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sexta-feira, 2 de fevereiro de 2024

Cobertura de Show: Edu Falaschi – 27/01/2024 – Tokio Marine Hall/SP


A sombra do sucesso vem sendo o melhor amiga do Edu Falaschi. A sua carreira, com a proposta de revisitar os clássicos de sua fase com o Angra, rendeu não só shows com ingressos esgotados, mas também dois grandes álbuns (“Vera Cruz” e o novato “Eldorado”) e dois DVDs (“Temple Of Shadows In Concert” e o “Vera Cruz – Live In São Paulo”) marcados na história do Heavy Metal nacional.

Quem já teve a experiência de assisti-lo ao vivo nos últimos 2/3 anos sabe que os shows vão muito mais além do que a própria música. O vocalista, que não se contenta com o simples, traz uma produção visual que nenhum artista/banda do gênero jamais fez aqui no Brasil, e não foi diferente no último dia 27 de janeiro, proporcionando mais um mega espetáculo que ficou marcado pela nostalgia, participações especiais e gravação de vídeoclipe.

A abertura dos portões, prevista para abrir às 20hrs, teve um pequeno atraso de cinco minutos. O setor que teve grande recepção foi a pista premium, que teve os ingressos esgotados faltando poucas semanas para o show. A pista comum, que tinha poucos ingressos disponíveis, recebeu uma ótima quantidade de pessoas também.

Não bastou somente a presença massiva do público (a maioria vinda de longe) como também de grandes ícones do Rock e Metal nacional, entre eles Guilherme Isnardi, vocalista de uma das bandas que fez muito sucesso nos anos 80, Zero; Guilherme Hirose e Bill Hudson, ambos vocalista e guitarrista da NorthTale, e do Victor Emeka, atual voz do Hibria.

Assim como nas últimas vezes, Edu e seu staff não colocaram banda de abertura. Porém, no lobby da casa, a Santíssima Trindade, conhecida por tocar nos principais bares de São Paulo, fez um excelente esquenta com os clássicos do Black Sabbath, Deep Purple, Led Zeppelin e de projetos que vieram dessas bandas, como Rainbow, Whitesnake e Dio. 

A banda tem como vocalista o respeitado Nando Fernandes (Sinistra) que, como sempre, recebeu muitos elogios pelo seu timbre impressionante. Fernando Piu (guitarra, Virus), Fabio Guedes (baixo) e Ivan Scartezini (bateria) completam a formação.

Edu e banda entraram no palco, às 22h05, a todo vapor com “Live And Learn”, do EP “Hunters And Prey (2002), antecedido pelos gritos de “Edu, Edu, Edu”. Logo de começo demos de cara com duas mudanças, a primeira do Victor Franco, que cobriu a ausência do Roberto Barros no seu primeiro “grande show” da carreira. Com apenas 23 anos, o ainda moleque (ovacionado em vários momentos) tirou de letra as linhas do Kiko Loureiro e do Roberto em apenas 20 dias.

Em vídeo, exibido no telão da casa, Barros falou que teve um pequeno furúnculo no seu joelho, descoberto na virada do ano, causando uma infecção séria. O guitarrista, que está internado desde o dia 2, começou o tratamento de recuperação faltando uma semana para o show, o que descartou qualquer possibilidade dele estar presente. Mas, felizmente, o pior já passou, e vamos torcer para que ele se recupere logo.

A segunda baixa foi da cantora Raissa Ramos, que anunciou seu desligamento da função de backing-vocal faltando poucos dias para a apresentação por motivos, segundo ela, pessoais. Juliana Rossi, que fez participação no ShamAngra há pouco tempo, foi recrutada para unir forças ao lado do gênio Fabio Caldeira, do Maestrick. De resto é a mesma formação de sempre com os lendários Aquiles Priester (bateria), Fabio Laguna (teclados) e os já veteranos Diogo Mafra (guitarra) e Raphael Dafras (baixo), que sempre dispensam comentários.

O repertório focou mais nas músicas dos álbuns “Rebirth” (2001) e “Temple Of Shadows” (2004), intercalando com algumas de sua carreira solo, principalmente do mais recente “Eldorado”. “Acid Rain”, “Waiting Silence”, “Millennium Sun”, “The Temple Of Hate” e entre outras pérolas do passado deixaram os fãs enleios.

“Sacrifice”, a primeira do Eldorado, Edu jogou o sugestivo refrão para a plateia cantar com extrema força. “Land Ahoy”, a única do “Vera Cruz” e um dos ‘high-lights’ do álbum, teve como destaque a participação do renomado violinista Fábio Lima e dos jatos de faísca e de fumaça que eram ejetados na parte frontal do palco durante o épico refrão.

O palco teve os mesmos elementos da turnê passada, com os dois soldados de seis metros de altura, dois canhões em volta da bateria e outros itens que faz referência a uma caravela junto com as ilustrações referentes ao trabalho mais recente, que retrata sobre o México antigo. Tais ilustrações apareceram na rápida “Tenochtitlán”, com uma estátua asteca se inflamando atrás do Aquiles, lembrando muito ao que a Donzela faz quando o Eddie aparece na música Iron Maiden.

Antes de mandar mais duas do “Eldorado”, Edu pediu, como de costume, para ascender a lanterna dos celulares em “Bleeding Heart”, que virou hit nacional graças a releitura do Calcinha Preta (em português) e da saudosa Marilia Mendonça. Há pouco tempo, ele cantou ela para trinta mil pessoas na gravação do novo DVD da banda de forró cearense.

Em “Señores Del Mar (Wield the Sword)” contou novamente com a presença do Fabio Lima, que a introduziu da mesma forma como está no disco. O público puxou um maravilhoso ‘Oh, Oh, Oh’ após os versos cantados em espanhol. A intenção, desde que foi feito o anuncio, era ter a participação do José Andrëa, ex-Mägo de Oz, mas, infelizmente, ele anunciou que também não poderia estar presente na véspera do show em suas redes sociais.

