segunda-feira, 19 de outubro de 2020

Malediction 666: [...]minhas influências[...]vêm claramente do Metal antigo

Entrevista por: Renato Sanson

 


Músico entrevistado: Fernando Iser (guitarra/vocal) da banda Malediction 666 de Suzano/SP.

 

Em relação ao debut, quais os pontos que você enxerga de evolução em “We, Demons”?

São oito anos que separam o debut do novo álbum, então posso dizer que sim, houve uma grande evolução tanto nas composições como produção. Como somos uma banda ativa nos palcos, procurei compor músicas que pudéssemos executar da forma mais próxima possível das gravações oficiais – pensando nos fatores execução + energia. Assumindo toda a produção do álbum, aprendi ainda mais algumas técnicas que pretendo utilizar nos próximos trabalhos.

 

O Malediction 666 se estabeleceu como duo, mas atualmente foi anunciado uma formação completa para a banda, certo?

Sim. Senti a necessidade de convocar mais um guitarrista para conseguirmos alcançar uma melhor performance nos palcos. Desta forma eu posso beber mais e dividir a responsabilidade das guitarras com ele (risos). A formação que gravou o álbum “We, Demons” sou eu Fernando Iser nas cordas e vocais e Bruno Mastemas na bateria. Durante o ano de 2019 após o lançamento do álbum, fizemos três apresentações com o baixista Fabio Falco (The Malefik – SP) e assim ele foi efetivado na banda. E agora em 2020 incorporamos Kevin Bedra (Funeral Age, Seattle – USA) na segunda guitarra. Desta forma seguimos nos preparando para as apresentações que foram canceladas após o início da pandemia.

 

Uma das coisas que chamam muito a atenção em “We, Demons” são os solos e melodias que nascem ao meio do caótico Black Metal. Quais influências predominam?

Cara, o método de composição é sempre baseado nas letras. Me envolvo completamente nos temas e tento extrair o máximo de feeling que eles me trazem. Não existe uma fórmula nem cálculo, as ideias vêm em momentos totalmente aleatórios. Mas as minhas influências como guitarrista, baixista e vocal vêm claramente do Metal antigo. Posso citar bandas como Black Sabbath, Iron Maiden, Morbid Angel, Slayer, Rotting Christ, Dissection, Emperor, etc. Pois são bandas com sonoridade que circula no meu sangue e dominam minha mente há mais de 30 anos.


Fernando, além do Malediction 666 você faz parte de vários projetos, poderia nos falar um pouco deles e qual a expectativa de futuro?

Me envolvo com projetos dentro do underground desde que criei o Malediction 666 em 1997. Então, foram realizados os seguintes trabalhos:

Malediction 666, com 3 demos:

- “The Eighth Vision” de 1998

- “... the third part...” de 2002

- “Abismal Wrath” de 2006

-  a coletânea de 10 anos “Ten years of Blasphemy” de 2007.

 

Três álbuns oficiais:

- “Innoculation” de 2010

- “The First 20 years” de 2017

- “We, Demons” de 2019.


Ainda em 2019, participamos do Tributo a horda Bestymator com um hino negro feito por mim, intitulado “Hail to the Black Goats” e do tributo brasileiro ao Bathory com uma versão para “Reaper”.

Sou membro fundador, guitarrista e vocal.

No início de 2000, criei a horda Shantak ao lado de guerreiros da capital e gravamos a demo ensaio em 2002. Gravei as guitarras. Esta horda se findou em 2006.

Ainda em 2000, lancei duas edições do Zine “The Darkness”, que contou com entrevistas de várias hordas que lançaram materiais na época e anos anteriores.

Também organizei os festivais “The Mystical Meeting” aqui na cidade de Suzano, onde tivemos apresentações de hordas como Mausoleum, Unholy Flames, Goat Prayers, Empire of Souls, Devilish, Abolish, entre outras.

Em 2003, entrei para o exército do Kaziklu Bey, onde gravei as cordas em “Sob o Julgo do Martelo da Morte” em 2005 e “Contos da Empalação” em 2012. Gravei também o baixo no relançamento da demo “War Black Metal” em 2008. Esta horda findou-se com a morte de Carpathian Tepes em 2013.

