da história do Golpe de Estado”, foram essas declarações que o Rogério Fernandes fez em homenagem ao eterno guitarrista da banda antes de progredir com “Cobra Criada”, do álbum “Forçando a Barra” (1988).


Gritos da galera - “Catalau! Catalau!” - já ecoavam em alguns cantos, e Rogério avisou que logo ele já estaria no palco, além de outros dois convidados da noite: o lendário guitarrista Luiz Carlini e o ex-goleiro Ronaldo Giovaneli. Relembrando da sua trajetória no Golpe, Rogério recordou quando se juntou com a banda para gravar duas músicas inéditas para o disco ao vivo de 10 anos do grupo. E, claro, dava a entender que a próxima seria “Todo Mundo Tem Um Lado Bicho”.

As próximas quatro músicas teve Mateus Schanoski, da banda Tomada, assumindo os teclados, foram elas “Paixão”, “Não é Hora” (relembrando os tempos da 97 FM, do Jota Erre, coordenando o Rock lá em cima com o Hélcio), “Zumbi”, “Fumaça” e de boa parte do set. O mais legal, principalmente nas três primeiras, é ver como o guitarrista Marcello Schevano (Carro Bomba) se encaixou perfeitamente a banda, sendo a pessoa ideal pra substituir o Hélcio Aguirra, pela semelhança de escola e timbres de guitarra.  



É Chegada a Hora! Catalau Sobe ao Palco com o Golpe Novamente

O primeiro convidado da noite a subir ao palco foi o nada menos que o lendário guitarrista Luiz Carlini, que pôs sua ‘blues-guitar’ na “Moondog”.  E o momento mais aguardado da noite, pra matar ansiedade de todos, enfim, chegou. “PODEM CHAMAR!”, foi desse jeito que o Rogério Fernandes pediu que chamassem o vocalista Catalau. E o público foi à loucura ao vê-lo no palco junto com o Golpe de Estado novamente. “Que time é esse hein! Somos privilegiados”, apontou Catalau. E a partir de “Olhos de Guerra”, com o Carlini puxando o solo já numa guitarra convencional, que a emoção tomou conta de tudo, resultando no momento mais épico da noite. Chegava a arrepiar de ver todos cantando e indo às lagrimas ao ver aquilo acontecendo.


Dali em diante, o show prometia ser de pura histeria e descontração, que era notável pela graça e simpatia do Catalau, que toda hora brincava ou tirava onda, perguntando da seguinte forma: “Está todo mundo tranquilo? Sossegado no meio do perigo? A parada aqui em baixo não é fácil!Planeta terra é muito louco! Às vezes tem que levar o corpo pra passear, comer e tomar banho. Eu me vejo no espelho, fico olhandoo cabelo, dente e esses negócios... Mas a gente continua e faz uma caminhada longa numa curta distância”. Aproveitando tudo, Catalau saudou o baterista Renato Pelado (ex-Charlie Brown Jr.), que estava na plateia. E sob as últimas palavras do vocalista,  volta o Rogério no palco, pra dar continuidade com “Real Valor”. E foi surpreendente ver a postura do Catalau (tirando a blusa energicamente) após solo do Schevano, que pra quem não sabe, desde os anos 90, ele virou pastor evangélico da igreja Bola de Neve.




A Hora da Despedida, ou Quem Sabe um "Até Breve"... E um Goleiro Reforçando o Time!