A tão aguardada gravação do vídeoclipe, conforme mencionado no começo, veio na “Eldorado” (a música), tocada pela primeira vez ao vivo.  E para o futuro material ficar bonito, Edu, junto com o Aquiles, pediu para que todos aplaudissem durante as batidas que introduz a música, que é uma das melhores da carreira solo do Edu. O gesto, rapidamente atendido, remeteu a icônica “We Will Rock You”, do Queen.

A participação mais aguardada da noite apareceu em “Heroes Of Sand” com o Roy Khan, ex-vocalista do Kamelot, que a cantou perfeitamente bem. Assim que pisou no palco, Edu não poupou elogios ao cantor, que declarou ser uma de suas influencias nos drives. 

E ele, claro, não poderia deixar de cantar uma música da banda que popularizou seu nome para o mundo, e a escolhida (mais do que certa) foi a clássica “Center of the Universe”, a qual não cantava desde que se desligou da banda há quatorze anos. Antes dela teve uma palinha de “Cry” para galera sentir como serão os shows do Conception, que estará aqui no Brasil na primeira semana de março.

As derradeiras ficaram por conta das tradicionais “Spread Your Fire”, “Rebirth” e “Nova Era”. Mas não acabou por ai! Alguns, como este que escreve, acabou se retirando do local após a trinca. Quem ficou por mais alguns minutinhos teve a oportunidade de ver um medley acústico entre Fabio e o Edu com “Wish You Were Here” (Pink Floyd) e “Pegasus Fantasy” (Os Cavaleiros do Zodíaco).

Mais uma noite e mais um show histórico em que os fãs e o próprio Edu não vão esquecer nem tão cedo e alimentando a expectativa para a próxima turnê, onde o vocalista irá “voltar no tempo”. Vamos aguardar pelas novidades, que promete surpreender todos.


Texto: Gabriel Arruda

Fotos: Caike Scheffer

 

Produção/Realização: Agência Artística

Assessoria de Imprensa: TRM Press

 

Edu Falaschi

Live and Learn

Acid Rain

Waiting Silence

Sacrifice

Millennium Sun

Land Ahoy

The Temple of Hate

Tenochtitlán

Bleeding Heart

Señores Del Mar (Wield The Sword)

Eldorado

Heroes of Sand (feat. Roy Khan)

Cry / Center of the Universe (feat. Roy Khan)

Spread Your Fire

Rebirth

Nova Era

***Encore***

Wish You Were Here (by Pink Floyd)

Pegasus Fantasy (by Cavaleiros do Zodíaco)

domingo, 10 de janeiro de 2021

Ruins of Elysium: Uma Odisséia Metálica/Sinfônica pelos 7 Mares

 


A Ruins of Elysium está de volta após um longo período de produção de seu novo álbum intitulado “Amphitrite - Ancient Sanctuary in the Sea”, que será lançado no dia 15 de janeiro de 2021. 

Assim como o álbum anterior, “Seeds Of Chaos and Serenity”, esse trabalho apresenta muita ousadia e desta vez eles trazem convidados muito especiais, começando com a primeira música “Alexiel - An Epic Lovestory”, um dueto absurdo entre o tenor Drake Chrisdensen e a soprano Melissa Ferlaak ( ex - Visions of Atlantis, Aesma Daeva e Echoterra, atualmente na banda Plague of Stars ), além disso um belo arranjo orquestral e coral dignos de trilha sonora de um filme épico. 

Quem já ouviu os trabalho anteriores da banda sabem o quanto suas músicas são cheias de detalhes e dessa vez não foi diferente, “Queen Of The Seven Seas” é um convite para viajar através de uma harmonia perfeita entre os arranjos clássicos e uma bateria enérgica que não te deixa cair em monotonia. 

Passando para a próxima faixa, “Belladonna”, é difícil explicar o que senti logo nos primeiros segundos da introdução, mas mais uma vez a bateria rápida e agressiva de Icaro Ravelo (que também é o responsável pelos teclados da banda) me hipnotizou e eu só consegui voltar a mim para poder prestar mais atenção aos outros elementos quando o ritmo diminuiu e o som das castanholas e o solo de violão em estilo espanhol começaram. 

Em “Leviathan” o ritmo diminui temporariamente, mas também é um dos momentos mais bonitos do álbum até aqui. Se você gosta de “viajar” na música, com certeza a instrumental “Oceanic Operetta” irá te oferecer isso por quase três minutos. Logo após, toda a teatralidade de Drake está de volta em “Atlas”. 

Melissa Ferlaak ( Plague of Stars, EUA) e Föxx Salema (Brasil), duas das convidadas especiais do álbum

Para mim, “Book of Seals” é a música mais acessível para aqueles que não estão acostumados à toda grandiosidade característica do metal sinfônico, mas nem por isso é menos trabalhada. 

Chegando em “Amphitrite” eu preciso dizer que amo a versatilidade vocal de Drake, mas seus vocais mais suaves simplesmente me derretem.

Como eu tenho acompanhado a banda nas redes sociais eu confesso que estava ansiosa para ouvir “Okami - Mother Of The Sun“, com participação de Föxx Salema, com instrumentos tradicionais japoneses e algumas partes cantadas em japonês essa música é uma das minhas favoritas. 

Rayssa Monroy da banda nordestina Vangloria Arcannus é outra das convidas especiais

Mais uma vez trazendo temáticas não habituais no  metal, em “The Ocean Is Yemanja's”, banda mostra que qualquer tema pode ser bem abordado, inclusive afro-brasileiros. Essa música ainda merece destaque pelas participações das cantoras Rayssa Monroy e Zaiiah e também pelo tema LGBT já abordado em álbuns anteriores. 

Já na reta final ainda dá tempo de levar uma porrada em “Cathedral Of Cascades” e aqui mais uma vez Ravelo rouba a cena. E para encerrar de forma épica, “Canzone Del Mare (Canção do Mar)”, que não tem nada de novo a ser acrescentado após a chuva de diversidade cultural apresentada nas músicas anteriores. 

Amphitrite - Ancient Sanctuary in the Sea” é um álbum excelente, porém pode ser difícil de digerir se você prefere músicas com arranjos mais simples.

Percebe-se que a banda preparou cada detalhe com muito cuidado e carinho, apesar de tantos elementos diferentes, a proposta grandiosa de te fazer viajar pelos sete mares é entregue durante a execução das 12 faixas.

