sexta-feira, 2 de fevereiro de 2024

Cobertura de Show: Edu Falaschi – 27/01/2024 – Tokio Marine Hall/SP


A sombra do sucesso vem sendo o melhor amigo do Edu Falaschi. A sua carreira, com a proposta de revisitar os clássicos de sua fase com o Angra, rendeu não só shows com ingressos esgotados, mas também dois grandes álbuns (“Vera Cruz” e o novato “Eldorado”) e dois DVDs (“Temple Of Shadows In Concert” e o “Vera Cruz – Live In São Paulo”) marcados na história do Heavy Metal nacional.

Quem já teve a experiência de assisti-lo ao vivo nos últimos 2/3 anos sabe que os shows vão muito mais além do que a própria música. O vocalista, que não se contenta com o simples, traz uma produção visual que nenhum artista/banda do gênero jamais fez aqui no Brasil, e não foi diferente no último dia 27 de janeiro, que proporcionou mais um mega espetáculo que ficou marcado pela nostalgia, participações especiais e gravação de vídeo clip.

A abertura dos portões, prevista para abrir às 20hrs, teve um pequeno atraso de cinco minutos. O setor que teve maior recepção foi a pista premium, que teve os ingressos esgotados faltando poucas semanas para o show. A pista comum, que tinha poucos ingressos disponíveis, também recebeu uma ótima quantidade de pessoas.

Não bastou somente a presença massiva do público (a maioria vindo de longe) como também de grandes ícones do Rock e Metal nacional, entre eles Guilherme Isnardi, vocalista de uma das bandas que fez muito sucesso nos anos 80, Zero, e de Guilherme Hirose e Bill Hudson, ambos vocalista e guitarrista da NorthTale, e do Victor Emeka, atual voz do Hibria.

Assim como nas últimas vezes, Edu e seu staff não colocaram banda de abertura. Porém, no lobby da casa, a Santíssima Trindade, conhecida por tocar nos principais bares de São Paulo, aqueceu o público com os clássicos do Black Sabbath, Deep Purple, Led Zeppelin e de projetos que vieram dessas bandas, como Rainbow, Whitesnake e Dio. 

A banda tem como vocalista o respeitado Nando Fernandes (Sinistra), que recebeu muitos elogios pelo seu timbre impressionante – a formação é completada por Fernando Piu (guitarra, Virus), Fabio Guedes (baixo) e Ivan Scartezini (bateria).

Edu e banda entraram no palco, às 22h05, a todo vapor com “Live And Learn”, do EP “Hunters And Prey (2002), que foi antecedido pelos gritos de “Edu, Edu, Edu”. Logo de começo demos de cara com duas mudanças, a primeira do Victor Franco, que cobriu a ausência do Roberto Barros no seu primeiro “grande show” da carreira. Com apenas 23 anos, o ainda moleque (ovacionado em vários momentos) tirou de letra as linhas do Kiko Loureiro e do Roberto em apenas 20 dias.

Em vídeo exibido no telão da casa, Barros falou que um pequeno furúnculo surgiu no seu joelho na virada do ano, que acabou causando uma infecção séria. O guitarrista, que está internado desde o dia 2, começou o tratamento de recuperação faltando uma semana para o show, o que descartou qualquer possibilidade de ele estar presente. Mas, felizmente, o pior já passou e vamos torcer para que ele se recupere logo.

A segunda baixa foi da cantora Raissa Ramos, que anunciou seu desligamento da função de backing-vocal faltando poucos dias para a apresentação por motivos, segundo ela, pessoais. 

Juliana Rossi, que fez participação no ShamAngra há pouco tempo, foi recrutada para unir forças ao lado do gênio Fabio Caldeira, do Maestrick. De resto é a mesma formação de sempre com os lendários Aquiles Priester (bateria), Fabio Laguna (teclados) e os já veteranos Diogo Mafra (guitarra) e o Raphael Dafras (baixo), que sempre dispensam comentários.

O repertório focou mais nas músicas dos álbuns “Rebirth” (2001), “Temple Of Shadows” (2004) e intercalando com algumas de sua carreira solo, principalmente do mais recente disco, “Eldorado”. “Acid Rain”, “Waiting Silence”, “Millennium Sun”, “The Temple Of Hate” e entre outras perolas do passado deixaram os fãs enleios, como sempre.