Em 2006 entrei para o Obscure Mind, fazendo o baixo em vários shows da horda. Não chegamos a gravar com esta formação, apenas ensaios. Esta horda encerrou suas atividades.

Em 2008 criamos o Morte Negra com a mesma formação do Malediction 666, visando fazer hinos negros voltados ao Black Metal tradicional – diferentemente do Malediction, que tem uma sonoridade Death/Black Metal – cantada em português. Lançamos “Metal Negro Ortodoxo” em 2009 e “Que a Desgraça Caia Sobre a Humanidade” em 2013. Meu posto é o de compositor, letrista, guitarrista e vocal. Hoje em dia estou sozinho na horda, e recentemente participamos do tributo ao Kaziklu Bey.

Em 2009 entrei para a horda Torqverem, e me tornei o baixista participando da tour com o Horna em 2011 e Pátria em 2014. Atualmente a horda se encontra conspirando um novo ataque.

Em 2010 criei meu projeto Lalssu, com músicas que não se encaixavam em nenhuma das outras hordas, pela proposta diferente. Gravei todos os instrumentos no CDR Demo “Skepseis” e lancei em 2012. Em 2016 foi lançado o álbum “The Death of a Star” e no final do último mês de Setembro foi lançado o álbum “The Elements”.

2010 também foi o ano em que entrei para o Exterminatorium, gravando o baixo na demo “Preludium of Armageddom”. No momento a horda se encontra em stand by, compondo novas músicas.

Em 2011 fui convidado a participar das hordas Iron Woods e Blackwar de Taubaté, e assumi o posto de backing vocal e guitarrista das mesmas. Com o Iron Woods, participei das gravações do álbum “Iron Woods” e do EP “Death Hail and Glory” em 2013, do álbum “Gods and Men” em 2016 e do Split com a horda Hecate, com previsão de lançamento ainda para este ano.

Ainda em 2011 entrei para o Evils Attack, e finalizamos a terceira demo em 2014, intitulada “Devassas Deveras”, onde gravei as guitarras. A horda segue divulgando o trabalho, e recentemente também participou do tributo ao Kaziklu Bey.

Em 2013 fui convidado a integrar a horda colombiana Nebiros, participando dos shows que fizeram no Brasil no mês de março. Tocamos no sudeste e nordeste.

Ainda em 2013 fui convidado a integrar o Devilish como guitarrista e vocal e fiquei na horda por um ano, lançando o DVD Live in Atibaia em 2014. Sai da horda em 2015.

Em 2014, formei o Herege ao lado dos guerreiros sobreviventes do Kaziklu Bey, com o posto de guitarrista e vocal. Em 2015 lançamos o CDR “Satanic War Metal”, que posteriormente foi lançado em tape após uma apresentação em SP Capital. Devido à problemas físicos com o baterista Parsifal, a horda está em stand-by, aguardando o retorno ás atividades.

Em 2017 integrei a horda Fenrir de Cerquilho/SP, e estamos aguardando a prensagem do primeiro álbum que sairá ainda neste ano, intitulado “Condessa Sangrenta”.

Em 2018, apoiei dois eventos de retorno da horda Necrosound como guitarrista.

Ainda em 2018, formei o Mávra, horda de Occult Metal que em breve disponibilizará o primeiro material.

Neste ano de 2020 fui convidado para apresentar algumas bandas gregas na Dark Radio Brasil, e tenho um programa mensal chamado “Hellenic Metal Attack - De Alfa a Ômega”, onde apresento bandas gregas e brasileiras em ordem alfabética.

Aproveitando a era digital, disponibilizei o álbum “We, Demons” do Malediction 666 no Spotify, eis o acesso: https://open.spotify.com/artist/07UKvD8vnTasySNhoXdnge?si=bUn5l_ivQxeXLU7uQ4hgvg.

Em breve espero contribuir ainda mais para o necrounderground nacional trazendo mais trabalho para a apreciação dos irmãos e irmãs profanos.

 


Teremos um novo álbum da Malediction 666 para 2021?

