terça-feira, 27 de março de 2018

Cobertura de Show – Angra Fest: Angra, Massacration, Noturnall (26/11/2017 – Tom Brasil – SP)


O espaço para as bandas nacionais é algo que não será disperso neste ciclo contemporâneo. Mas devido ao grande número de shows internacionais, a concorrência de poupar o seu lugar entre os grandes é incumbida de custos e modos que qualificam o caráter musical do conjunto. Relevando a importância do Metal brasileiro, o pessoal do Angra resolveu montar seu primeiro festival reunindo grandes nomes da cena: Noturnall, Massacration e, claro, o Angra, celebrou a comunhão desse gênero no denominado Angra Fest, ocorrido no último dia 26/11 no Tom Brasil (SP).

Quando vem a palavra ‘festival’ da a entender que se trata de um evento com mega produção, contando com um gigantesco espaço ao ar livre, palcos com estrutura de primeira linha e entre outros recursos que não faltam em grandes festivais. No caso do Angra Fest, os organizadores não precisou de muito coisa para puxar o publico até o Tom Brasil. O lugar fechado ofereceu não só segurança e proteção para os que foram prestigiar esse momento oportuno, mas sim comodidade para curtir a trinca de shows de maneira prudente (defendido de qualquer ameaça de chuva), já que a oscilação de tempo era constante.


Noturnall: Com os Reforços de Mike Orlando e Henrique Pucci, o Grupo Segue Divulgando  "9"




A abertura dos portões foi cumprida pontualmente às 18h. O número de público dentro do local era razoável e o suficiente para recepcionar a primeira atração da noite: a Noturnall, que subiu no palco às 19h05. O trio, chefiados por Thiago Bianchi (vocal, no estilo super herói), Fernando Quesada (baixo) e Junior Carelli (teclados), preparou uma pequena turnê de divulgação do mais recente álbum, “9”. Com o baterista Aquiles Priester morando em Los Angeles (USA) e o guitarrista Léo Mancini com a agenda reservada, couberam ao guitarrista Mike Orlando (Adrenaline Mob, Sonic Stomp) e o baterista Henrique Pucci (ex-Project46) preencherem a ausência de ambos nesse período.

O inicio do show ficou por conta da eletrizante “No Turn At All”, que apresentou uma instabilidade no microfone do Bianchi, nivelando entre o baixo e alto volume. “Fight The System” adicionou ainda mais pressão e fervor, presenteando todos com um balão gigante da banda, que intercalou por vários cantos da casa durante toda a apresentação. As zombies pole dancers roubaram a cena em “Zombies” e desfilaram uma performance amedrontante.


Voltando ao formatado normal do palco, Bianchi mostrou que estava sendo um prazer enorme de tocar em casa novamente e muito feliz de poder se unir com o Angra, no qual o todos tem uma história com os mesmos, alegando que eles sempre fizeram a diferença dentro do Metal nacional. E como parte da divulgação do “9”, “Mysterious” foi executada no bom sentido, sendo uma das preferidas do vocalista. E o Power Metal frenético acabou titubeando os PAs em alto volume.

Há dois anos, a banda esteve (junto com o Angra) a oportunidade de tocar no palco Sunset do Rock In Rio, tendo um convidado ilustre na época. E sem mais delongas, Bianchi chamou imediatamente o vocalista Michael Kiske, só que tudo passou de uma tradicional pegadinha do malandro. Mas para chegar próximo a isso, o sexteto executou o clássico “I Want Out”, do Helloween, que teve um timbre parecido com a versão original, onde o Juninho curtia a performance de seus colegas com o seu sea board, além do público corresponder com a parte deles no refrão.


Vindo de mais uma surpresa, Bianchi chamou ao palco o prodígio guitarrista Bruno Henrique para tocar “Sugar Pill”, e este mostrou os seus dotes no instrumento com extrema habilidade e técnica. Vale ressaltar também as praticidades do Mike Orlando (totalmente em forma depois trágico acidente com o Adrenaline Mob) e do Henrique Pucci, que demonstraram eficiência em cada música da banda, pondo fim com a célebre “Nocturnal Human Side”.


Massacration: Sob o Signo do Deus Metal!


Saindo da fúria progressiva, era a vez de se transportar ao Metal cômico do Massacration. Depois de um hiato que durou 4 anos, Detonator (vocal, Bruno Sutter), Metal Avenger (guitarra solo, Marco Antônio), Headmaster (guitarra rítmica, Adriano Pereira), El Muro (baixo) e El Perro Loco (bateria, Ricardo Confessori), encheram os presentes de muito bom humor e diversão, começando a hilária apresentação com “Metal Is The Law”, contando com a participação do novo guitarrista da banda, Red Head Hammet (Franco Fanti), que se recusou a ficar no palco por ser sujo, jogando enfurecidamente sua guitarrista de vassoura pra bem longe.