Texto: Raquel de Avelar
Edição: Carlos Garcia

Banda: Ruins of Elysium
Álbum: Amphitrite - Ancient Sanctuary in the Sea (2021)
País: Brasil
Estilo: Epic Symphonic Metal


Track-list:
01. Alexiel – An Epic Lovestory (Ft. Melissa Ferlaak)
02. Queen Of The Seven Seas
03. Belladonna
04. Leviathan
05. Oceanic Operetta
06. Atlas
07. Book Of Seals
08. Amphitrite
09. Okami – Mother Of The Sun (Ft. Föxx Salema)
10. The Ocean Is Yemanja’s (Ft. Rayssa Monroy & Zaiiah)
11. Cathedral Of Cascades
12. Canzone Del Mare (Canção do Mar)



 

quarta-feira, 3 de junho de 2020

Interview - Vodu: 35 Years of Metal, and the Best is Yet to Come!



VODU occupies a prominent place in the Brazilian Heavy Metal history gallery, founded in 1985, was one of the pioneers of the style, sharing the space with other historical bands that emerged in the early 80's, mainly in the São Paulo circuit.  (Versão em português)

Vodu was also one of the first Brazilian Heavy Metal bands to release a full-length, "The Final Conflict" (1986), achieving excellent repercussions, earning them a tour that even passed through Argentina.

After their debut, the band released another EP and two full-lenghts, but the line-up changes, new directions in the music business and other difficulties ended up leading to a long hiatus started after the release of the album "Endless Trip" (1993), and that lasted until 2015, when Vodu came out of hibernation and started a comeback with a lot of energy and new breath.

With the return of Vodu, who wins is the Heavy Metal scene, and now the band is about to release their new full-length, "Walking With Fire". Preceded by the demo "Voodoo Doll" (2018), the new album promises to be the best of the band so far, is what they bet!

We had a chat with Sérgio Facci, founder and only member present in all the band's line-ups, and with vocalist André Gois, to talk a little more about the return of Vodu, about the new album and bring a little of the history of this great brazilian band. If you love the Classic Heavy Metal, you will love love to hear Vodu's new album! Come on, let's WALK WITH THE FIRE!


RtM: The band had a long hiatus, although the members always continue with projects related to music, and it was always a name remembered when talking about pioneer brazilian Metal bands. Tell us a little about how you lit this flame, which resulted in the desire to return with the band.
Sérgio Facci: We were invited separately to an event that the band VIPER does annually, this in 2015. When we realized, we were André Pomba, André Gois, J.Luis "Xinho" Gemiganani and me in the dressing room, ready to play a Viper song! Then the idea of ​​resuming our path came up, as long as it was with the objective of making new material!! And we left for this mission .... and in a few days you will hear our new work: the CD "Walking With Fire"!!

RtM: And to reach this current formation? With members of the initial phase, including Andre on vocals, I felt that you sought a line-up that had a chemistry and also pride of band's history and in writing new chapters.
Sérgio Facci: It was a bit of a coincidence, because Jeff (guitarist of the second phase of VODU), also came back with us, but for professional reasons, he was unable to continue, and then Paulo Lanfranchi (also guitarist of the second phase), who was playing with me on V PROJECT, the band returned and we formed our line-up!!

RtM: And the initial embryo of Vodu? Tell us a little bit about how the band came about and also about the opportunity to record the first album, which even included one of the first full-length albums of Brazilian Metal.
Sérgio Facci: The band came from the first band I formed at school. The band was called Resomnância and it was at the time of the KISS concert in Morumbi (1983)!! Marcelo Boccato, who played guitar and I, wanted to go to the show, we bought tickets, but we had no one to go to ... and a friend of a friend offered us a ride ... that friend was André Cagni!! And he said he played bass ... then we called him to join the band!

With him, we incorporated a second guitarist, Bruno Bomtempi Jr. Boccato ended up leaving, we found a vocal called Jeferson, and then we changed the band's name to VODU! André Gois "Andrews" at the time, took over the vocals and we started the walk with shows in schools, and festivals, until we had the opportunity to record our first LP.

RtM: The tour of the album also yielded many shows, isn't it? Even outside the country. Tell us a little about that, and also what the conditions were like at that time, like, transport, accommodation, the sound in the places.
Sérgio Facci : Yes!! André Pomba already helped a lot in Rock Brigade (Magazine and our record label) and had many contacts, which ended up generating many shows ... and among them, we met Pocho Almeida who had a fanzine or something in Argentina, and invited us to we go there to do 3 shows!! All VODU shows, were in a very underground way! We used to go to the bus station, the regular bus and we left ... many kilometers traveled ... lodging was usually at the producer's house or some friend of the same, there was rarely a hotel and more rarely the hotel was good !! Ha ha ha!! As for the equipment, everything was suffered, because there was not a very good thing here in Brazil, so we took what was given and faced the rest in the place .... often it hurt ... but, that's the way that it is!!


RtM: Why did the band, after a promising start, have the lineup change? Especially André's departure, because the change of vocal is usually something that is more felt.
Sérgio Facci: Ah ... that was ideology at the time, lack of experience, immaturity, lack of financial return, ... finally, a sum of factors.

RtM: You started the movement in Brazil, alongside Viper, for example, who sang in English, contrary to a trend at the time, which was to make the songs in Portuguese, such as Stress, Centúrias, Harppia and others. Have you ever dreamed of and dreamed of an outside market? Or because it really is the most used language in Rock and Metal.
Sérgio Facci: We started singing in Portuguese, a box with the LPs Seeds of Destruction and No Way will also be released by Classic Metal, with some video bonuses (including two songs in Portuguese - our beginning!)

RtM: Do you Measure the importance of Vodu within the history of Brazilian Metal?
Sérgio Facci: Ahh .. We were one of the pioneering bands, we played in almost all of Brazil in a difficult time, we went to the Northeast, south, Argentina, in short, we divulged heavy metal at the beginning of the scene here in Brazil!