Espero que sim!!! Pois esta é a formação mais comprometida que a banda já teve, e estão surgindo ótimas idéias para novas composições. Espero que continuemos nesse ritmo e possamos gravar em breve. Mas como somos uma banda totalmente independente, existem fatores que podem levar tal lançamento a um certo atraso. Empenho e dedicação não irão faltar.

 

“We, Demons” conta com duas ilustres participações, as lendas: Stephan Necroabyssious (Varathron) e Sakis Tolis (Rotting Christ). Como surgiu estes contatos e oportunidade?

Tenho contato com ambos desde os anos 90, e já havíamos conversado sobre a possibilidade de gravarmos juntos. Então aconteceu. Sempre conto com participações de amigos nos trabalhos do Malediction 666, com exceção da primeira demo onde precisávamos mostrar nossa cara feia para o mundo.

 


Em um ano tomado pelo caos, o que você indicaria aos leitores do Road To Metal em volta da literatura e música para consumirem sem moderação?

Indico toda forma de subversão cultural e anticristã possível, com destaque para as bandas e autores brasileiros. Pois aqui sofremos uma repressão que tende a aumentar ainda mais com esse fanatismo desenfreado e inconsequente que tem atrasado a evolução cultural do nosso país. Somos Resistência e assim será até nosso último suspiro!

Obrigado Renato pela oportunidade, e Salve As Artes Negras!!!

 

Links:

Streaminghttps://open.spotify.com/artist/07UKvD8vnTasySNhoXdnge?si=bUn5l_ivQxeXLU7uQ4hgvg

 

Facebook: https://pt-br.facebook.com/iser666/

 

sexta-feira, 9 de outubro de 2020

ChaosFear: a era digital em beneficio ao caos mundial

Entrevista por: Renato Sanson

 


Músico entrevistado: Fernando Boccomino (Guitarra/Vocal) – Banda: ChaosFear de São Paulo/SP.

 

Recentemente o ChaosFear lançou uma versão matadora de “Toxic Waltz” do Exodus contando com a participação do vocalista Zetro Souza. Como surgiu esta chance?

Inicialmente iríamos gravar um EP de covers de bandas que influenciaram o ChaosFear. Comentamos com o Johnny Z (nosso assessor/Metal na Lata/JZ Press) que nessa lista tínhamos o Exodus. Queríamos muito fazer a “Toxic Waltz”, mas ainda estávamos em dúvida pois os estilos de vocal são completamente opostos... então o Johnny soltou a seguinte pérola: “sou amigo do Zetro, querem que eu tente falar com ele? Vai que ele tope a idéia…” resumindo: o Zetro topou e ainda escolheu as partes onde queria cantar! Surreal... sonho de adolescente realizado. Ficou sensacional!! A idéia do EP ficou para 2021.

 

Apesar da pequena pausa que tiveram, retornaram com tudo em 2020 com “Be the Light in Dark Days”, conte-nos mais sobre o novo álbum.

O novo CD veio pra consolidar a nova formação e também pra mostrar que não paramos no tempo. Estamos sempre inovando e procurando novas influências. “Be the Light in Dark Days” foi todo gravado no esquema “home Studio”. Nosso baixista Marco Nunes é produtor, então tivemos a sorte de conseguirmos trabalhar durante esses tempos caóticos de pandemia. 

 


O ChaosFear passou por reformulações interessantes em sua formação, mas sem deixar sua essência de lado e seguindo sua evolução musical. Essas mudanças ajudaram a construir a identidade da banda?

A essência do ChaosFear está cravada em nossa música. Acredito que consolidamos nosso estilo no álbum “Image of Disorder”. Dali para a frente fomos absorvendo e incorporando influências vindas dos novos integrantes. Trabalhar com o Fábio e o Marco é fácil. Os caras são mente aberta, tem identidade naquilo que tocam, ou seja, as mudanças foram altamente benéficas para a banda.

 

De Sick Mind à ChaosFear. O que levou a mudança de nome?

Em 2002 começamos a ser confundidos com uma marca de skate com o mesmo nome. Muitos nos procuravam pensando que nosso som era associado ao punk/hardcore. Pensando em evitar esse tipo de confusão resolvemos mudar o nome para ChaosFear. 

 


Em relação aos lançamentos anteriores, vocês mudariam alguma coisa?