O set continuou com “Terra de Ninguém” (com Catalau pedindo pra apagar as luzes e que deixassem só a iluminação do celular para poder filmar todos ao final dela), e “Velha Mistura”. “Caso Sério” também deixou bastante gente eufórica, tendo a presença dos dois filhos do Catalau no camarote. E era engraçado ver ele e o Nelson fazendo ironias com o seu celular, lembrando que isso não existia na época. E por fim, a sua participação se findou com “Mal Social”, com direito a coros de “Volta Catalau”


Chegando ao fim da apresentação, Nelson Brito chamou uma pessoa que deu muitas alegrias pra ele, e quem faltava fazer participação era o ex-goleiro Ronaldo Giovaneli, que estava emocionado, dizendo que o mês que vem irá fazer 49 anos, mas que se sentia com 16. “O Rock faz bem por isso, alma limpa. O Rock and Roll não pode parar nunca, pois estou me sentindo um garotinho”, completando antes de dar inicio pra “Noite de Balada”. E concluindo a noite magistral, o set foi fechado com “Libertação Feminina”.
Noite mais do que inesquecível, que sem sombra de dúvidas, fez com que os fãs saíssem felizes e com uma esperança de isso ocorrer mais vezes. E se depender apenas disso, da vontade dos fãs, com certeza não vai demorar muito.

Texto: Gabriel Arruda
Revisão/Edição: Carlos Garcia
Fotos: Ubiratã Ventura

Set-List
Nem Polícia, Nem Bandido
Underground

Feira Do Rato

Quantas Vão

Cobra Criada

Todo Mundo Tem Um Lado Bicho
Paixão
Não É Hora
Zumbi
Moondog
Olhos De Guerra
Real Valor
Terra De Ninguém
Velha Mistura
Caso Sério
Mal Social 
Noite De Balada
Libertação Feminina




Van Canto: "Metal Vocal Musical" Busca Novo Frescor à Proposta



O Van Canto, para quem ainda não é familiarizado, é uma banda alemã que mistura o estilo a capella com Metal, criando uma sonoridade bem própria. O grupo é formado por 5 vocalistas e um baterista. Três vocalistas (Stefan Schmidt "Stef", Ross Thompson e Ingo Sterzinger "Ike” cantam imitando guitarras e baixos, enquanto Philip Dennis Schunke ("Sly") e Inga Scharf fazem os vocais convencionais. 

Em "Voices of Fire", lançado em 2016 pela earMusic, e disponível  no Brasil via Shinigami Records, a primeira coisa que notamos é que o grupo deixou de lado os covers, sempre presentes nos trabalhos anteriores, e investiu somente em composições inéditas, em um Metal Opera ou como o próprio grupo denomina, um Metal Vocal Musical. O álbum conta com a participação especial de John Rhys-Davies, que interpretou  o anão Gimli na trilogia O Senhor dos Anéis, como narrador da história. 


O conceito do álbum foi desenvolvido pelo escritor alemão Christoph “Die Schriftsteller” Hardebusch, baseado no livro "Feuerstimmen". O início é muito bom,  “Clashing On Armour Plates” é uma música empolgante, onde a voz poderosa de Dennis contrasta com a suavidade da voz de Inga. A faixa seguinte, “Dragonwake”, é cheia de personalidade e um refrão grudento. “Time and Time Again” talvez seja a canção mais ousada do disco, com uma pegada mais groove. A seguir temos "All My Life”, uma das minhas favoritas, todos os vocais passam muita energia, torna-se difícil dizer que alguém se destacou mais. 

Em seguida a épica e poderosa “Battleday’s Dawn”,  representa bem a proposta da banda de trazer um clima teatral. Em “Firevows (Jointhe Journey)”, destacam-se os característicos vocais representando instrumentos, marca registrada do Van Canto. “The Oracle”, é um Power vibrante, e como não poderia deixar de ser, com ótimos corais e refrão, é uma música para se ouvir várias e várias vezes. “The Betrayal” é interessante, não deixa a desejar para quem já está habituado ao som da banda.


Em “We Are One”, Inga mostra todo seu talento, sua voz encaixa perfeitamente na melodia. A harmonia vocal em “The Bardcall” é linda, o coral London Metro Voices ( que trabalhou na trilha do "Senhor dos Anéis", está presente em todo o álbum ) obteve sucesso em criar uma atmosfera heroica. “To Catharsis” tem um coro digno de Rhapsody of Fire, é uma canção agradável, encerrando muito bem o álbum. 

