quinta-feira, 24 de agosto de 2023

Dr. Sin, Medjay e Armiferum compartilham as surpresas que terão no show em SP em coletiva de imprensa realizada no The Metal Bar

No dia 18/08 (sábado) ocorreu a apresentação do Dr.Sin, banda lendária do Hard Rock nacional, ao lado das novatas Medjay e Armiferum no Fabrique Club, em SP. E para entrar no clima desse show, o The Metal Bar, localizado na região de Pinheiros, organizou, na última quinta-feira (09), um meet & greet com as três bandas, que também reuniu outras personalidades do Metal nacional como Jack Fahrer (vocalista do Nite Stinger), Anderson Bellini (diretor e produtor do documentário Andre Matos – O Maestro do Rock), Amilcar Christofaro (baterista do Torture Squad) e Alexandre Grünheidt (Ancesttral).

Antes de rolar o encontro, que aconteceu às 20hrs, houve uma coletiva de imprensa organizada pela Som Do Darma. A coletiva teve seu início às 18hrs, mas por conta da forte chuva em SP, eu, Gabriel Arruda, não consegui chegar a tempo para pegar as primeiras palavras dos irmãos Andria e Ivan Busic e do guitarrista Tiago Melo, trio do Dr. Sin. Mas cheguei a tempo para pegar os primeiros dizeres do Samuka, da Medjay, e do Augusto Cardozo, do Armiferum.

Vários assuntos foram abordados durante a coletiva. O primeiro a revelar as surpresas do show foi Samuka, baixista/fundador da Medjay, que prometeu um show completo com as participações da cantora Ana Mafra e da Mayara Puertas (vocalista do Tortures Squad), que estão no último trabalho da banda, “Cleopatra VII” (2022) e das bailarinas da Tribo de Dana, que faz uma mistura com a dança do ventre tradicional com a tribal fusion.

Vai ser um show com a proposta da Medjay, que é a ideia de áudio visual com a música e o visual carregado nessa questão do Egito”, falou sobre o show, que será o segundo em SP depois que abriram para o Angra, ano passado, no Tokio Marine Hall. “A gente devia um show aqui em São Paulo trazendo o que a gente oferece, que é essa imersão na música, no Power Metal e da cultura egípcia. Então podem esperar que vai ser um show completo”.

A banda, que além do Samuka conta com Phil Lima (vocal/guitarra), Freddy Daniels (guitarra) e Riccardo Linassi (bateria), ganhou destaque por carregar a cultura egípcia nas suas músicas. Essa influência é muita vinda do fundador. “Sou um historiador de profissão e professor de história há vinte anos. O Egito sempre esteve presente na minha vida e no meu corpo”, explicou Samuka, que também aproveitou para explicar sobre a sonoridade, que traz um Power Metal mais simples, direto e mais palatável. O conceito lírico vem do Egito antigo e de suas mitologias. “A nossa base é o Power Metal, diferente do Myrath, por exemplo, que é uma banda árabe fazendo Metal. Nós somos uma banda de Metal trazendo a influência. O nosso som é mais direto, valorizando muito a questão dos riffs em nossas músicas. Mas a intensão é ser uma banda que, em tudo que ela trabalha e fala nas letras, remete a história do Egito antigo”.

A jovem cantora carioca Ana Mafra, de apenas 16 anos, ao lado da Mayara Puertas – que também chegou atrasada para a coletiva – também estiveram presentes para responder as perguntas dos jornalistas. A Ana, que vem tendo seu nome muito ventilado no Heavy Metal nacional, contou como conheceu a banda e falou sobre a felicidade de poder participar do show.

Eu conheci a Medjay através de um festival, e depois disso eu fui querer conhecer um pouco mais sobre a banda. Eu adoro conhecer tudo que é ligado ao Heavy Metal nacional, a gente tem muita banda boa por aqui. Eu me apaixonei pelo “Sandstorm” (2020), gravei uma música desse disco, fiz um vídeo e marquei a Medjay. Estou muito feliz de estar participando desse show, porque vai estar trazendo toda essa imersão do Egito antigo”.

A cantora também aproveitou para falar sobre a nova geração de cantoras da sua idade que estão surgindo e que estão tendo grande ascensão por cantarem Rock e Heavy Metal. “Tem muitas meninas e meninos da minha idade que ama Rock N’ Roll e ama Heavy Metal. Eu acho que, quanto mais tiver pessoas da minha idade colocando o Rock e o Heavy Metal para frente, será melhor”, comentou.

Depois que o baterista Ivan Busic respondeu uma pergunta sobre a falta de bandas brasileiras em grandes festivais, Samuka lembrou da importância de as bandas estarem fazendo seus próprios festivais, coisa que já acontecia há muito tempo na Europa e no Sertanejo Universitário. “Recentemente tocamos no festival chamado Into The Dark, que até aconteceu aqui em São Paulo e depois foi para Belo Horizonte, Juiz de Fora e Rio de Janeiro. Eles juntaram três bandas, que também leva uma outra banda convidada, e faz seu próprio festival com uma estrutura legal e tudo mais. E a gente vem começando a fazer isso com as bandas headliner também. E para gente é uma oportunidade imensa estar participando de um evento onde o Dr.Sin está”, falou o também produtor de shows, Samuka, que está cuidando de toda a produção do show com a sua produtora, BH Hell’s Produções.

O guitarrista Augusto Cardozo falou da honra de dividir o palco ao lado de uma banda lendária que é o Dr. Sin e de outra que está caminhando para se tornar uma lenda que é a Medjay com o Armiferum, que fara o primeiro show da carreira. “O show não terá uma megaestrutura, mas iremos entregar um show bom com elementos cenográficos”.

