segunda-feira, 12 de abril de 2010

O Grandioso Fim de Carreira


Num mundo do show bussines, em que muitas bandas ensaiam o término de suas carreiras apenas como modo de atrair a atenção que sua música já não consegui por si mesma. É o caso do Kiss, que por duas vezes encerraram a carreira para voltar logo depois com shows ainda mais produzidos e muito mais caros e com menos energia do que outrora.

Em 2010 é a vez do Scorpions, grupo alemão que tomou o mundo em assalto nos anos 80 e início dos 90, criando os maiores clássicos do Hard Rock. Para a tristeza dos fãs, a banda anunciou que encerra as atividades este ano, com seu disco “Sting in the Tail” (2010), cujas composições já estavam quase prontas quando resolveram entregar as chuteiras.


O álbum é de uma grandiosidade que poucas bandas conseguiram produzir no seu disco derradeiro. Ao contrário da maioria que encerra a carreira na decadência, Scorpions nos brinda e deixará saudade com um álbum simplesmente perfeito.

Foram necessários três anos, desde “Humanity: Hour I” (2007), para que o grupo decidisse que era a hora de sair de cena em alto estilo.

“Sting in the Tail” traz 12 faixas de puro Hard Rock, abandonando o peso excessivo do disco anterior, voltando-se ao som clássico, embora com uma produção bastante contemporânea.


O disco começa com a ótima “Raised in Rock”, que abre a homenagem a esse som que tantas coisas boas traz. Segue a faixa título com uma levada dançante de se admirar.

“Slave Me” continua sem deixar cair o nível, com a dupla de guitarristas Rudolf Schenker e Matthias Jabs detonando seus riffs. As, além do Hard Rock com riffs e refrões grudentos, a banda como nenhuma outra sabe fazer baladas. Músicas como “The Good die Young” (com a participação como vocal de fundo de Tarja Turunen, ex-Nightwish), “Lorelei” (que conta uma lenda alemã) e “SLY” trazem a mesma banda, pelo menos sonoramente, que gravou clássicos do rock “romântico” como “Winds of Change” e “Still Loving You”.


Mas o disco é tomado principalmente pelo Hard Rock simples e claro da banda, como nas espetaculares “Spirit of Rock”, “Rock Zone” e “Turn You On”. Mas, para este que escreve, é de arrepiar a última música da banda, “The Best is Yet to Come”, uma música que parece ter sido composta como uma despedida aos fãs.


Klaus Meine (Vocal) está melhor que nunca e já não precisa comprovar sua capacidade, sendo o principal convidado do novo trabalho do Avantasia (em breve resenha no blog). O baterista James Kottak mostra porque é o melhor que já tocou com a banda e um dos melhores do Hard Rock de todos os tempos, assim como o membro mais recente polonês Pawel Maciwoda (baixo), que entrou na banda em 2004, não decepciona.

“Sting in the Tail” (2010) é forte concorrente a melhor disco do ano e com certeza será lembrado pelos fãs como um dos seus melhores trabalhos e o melhor desde a década de 1980. Vai deixar um gosto de nostalgia, nos fazendo ficar na torcida de que a banda faça como outras que retornam, mas em grande estilo. Até lá, cantemos os versos de despedida...


"Atravessamos uma outra estrada
E enfrentamos mais um dia
Soldados nunca morrem
Eles só se apagam
Como podemos envelhecer
Quando a trilha sonora de nossas vidas é o rock and roll?" (trecho de "The Best is Yet to Come" traduzido)



Stay on the Road

Texto: EddieHead

Ficha Técnica

Banda: Scorpions
Álbum: Sting in the Tail
Ano: 2010
Tipo: Hard Rock
País: Alemanha

Formação

Klaus Meine (Vocal)
Rudolf Schenker (Guitarra)
Pawel Maciwoda (Baixo)
Matthias Jabs (Guitarra)
James Kottak (Bateria)




Tracklist

01 - Raised on Rock
02 - Sting in the Tail
03 - Slave Me
04 - The Good Die Young (apresentando Tarja Turunen)
05 - No Limit
06 - Rock Zone
07 - Lorelei
08 - Turn You On
09 - Sly
10 - Spirit of Rock
11 - Best Is yet To Come

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