RtM: What motivated the band to end activities after “Endless Trip” (93)? In the 90s many bands here in Brazil and abroad felt that change in the music industry, could this also have affected the decision?
Sérgio Facci: Yes. We were really tired, and that ended up "motivating" the end of activities, or suspending, ha ha ha!!

RtM: During those years when the band was at a standstill, we had many changes in the music industry and scene, and of course, in the Metal scene, such as the explosion of the internet, mp3, digital platforms and we are even now seeing in recent years a resumption in growth physical media. I would like you to comment on the main differences from that time when you started and the current one, what has improved and what has worsened in your opinion?
Sérgio Facci: So everything changed literally!! Dissemination, sharing of the songs, in short, everything became much easier!! In the past you used to send cassette tapes via mail, it took a month or more to reach your destination, and that is now gone. Disclosure the same thing, all via mail, today you drop the note here and in 2 minutes you are already in the world!

 "It will certainly be the best VODU album! Much effort and dedication are in this work!"
RtM: Talking about the new album, have you started working on the new songs in 2015, right after the return? Talk a little about this process, and I believe that a lot of things must have changed in the compositions since then? How many new songs have you composed?
Sérgio Facci: Yes. Since 2015 we have made new compositions, for the CD there were around 12 songs and nine were recorded. The compositions are mostly André Gois and Pomba, Xinho also has one and our friend Valder Santos presented us with two sensational songs! Val was a drummer for VIPER at the time of the Theater of Fate, then became a member of TOYSHOP, being one of the great composers I met until today.

RtM: Besides, of course, you will re-record some songs from the first albums, with better conditions, and maybe closer to the way you would like it to sound on the original recording.
Sérgio Facci: Yes, there are five songs re-recorded and revamped. "Final Conflict" and "Let Me live" from the LP "Final Conflict" and Seeds Of Destruction", "Whats the Reason?", and "Keep On Fighting", all from the second LP "Seeds Of Destruction".

RtM: About the music re-recordings of the first albums, in addition to the possibility now of giving a better recording, have you changed any arrangements? And what criteria did you use when choosing re-recordings.
Sérgio Facci: Yes, we changed some songs, and we chose the ones that stood out the most.

RtM: Not only in the case of VodU, but many recordings of the time did not translate what the band did on stage, and now, adding the experience, equipment and more capable studios, do you think that this new album may be the best of the band ?
Sérgio Facci: Look, it will certainly be the best VODU album! Much effort and dedication are in this work!!

RtM: When were you planning to release the album? Now this situation with the pandemic has certainly delayed the plans for launch even more. Other than that, what are the main difficulties you currently encounter?
Sérgio Facci: Actually this album was supposed to come out last year (2019), but some setbacks happened and delayed the release, now with the pandemic, it ended up delaying a little more, but in a month the CD will be with you !!

 "'Walking With Fire' was chosen to be the title song because it is very strong and represents the spirit and style that we have today, a classic Heavy Metal."
RtM: Something that I thought was cool was the theme of some lyrics, having to do with the name of the band, like Voodoo Doll (those drum percussions fell very well, gave a nice atmosphere) and Say My Name. I would like you to comment more on these two songs.
André Gois: "Say My Name" and "Voodoo Doll" have a theme of horror and fantasy, something that we have never explored in the past because we are more focused on political and social issues. Now, after so long, this horror and fantasy theme makes more sense for the more classic Heavy Metal style we play and with the name of the band, which we never explored too. "Voodoo Doll" talks about a guy who got involved with a voodoo witch and lost his soul (ha ha ha) and "Say My Name" talks about a ritual, with the saying what needs to be done for it to manifest.

RtM: Walking With Fire, title track, which also came out as a bonus in the CD version of Final Conflict. I would like you to also talk more about her, and also why you chose it for the title track.
André Gois: "Walking With Fire" was chosen to be the title song of the album because it is very strong and represents the spirit and style that we have today, a classic Heavy Metal, melodic, heavy and fast with rhythm variations many times. It speaks of a turnaround, that it is better to leave behind what no longer belongs to us or that has never belonged to us and move on, even though the road and the storm may be frightening.

RtM: The demo “Voodoo Doll” gave a very good idea of ​​what is to come, I personally liked it a lot, generating a lot of expectations. What more tracks do you think will have better acceptance and faster assimilation by the public? Are there any that have any elements that you think might cause some surprise?
Sérgio Facci: I believe that "I Spit On Your Grave" and "(Un) blessed", which are two very strong songs!!

RtM: I would like you to talk about how you are feeling the repercussion and acceptance of the new songs that have already been presented to the public, in addition to the challenge of showing the band's sound to a new audience, seeking space in the current scenario.
Sérgio Facci: Just compliments! The guys have really enjoyed the clips and commented a lot on the networks!! And with the added experience over all these years, we are prepared to release a great album.

RtM: This time you aim for something more outside of Brazil? What expectations do you have the most for the band's future?
Sérgio Facci: Yes, always! I hope to show that VODU has grown and modernized, without forgetting the roots of Heavy Metal!!

RtM: And the members who recorded the following albums? Did you think of any special participation on the new album? Perhaps at a launch show with special guests, including some former members.
Sérgio Facci: Only myself who participated in other LPs. As for the guests, YES, we will be delighted to have our friends and former members from other backgrounds !!

RtM: To close this interview, what do you think about commenting a little on each Voodoo album, the main differences between them and what they represent in the band's history?
Sérgio Facci: Let's do it:

 "The Final Conflict" - our first work, the beginning of everything, this LP opened the way for many bands and musicians! We were a band that tried to make heavy metal well worked and well played!

"Seeds Of Destruction" - It was the band's most "thrash" phase. Fast songs without losing the characteristic of having a good musical work

"No Way" - Actually an EP, which was recorded on one side, live at Club CAVERNA II in Rio de Janeiro and on the other side, some ideas in a farm studio in the interior of Rio de Janeiro as well.

"Endless Trip" - Our [last recorded work. We try to mix electronic elements with our sound.