Recentemente a banda, formada em 2020, passou por um processo de reformulação, que agora conta com seis integrantes na formação. Por conta disso, a dificuldade de conseguir espaço devido à grande quantidade de membros aumentou. E sobre a questão do retorno, Augusto foi realista ao dizer que não espera muita coisa por agora. “É um pensamento que estamos tendo a longo prazo. Foi um investimento para fazer esse show do dia 18 em questão de merchandising, estrutura de palco e equipe que vamos levar. Então não será um show que vai ser rentável agora, mas que estamos plantando nossos frutos para mais frente colher”. 

O Dr. Sin também prepara grandes surpresas com um repertorio que vai remeter as músicas do primeiro álbum – que esse ano completou 30 anos de lançamento – e que poucas vezes foram tocadas ao vivo. Além, claro, de outros lados B da carreira da banda.

E já que será um show comemorativo ao lançamento do primeiro álbum, Andria e o Ivan relembram a época que tiveram que largar tudo o que tinham aqui no Brasil para poder ir ao Estados Unidos conseguir contrato com uma grande gravadora e gravar o disco, que para o Ivan, é “revolucionário”. “Pela opinião de todo mundo, e do nosso sentimento, é o trabalho mais importante da nossa vida. Quem viveu aquela época com a MTV, rádios como a 89 e das pessoas de fora da banda, viu que é um disco que mudou o jeito de outras bandas a encarar a carreira musical”, dize Ivan, que também revelou uma grande novidade a respeito desse trabalho que vai deixar os fãs e os colecionares felizes.  “Vai ter relançamento do álbum, na versão original, da Warner, em CD e LP, ainda esse ano”.

Recentemente o trio lançou CD/DVD acústico, que foi gravado ano passado, no Teatro J. Safra, em SP, com as participações do ex-guitarrista, Edu Ardanuy, Rafael Bittencourt, guitarrista do Angra, e também do vocalista/guitarrista Bavini, a orquestra regida pelo maestro Bartolomeu Vaz e da pianista Juliana D’Agostini.  O Edu [Ardanuy] tinha que participar de qualquer jeito, ele fez parte da banda durante vinte e cinco anos. Não tinha como negar a participação dele. Então isso foi importante e vital para o DVD existir de uma forma correta”, falou Andria sobre a participação do Edu. “Quanto ao Rafael Bittencourt, ele foi um dos caras que ajudou muito na volta do Dr. Sin. Inclusive ele que deu o nome do nosso último disco de estúdio, “Back Home Again” (2019). É um cara que mora no coração da gente também”, falou Andria sobre o membro/fundador do Angra.

O Andria também fez questão de falar sobre como foi o processo de ter que arranjar os principais clássicos da carreira da banda em formato acústico. O mesmo se inspirou muito nos acústicos do Kiss e do Alice In Chains para que o do Dr. Sin ficasse bem feito. “Quando fizemos os arranjos, eu quis tocar baixolão. Poderia fazer uma coisa só com violão, mas eu quis fazer um formato que conversasse com tudo o que a gente estava pensando, tendo uma pessoa a mais para cantar e tocar – que foi o Bavini – enquanto eu estivesse solando, e algumas músicas com orquestra e piano”, explicou Andria.

Chegando ao final, os membros de cada banda relembraram os tempos difíceis que tiveram na pandemia. Samuka falou que as bandas devem valorizar muito o trabalho da imprensa, que ajudou muito na questão de divulgação e resenhas no momento em que a Medjay não poderia fazer shows para promover seu primeiro trabalho, “Sandstorm”, que foi lançado no período que começou a pandemia. A banda também passou por um momento desagradável com o lançamento do “Cleopatra VII”, que teve a distribuição sendo feita na Ucrânia, mas que todas as cópias foram perdidas por conta da guerra contra a Rússia.

Em breve a banda vai começar a gravar o terceiro disco junto com o produtor/baterista do Korzus, Rodrigo Oliveira, no Dharma Studios, localizado em SP. O disco irá abordar sobre a trajetória do rei do Egito, “Saladino”, título do vindouro trabalho. 

Os membros do Dr. Sin, que vieram de uma outra geração e que estão acostumados a tocar ao vivo, também tiveram que lidar com os novos hábitos durante os tempos de pandemia. “Quando chamaram a gente para fazer um collab da música “Lost In Space”, eu gravei com fone do Iphone”, riu Ivan. “Cada show que temos feito depois da pandemia tem sido inigualável, porque teve um momento que a gente achou que não ia mais voltar. E graças a Deus a gente está podendo pisar nos palcos novamente, que é aonde a gente se sente mais vivo do que nunca”.

O Ivan e o Samuka também apontaram que o momento pandêmico foi uma oportunidade dos artistas mais jovens a se juntarem para fazer trabalhos com músicos e bandas que já tem um grande nome no mercado e apoio que tiveram delas. Sintetizando tudo o que o Ivan e o Samuka falaram, a Mayara falou das coisas positivas que aconteceram na sua carreira durante essa fase. “Se não houvesse a pandemia, talvez eu não tivesse tido a chance de gravar com o Sepultura, Luis Mariutti, Aquiles Priester... Só que foi uma situação que os músicos, de certa forma, precisaram se unir para produzir conteúdo não apenas por entretimento, mas de manter a esperança nas pessoas de que a música não ia morrer”.

 

Texto: Gabriel Arruda

Fotos: Bel Santos @bel.santosfotografia

Edição/Revisão: Renato Sanson

 

Agradecimentos: Eliton Tomasi e Susi dos Santos, da Som Do Darma, pelo convite.

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