Nada! Tenho orgulho e respeito por tudo que fizemos até hoje. Era o que sentíamos naquele momento, naquela época. Começamos mais extremos, depois caminhamos pelo Groove... hoje temos um leque ainda mais aberto. Caminhamos do hard rock até o black metal sem problema algum. Mas a raiz do ChaosFear é thrash/death!!

 

“Be The Light In Dark Days” é a consolidação musical que esperavam?

Na minha opinião este é o trabalho mais maduro e conciso da banda. Fizemos aquilo que realmente tínhamos em mente e estamos muito felizes e orgulhosos com o resultado final. 

 

São três discos de estúdio, um EP e diversos Singles. Com o mundo digitalizado é mais fácil expandir sua música, porém a mídia física nunca perderá seu valor. Com essa digitalização extremada se torna cada vez mais difícil encontrar gravadoras para lançamentos em formato Físico?

Eu acho que a primeira coisa que precisamos fazer é contextualizar a situação. Estamos em 2020, em plena era digital, onde a música é via streaming e mega pulverizada.  As gravadoras praticamente inexistem. Os trabalhos, principalmente no underground são “by yourself”. O público também é outro. Essa galera mais nova que nasceu meio que pós-CD é completamente diferente. Um garoto de vinte e poucos anos usa as mídias de streaming para consumir música. Dificilmente compra CD. Então, investir dinheiro e prensar o seu trabalho passa a não ser nem um pouco lucrativo para uma gravadora. Assim, as bandas acabam fazendo isso e optando por uma distribuição, que também não é lucrativa, para fazer o seu produto chegar em locais mais distantes. É por isso que sou a favor se utilizando a tecnologia até onde der, pois assim a gente consegue chegar em locais e pessoas que jamais imaginaríamos que curtiriam o nosso trabalho. O CD acaba ficando como produto de mersh em shows. Mas como nem isso temos hoje, aí fica difícil. 


Quais os planos para 2021 já que 2020 poderia ter terminado.

 Este ano está sendo muito difícil para a maioria das pessoas no mundo. Nós aqui no Brasil estamos mais ferrados ainda. Desemprego, falta de otimismo, milhares de mortes, desinformação, isto realmente é muito triste. Mas, dizem que precisamos encarar o problema, tirar algumas lições dele e nos reinventarmos. Para nós, o ano de 2020 está sendo muito proveitoso. Conseguimos lançar um álbum novo, fizemos várias lives, entrevistas, tivemos uma Collab com uma lenda do thrash metal mundial (Zetro do Exodus), lançamos alguns vídeos, ganhamos de fãs 2 vídeos!! Pô, tá legal demais!!!! Acredito que a repercussão do trabalho chegou à níveis que a gente nunca nem sonhou. Para 2021 nós iremos lançar um novo álbum, participaremos de dois tributos (ao Slayer e Black Sabbath), e esperamos poder tocar ao vivo de novo!


Links:

https://www.facebook.com/chaosfear/?ref=page_internal

https://www.instagram.com/chaosfearband/?fbclid=IwAR3iv8IhGiXhOR7nBkTO3OcCGkB-7grbhzJRQovgmrV9IXXS8BMJicwekn4

https://open.spotify.com/artist/3V3WFlj68xP2Zf1TqYI7dB

domingo, 4 de outubro de 2020

Legendry: Nova Geração do Epic Metal

Formada em 2012, o trio de Pittsburgh LEGENDRY é dessa nova leva de bandas que fazem um Heavy Metal inspirado na sonoridade mais clássica, e por sinal temos uma ótima safra de novos nomes, não só nos EUA, fazendo a alegria dos fãs.

A praia do Legendry é o Epic Metal, com nuances do progressivo dos anos 70 (Jethro Tull, Wishbone Ash), trazendo uma atmosfera que remete a batalhas e epopeias, por vezes envolvendo o ouvinte em um clima medieval e mágico.

O grupo agora começa a alcançar um público maior, após o lançamento do seu terceiro trabalho pela High Roller Records, "The Wizard and the Tower Keep", sendo recebido muito bem pelos fãs do estilo e pela imprensa especializada, e inclusive tendo seus primeiros trabalhos relançados em vinil.