A primeira do “Eldorado” foi “Sacrifice”. Nela o Edu deixou todos à vontade para cantar (com muita força) o refrão que dá título à música; “Land Ahoy”, a única do “Vera Cruz” e um dos ‘high-light’ do álbum, teve como destaque a participação do renomado violinista Fábio Lima e dos jatos de faísca e de fumaça que eram ejetados na parte frontal do palco durante o épico refrão.

O palco teve os mesmos elementos da turnê passada, com os dois soldados de seis metros e meio de altura, dois canhões em volta da bateria e outros itens que faz referência a uma caravela, mas as ilustrações referentes ao álbum mais recente, que retrata sobre o México antigo, surgiram na rápida “Tenochtitlán” com uma estátua asteca se inflamando atrás do Aquiles, lembrando muito ao que a Donzela faz quando o Eddie aparece na música Iron Maiden.

Antes de mandar mais duas do “Eldorado”, Edu pediu, como de costume, para ascender a lanterna dos celulares em “Bleeding Heart”, que virou hit nacional graças a releitura do Calcinha Preta (em português) e da saudosa Marilia Mendonça. Há pouco tempo, ele cantou ela para trinta mil pessoas na gravação do novo DVD da banda de forró cearense.

Em “Señores Del Mar (Wield the Sword)” contou novamente com a presença do Fabio Lima, que a introduziu da mesma forma como está no disco. O público fez muito bem em puxar ‘Oh, Oh, Oh’ após os versos cantados em espanhol. A intenção, desde que foi feito o anuncio, era ter a participação do José Andrëa, do Mägo de Oz, nessa parte. Mas, infelizmente, ele anunciou que também não poderia estar presente na véspera do show em suas redes sociais.

A tão aguardada gravação do vídeo clip, conforme mencionado no começo, veio na “Eldorado”, tocada pela primeira vez ao vivo.  E para o futuro material ficar bonito, Edu, junto com o Aquiles, pediu para que todos aplaudissem durante as batidas que introduz a melhor música da carreira solo do Edu. O gesto, rapidamente atendido, remeteu a icônica “We Will Rock You”, do Queen.

A participação mais aguardada da noite apareceu em “Heroes Of Sand” com o Roy Khan, ex-vocalista do Kamelot, que a cantou perfeitamente bem. Edu não poupou elogios ao cantor, que declarou ser uma de suas influencias nos drives. 

E ele, claro, não poderia deixar de cantar uma música da banda que popularizou seu nome para o mundo, e a escolhida foi a clássica “Center of the Universe”, a qual não cantava desde que se desligou da banda há quatorze anos. Antes dela teve uma palinha de “Cry” para galera sentir como serão os shows do Conception, que estará aqui no Brasil na primeira semana de março.

As derradeiras ficaram por conta das tradicionais “Spread Your Fire”, “Rebirth” e “Nova Era”. Mas não acabou por ai! Alguns, como este que escreve, acabou se retirando do local após a trinca. Quem ficou por mais alguns minutinhos teve a oportunidade de ver um medley acústico entre Fabio e o Edu com “Wish You Were Here” (Pink Floyd) e “Pegasus Fantasy” (Os Cavaleiros do Zodíaco).

Mais uma noite e mais um show histórico em que os fãs e o próprio Edu não vão esquecer nem tão cedo e alimentando a expectativa para a próxima turnê, onde o vocalista irá “voltar no tempo”. Vamos aguardar pelas novidades, que promete surpreender todos.


Texto: Gabriel Arruda

Fotos: Caike Scheffer

 

Produção/Realização: Agência Artística

Assessoria de Imprensa: TRM Press

 

Edu Falaschi

Live and Learn

Acid Rain

Waiting Silence

Sacrifice

Millennium Sun

Land Ahoy

The Temple of Hate

Tenochtitlán

Bleeding Heart

Señores Del Mar (Wield The Sword)

Eldorado

Heroes of Sand (feat. Roy Khan)

Cry / Center of the Universe (feat. Roy Khan)

Spread Your Fire

Rebirth

Nova Era

***Encore***

Wish You Were Here (by Pink Floyd)

Pegasus Fantasy (by Cavaleiros do Zodíaco)

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