Após 5 álbuns é difícil dizer que o Van Canto consegue realmente inovar seu estilo, mas a banda merece consideração por tentar apresentar uma proposta diferente dos álbuns anteriores. O álbum foi muito bem produzido e apesar do tema ser um clichê no Power Metal, me fez sentir como se ouvisse a trilha sonora de algum filme épico. Quem já conhece e curte Van Canto com certeza irá gostar, e quem ainda não conhece vale a pena experimentar. 

Texto: Raquel de Avelar
Edição/Revisão: Carlos Garcia

Ficha Técnica:
Banda: Van Canto
Álbum: Voices of Fire
País: Alemanha
Estilo: A Capella Metal, Power Metal
Selo: earMUSIC/SHINIGAMI RECORDS



Track-List:
01. Prologue 
02. Clashings On Armour Plates 
03. Dragonwake 
04. Time And Time Again 
05. All My Life 
06. Battleday's Dawn
07. Firevows (Join The Journey) 
08. The Oracle 
09. The Betrayal 
10. We Are One 
11. The Bardcall 
12. To Catharsis 
13. Epilogue 





quinta-feira, 27 de outubro de 2016

Legend of Valley Doom: Power/Symphonic Com os Melhores Elementos o Estilo




Saudade de álbuns de Power/Symphonic Metal daquela época de ouro do estilo? De álbuns grandiosos como os primeiros do Rhapsody e Avantasia? Se sim, “Legend of Valley Doom”, projeto do norueguês Marius Danielsen tem tudo para lhe agradar.

O projeto vem sendo desenvolvido há um tempo pelo guitarrista, vocalista e compositor Marius Danielsen (Darkest Sins), e contando com uma base, formada pelo seu irmão Peter (sintetizadores), sua esposa Anniken (baixo), Esa Ahonen (guitarra) e Ludvig Pedersen (Bateria), além de mais de 30 convidados especiais (veja o line up completo no final da resenha), destacando Tim Ripper Owens, Mark Boals, Edu Falaschi, Elisa C. Martin, Chris Caffery e Alex Holzwarth, criaram um história épica, que também será transformada em comic book.

A sonoridade de “”The Legend of Valley Doom, Part 1” gira em torno do Epic Metal e Symphonic Power Metal, com arranjos orquestrais, pedais duplos velozes e coros grandiosos, mas elementos do Metal tradicional, narrativas e trechos acústicos também aparecem, dando uma diversificada e uma clima de trilha sonora em alguns momentos.

Já na introdução e na abertura com “The Battle of Bargor-zun” você já tem a tônica: Power Metal épico, com bases e bumbos velozes, coros grandiosos e melodias cativantes, além de um trecho quase bluesy no meio, seguida por excelentes solos, o que dá uma mudança de rirmos bem legal a canção. Excelente abertura.


Os elementos mais tradicionais do Metal estão presentes, inclusive com guitarras dobradas no melhor estilo NWOBHM, e isso é um elemento bem legal, pois Marius não esquece o peso e punch que o Metal precisa, e faixas como ”Prophecy of the Warrior King”, destacando os grandes vocais de Tim Ripper, traz ao lado dos elementos do Power Metal, riffs marcantes, punch e grandes melodias e solos de guitarra; “Haunting my Dreams”, uma das minhas preferidas, e candidata a hino, também traz riffs bem marcantes, além de arranjos de gaita de fole que ficaram muito legais junto ao riff principal, e além dessas melodias e ritmo cativantes, possui um excelente refrão. Aliás, como falei, esses elementos do Metal Tradicionais (podemos citar Iron Maiden aí), e de Power/Symphonic Metal de grupos como Rhapsody, Avantasia e Gamma Ray são muito bem mesclados, trazendo uma dinâmica muito boa para o álbum.

