"All or Nothing" sai sob o nome do grupo Mr. Sleazy, alcunha do baterista e multi instrumentista italiano Roberto Gambuti. Ele finalmente arregimenta uma line-up fixa com o frontman Christian Demichelis cantando de cabo a rabo as 9 faixas. Antes disso, diversos vocalistas interpretaram suas canções.
Não há mistério no conteúdo aqui. Temos uma sonoridade fundindo conceitos dos principais grupos AOR dos anos 80, nisso saem fusões inusitadas desses gigantes do rock farofa. Ainda que respeitando o formato aparado desse segmento, os artistas parecem muito à vontade na hora de atuarem. As guitarras e bateria por exemplo dentro do formato previsível evitam ao máximo a monotonia, sempre atacam aqui e ali trechos das composições.
As letras permanecem nos chavões desse tipo de música: Relacionamentos fleumáticos, versos cheios de insinuações sexuais, sem deixar de mencionar os discursos sobre a predestinação de trilhar o sinuoso caminho do rock.
Aqui vão algumas faixas importantes do disco:
Let's Go: Começa num clima calmo aos sussurros, logo explode nas guitarras e um agudo rascante inicia a música para valer. Christian Demichelis puxa elementos de Tom Keifer e Blackie Lawless acompanhado por vozes de apoio nos refrões. A bateria mantém o contratempo habitual, num momento posterior deixa apenas o bumbo destacado entre os sinos de vaca.
Kind of Love: O fraseado malemolente é logo martelado pela bateria e acordes chocantes de sétima. Bends lentos costuram-se aos riffs cavalgados. Essa faixa chega a usar um teclado similar ao do som "Rattlesnake Shake" do Mötley Crüe.
Thrill Me: De levada rápida, já se aproxima do W.A.S.P., especificamente a canção "Wild Child". O solo enérgico casa com a bateria empolgada de Sleazy.
All or Nothing: Solos exibicionistas iniciam esta track, depois dá uma acalmada para a voz predominar. Ela é enfeitada com uns ataques no piano estilo Little Richard entre sinos de vaca.
Lonely Days for a Lonely Heart: Abriga um lado new wave tanto em harmonia quanto ideia melódica. Num dado momento é parelha ao clássico "You Give Love a Bad Name" do Bon Jovi.
Love me or Kill Me: Power ballad iniciada por solo choroso, carrega trejeitos do Skid Row. Escancaram no reverb dos pratos e o solo tenta ser mais virtuoso.
Notei uma atenção geral no papel de cada músico. Talvez pelo fato do líder ser o batera, esta parte em especial não ficou negligenciada como ocorre quando o encabeçado do projeto é um vocalista ou guitarrista.
Todos não
tentam fugir dos dogmas desse rock radiofônico, porém notei atitude quando
executam as nove faixas. Do que já revisei acerca deste revival do synthrock,
com certeza, Mr. Sleazy e seu "All or Nothing" merece elogios.
Nenhum comentário:
Postar um comentário