RtM: Thanks for the interview, we are waiting for news about the album! There is space for your final message and also to inform the headbangers where they can purchase the new material, digital platforms.
Sérgio Facci: I would like to thank you for the space open to us, and to say that you do a sensational work to promote the bands.
Thanking our friends and fans for all the strength and encouragement you give us ... Thanks !!
And bangers, follow our social networks !! On our website - www.voduband.com, there are direct links to all our networks, and there you will know about the release of the new CD!! Facebook / Instagram / Youtube among others are there! And in the next few days we will launch the pre-sale of our CD, with some extra bonuses ...follow us and stay tuned!!

Thanks Bangers - When the metal needles touch you, you will be forever possessed!


Interview: Carlos Garcia

Vodu:
André Gois: Vocals
Sérgion Facci: Drums
André "Pomba" Cagni: Bass
 J.Luis "Xinho"Gemiganani: Guitars
Paulo Lanfranchi: Guitars


       

       

       


quinta-feira, 28 de fevereiro de 2019

Tuatha de Danann: "Queremos nos manter relevantes e capazes de nos desafiar"



O Tuatha de Danann surgiu em Varginha, Minas Gerais, em 1994, ainda sob o nome Pendragon, mudando para o nome atual pouco tempo depois, pois procuravam algo que melhor se encaixava às inspirações do grupo na música e culturas celta. Tuatha de Danann era o povo da deusa Danu, raça de seres encantados da Irlanda mítica. A banda foi forjando uma identidade musical muito forte e original, mesclando o Heavy Metal às nuances celtas, folk e medievais, além de outros ingredientes. O certo é que no Tuatha de Danann a liberdade criativa é a palavra de ordem.  (Read the english version)

Com seis trabalhos de estúdio lançados, sem contar a regravação de 2016 do primeiro EP, o Tuatha de Danann sempre se colocou entre as principais e mais originais bandas do cenário brasileiro, inclusive conquistando muitos fãs e bons resultados em diversos países da Europa, tendo se apresentado no Wacken em 2005, durante a divulgação de "Trova di Danu" (2004), álbum lançado por um grande selo, e que alçou a banda a um patamar maior, inclusive proporcionando a gravação do DVD acústico "Acoustic Live" (2009), porém alguns desgastes, atrasos e descumprimentos de prazos pela gravadora, além de outros fatores, levaram a dissolução da banda em 2010.

Mas em 2013 a banda retorna disposta a recuperar o tempo perdido, e lançam em 2015 o elogiado "Dawn of a New Sun". Agora em 2019 o Tuatha de Danann apresenta seu álbum mais diversificado, "The Tribes of Witching Souls", trazendo as características marcantes de sua sonoridade, como as melodias celtas e medievais, canções com climas festivos e empolgantes, mas também com temáticas mais sérias e atuais, e até fatos históricos de Minas Gerais.


Conversamos com o fundador, vocalista e multi-instrumentista Bruno Maia para saber um pouco mais sobre o novo álbum, a parceria com Martin Walkyer (Ex-Skyclad), o posicionamento firme da banda contra injustiças, ganância, racismo, e fascismo, ou seja, elementos tóxicos que têm crescido preocupantemente. Confira!


Road to Metal: Para começar, gostaria que você falasse a respeito da atual fase da banda, desde o retorno com “Dawn of a New Sun” após um hiato, e agora com este novo trabalho, “The Tribes of Witching Souls”. Gostaria que você falasse sobre o que aquele hiato e as mudanças na formação representaram para a banda. 
Bruno Maia: Houve um hiato de 3 anos sem banda. Isso foi de dezembro de 2010 até meados de 2013. Voltamos em 2013 para alguns shows esporádicos e daí lançamos o “Dawn” em 2015. O “Dawn” foi um disco que gostei demais de fazer e lançar, pois pessoalmente meus últimos 2 lançamentos até o “Dawn” tinham sido bem complexos, bem progressivos, que foram o disco do Braia e do Kernunna, e o “Dawn” veio mais direto, sem tanta viagem, do jeito que precisava. Adoro esse disco e o som dele. Depois disso, lançamos em 2016 uma nova versão de nosso primeiro disco, daí o guitarrista saiu em 2017, e em 2018, bem no início do ano, foi a vez do Rodrigo baterista; ambos saíram por conta própria e nós, nunca pensamos em parar.  


RtM: Vocês seguiram então somente com 3 membros oficiais.
Bruno: Hoje, de membros fundadores estou eu e o Giovani na formação, já o Edgard está conosco oficialmente há apenas 15 anos e nosso relacionamento é muito legal, positivo e sem fissuras. Temos todo o clima e amizade necessários para continuar com o Tuatha por muito tempo ainda e pra mim, sinceramente, a banda vive um ótimo momento repleto de leveza, vontade e positividade. As coisas não acontecem por acaso, foi necessário isso tudo acontecer pra banda estar aqui ainda e o fato de termos lançado um trabalho novo com tanta relevância agora é a prova disso que falo.


RtM; Você  já vinha falando que este novo álbum seria o mais diversificado da banda. Algo que percebi foi uma atmosfera mais “séria”, digamos, com menos temas fantástico e “festivos”. Quais elementos você acredita que são os mais diferentes e surpreendentes que o ouvinte vai encontrar?
Bruno: O disco é bem diversificado mesmo, pode sacar que as músicas não tem nada a ver uma com a outra, mas todas carregam um elemento Tuatha. Temos uma carga identitária muito forte que foi moldada ao longo dos anos, uma marca composicional que possuímos que só o Tuatha tem, ou no máximo alguma coisa do Braia ou Kernunna. Os elementos mais festivos e alto astral você encontrará apenas na faixa título (talvez até demais, uma vez que essa música é uma das mais positivas e pra cima que já ouvi), já as outras tem elementos diversos que vêm de fontes variadas de inspiração.

"O motivo de continuarmos a criar é ser relevantes pra nós mesmos e nossa música ser capaz de nos desafiar e encantar."
RtM: O Tuatha é uma daquelas bandas que possuem uma sonoridade própria, algo difícil, principalmente em tempos atuais, e também, acredito, proporciona uma liberdade musical ampla, permitindo ousar, e neste álbum ficou demonstrada ainda mais essa liberdade, e a sensação de que a banda pode ir ainda muito mais além. Gostaria que você comentasse a respeito.
Bruno: Que legal você captar isso! É gratificante que alguém fora do núcleo criador perceba isso e aponte. Mas eu acredito que este é o motivo e o porquê de continuarmos a fazer música: ser relevantes pra nós mesmos e nossa música ser capaz de nos desafiar e encantar ainda. Não faria sentido fazer o mesmo som sempre. E o mais legal é que conseguimos isso sem abandonar nossos elementos próprios e tão característicos. Creio que estamos vestidos de nós mesmos e sem medo de seguir adiante.