“Mirror of Truth” também se destaca pelas variações, alternando trechos mais épicos com andamentos mais tradicionais, contando também com um dos melhores refrãos do álbum; “Lost in a Dream”, com Elisa C. Martin (Ex-Dark Moor) é outra candidata a hino, com seus riffs seguindo uma linha Hard/Heavy bem melódica, e um refrão épico, lembrando-me bastante aquelas faixas mais Hard e mais comerciais do Avantasia e Gamma Ray. 


Destaco ainda a balada épica “Fallen Heroes”, num estilo Blind Guardian, com corais sensacionais ao final, fechando o álbum com aquele ar de trilha de final de filme mesmo; e claro, antes disso, a grandiosa “The Legend of Valley Doom”, com seus mais de 14 minutos de Symphonic/Power Metal, cheia de variações, virtuosismo e melodias de muito bom gosto. As trocas de andamento, ora soando mais épica, ora mais Metal tradicional, mantém o interesse do ouvinte, fazendo com que você nem perceba que a faixa tem uma duração mais longa.

Um excelente trabalho, que dá uma renovada e revigorada no cenário do Power/Symphonic Metal, e Marius e seus companheiros são mais um grupo (ou banda), que prova que nenhum estilo pode ser considerado desgastado ou ultrapassado, o que existe é música boa e música ruim, e com “The Legend of Valley Doom”, Marius Danielsen começa a despertar mais atenção, nos deixando curiosos para a continuidade deste projeto, que se tivesse um grande selo por trás, dando-lhe suporte para um investimento em produção e distribuição, já teria alcançado patamares maiores em nível mundial. O Álbum será lançado no Brasil pela Hellion Records, e a segunda parte já está sendo produzida.
Rate: 9  

Texto: Carlos Garcia


Site Oficial 
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Cast Completo de participantes:


Vocalists:

Marius Danielsen (Darkest Sins)

Edu Falaschi (ex-Angra, Almah)
Tim Ripper Owens (ex-Judas Priest, ex-Iced Earth, ex-Yngwie Malmsteen)
Mark Boals (ex-Yngwie Malmsteen, Iron Mask, Royal Hunt)
Jonas Heidgert (Dragonland)
Elisa C. Martin (Hamka, ex-Dark Moor, ex-Fairyland)
Alessio Garavello (ex-Power Quest, A New Tomorrow)
Kai Somby (Intrigue)
Artur Almeida (Attick Demons)
George Tsalikis (Zandelle)
John Yelland (Disforia, Judicator)
Simon Byron (ex-Crystal Empire, Sunset)
Mikael Holst (Timeless Miracle)

Guitarists:
Timo Tolkki (ex-Stratovarius, Avalon)
Chris Caffery (Savatage, Trans-Siberian Orchestra)
Ross the Boss (ex-Manowar, DeathDealer)
Robb Weir (Tygers of Pan Tang)
Tobi Kersting (Orden Ogan)
Jimmy Hedlund (Falconer)
Marco Wriedt (Axxis, 21Octayne)
Olivier Lapauze (Heavenly)
Felipe (Twilight Force)
Alex TheKing Mele (Kaledon)
Esa Ahonen (Cryonic Temple)
Kristian Tjelle (ex-Nocturnal Illusion)
Gard Austrheim (My Decending Ark, ex-Fatty Sunroad)
Marius Danielsen (Darkest Sins)
Sigurd Kårstad (Darkest Sins)

Synth:
Peter Danielsen (Eunomia, Darkest Sins)
Alessio Lucatti (Vision Divine, Etherna)

Bassists:
Barend Courbois (Blind Guardian)
Mike LePond (Symphony X)
Anniken Rasmussen (Darkest Sins)
Ignacio Lopez (Skiltron)
Giorgio Novarino (ex-Crystal Empire, ex-Bejelit)
Marius Danielsen (Darkest Sins)

Drummers:
Alex Holzwarth (Rhapsody of Fire)
Ludvig Pedersen (Darkest Sins)

Choirs:
Marius Danielsen
Peter Danielsen
Elisa Martin
Simon Byron
Matthäus Krais