Não poupando a estima, Detonar atacou com suas piadas, dizendo que o Angra comprou a ideia do festival, que na verdade era pra ser o Massa Fest. Mas com tanta choradeira, resolveram vender o nome pra banda, entendendo que serão humilhados pelo quinteto, secundando o set com “The Mummy”, que retrata sobre um amigo tarado do Deus do Metal, tendo a participação especial do rapper Egypcio. 

Perguntando se todos gostam de Heavy Metal, auferido de um enorme SIM, Detonator apresentou um horrendo funk do MC 2K, fazendo parodia para a pavorosa “Chupa”. Apesar dos aplausos, o vocalista pedia pra não aplaudir, pois o mesmo acha um absurdo, mas, no final das contas, ele pedia para todos continuarem, seguido do primeiro single com “Metal Massacre Attack”, que teve o refrão cantado de maneira efusiva.


Enquanto Detonator contava suas histórias, despretensiosamente, houve um blecaute no Tom Brasil, faltando energia em todos os cômodos da casa. O momento sem luz deu ensejo para a banda poder fazer o seu teatro no palco e tirar onda com o público. Sabotagem ou não, a culpa foi direcionada ao empresário Paulo Baron, que na visão do vocalista, a apresentação do Massacration estava sendo muito melhor. Bom, com tudo restabelecido, “The Bull”, ao lado do ilustre Little Garçom, completou a metade do set contagiando os corações apaixonados.

Para os que gostam de mulheres mais velhas, e a todas as mamães bonitas e conservadas que não deixam de mamar, “Metal Milf” esbravejou o poder sólido e vigoroso, estando fixada na mente do público após alguns meses de lançamento deste que é o mais recente single da banda.

Restando somente duas músicas, e contando novamente com a presença de Red Head Hammet, essa com uma guitarra extra-gigante, “Evil Papagali” e a “Metal Bucetation” (onde todos ergueram as mãos fazendo símbolo do Metal em formato, digamos, erótico) encerram a segunda parte do festival pra lá de animada.



O restante da noite ficou para a banda que dá nome ao festival, o Angra, que teve um atraso que durou meia hora, deixando muitos ansiosos para o começo show. Mas tamanha euforia tinha motivos significativos, pois o show reservava convidados especiais e a chance de poder ouvir, com exclusividade, uma nova música que estará presente no novo álbum da banda, “OMNI”, há ser lançado dia 16 de fevereiro.

Angra: A Hora dos Donos da Festa e Seus Convidados Especiais


Pondo fim na espera, Fabio Lione (vocal), Marcelo Barbosa (guitarra), Rafael Bittencourt (guitarra e vocal), Felipe Andreoli (baixo) e Bruno Valverde (bateria), dispondo também dos coadjuvantes Bruno Sá (teclados) e Dedé Reis (percussão), iniciou as suas atividades, às 22h15, com uma trinca matadora, inaugurando o repertório com “Newborn Me”, “Acid Rain” e “Final Light” (essas duas últimas com os tambores do Dedé bem encaixados na música, com Lione perdido na parte final da última esquecendo a letra).

Curto e breve, Lione estava muito feliz em poder realizar o primeiro Angra Fest, enunciando que o evento tem como objetivo fortalecer a cena Metal brasileira, agradecendo a presença do público e de todos os convidados, deixando todos entusiasmado com a nova música, suspeitando que o novo álbum vai surpreender muito. Questionando bravamente se querem mais e se todos conhecem o álbum “Temple Of Shadows”, o vocalista pediu pra todos cantarem com ele na aclamada “Waiting Silence”, que logo transportou para a climática “Ego Painted Grey”, do “Aurora Consurgens”.
A envolvente “Time” e a progressiva “Upper Levels” (pouca executada ao vivo), espelharam em momentos do primeiro e último disco, não demorando muito pra Bruno Valverde explodir com seu vertiginoso solo de bateria.

Lione e Geoff Tate
Tendo o palco só pra si, Rafael se centralizou para comunicar que estava com muita saudade dos fãs, e que toda campanha que fizeram de vídeos no Youtube, aproximou demais a banda com os fãs. E a motivação, que deixa a banda inteira empolgada por estar fazendo música, no pensamento do Rafael, são os fãs, alegando que seria triste terminar o ano sem um show. Querendo mais, o guitarrista uma linda composição de estreladas (cambiados pelos flashs dos celulares) na emocionante “Silent Call”, voltando a bombardear tudo com mais uma do “Temple Of Shadows”, concluindo a primeira parte do show com “Angels And Demons”.

Espere... “Gate XIII” sendo reproduzida? Calma, o show não acabou! Novamente no centro do palco, Rafael explicou sobre o novo ciclo que a banda está iniciando com o OMNI, aproveitando para explicar o conceito retratadona nova música, que tem a ver com a conexão entre os humanos num longínquo ano. E em alto e bom som, “Travellers Of  Time” hipnotizou a atenção de todos! E o que o Lione está cantando nessa canção é de cair o queixo!