RtM: Sim, justamente, se o músico não buscar se desafiar, ousar, acredito que, tanto ele como o público perderão o interesse! Bom, você já citou antes a faixa título, que também foi o primeiro single, e ela trouxe os elementos já familiares aos fãs da banda, uma típica música do Tuatha. Vocês escolheram já a canção principal justamente por isso? Gostaria também que você falasse um pouco mais sobre ela.
Bruno: Exatamente, a “Tribes…” foi lançada primeiro até pra galera que nos acompanha sacar que a banda continuava firme e forte. Esse som é um trem 100% Tuatha de Danann . . . ela tem a levada típica de nossas aberturas de disco, o clima pra cima, com abafadas legais de guitarra, uma melodia bem Beatles e os temas celtas perpassando toda a canção. Sem contar com a participação dos duendes e tudo mais. 


RtM: Já o segundo single, “Your Wall Shall Fall”, traz elementos diferentes, tratando um tema bem atual e forte, saindo das temáticas mais fantasiosas. E tem um convidado bem especial, Martin Walkyier, ex-Skyclad, e grande influência do Tuatha. Gostaria que você falasse um pouco mais a respeito dessa canção e claro, da participação do Martin.
Bruno: Cara, essa música a gente tinha feito em 2017, da última vez que ele esteve aqui no Brasil, mas ele nunca ficava satisfeito com a letra, sempre a mudava, o que foi, inclusive, um dos motivos desse lançamento atrasar . . . MAS, é uma canção muito forte, muito pesada e direta, se comparada a outras do Tuatha de Danann, e a letra do Martin é fabulosa, como sempre. A gente ficou muito amigo ao longo dos anos e ficou muito natural as participações. Hoje em dia soa natural, mas há 15 anos isso  (ser parceiro do Martin) seria um sonho. Um sonho alcançado!


"Creio que estamos vestidos de nós mesmos e sem medo de seguir adiante."
RtM: O vídeo para essa música também ficou muito legal, inclusive houve uma campanha da banda para que os fãs, admiradores e amigos enviassem vídeos, os quais alguns seriam usados na edição do clipe. Fale-nos mais a respeito dessa ideia e sua avaliação sobre o resultado final, e se as reações, ao vídeo e canção, foram os esperados.
Bruno: Foi muito legal essa coisa! Foi ideia do próprio Martin, pois pessoas de qualquer lugar do mundo poderiam comprar essa ideia. A letra, embora faça alusões ao “famigerado” muro do Trump, questiona a ganância, a tirania do mercado, os governos autoritários, beligerantes e critica  tudo que divide e oprime o ser humano. É um tema anti tirania e fascismo. Gente dos EUA, Irlanda, Rússia, França, México e vários outros locais enviaram vídeo.


RtM: Aproveitando o tema, parabéns a você e a banda por tocar em assuntos mais delicados, e por posicionamento importante em momento complicado, tanto da humanidade em geral, quanto no nosso país. E gostaria de saber sua opinião quanto ao papel dos músicos, mesmo sofrendo críticas de algumas pessoas, em mostrar um posicionamento claro e firme contra injustiças e desigualdades sociais.
Bruno: O mundo inteiro está experimentando um tipo de guinada à direita e à violência (seja esta no nível discursivo ou físico). Não é só aqui no Brasil, infelizmente. Vivemos numa época que, em teoria, é a que mais temos acesso a informação, a conteúdos, a obras inteiras, trabalhos científicos de universidades do mundo todo e que, mesmo assim, sinistramente, existe muita gente que se informa pelo telefone através de vídeos ou memes quaisquer produzidos por sabe-se lá quem, sabe-se lá por quais motivos e sabe-se lá financiado por quem. 

Aqui no Brasil a coisa ficou tão noia que há muitos  seguidores de astrólogos, de músicos crentes frustrados, tem gente que acha que tortura é algo besta, que é coisa pouca. Muita gente relativizando a desumanidade, a crueldade e a ternura. Quanto ao papel do músico, não acho que ninguém é obrigado a fazer música ativista ou política, mas acho de uma contraditoriedade  doente o tal do headbanger conservador.


RtM: Prosseguindo com os temas do álbum, “Conjura” é uma de minhas preferidas, e traz uma tema histórico, sobre a Inconfidência Mineira. Gostaria que você comentasse mais a respeito dessa canção e a ideia de falar sobre esse tema.
Bruno: Pois é, pode soar como uma grande e fabulosa quimera, uma banda brasileira que canta em inglês, tem um nome celta, influências da música tradicional irlandesa tratar de um assunto tão brasileiro em uma canção. Mas é isso! Eu sou um estudioso da história de Minas Gerais, seu período colonial, seu povoamento e formação sobre vários aspectos. Somos de Minas Gerais e temos uma história muito peculiar aqui no estado graças aos achados do ouro e de diamantes. A chamada Febre do Ouro fez com que Minas efetuasse a maior migração de gente da Europa pra cá, todo mundo atrás do enriquecimento rápido pelo ouro e pedras preciosas. 

