sexta-feira, 13 de junho de 2025

Finita: Uma Viagem Musical Pesada, Melódica, Sombria e Intrigante,

 



Completando seus 15 anos de existência neste 2025, a Finita, oriunda de Santa Maria RS, comemora essa marca com o lançamento do seu segundo full-lenght nesta sexta-feira 13 de junho.

Antes de começar a ouvir o álbum “Children of the Abyss” eu recomendo aos ouvintes terem em mente que a Finita entrega “conceito”, e o rótulo Dark Metal, embora até de certa forma adequado, pode limitar o entendimento do que lhe espera, musicalmente falando. 

A sonoridade do Finita traz elementos diversos do Metal, principalmente do lado mais extremo e, digamos, mais obscuro, como Death, Black, Gothic e Doom Metal, além de elementos sinfônicos e “cinematográficos”. 


Como referência podemos citar nomes surgidos ali nos anos 90, como Dimmu Borgir, Limbonic Art, Cradle of Filth, Tristania, Crematory e a cultuada Imago Mortis e seu Doom Metal/Philosophy.

Naturalmente, para uma audição mais ampla, é primordial ter em mãos as letras e o resumo da alegoria conceitual do álbum, a qual a banda apresenta como “uma mitologia própria que se entrelaça com referências filosóficas, religiosas e literárias”. 

O conceito central do álbum a banda explana que pode ser entendido como um momento em que as almas jovens (as “crianças do abismo”) contam sua própria história, enquanto os deuses, seus “pais”, estão ausentes.


E nesse enredo um panorama caótico se instaura, onde o fantástico se entrelaça com o trágico e o sagrado, temos a segunda guerra dos anjos, Lúcifer retorna ao portal de onde foi expulso e desencadeia uma interferência de grandes proporções (percebemos aí que há uma ligação com os dois EPs da banda), as leis naturais entram em colapso, o tempo e o espaço se distorcem, e o sobrenatural invade o plano terreno. 

Esse evento singular permite o retorno da magia ancestral, a presença de entidades mitológicas e o despertar da bruxaria.

Resumo este que coloco aqui como sendo a “orelha do livro”. 

Segundo a banda, cada faixa do álbum aborda uma perspectiva diferente: a dissonância entre os mundos reabre também o Portal do Esquecimento, e são narradas por diversas vozes, ilustrando os pontos de vista do homem comum, das bruxas e do filósofo, por exemplo.

A gravação e produção no estúdio Fusão, de Thiago Bianchi, está excelente, e podemos ouvir todos os instrumentos claramente, com as guitarras bem “na cara”. 

A maturidade e qualidade dos músicos entrega um instrumental equilibrado entre técnica e feeling, e as nuances teatrais e cinematográficas da sonoridade complementam-se magistralmente à performance vocal de Luana Palma, uma força da natureza, que transita pelo lírico, gutural e vozes mais limpas, interpretando as canções e dando vida aos personagens.



O álbum possui 11 faixas, e nos levam a uma viagem musical densa, emocional, pesada e intrigante, passeando pelas influências e elementos que já citei acima, que transitam pelo Metal Extremo e Gothic/Symphonic, com muita teatralidade (às vezes me vem Tim Burton a mente) e musicalidade.

Do peso caótico e sinfônico de “Goddess of Disharmony”, “Fortuna” e “War Curse”, que finda com um solo melódico e inspirado de Bruno Portela, passando pela teatralidade de “Witches Laught”, a qual alterna momentos melódicos e introspectivos à passagens mais agressivas, o Finita vai envolvendo o ouvinte.

Luana também transita por nuances diversas de sua voz, destacando a citada faixa acima. O vídeo da música inclusive causou impacto, e caso não tenha conferido, veja o link ao fim da matéria.

Na já conhecida “Quicksand”,um dos singles que precederam o álbum, conferimos mais da capacidade de Luana em interpretar e transitar por nuances diversas, em uma música onde a banda nos apresenta melodias orientais, cozinha com Groove, e vale ressaltar que os teclados preenchem os climas e camadas com maestria durante o álbum. 

Temos momentos mais densos, sinfônicos e que combinam paisagens sonoras atmosféricas com passagens agressivas, criando uma tensão constante, como em “Gates of Oblivion”, uma excelente amostra da qualidade e capacidade do quinteto.


O mérito da Finita está em apresentar diversas camadas, onde cada um pode encontrar significados diferentes ou mais profundos e te prender e transportar para dentro de cada narrativa.

Um trabalho forte e bem construído lírica e musicalmente, onde os elementos se sustentam e entregam uma viagem musical pesada, melódica, sombria, intrigante, e acima de tudo empolgante.

A história é ampla para a duração do álbum, e pelo que sei a banda planeja lançar um livro, onde a teremos por completo. Seria algo muito interessante, um diferencial a mais, para um trabalho que se mostra de alto nível, e acima da média. Confira, mergulhe e aprofunde-se no mundo da Finita, uma das melhores bandas do Metal nacional na atualidade.

Texto: Caco Garcia
Fotos: Divulgação 

Banda: Finita
Álbum: Children of the Abyss (2025)
Estilo: Dark Metal 
País: Brasil

Formação:
Luana Palma (Vocal)
Bruno Portela (Guitarra)
Fernando Back (Baixo)
Guilherme Pereira (Teclado)
Pablo Castro (Bateria)

Tracklist
Womb of the Night 
Goddess of Disharmony 
War Curse
Witch’s Laugh.
Quicksand
Dead Seeds
Fortuna
Sketch Art
Prophecy
Gates of Oblivion
Mermaid Melody



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