A banda agora apresenta este EP, "Heavy Metal Adventure", com 3 covers e a inédita faixa título,  lançado em vinil (com as 4 faixas), e em CD com várias bônus.

O EP inicia com "Anvil of Crom", da trilha de "Conan, o Bárbaro", composta por Basil Poledouris, inspiração evidente para o Epic Metal da banda; depois temos outra cover de uma influência também, diria, óbvia, "Metal", do Manilla Road, adicionando alguns arranjos e teclados, deixando-a com um ar ainda mais místico e épico, belíssima homenagem ao mestre do Epic Metal, Mark Shelton.

A terceira é "Broadsword", do Jethro Tull, outra boa escolha, a qual já tem uma atmosfera épica, e a banda acrescentou os seus traços pessoais; por fim, após essas 3 peças mais calmas e atmosféricas, a faixa título, "Heavy Metal Adventure", inicia veloz e com riffs cortantes, trazendo mudanças de andamento, chegando a mergulhar em uma atmosfera mística ao final. Destaque para o solo melodioso de guitarra.

Na edição em CD, temos 6 bônus, as 4 faixas da demo "Initiation Rituals" e mais duas demo-tracks não lançadas anteriormente.

Um material muito interessante aos fãs, enquanto aguardam o sucessor de "The Wizard and the Tower Keep", mostrando também algumas das inspirações da banda. Altamente recomendado aos fãs de Epic Metal e do Metal clássico, que buscam uma sonoridade atmosférica, medieval e épica. É ótimo ver novas bandas promissoras e talentosas surgirem, mantendo sempre a chama do Heavy Metal acesa! Aguardando com grandes expectativas o próximo full-lenght.

Texto: Carlos Garcia

Banda: Legendry
Álbum: "Heavy Metal Adventure"2020
Estilo: Epic Metal, Heavy Metal Tradicional
País: EUA

Line-Up:
Vidarr: Guitarras, teclados
Kicker: Bateria
Phill Ross: Baixo







sexta-feira, 2 de outubro de 2020

Brutal Morticínio: uma aula de história em formato extremo

Resenha por: Renato Sanson

A ideia do Black Metal cantado em português e retratando uma realidade histórica pouco difundida, traz esse diferencial necessário liricamente, indo na contramão e deixando o excesso de blasfêmias e xingamentos de lado e sim focando nas conquistas europeias em cima do povo sul-americano, onde muita tortura, escravidão e mortes ocorreram sem limites.

Esse é o Brutal Morticínio, que nos apresenta em seu segundo lançamento – Os Obsessores Espíritos das Florestas Austrais (14) – uma continuidade muito bem esmerada de seu Debut (“Despertar dos Chacais... Outono dos Povos – 11), apresentando uma temática lírica em volta do povo sul-americano dizimado pelos europeus com uma sonoridade ríspida, mas que aqui ganha novos elementos.

Se em outrora o Brutal Morticínio investia em um Black Metal mais atmosférico e técnico, aqui temos boas doses de melodias soturnas se entrelaçando com o Depressive Black Metal, e com boas nuances da obscuridade do Heavy Metal tradicional, transbordando muito feeling e momentos marcantes.

A produção mais apurada também engrandece sua sonoridade com muito peso e os instrumentos individualmente soando como navalhas cortantes em prol do som extremo.

Um álbum que infelizmente foi muito pouco comentado na época de seu lançamento, porém não deixa de ser mais um marco para a cena gaúcha e underground, pois os gaúchos de Novo Hamburgo mostraram novamente que é possível fazer um som autentico e diferenciado, nos dando ainda de brinde uma bela aula de história em suas letras.

 

Links:

https://www.facebook.com/BrutalMorticinio

 

Formação:

Tormento (vocal/guitarra)

Mielikki (baixo)

André Rodrigues (bateria)

 

TRACK LIST:

1. Intro

2. Não Darei A Outra Face

3. Para O Eterno Sofrimento De Cuauthemoc

4. Evocando Os Espíritos Obsessores Das Florestas Austrais

5. Vingança Ancentral

6. Anacrônico Tempo, Obsolescência Da História

Bonus Tracks:

7. Densas Névoas Das Profundezas

8. Estúpido E Podre Homem Branco Cristão