Os europeus e sertanistas  enfrentaram serras altíssimas, feras desconhecidas, índios ferozes e muitas outras adversidades pra encontrar seus tesouros nas bandas de cá; eram aventureiros destemidos e gananciosos, muitas vezes fugidos ou exilados de Portugal. Somou-se a este ideário da riqueza rápida um número absurdo de escravos trazidos da África e todos os horrores da escravidão, a alta religiosidade dos jesuítas e das irmandades e ainda o despotismos de régulos donos do sertão. Pronto! Temos todos os ingredientes pra mais sangrenta e estranha história possível. Minas viveu um período que faria os faroestes americanos parecerem Ursinhos Puff. (Muito boa! hahaha)




RtM: Um tema muito Rico!
Bruno: Quero ainda, um dia, fazer um disco conceitual sobre este épico mineiro, vamos ver! Sobre a “Conjura”, queríamos de alguma  forma tratar desse movimento rebelde que vivemos no final do século XVIII, que ficou conhecido como a Inconfidência Mineira e que teve como mártir o alferes Silva Xavier, Tiradentes, que foi o único executado e teve seus membros espalhados pelo Caminho Novo da Estrada Real. Essa conjuração mineira é ainda muito estudada e vem sido desvendada ano a ano pela Historiografia. Não se tratou apenas de, como muito se falou, de uma  “Revolução dos Poetas”;  foi, sim,  um movimento heterogêneo e importante que reuniu intelectuais ilustrados (alguns poetas de renome e talento), fazendeiros, militares, homens poderosos e alguns desgraçados que vieram a trair o movimento como a hoje tão celebrada “Delação Premiada”, que pretendiam uma revolução anti colonialista e republicana, livrar a colônia da metrópole. Infelizmente essa tema nos soa atual, pois vemos o país se sublevando a interesses do IMPÉRIO e entregando suas riquezas, energia e muito do setor estratégico ao capital internacional e mesmo a governos imperiais.



RtM: “Turn” foi uma das que achei mais novidades com relação à suas composições anteriores, e é uma ótima canção, trazendo uma atmosfera mais suave, melodiosa, elementos Folk/Pop, que também percebi no projeto Auri, do Tuomas Holopainen e Troy Donockley. A letra também é muito bonita “Esta vida é uma tela em preto e branco, e cabe a você preenche-la com cores que você gosta...”, e o refrão fala em “Construir novas pontes fora das muralhas”. Nos fale um pouco mais a respeito dessa canção e sobre a letra dela.
Bruno: Eu não conheço esse som que você citou, embora conheça os caras. A “Turn” é uma peça diferenciada dentro do nosso cancioneiro, ela tem um groove bem empolgante, uns elementos talvez “pop” como você disse, mas tem seu peso também. A letra trata mais da omissão de que muitas vezes nos deixamos dominar, sabe? Quando não tomamos partido ou quando deixamos o lado mau vencer e preferimos não nos envolver. Muitas vezes o mal acontece porque o bom não se manifestou, e outras vezes, por achar que não precisamos nos envolver um fato isolado pode crescer em escala e se tornar situação. Acho que a letra  trata disso, ter de  pensar mais, não ser pensado por outros e não sermos omissos, conformados e permissivos.


RtM: “Warrior Queen” soa épica e dramática, com as melodias de flauta e bandolim em destaque, me transportou para uma cena da série Vikings! Ha ha! Conte-nos um pouco mais sobre essa faixa e as inspirações para compô-la.
Bruno: Essa aí foi a última música a entrar no disco. Um amigo queria uma trilha pra uma lutadora de MMA e queria algo bem bélico, medieval, celta, viking, essas coisas. Eu brinquei com ele mostrando um amontoado de clichês e ele adorou….daí eu me convenci que podia ficar legal sim se trabalhasse melhor essa inspiração que me veio meio que de brincadeira….deu no que deu. A letra é inspirada em grandes guerreiras e rainhas guerreiras celtas, como a Boudicca. É uma letra que enaltece a bravura de muitas mulheres, sua dignidade e protagonismo.



RtM: “Outcry”, originalmente gravada no "Dawn of a New Sun", ganhou uma versão mais folk/medieval, e pelo que pude ouvir, acredito que seja, se não 100%, quase totalmente acústica. E que pegada e força nas melodias marcantes e refrão!
Bruno: Adoramos fazer essa versão da Outcry, ficou bem folk mesmo! A letra, infelizmente, é um retrato do Brasil desde a época das descobertas até hoje em dia com essa situação colonial e de entrega ao capital estrangeiro que começou com Pau Brasil, Cana de Açucar, Ouro/Diamante, Café até chegar hoje em dia com o capital estrangeiro por trás das movimentações financeiras e nossos tesouros privatizados, vimos Mariana, Brumadinho e deve vir mais por aí, pois a mentalidade do capital é essa, a rapina: leva-se o lucro e deixa a miséria.


RtM: Outra que aparece em nova versão é “Tan Pinga Ra Tan” (gravada no álbum "Tingaralatingadun" de 2001), com arranjos orquestrais ficou com uma atmosfera incrível. Você teve a intenção de dar uma nova vida a esta importante canção?
Bruno: "Tan Pinga Ra Tan" (N. do R.: a terra da alegria e dos prazeres, criação do Tuatha, baseada nas mitologias que os inpiram) é uma de nossas músicas mais cantadas e queridas. Ela tem uma linda melodia que é forte e parece ser a trilha de um sonho. Queríamos abordá-la de uma outra forma e ficou muito legal assim.


RtM: E como você tem sentido as primeiras reações do público à novas canções nesses primeiros shows da tour?
Bruno: Cara, as pessoas que compraram o disco e falaram conosco tem gostado muito. Até agora as criticas tem sido bem positivas e melhor, eles apontam esses novidades que colocamos nas músicas como potências….Tá demais!!!

"Enquanto tiver gente respondendo a nossa música teremos estímulo pra continuar."
RtM: Finalizando, diga-nos quais as expectativas para este ano e o que vocês almejam para a banda, que possui as qualidades suficientes para alcançar um público maior mundialmente. Você acredita que tenham perdido um pouco de tempo também com o hiato até o lançamento de “Dawn of a New Sun”?
Bruno: Com certeza, ficamos muito tempo sem lançar nada novo. Em 2004, lançamos o “Trova di Danú”. Porém, se bobear, dados os problemas que tivemos com a gravadora naquele ano, o disco foi lançado mesmo  em 2005. Depois disso, lançamos o DVD acústico em 2009, o que foi muito massa até por sermos, acredito, a primeira banda brasileira de Metal a lançar um DVD acústico oficial.