Alírio Netto
Voltando ao palco, era hora de chamar a primeira convidada da noite, e quem deu ponta pé na chuva de convidados foi a vocalista Dani Nolden, do Shadowside, interpretando a balada “Heroes Of Sand”, que ficou compatível com sua textura vocal (beirando ao limpo e agressivo). Sem poupar ninguém, foram a vez do ex-baixista Luis Mariutti e do ex-baterista Ricardo Confessori fazerem a sua parte em dois momentos do álbum “Holy Land”, são elas: “Silence And Distance” e “Nothing To Say”, que foi cantada inteiramente pelo vocalista Alirio Netto.

Relembrando a adolescência, Rafael recordou que a primeira banda que ele ouviu, tendo misturas do Rock Progressivo do Rush, Genesis, Yes e Pink Floyd, e com o Heavy Metal do Black Sabbath e do Iron Maiden, foi o Queensrÿche, assumindo que as músicas do “Angels Cry” são quase cópias da banda. E nessa ânsia alegria que o mesmo chamou o convidado internacional da noite, o nada menos que o vocalista Geoff Tate, que logo já mostrou sua elegância e finesa em “Empire”.

Dani Nolden
Com Geoff Tate permanecendo no palco, Lione logo deu as caras rasgando ceda ao vocalista, testemunhando que o Queensrÿche foi à primeira banda que ele escutou. E ainda, depois de 25 anos, ele considera o cantor como o melhor de todos os tempos. E é nessa onda de elogios que os dois interpretaram uma música do Angra juntos, e a escolhida foi “Make Believe”, sendo, até então, o ápice da noite.
Evocando mais Queensrÿche, Geoff Tate a faixa que, pra mim, é a mais marcante do “Operation Mindcrime”, a magnifica “Eyes Of a Stranger”, encerrando sua participação com a clássica “Silent Lucidity”, do disco “Empire”, terminando a segunda parte do show com “Rebirth”.

Faltava poucos convidados pra terminar a noite com chave de ouro, e a bola da vez foram para o guitarrista Edu Ardanuy e o vocalista Bruno Sutter, que estava assistindo o show inteiro na plateia, relembrando os seus tempos de moleque quando conheceu o Angra e sentindo-se honrado em poder participar da festa. Levado ao palco pelo público que ele, junto com Ardanuy, executou I’II See The Light Tonight, do guitar-hero sueco Yngwie J. Malmsteen.

Edu Ardanuy e Bruno Sutter
Terminando o ciclo de convidados, o vocalista Marcello Pompeu, do Korzus, destruiu com “Walk”, do Pantera. E ficou claro que houve umas derrapadas por parte dele, não lembrando totalmente a letra da música.

Concluindo, os vocalistas Thiago Bianchi, Alirio Netto e Bruto Sutter uniram-se a banda para cantarolar um dos hinos do Metal nacional, fechando o set com a memorável “Carry On” e “Nova Era”, onde cada um cantou cada verso de ambas às músicas.

Marcelo Pompeu (Korzus)
Que seja o primeiro de muitos Angra Fest, que dessa vez seja mais amplo e cheio do que o primeiro. Agora é contar os dias e horas para o lançamento do tão aguardado OMNI.

Texto: Gabriel Arruda
Edição/Revisão: Carlos Garcia
Fotos: Dener Ariani

Noturnall
1.    No TurnatAll
2.    Fightthe System
3.    Zombies
4.    Mysterious
5.    I Want Out (Helloween)
6.    Sugar Pill
7.    NocturnalHumanSide


Massacration
1.    Metal is The Law
2.    The Mummy
3.    Metal Massacre Attack
4.    The Bull
5.    Metal Milf
6.    EvilPapagali
7.    Metal Bucetation

Angra
1.    Newborn Me
2.    AcidRain
3.    Final Light
4.    WaitingSilence
5.    Ego PaintedGrey
6.    Time
7.    UpperLevels
***Drum Solo***
8.    SillentCall (Acoustic)
9.    AngelsAndDemons
***TravellersOf Time (New Song)***
10. HeroesOfSand (Dani Nolden)
11. SilenceAndDistance (LuisMariutti, Ricardo Confessori)
12. NothingToSay (Alirio Netto, LuisMariutti, Ricardo Confessori)
13. Empire (Geoff Tate)
14. MakeBelieve (Geoff Tate, Fabio Lione)
15. EyesOf a Stranger (Geoff Tate)
16. SilentLucidity (Geoff Tate)
17. Rebirth
***Encore***
18. I’II See The Light Tonight (Edu Ardanuy e Bruno Sutter, original byYngwie J. Malmsteen)
19. Walk (Marcello Pompeu, original byPanter)
20. CarryOn / Nova Era (Fabio Lione, Thiago Bianchi, Alirio Netto, Bruno Sutter)

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