Sofremos muito com atrasos de selos àquela época, o que acabou nos desmotivando, a mim principalmente, tanto que me fez lançar um disco solo ainda em 2007. Somou-se a a isso problemas internos e pessoais, e a banda parou em 2010 quando eu saí no fim do ano. Voltamos pouco tempo depois, mas foi sim muito tempo perdido. Sobre conquistar público maior mundo afora, esperamos que sim. Ávidos e cheios de vontade nós estamos, nunca foi tão legal o clima na banda e isso nos motiva a seguir em frente . . . enquanto tiver gente respondendo a nossa música teremos estímulo pra continuar.

Entrevista: Carlos Garcia
Fotos: Arquivo da banda

Line-Up:
Bruno Maia - vocais, flauta, guitarra, bandolim
Giovani Gomes - baixo, vocais
Edgard Britto - teclados 


Discografia:

2001 - Tingaralatingadun
2002 - The Delirium has Just Began
2004 - Trova di Danú
2015 - Dawn of a New Sun
2019 - The Tribes of Witching Souls
EPs
1999 - Tuatha de Danann
2016 - Tuatha de Danann (Relançamento do EP com 6 faixas bônus regravadas)
DVDs
2009 – Acoustic Live
Demos
1995 - The Last Pendragon (Primeira demo, lançada quando a banda se chamava Pendragon)
1998 - Faeryage (Segunda demo, agora com o nome 'Tuatha de Danann')

O álbum "The Tribe of Witching Souls" pode ser adquirido nos links abaixo:
Heavy Metal Rock Label/Store
Site Oficial da Banda
CD Baby
Die Hard Store


       


         


       


     




sábado, 22 de dezembro de 2018

Maestrick: Stunning Prog Rock/Metal From Brazil




Formed in 2006 at São José do Rio Preto, São Paulo, Maestrick is one of the most impressive new bands from Brazil. With two EPs, "H.U.C. (2010) and "The Trick Side of Some Songs" (2016), and one Full-Lenght, "Unpuzzle" (2011), the band now present their new and daring album, the first part of a double CD, "Espresso Della Vita: Solare".  (Confira a versão em português)

The time the band took to produce their second full-lenght, the first part of the double work, "Espresso Della Vita: Solare", is fully justified by the quality of the songs and the excellent production of this album. I even thought to simplify this review, simply to recommend them to acquire and listen to this beautiful and inspired work of Rock/Metal Progressive.

I thought about parodying the historical comments of the brazilian actress Gloria Pires, in a TV channel from here, during the Oscar broadcast in 2016, and saying that "I can not comment". hahaha! Jokes aside, "Espresso Della Vita: Solare" is a wonderful album, transporting the listener on a true musical journey, full of emotions.


The album is conceptual, and summarizing (soon we will have an interview with Fabio Caldeira, vocalist and composer, and we'll talk more in details), is the first part of the conceptual work, which tells the story of a life, through its various phases, from the perspective of a train trip. The idea was born simple, Fabio tolds that during a conversation with his mother, she made an analogy that life is like a train trip.

The production of this album had been developed for some time, and counted with Adair Daufenbach (Hangar, Project46, John Wayne) in the production, which also recorded the guitars. A complex work, with care and whimsy in the details, but still, is very fast to assimilate, thanks to the feeling of the compositions and the way the various elements complete and transmit the emotion to the listeners. It's like a musical, a soundtrack.

Perfect balance, because this feeling transpires and stands out, even in more complex stretches. It is a pleasure to hear such work among so much "plastic" music made it nowadays.

Rock/Progressive Metal is full-bodied with various elements that envelop the listener in the melodies and emotions of the story. I make it clear that it's an album where the songs can be heard singly, but it's almost impossible not to want to hear everything every time I put it to play.


In addition to the traditional elements of Rock/Progressive Metal, we will find orchestral arrangements, gospel vocals, classic rock, country, brazilian rhythms and even extreme metal. Some of the band's inspiration are Queen, Rainbow, Yes, Rush, Jethro Tull and Dream Theater.

Listen, listen already and travel through these intricate, clear, beautiful and inspired songs. It's almost impossible to describe precisely or point out highlights, I'll speak only a little bit of what the album offers, such as the color and emotion of "I AM Living", which begins with the bass's timbre, his memorable keyboard melodies and melodious guitars, an adjective that also fits the vocal arrangements and refrain; and what about those acoustic arrangements and the feeling on vocals on "Across the River." Song that is growing in emotion, highlighting also the beautiful gospel choirs.

We have the softness and beauty in "Water Birds" and also the weight and folk elements of "Penitence", which is sung in Portuguese, and even recalls something of the Sepultura of "Roots", and the universal "Hijos de La Tierra" (Sons of the Earth)", Prog Metal with softness and technique, that counted on guests of bands of diverse South American countries, being sung in English and Spanish. 



In "Rooster Race", acoustick flok guitars, accordion and folk rhythms mix with the limpid, heavy and intricate instruments of Prog Metal; how not to go whistling with the melodies of "Keep Trying", which also has beautiful backing vocals and captivating orchestrations. My impression, coincidence or are there by the disk some "easter eggs" honoring some of the group's inspirations? Like, in these last two songs that I mentioned, there are titles of Rush songs in some sentences.

Music is art, for art there are no limits, there are no rules, and Maestrick conceived and gave us a work to enjoy, experience, feel and fill us with pride. "If you want to be universal, start by painting your village". Certainly with "Espresso Della Vita: Solare" the Maestrick will go beyond what it has conquered with its surprising previous works.

Text: Carlos Garcia

Datasheet:
Band: Maestrick
Album: "Espresso Della Vita: Solare" 2018
Country Brazil
Style: Progressive Rock, Progressive Metal
Production: Maestrick and Adair Daufembach
Management: Som do Darma

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Line-up:
Fabio Caldeira: vocal/piano
Renato “Montanha” Somera: baixo e vocais
Heitor Matos: bateria e percussão
Adair Daufembach: guitarras (músico convidado)

Tracklist
“Origami”
“I a.m. Living”
“Rooster Race”
“Daily View”
“Water Birds”
“Keep Trying”
“The Seed”
“Far West”
“Across The River”
“Penitência”
“Hijos De La Tierra”
“Trainsition”